Parlamentares petistas usaram a tribuna do Congresso Nacional para fazer ataques ao Supremo Tribunal Federal pelo julgamento do processo do mensalão. Eles rebateram a tese defendida pelo relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, de que houve compra de votos.
Fizeram ainda protestos contra a revista Veja e o publicitário Marcos Valério pela reportagem em que o operador do esquema tenta implicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema. Os oposicionistas também aproveitaram para cobrar explicações de Lula e exaltar o posicionamento do STF.
"Não houve pagamentos mensais aos deputados do PT. Eles não tinham nenhuma necessidade de votarem com o governo. Há uma tentativa de se reforçar e reafirmar uma coisa que não é verdadeira que não condiz com a realidade", disse o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Segundo ele, a tese de compra de votos é uma "falácia".
Secretário de Comunicação do PT, o deputado André Vargas (PR) classificou como "risco para a democracia" o julgamento ser transmitido ao vivo. O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), foi outro a protestar.
Os petistas criticaram a revista Veja e Valério. "Todo mundo sabe que o presidente Lula jamais se reuniu com esse senhor, jamais falou com esse senhor, jamais conversou com esse senhor. Mas a revista Veja faz questão de colocar uma matéria que não tem a fonte, não tem a fita, não tem a prova, que não fala, só tem espuma pra acusar o presidente Lula", protestou Tatto.
O deputado Zeca Dirceu, filho do ex-ministro José Dirceu, réu do processo, disse que adversários fazem uso de "mentira, calúnia e difamação". Os petistas na Câmara e no Senado cobraram ainda o julgamento do mensalão mineiro, que envolve a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) para o governo de Minas Gerais em 1998.
Oposição
A oposição recuou da decisão de pedir ao Ministério Público que investigasse as supostas denúncias de Marcos Valério contra Lula. Segundo o presidente do PPS, Roberto Freire (SP), teme-se que a iniciativa seja utilizada pela defesa dos réus para suspender ou adiar o julgamento.
Na nota que divulgaram ontem os presidentes do PSDB, Sérgio Guerra, do DEM, José Agripino (RN), e Freire afirmam que, assim que terminar o julgamento no Supremo, a oposição cobrará a investigação.
O líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), disse que as acusações da Veja precisam ser investigadas. Para o líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), Lula mantém "silêncio ensurdecedor" sobre a acusação de Valério. Dias disse que o mensalão de Minas Gerais também tem de ser julgado, "se é que ocorreu", duvidou.
Fonte: Diário do Nordeste
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