A morte do porteiro Cicero Ricart que por 15 anos foi carregador do Pau da Bandeira de Santo Antônio e do qual fazia parte da coordenação dos carregadores ainda é pauta das rodas de conversas na região do Cariri.
No domingo (31/5), ele era um dos homens que carregavam o pau da bandeira quando o angico de 22 metros e mais de duas toneladas caiu sobre ele. O impacto tirou sua vida quase que instantaneamente causando consternação entre quem acompanhava o cortejo, especialmente os carregadores.
Um deles, Maguila, participa da tradição barbalhense há 34 anos. Em entrevista, ele acredita que a morte de Careca, como Cicero era mais conhecido, foi uma fatalidade. Maguila explica, no entanto, que poderia ter sido ele a morrer no lugar do colega morto.
“No momento do ocorrido eu era quem ia pegar o pau juntamente com um colega chamado Buguinha e ele (Careca) chega, pede para pegar o pau”, conta. “Para você ver como é o destino. A gente levanta o pau e no decorrer a poucos metros acontece a queda do pau”, lamenta a morte do colega.
Maguila finalizou a entrevista afirmando que a segurança em torno do trajeto deve ser melhorada. Segundo ele, os carregadores precisam cuidar para não se machucarem e ainda das pessoas que estão acompanhando o trajeto.
“Temos que abordar muito aquelas pessoas que ficam ali próximas do pau que tem que evitar aquele traslado para que aquelas pessoas não se aproximem muito porque a qualquer momento ele pode cair e até baterem na gente e a gente cair e acontecer o pior. Nos preocupamos com a gente e com quem está próximo”, finaliza.
Na quarta-feira (3/6) uma reunião entre Ministério Público, órgãos de segurança, carregadores e entidades de classe discutiu a segurança do cortejo. Algumas medidas como o isolamento do trajeto serão tomadas para próximos anos e novas discussões deverão acontecer.
Robson Roque
Fonte: Miséria
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