Pedido de explicações de Teori Zavascki pode levar Moro ao CNJ

Pouco comum, o pedido feito pelo ministro Teori Zavascki para que o juiz Sérgio Moro dê explicações sobre a divulgação de áudios envolvendo a presidente Dilma Rousseff levantou dúvidas sobre quais serão os próximos passos a serem tomados pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.

De acordo com advogados, caso entenda que Moro agiu de forma irregular, Zavascki pode encaminhar o assunto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ou à corregedoria do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4),  ao qual o juiz está vinculado.

O assunto veio à tona após o ministro Teori atender pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e determinar que Moro envie ao STF processos da Lava Jato envolvendo grampos telefônicos da fase Aletheia. Foi nesta etapa que o ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva teve conversas com a presidente Dilma Rousseff interceptadas. O ministro restabeleceu ainda o sigilo sobre as interceptações, que havia sido levantado por Moro.

No despacho, expedido na noite de terça-feira (22/03), Teori Zavascki critica a opção de Moro de retirar o sigilo de áudios que continham conversas entre Lula e Dilma. Em sua avaliação, não havia interesse público na divulgação dos grampos, salientando ainda que “são irreversíveis os efeitos práticos decorrentes da indevida divulgação das conversações telefônicas interceptadas”.

No final de seu despacho, o ministro Teori determina que Moro preste, em até dez dias, informações sobre o ocorrido.

Advogados ouvidos pelo JOTA dizem que é pouco comum um magistrado pedir explicações de outro magistrado. Segundo o advogado Thiago Acca, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) direito em São Paulo, o pedido pressupõe que Moro se explique sobre o porquê de ter autorizado a publicidade dos áudios.

“Ele deve fundamentar por que tomou as medidas que tomou”, afirma.

Próximo passo depende das informações prestadas por Moro
Caso Zavascki entenda que as informações são insuficientes ou que Moro agiu irregularmente, de acordo com os especialistas, a solução seria recorrer ao CNJ. Nesse caso a representação seria enviada à corregedora-nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi.

“Se ele [Teori] receber as informações e entender que houve irregularidade pode mandar para o assunto para o CNJ”, afirma o advogado Fernando Guimarães, do MTFG Advogados.

O assunto só iria a plenário caso a ministra Nancy entendesse que existem elementos suficientes para a abertura de um processo. Caso contrário, ela poderia arquivar a representação.

Ao JOTA um ex-conselheiro do CNJ disse acreditar que Nancy arquivaria uma eventual representação deste tipo.

Ele afirmou que nos casos envolvendo magistrados a punição vai de pena de censura (uma espécie de advertência) ao afastamento ou aposentadoria. A última hipótese, porém, é aplicada apenas a casos extremos, nos quais foram cometidos crimes pelos magistrados.

O mesmo ex-conselheiro disse que o ministro Teori também poderia fazer uma representação à Corregedoria do TRF da 4ª Região. Nesse caso a investigação seria feita por magistrados do tribunal, responsável pela segunda instância da Lava Jato.

Mais uma
Caso o procedimento seguisse por esse caminho, essa não seria a primeira representação contra Moro no CNJ. No dia 18 a seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu investigações pela interceptação telefônica de advogados em processos da Lava Jato.

Roberto Teixeira, advogado de Lula, teve conversas interceptadas porque figura como suspeito. Por outro lado, o grampo teria captado conversas de outros advogados de seu escritório.

Na próxima semana deputados da base aliada do governo devem protocolar outro requerimento contra Moro. O pedido deve ser enviado ao CNJ na próxima terça-feira (29/03).

Fonte: Jota/UOL

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Anticoncepcional masculino pode ser lançado em 2018

Se ter um filho não está nos seus planos pelos próximos anos, talvez essa seja uma boa notícia: a Parsemus Foundation, uma ONG americana, está criando um novo anticoncepcional para homens.

Chamado Vasalgel, o produto consiste em uma injeção que deve ser aplicada localmente no ducto deferente, vias que conectam o testículo ao pênis. A aplicação liberaria um hidrogel semi-impermeável, o que, na prática, significa que ele deixaria o líquido seminal passar, mas barraria os espermatozoides. É uma peneira contraceptiva.

Os produtores afirmam que produto não deixará você ter filhos pelo período de até 12 meses. Para se livrar do Vasalgel, o usuário deve aplicar outra injeção, dessa vez de bicarbonato de sódio, para transformar o hidrogel em líquido - liberando a passagem de espermatozoides pela região.

O produto é uma forma de globalizar algo que não é novidade para os indianos. A Índia já faz, há anos, testes com um produto chamado Risug - que, apesar da fórmula ser diferente, é basicamente o mesmo produto. O ponto é que o produto indiano ainda não pode ser comercializado e os experimentos com humanos acontecem apenas com homens da região.  Além disso, a Parsemus afirma que o Vassagel está sendo desenvolvido sob supervisão do órgão de regulação médica dos Estados Unidos dentro de padrões internacionais de produção. Dá para ficar um pouco mais tranquilo na hora da injeção.

O medicamente foi testado em coelhos durante o ano passado e, de acordo com os resultados divulgados, o funcionamento nos animais foi perfeito: os roedores ficaram estéreis durante o período com o Vassegel e voltaram a procriar um ano depois, quando a barreira de hidrogel foi dissolvida. O próximo passo é o teste com humanos, e isso deve ocorrer em breve. A fundação anunciou que está à procura de candidatos, e que pretende realizar os experimentos ainda esse ano. O objetivo é que o produto chegue às prateleiras em 2018.

A ideia é que, se os testes forem positivos, o produto seja financiado via crowndfunding. Até lá, os homens podem usar camisinha, ou fazer vasectomia.

Fonte: Superinteressante

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Vice-presidente Michel Temer está no 'comando do golpe', afirma líder do governo

Na véspera da reunião que deverá oficializar a saída do PMDB da base de apoio do executivo federal, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), mesmo considerando que “o melhor caminho é manter” os aliados, afirmou que o vice-presidente Michel Temer está no "comando do golpe" contra a presidente Dilma Rousseff. A declaração do parlamentar foi dada na manhã desta segunda-feira (28), antes de embarcar para Brasília.

Ao resumir a atitude do partido aliado, Guimarães foi irônico: “O PMDB é o PMDB”. Contudo, o deputado federal cearense também avaliou que políticos da legenda não queiram deixar os cargos ocupados no governo. “Por mais que o vice-presidente Michel Temer esteja no comando dessa operação do golpe, eu duvido que os senadores e os deputados queiram abrir mão dos espaços que eles têm no governo, que são espaços enormes”, destacou.

Apesar das críticas, o líder do governo ainda espera contar com o apoio do partido. “Nós entendemos que o melhor caminho é manter o PMDB no governo, mas depende deles. Nós não estamos para ficar adulando ninguém”, disse.

Guimarães também ressalta que os governistas têm mobilizado o País e isso tem assustado os peemedebistas. “A mobilização é muito grande e eles estão acuados porque a História não vai jamais esquecer dessa atitude golpista daqueles que querem o golpe”, considerou. O parlamentar lembrou ainda que esses mesmos políticos “já se beneficiaram do governo Lula e agora ficam nessa história de dar o golpe”.

O deputado lembrou ainda que os principais órgãos federais no Estado são chefiados por indicados do partindo ainda oficialmente aliado. “O PMDB tem vários espaços aqui no Ceará. Tem a presidência do BNB [Banco do Nordeste], que foi o Eunício [Oliveira, senador] que indicou. Tem o Dnocs [Departamento Nacional de Obras Contra as Secas] e tem a Companhia Docas, para ficar nesses três órgãos mais importantes do Ceará”, apontou.

Guimarães disse ainda que o senador Eunício Oliveira “teve uma conversa muito boa com a presidente semana passada”, mas é preciso aguardar a reunião desta terça-feira (29). “Nós vamos mostrar para o País que ninguém dá o golpe impunemente. O País está se mobilizando”, concluiu.

Ciro Gomes já havia acusado Temer de ser o “capitão do golpe”
José Guimarães não foi o primeiro a acusar Michel Temer de estar à frente de um golpe para derrubar a presidente Dilma. Em dezembro do ano passado, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) acusou o vice-presidente da República de ser o “capitão do golpe” do processo de impeachment hoje em curso na Câmara dos Deputados. “O beneficiário imediato dessa ruptura da democracia e dessa imensa e potencial crise para 20 anos é ele mesmo, o senhor Michel Temer, o capitão do golpe”, acusou Ciro à época.

Com informações do jornalista José Maria Melo

Fonte: Diário do Nordeste

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Crato (CE): Nova frota de transporte público deve ser implantada em breve

Está sendo estudado o projeto para implantação de uma nova frota para o transporte público do município do Crato. Há exemplo do que ocorreu recentemente em Juazeiro do Norte, o Crato deve promover uma licitação para que seja escolhida uma, ou mais, empresas para explorar as linhas de transporte coletivo do município.

O projeto ainda está na fase de desenvolvimento e de acordo com o secretário municipal de Segurança Pública, Wladimir Carvalho Ibiapina, isso depende do Plano Municipal de Transporte Público e Mobilidade Urbana (PMU).

Na ultima quinta-feira (24) o secretário de segurança e o vereador Amadeu de Freitas (PT) participaram de uma reunião para elaborar adequações no projeto original. Esse projeto deve dar entrada na Câmara de Vereadores nesta segunda-feira (28) para ser apreciado e caso seja aprovado, começar a por em prática o PMU.

Segundo o secretário Wladimir, o processo para a implantação dos projetos ainda devem passar por licitações e tramites burocrático. Até que sejam postos em pratica os usuários do transporte publico deve aguardar ainda 14 meses.

Foto meramente ilustrativa

Adriano Duarte

Fonte: Miséria

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PF aponta que Instituto FHC recebeu R$ 975 mil da Odebrecht

Laudo da Polícia Federal, na Operação Lava Jato, aponta que a Construtora Norberto Odebrecht - sob suspeita de ter integrado o cartel de empreiteiras em esquema de corrupção na Petrobras - pagou R$ 975 mil ao Instituto Fernando Henrique Cardoso, entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012. Foram 11 pagamentos mensais de R$ 75 mil e um de R$ 150 mil.

O relatório de 26 de outubro de 2015, subscrito pelos peritos criminais federal Fábio Augusto da Silva Salvador, Audrey Jones de Souza, Raphael Borges Mendes e Jefferson Ribeiro Bastos Braga analisou contas da Construtora Norberto Odebrecht que "possibilitaram identificar registros contábeis indicativos de pagamentos feitos a ex-agentes políticos ou instituições e empresas a ele vinculados".

"Na contabilidade da Construtora Norberto Odebrecht foram identificados registros indicativos de pagamentos realizados ao Instituto Fernando Henrique Cardoso no montante de pelo menos R$ 975 mil. O referido instituto foi fundado pelo ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que ocupou a presidência do Brasil até 2002", diz o laudo.

O documento contém uma planilha que mostra os pagamentos mês a mês para o iFHC.

O primeiro pagamento ocorreu em 13 de dezembro de 2011. As transferências de R$ 75 mil se sucederam até agosto de 2012.

Os registros da Odebrecht indicam que não houve pagamento em setembro daquele ano. Em outubro, a empreiteira depositou R$ 150 mil.

"Deve-se destacar que tal levantamento foi limitado devido ao grande volume de dados e, principalmente, pela: (i) falta de acesso a documentos de suporte aos lançamentos realizados; (ii) ausência de livros de registros auxiliares utilizados para consolidação das relações de pagamentos; (iii) descrição imprecisa de históricos de lançamentos; (iv) ausência de plano de contas detalhado; (v) restrição do período disponível a exame no Sped (escrituração) contábil (2008 a 2014), entre outros. Tal limitação pode ter ocasionado o subdimensionamento dos lançamentos apontados, uma vez que se adotou postura conservadora", informa o laudo da PF.

Ainda segundo o documento da Lava Jato, "tal limitação não inviabilizou o levantamento preliminar de lançamentos contábeis".

Mensagens
A PF analisou no laudo e-mails trocados entre a secretaria da presidência do iFHC, um representante de uma entidade identificada como 'APLA' e um executivo da área cultural. Eles conversavam sobre uma possível palestra do ex-presidente. Os peritos incluíram a íntegra das mensagens no documento.

A PF destaca e-mails relacionados a um "suposto pagamento de valores por parte da Braskem" - petroquímica ligada à Odebrecht.

Na referida mensagem, destaca-se o trecho em que a secretária da Presidência elenca entre as maneiras da Braskem fazer a doação: "A elaboração de um contrato, porém não podemos citar que a prestação de serviço será uma palestra do Presidente" ou por meio de "Uma doação direta...". Dessa forma, é possível que outros pagamentos tenham sido feitos e não tenham sido encontrados em função da limitação do presente Laudo, ou ainda, que os referidos pagamentos tenham sido feitos por meio de triangulação entre Grupo Odebrecht, o contratante do serviço (exemplo do evento APLA) e o Instituto Fernando Henrique Cardoso", afirma o laudo.

A sequência de mensagens indica que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não pode comparecer ao evento.

Defesa - iFHC
"Os valores mencionados se referem a doações feitas ao endowment (fundo de manutenção) da Fundação Instituto Fernando Henrique Cardoso. Essas, como todas as demais doações recebidas, de pessoas físicas ou jurídicas, estão devidamente registradas em nossos demonstrativos financeiros e contábeis, auditados pela PWC até 2014 e, a partir deste ano, pela Grant Thornton.

Por ser uma fundação, o iFHC tem todas as suas contas e atividades supervisionadas pela Curadoria de Fundações do Ministério Público do Estado de SP".

Defesa - Odebrecht
"A CNO fez contribuições pontuais ao Instituto Fernando Henrique Cardoso, dentro do seu programa de apoio às iniciativas que ajudam a fortalecer as democracias. Apoiamos também iniciativas de outros institutos no Brasil e no exterior, sempre que possuam ligação direta com as posições institucionais da Odebrecht".

Fonte: Exame.com

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Sérgio Moro deve responder processo disciplinar e poderá ficar afastado da Lava Jato

Senadores da base aliada protocolaram nesta terça-feira, 22, uma ação no para que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abra um processo disciplinar contra o juiz Sérgio Moro, de Curitiba, pela divulgação dos grampos envolvendo a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa é a 12ª representação contra Moro no conselho.

O pedido, protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF), do qual Lewandowski é presidente, aponta diversas irregularidades cometidas por Moro na gravação da ligação em que Dilma aparece conversando com Lula sobre o envio de um termo de posse, para que o ex-presidente use-o em caso de necessidade.

Os senadores alegam que a interceptação telefônica foi feita de forma ilegal porque foi feita fora do limite de horário determinado. Os parlamentares pedem a apuração da responsabilidade de Moro, “considerando-se que (Moro) teve ciência do fato e não tomou atitude no sentido de apurar ou corrigir o crime”. Além disso, reclamam do ato do juiz em levantar o sigilo das gravações.

Segundo o documento, Dilma, por ter foro privilegiado, não poderia ter sido exposta na divulgação das escutas, a menos que que o Supremo determinasse a quebra de sigilo. Os parlamentares autores do pedido citam a lei que define como crime a interceptações de comunicação e a quebra de sigilo de seu conteúdo sem autorização judicial. A pena para esse crime é de reclusão de dois a quatro anos, além de multa.

Os senadores que assinam o documento são os petistas Ângela Portela (CE), Donizeti Nogueira (MG), Fátima Bezerra (RN), Regina Sousa (PI), Humberto Costa (SP), Paulo Rocha (PA), Lindbergh Farias (RJ), Gleisi Hoffman (RS), Jorge Viana (AC), José Pimentel (CE), Lídice da Mata (PSB-BA), Roberto Requião (PMDB-PR), Telemário Mota (PDT-RR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB – AM).

Duas das doze representações contra Moro no CNJ já foram negadas pela corregedora nacional de Justiça, Nancy Andrighi. Caso algum dos processos contra o juiz de Curitiba tenha seguimento, ele poderá ser afastado da condução da Operação Lava Jato e até mesmo do cargo no Judiciário.

Fonte: Estadão

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Aécio se torna no principal alvo dos investigadores da Lava Jato, diz colunista

O senador Delcídio do Amaral tem dito a fontes próximas que agora o senador Aécio Neves (MG), líder do PSDB, se tornou no principal alvo da Operação Lava Jato agora, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Os investigadores estão atrás da oposição e querem "arrastar um peixe grande tucano", segundo o colunista, para não serem acusados de fazer uma investigação partidarizada, que busca incriminar somente o PT.

Ainda segundo a coluna, uma investigação em cima do senador seria uma forma de contrabalançar a operação e as acusações que a Operação vem sofrendo nos últimos dias.

Fonte: Notícias do Minuto

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Luta pelo Soldadinho do Araripe completa 20 anos

A ave que se tornou símbolo da luta pela preservação da Chapada do Araripe e existe apenas na região, especialmente na pequena faixa de Mata Atlântica, completa 20 anos de descoberta por biólogos. O resistente soldadinho-do-araripe não recebeu à toa esse nome. Tem superado o tempo e ação do ser humano junto ao meio ambiente, dando oportunidade de reflexão e proporcionando ações que possibilitem um freio à devastação.

O trabalho da Organização Não Governamental (ONG) Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) tem contribuído de forma decisiva para manter viva a espécie. São 277 casais existentes em algumas áreas, conforme a última contagem, onde estão presentes as fontes de água, nas áreas de Barbalha, Crato e Missão Velha. Mas a ave ainda está entre as criticamente em perigo de extinção.

Das 10 mil espécies de aves do mundo, só 200 estão nessa condição, o que corresponde a 2% dos pássaros mais ameaçadas do Planeta. Um grupo muito delicado. A descoberta foi realizada pelos biólogos Galileu Coelho, professor aposentado da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), e Weber Girão, que tem dedicado mais da metade de sua vida na luta pela preservação do soldadinho.

Campanha
O trabalho durante todos esses anos não tem sido fácil, e a maior parte dos recursos para manter as ações ainda vem de outros países, como a Inglaterra e Estados Unidos, além de uma boa injeção de recursos do Paraná. No Ceará apenas o Serviço Social do Comércio (Sesc) tem contribuído basicamente com cerca de 10%.

A luta agora é pela adesão de pessoas para o projeto Arca de Noé, desenvolvido em parceria com a Companhia Energética do Ceará (Coelce), para que sejam inseridos na conta de luz valores de doação, temporários ou regulares, acima de R$ 2. A campanha vem sendo divulgada pela ONG e levada a público, para que haja o maior número possível de doações.

Durante a Semana da Água e da Árvore do Crato, que começa neste dia 28, nos 20 anos do soldadinho, será levado à Câmara Municipal da cidade, o projeto Coelce Aquasis, para expor a campanha em favor das ações em prol da conservação da espécie. As pessoas podem ter mais informações no site da Coelce ou mesmo da ONG, e efetuar a sua contribuição, que será repassada para o projeto. "Se conseguíssemos dotar essa balança, a gente teria mais de 50% das despesas sendo do Ceará, e se fosse do Cariri, melhor ainda", aposta.

A contagem do pássaro, desde que se chegou a um levantamento completo, está sendo refeita. É a segunda vez que acontece de forma praticamente total referente ao número existente, batendo exatamente com as estimativas que eram feitas desde o começo das ocorrências, iniciadas na fonte do Farias, em Barbalha, onde foi encontrado o primeiro exemplar. Em Crato, já houve a conclusão, ainda restando as cidades de Barbalha e Missão Velha.

Segundo o biólogo Weber Girão, em algum momento houve mais exemplares, e, de acordo com um estudo genético, se comprova a chamada estruturação da população. Com os levantamentos realizados, chegou-se à conclusão que houve uma grave redução há tempos e isso se deve à própria ocupação do Vale do Cariri, mesmo já tendo uma povoação pequena.

Desde 2006 que a imagem do pássaro começou a ser trabalhada. Depois da primeira boa foto dele, passou a figurar nos mais importantes livros sobre aves editados no mundo. Um banner de sete metros, colocado na praça da Sé do Crato, durante a Mostra Sesc, levou para a população a descoberta. "E aí as pessoas começaram a ver aquela ave que era conhecida somente por quem estava no sopé da serra. Isso começou a criar o pássaro no imaginário popular, com significados e tudo, só que esse soldadinho é indissociável da ave que está no mato. O detalhe é que ela já é um símbolo, porque existe apenas no Cariri, mas se ela for extinta, vai se tornar um símbolo de vergonha", afirma o biólogo.

Achado
A descoberta foi em dezembro de 1996. Em 2000 foram achados novos pontos de ocorrência, em Crato e Missão Velha. O primeiro projeto de conservação do soldadinho-do-araripe foi produzido em 2003 e encerrado em 2004, e esse trabalho elevou de três pontos de ocorrência para 15. Agora são mais de cem.

Do primeiro levantamento até recentemente, se tinha os números, com o primeiro estudo, em 15 fontes. A partir da quantidade de pássaros da espécie encontrada, havia uma projeção do restante, ou seja, 20% de levantamento e 80% de estimativa. O número seguinte caiu para 40%, chegando a 3%. "Hoje, essa contagem é bem mais sólida, e o que tinha priorizado no começo era parecido com o último, mostrando a precisão que tivemos em estimar", explica. Até que aconteceu o senso com 100% da população, e sem mais estimativas. Um número real.

Até dezembro deste ano, quando foi realizada a descoberta, se espera ter o levantamento completo. Mas já existem alguns dados preliminares. Com os dois levantamentos realizados em Crato, se identificou a perda no Município, preliminarmente, de 7%, e isso não representa um valor pequeno, e mostra que se deu principalmente pela má gestão da água e incêndio, o último em grandes proporções, na floresta. "Caso tivéssemos essa perda como contínua, a gente não teria mais como comemorar os 40 anos do soldadinho", diz ele. Em Barbalha e Missão Velha, com a segunda contagem, é fechado o levantamento pela segunda vez.

O soldadinho, conforme Weber, é uma espécie resistente. "Se a gente fizer um pouquinho, ele reage muito bem", acrescenta. O trabalho sistemático em torno do soldadinho começou mais intensamente a partir de 2003, de forma sistemática, e tanto é que esse trabalho passou a fazer parte de uma estratégia ininterrupta, e começou com subsídio a um plano de manejo, que evoluiu para um plano de conservação e passou a integrar um plano de ação nacional, que está sendo renovado neste ano, com uma estratégia de conservação que é uma das melhores do País. O plano de conservação vai envolver um acordo com a sociedade para a divisão de tarefas, com prazos e custos. Articular um trabalho para a conservação do lixo, com os parceiros como a Cogerh, que se insere com metas a cumprir.

Nesse Plano de Ação Nacional, a eficiência foi de 50%, considerado pelos próprios técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), como o melhor do País. "É um trabalho admirado, bonito, mas a gente tem que fazer um pouco mais", diz. Outro aspecto é que a estratégia nacional de conservação da fauna é articulada pelo Plano de Ação Nacional e existe uma tendência para os animais serem agrupados, a exemplo do Plano de Ação Nacional das Aves da Caatinga.

Várias espécies ameaçadas da Caatinga passam a integrar um plano só, mas com um trabalho de abrangência em outros Estados, o que o torna mais difícil de implementar, porque os recursos são cada vez menores para o meio ambiente. No caso do soldadinho, há um plano só para ele, exclusivo e foi renovado. Essa é uma conquista, com toda uma atenção voltada para a preservação.

Mata Atlântica
O pássaro é, basicamente, de ambiente de encostas do bioma Mata Atlântica, que é o local onde ele vive. Caso não existisse o projeto, com certeza ele poderia estar ainda aqui, mas em condições muito piores. Qualquer ação que é feita nesse ambiente o primeiro nome que é citado é do soldadinho. A presença dele ajuda na conservação do meio ambiente.

O Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) da Chapada do Araripe foi criado em 1997, mas a Unidade de Conservação não foi concluída e nem reconhecida. Por isso não passou a ser aplicado. Um plano nacional do soldadinho passou a ser usado enquanto ele era construído. Um novo plano foi iniciado e está sendo muito bem feito, baseado na priorização desse ambiente. Ele acabou orientando o plano de manejo da APA inteira, e tem uma influência nesse processo de conservação.

Mais informações
Projeto do Soldadinho-do-Araripe
Instituto Cultural do Cariri (ICC)
Praça Filemon Teles, S/N
Centro - Crato
Telefone: (88) 3523-3873

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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Jardim (CE): Tradição da Festa dos Karetas é mantida

Uma tradição cultural, que vem do século XIX, leva mais de cinco mil pessoas às ruas deste Município no Domingo de Páscoa, no encerramento da Festa dos Karetas, que acontece durante a Semana Santa, no Cariri. O fluxo de visitantes aumenta consideravelmente no dia de hoje, em que os homens, mulheres e crianças participam do evento e é comum encontrar máscaras, das mais diferentes formas, cores e gostos.

Os moradores não deixam cair o ritmo do que se tornou bastante forte na cultura local. A brincadeira começa ainda pela manhã. Nas feiras, abordando as pessoas nas ruas, eles levam a arte do brincar em pleno Domingo de Páscoa.

Malhação do Judas
Aberta com passeata do Pau do Judas pela cidade, na última quinta-feira, os caretas a partir das 15 horas de hoje, retornam para o cortejo final, a premiação da melhor máscara, a leitura do testamento e a malhação de Judas, no Estádio Municipal.

A escolha do personagem a ser malhado é um segredo desvendado praticamente na hora da explosão do boneco, mas o tema da festa traz a relevante mensagem: "Todos contra o Zika". Na Sexta-Feira da Paixão, foi realizado o hasteamento do mastro do Judas.

A preservação da festa fortemente acentuada da cultura dos caretas faz com que essa manifestação seja alvo de estudo pela academia. Ao longo dos anos, segundo o presidente da Associação Cultural dos Caretas de Jardim, Luiz Lemos, houve mudanças no contexto da festa eminentemente rural, para a cidade de mais de 200 anos de emancipação, uma das mais antigas do Cariri. Ele é artista plástico e acompanha todo o processo há vários anos. É um estudioso e mantenedor dessa tradição.

Lemos afirma que a urbanização e a popularização dos festejos contam como principais elementos dessa mudança. A festa era do início da colheita e o boneco, que mais parecia um espantalho, era crivado de balas. Hoje, o uso das armas foi substituído por explosivos.

As máscaras também contam com materiais bem diferentes das de antigamente, pois eram mais rústicas. Hoje há muito plástico e borracha. Tem aquelas de papelão, e, para chamar a atenção dos moradores, o uso do chocalho é indispensável.

A associação criada para dar força à manifestação tem sido importante no sentido de fortalecer a festa. Cursos de confecção de máscaras são oferecidos à população antes do início dos festejos. São cerca de 600 sócios. Mas pelo menos 200 a 300 desses "encaretados" estão na brincadeira durante o dia de hoje.

Segurança
A segurança tem sido um dos principais fatores de preocupação dos organizadores, tanto que os sócios e mascarados que estiverem nas ruas, devem portar uma carteira da associação. "Não que isso queira dizer que as pessoas que usam máscaras sejam perigosas, mas é uma maneira de garantirmos que as pessoas fiquem tranquilas durante o cortejo. É uma forma de mantermos o controle sabendo quem são as pessoas que estão nas ruas", afirma o presidente da entidade, Luiz Lemos.

Ele afirma que, mesmo com as brincadeiras, e alguns dos integrantes até exagerando um pouco na bebida, sempre foi uma festa sem registros de problemas relacionados à violência.

Um reforço policial foi solicitado na cidade para dar segurança à festa, incluído a equipe do Batalhão de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio), Polícia Militar do Ceará (PM-CE), Guarda Municipal de Jardim e apoio do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran). Segundo Lemos, é dada uma prioridade a esse planejamento da segurança como forma de trazer a brincadeira e a alegria para o objetivo principal dessa manifestação popular.

Em outras cidades da região, como Barbalha e Crato, há malhação de Judas durante o dia de hoje, principalmente no fim da tarde, e tem caretas. Quem já foi criança nas ruas do Cariri, principalmente em áreas da zona rural, se assustou com um deles, carregando os seus chicotes e correndo atrás das pessoas.

A brincadeira de careta faz parte da tradição cristã, durante a Semana Santa, que simboliza a morte do apóstolo Judas, representado por um boneco feito de roupas velhas e com enchimentos, seja de serragem ou molambos. Quando ele passa ocorre o grande apogeu da festa, até o momento final, com o enforcamento e explosão do boneco.

Irreverência e criatividade se tornam elementos importantes para vivenciar a festa da malhação. Isolados, correndo atrás do povo, ou em turmas, as brincadeiras podem ser das mais exóticas aos pedidos mais simples, para quem puder atender com as esmolas. Jardim é uma cidade pacata e hospitaleira, cercada pelo verde da Chapada do Araripe. Nessa época do ano, se torna um atrativo por conta da festa.

Ritual
Os brincantes começam a se preparar para o ritual da malhação desde as primeiras horas da manhã deste domingo. A sexta-feira da Paixão é o único dia em que a programação é suspensa em virtude da data considerada sagrada para os católicos. A oficina de máscaras é uma forma de fortalecer e preservar a tradição, envolvendo as crianças e adolescentes, além de aprimorar a prática para a confecção de máscaras bem trabalhadas

O trabalho é acompanhado também por uma comissão organizadora, desde a retirada do pau do Judas, que acontece duas semanas antes. Os brincantes percorrem, além da cidade, áreas da zona rural. Os adereços das máscaras fazem a diferença. Lemos disse, também, que existem brincantes, nos sítios, que preferem os costumes mais antigo da festa quando se paramentam com 'melão e cabaça' e saem a pedir gêneros alimentícios nas casas, num ritual que relembra a colheita. Segundo ele, as manifestações folclóricas necessitam de um trabalho mais amplo de divulgação, diante da sua importância e das tradições. A festa vem sobrevivendo, mesmo com as ameaças da modernidade. O sentido da colheita e do espantalho mais tarde é que passou a ser substituído por Judas Iscariotes.

Os primeiros registros históricos da brincadeira em Jardim são do fim do século XIX. Os agricultores se reuniam e confeccionavam uma espécie de espantalho, a quem chamavam de "pai véi" ou "vosso pai" e, mascarados, com chocalhos e chicotes, percorriam vários sítios em busca de donativos para o Sítio do "Pai Véi", onde faziam uma grande festa e malhavam o espantalho. A festa se urbanizou e passou a utilizar o personagem da história bíblica.

Os caretas reuniam-se em suas localidades, preparavam seus trajes confeccionados de materiais exóticos, utilizando máscaras de cabaças, peles de animais, palha de milho, chicotes para se defenderem dos ataques dos cães e chocalhos para chamar a atenção. A urbanização da festa, conforme Lemos, foi responsável por mudanças e inovações, unindo o sagrado e o profano. "Era o início de uma ascensão cultural, cuja relevância se revelava pela beleza prodigiosa de uma manifestação puramente popular", afirma.

Ritual de organização leva vários dias
Um dos mais importantes rituais da tradição dos caretas é a retirada da árvore, o chamado Pau-do-Judas. De acordo com Luiz Lemos, nesta ocasião é possível perceber o amor e a satisfação pela tradição, explicitamente expressados por dezenas de homens que derramam o seu suor levando nos ombros um mastro de aproximadamente 20 metros de altura com mais de duas toneladas.

Quando a Semana Santa se aproxima, os organizadores da festa abrigam-se no seu novo lar. A conhecida "Casa do Judas", hoje também serve de espaço cultural, com exposições de máscaras e fotografias. Numa sala reservada e com absoluto sigilo, o artista plástico jardinense Luiz Lemos prepara um dos mais importantes personagens da festa. É o tão esperado Judas Iscariotes, que só vai ao público na Sexta-Feira da Paixão, em passeata pelas principais ruas da cidade, ao som dos badalados chocalhos dos caretas.

No sábado de Aleluia, no pátio da festa, os caretas esperam ansiosos pelo tradicional "Forró dos Caretas" com aquele animado forrozinho pé-de-serra, seguindo com shows musicais e artistas da terra e de várias regiões. No domingo, milhares de pessoas se dirigem para o pátio do evento para o grande cortejo pelas principais ruas da cidade. Em seguida acontece a premiação do festival de máscaras, o esperado testamento em que o Judas destina seus bens para os privilegiados herdeiros, seguindo da tradicional malhação do Judas. No fim, o boneco explode.

Mais informações
Associação Cultural dos Karetas De Jardim
Rua Padre Miguel Coelho, 43
Centro - Jardim
Telefone (88) 3555-1352

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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Americano vê risco de 'golpe' para pôr PMDB e PSDB no poder

Ao derrubar o presidente João Goulart e assumir o poder em 1964, os militares diziam agir para livrar o Brasil do comunismo e da corrupção.

Para o americano James N. Green, que pesquisa a história brasileira há mais de 30 anos, os mesmos argumentos têm sido evocados por muitos dos que agora defendem o impeachment de Dilma Rousseff.

Professor de história moderna da América Latina e diretor da Iniciativa Brasil da Brown University, em Rhode Island (EUA), Green afirma que desta vez o movimento não busca levar os militares ao poder, mas entregá-lo ao PMDB e PSDB.

"Para mim é um atentado contra a democracia e os princípios democráticos", afirma.

Confira a entrevista com Green, parte de uma série de reportagens em que a BBC Brasil convida os principais observadores estrangeiros a analisar este momento crítico da história brasileira:

BBC Brasil - A crise atual é comparável a algum outro momento que o Brasil já viveu?
James N. Green - Evidentemente a 1964. Não que os militares estejam à beira de tomar o poder neste momento, mas a linguagem da oposição ao governo Dilma é uma linguagem sobre corrupção que foi usada justamente em 1964 contra o governo do João Goulart e uma das várias justificativas para o golpe.

Depois, houve várias CPIs e nada foi descoberto de corrupção no governo João Goulart. Ou seja, era uma oposição contra as medidas políticas do João Goulart, as reformas de base, às quais setores dos militares e políticos eram contra.

Pode explicar melhor?
A Dilma é uma presidente fraca, com uma política econômica problemática, e há um descontentamento amplo da sociedade. Mas, em vez de esperar por novas eleições em 2018, a oposição está fazendo justamente o que o Partido Republicano fez quando Barack Obama foi eleito. Eles (no EUA) tiveram uma reunião no dia da posse dele e combinaram que não iriam aprovar nada no governo, fazer de tudo para que governo não funcionasse e fosse derrubado.

Eles fizeram isso durante quatro anos, mas Obama conseguiu uma mobilização popular, foi reeleito e melhorou a economia. A mesma coisa estão fazendo os que eram contra a eleição de Dilma. Perderam por quatro pontos e estão furiosos com essa situação, então estão fazendo campanha constante contra o governo dela, dizendo que ela tem de ser derrubada. Isso é uma narrativa.

Na época de Goulart, também se dizia que o governo era comunista – tudo para justificar o golpe e envolver a Casa Branca, que, na época, estava obcecada pela questão comunista.

Mas desta vez as descobertas da Operação Lava Jato não são um elemento real por trás do discurso contra a corrupção?
Não estou negando que haja corrupção dentro e fora do governo atual. Isso não tem nenhuma dúvida. Só que a corrupção no Brasil não tem seis anos, tem 500 anos, desde a chegada dos portugueses. É uma corrupção de todos os partidos políticos.

Aliás, se a oposição ganha e derruba o governo, o PT e a esquerda que ficar na oposição vão fazer a mesma campanha contra os atuais políticos da oposição que, sabemos muito bem, estão envolvidos com corrupção também.

Acho muito bom que a corrupção esteja sendo investigada no Brasil. O que acho muito perigoso, uma grande ameaça à democracia no Brasil, são as medidas ilegais implementadas para fazer essas investigações. Isso é uma grande ameaça à democracia no Brasil.

O senhor se refere às ações do juiz Sérgio Moro?
A "Folha de S.Paulo" comentou num editorial que ele se excedeu, foi além. Pelo que leio, há violações, arbitrariedades, pressões para que as pessoas revelem informações. Esses caras que estão sendo presos e nunca imaginavam que seriam presos estão assustadíssimos com a possibilidade de ficar anos na prisão e dizendo qualquer coisa. E as pessoas acusadas, me parece, não estão tendo acesso ao direito de defesa. Há uma arbitrariedade muito perigosa.

Muitas pessoas contrárias ao impeachment dizem que está se articulando um golpe no Brasil. A afirmação é exagerada?
Acho que há uma tentativa sim de derrubar um governo democraticamente eleito, mas não para pôr os militares no poder, e sim para pôr o PMDB e o PSDB. É uma maneira de derrubar o sistema eleitoral legítimo, as eleições legítimas, com uma medida que vai violar os princípios básicos da democracia. Você pode chamar de golpe, mas fica confuso porque não é um golpe militar. Para mim é um atentado contra a democracia e os princípios democráticos.

Como Eduardo Cunha, acusado de roubar milhões de dólares, pode estar dirigindo o processo do impeachment? É um absurdo. Teria que haver um movimento enorme contra Cunha, Maluf, pessoas que estão na comissão do impeachment e estão envolvidas nas acusações. Que moral elas têm?

A história brasileira é cheia de episódios violentos, como as revoltas do século 19, e ao mesmo tempo momentos de conciliação e acomodação de interesses, como na independência e no fim da ditadura. Qual característica vai predominar na crise atual?
A conciliação é entre as altas esferas da política e está ocorrendo agora entre PMDB e PSDB. Outra questão é a reação popular. Acho que no Brasil a grande mídia está provocando um sentimento agressivo contra qualquer pessoa que ande com a roupa vermelha ou defenda o governo. É unilateral.

Pode haver violência dos dois lados no futuro e pode ser muito sério e triste, mas neste momento sinto que essa agressão é contra as pessoas que estão defendendo o governo.

Não é uma briga como a de 1935, entre os partidos Comunista e Integralista, onde os dois iam para cima, matando um ao outro.

Ativistas favoráveis ao impeachment têm circulado uma lista de pessoas a serem boicotadas ou hostilizadas por supostamente apoiarem ou terem apoiado o governo. Alguns compararam a prática ao macartismo (movimento dos anos 1950 encabeçado pelo senador Joseph McCarthy que buscava punir e isolar pessoas consideradas comunistas). Faz sentido?
O macartismo funcionava porque tinha o poder de criar situação em que as pessoas não conseguiam emprego. O Partido Comunista e as pessoas acusadas de pertencer ao partido estavam totalmente na defensiva, ameaçadas. No caso dos atores de Hollywood, os estúdios podiam decidir quem podia trabalhar ou não. No Brasil, acho que as pessoas não levaram a lista muito a sério. Não sei se os artistas estão revoltados com isso ou achando meio ridículo.

Após um longo domínio, partidos de esquerda vêm perdendo força não só no Brasil, mas em vários países da região. Estamos assistindo ao início de um ciclo da direita na região?
Pode ser. O problema é: a outra alternativa econômico-social vai resolver os problemas que existem na América Latina? Vai resolver a questão da desigualdade social ainda gritante? Se não, a esquerda vai voltar ao poder para tentar de novo, espero que desta vez com mais clareza sobre os processos democráticos.

Há alguma relação entre o declínio da esquerda nos vários países da região?
Acho que tem muito a ver com crise econômica mundial, que afetou América Latina tardiamente. A China entrou em crise, e isso causou problemas para a economia brasileira. Se a economia brasileira tivesse tido uma expansão contínua no governo, essas crises não teriam tanta força.

Se o modelo econômico da América Latina, que dura 500 anos e envolve exportar só matérias-primas para conseguir importações de produtos manufaturados, se esse modelo segue, ele está muito vulnerável a altos e baixos do mercado.

Mas acho que a questão nacional afeta muito mais e que se um governo como o de Lula não consegue também criar um procedimento interno com mobilização de forças, de participação democrática, ele se desgasta.

Fonte: BBC Brasil

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Barbalha (CE): Penitentes perpetuam tradição

Velas acesas e orações em forma de cânticos. É dessa forma que grupos de penitentes da região do Cariri mantém viva a tradição secular neste período da Semana Santa. Na noite de ontem, os fiéis saíram em procissão, pelo centro histórico, ressoando benditos das incelenças. Conforme a tradição cultural, durante o percurso, os penitentes saem com velas ou tochas acesas. Antes, porém, em frente à Igreja do Rosário, alguns devotos realizaram ritual de autoflagelação para, em seguida, rezarem um terço.

O agricultor Cícero Jerônimo de Sousa, 43, realiza as penitencias desde os 12 anos de idade. Há 18 passou a realizar o autoflagelo para, segundo ele, "purificar o corpo dos pecados". Para Jerônimo, a Semana Santa é o período de "lembrar o sofrimento vivido por Jesus Cristo e louvar por Ele ter dado a vida por nós". Durante a procissão, Cícero cantou incansavelmente o cântico Martírio de Jesus.

Tradição
O decurião do grupo da cidade de Abaiara, Manoel Cândido Pereira, conta que o grande desafio atualmente é "trazer a juventude para que a tradição não morra". Aos 85 anos, ele sai em procissão há mais de seis décadas e enfatiza que a fé o mantém fiel aos costumes ensinados pelos pais. "Entrei no grupo quando tinha 22 anos e estou até hoje, com muita fé em Deus e no Padim Ciço, e quero ficar até meus últimos dias de vida", conta.

O mais novo dos penitentes tem apenas dez anos, mas já entende bem o significado deste momento. Felipe Alexo dos Santos explica que entrou no grupo no ano passado, por iniciativa própria, e incentivou os primos mais velhos a participarem. "É um momento importante porque celebramos Jesus Cristo. Me sinto contente em participar e no dever de trazer mais pessoas", pondera o garoto.

O secretário de Cultura de Barbalha, Antônio de Luna, ressalta que este momento é uma forma de valorizar a tradição e fortalecer esses grupos. "Nosso objetivo é assegurar a manutenção desta cultura, fazendo com que a tradição seja repassada de geração para geração", pontuou. Ele destacou, ainda, a importância da regionalização dos penitentes. "Hoje temos uma mescla de grupos de várias cidades do Cariri, importante para a troca de conhecimentos e para mostrar a sociedade que a tradição ainda se mantém viva", concluiu.

ANDRÉ COSTA
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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Dilma diz que jamais renunciará e que impeachment sem crime é golpe

A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta terça-feira (22) que não renunciará ao cargo e que o processo de impeachment em curso no Congresso é uma tentativa de golpe porque não foi cometido crime de responsabilidade. "Não cabem meias palavras. O que está em curso é um golpe contra a democracia. Eu jamais renunciarei."

Dilma disse que a tentativa de derrubá-la é tramada nos "porões da baixa política". "Eu preferia não viver esse momento, mas que fique claro que me sobram energia, disposição e respeito à democracia para enfrentar a conjuração que ameaça a estabilidade democrática do país."

As afirmações foram feitas em discurso no Palácio do Planalto, em Brasília, durante encontro com juristas que criticaram o processo de impeachment e a divulgação de gravações telefônicas da presidente interceptadas pela operação Lava Jato.

"Todos sabemos que nossa constituição prevê impeachment como instrumento para afastar o presidente desde que haja crime de responsabilidade claramente demonstrado. Na ausência de crime claramente comprovado, o afastamento torna-se ele próprio um crime contra a democracia", afirmou Dilma.

A principal acusação contra Dilma no processo de impeachment é que o governo teria praticado manobras contábeis chamadas de pedalas fiscais. A oposição estuda apresentar outro pedido de impeachment com base na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que a presidente tentou interferir nas investigações da operação Lava Jato.

"Não cometi nenhum crime previsto na Constituição para justificar a interrupção de meu mandato. Condenar alguém por um crime que não cometeu é a maior violência que se pode cometer contra qualquer pessoa. Já fui vítima de injustiça durante a ditadura e lutarei para não ser vítima de novo em plena na democracia."

Para Dilma, as ações de seus opositores ameaçam a democracia e podem representar um golpe. "Pode-se descrever um golpe de Estado com muitos nomes, mas ele sempre será o que é: a cultura da ilegalidade, atentado à democracia. Não importa se a arma do golpe é um fuzil, uma vingança ou a vontade de alguns de chegar mais rápido ao poder."

"Oposição inconformada"
A presidente disse que o encontro com juristas representou o lançamento de uma nova campanha pela legalidade, repetindo a iniciativa tomada em 1961 pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, para defender que o vice-presidente João Goulart tomasse posse, conforme a lei, depois da renúncia do presidente Jânio Quadros. Na época, a oposição tentou impedir a posse de Goulart.

"Denuncio aqui a estratégia do 'quanto pior melhor' que parte das oposições assumiu desde o início do meu segundo mandato inconformada com o resultado as eleições [de 2014]", disse a presidente.

Dilma declarou que a estratégia de seus opositores é antirrepublicana e antidemocrática e consiste na tramitação de pautas bombas no Congresso e na "busca de motivos falsos e inconsistentes" para tirar seu mandato.

Tolerância, diálogo e paz
Sem citar o nome do juiz Sergio Moro, a presidente criticou a divulgação de suas conversas telefônicas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A democracia é afrontada e ameaçada quando o encarregado de executar a Justiça opta por descumprir as leis e a Constituição."

Ela cobrou imparcialidade da Justiça. "Eu espero ouvir o som do martelo da Justiça sendo batido por juízes, magistrados e ministros sensatos, serenos e imparciais."

Na parte final do discurso, Dilma adotou um tom pacificador e pregou tolerância e diálogo. "Queremos diálogo e paz. Isso só será possível se preservarmos a democracia."

Fonte: UOL

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Executivo da Odebrecht cita doação eleitoral a Aécio em depoimento à PF

O presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Junior, afirmou à força tarefa da Operação Lava Jato que trocou mensagens em novembro de 2014 com o presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, sobre doação eleitoral ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), que havia sido derrotado no mês anterior na disputa eleitoral pela presidência da República.

No depoimento à Polícia Federal em 24 de fevereiro, revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" na segunda-feira (22), Barbosa disse que na mesma oportunidade comentou sobre preocupação de Aécio em relação a possível investigação contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral Filho (PMDB-RJ).

No fim de seu interrogatório em fevereiro, Barbosa disse à delegada Renata da Silva Rodrigues que gostaria de esclarecer o teor de mensagens trocadas com Marcelo e que foram citadas pela PF em representação datada de 5 de fevereiro. No texto da petição, a PF colocou tarjas pretas em palavras que pudessem indicar políticos com foro privilegiado.

Na mensagem interceptada pela PF e reproduzida na representação, Marcelo escreveu a Barbosa: "Vc [você] acabou não falando depois. [tarja preta] está preocupado com SCF e outros no tema MF".

Barbosa então respondeu: "Ok, preciso resolver R$ 100 mil [tarja preta]. Vou aproveitar esse momento PT/PSDB".

Para a PF, essa troca de mensagens confirma "a noção de que Benedicto é funcionário acionado por Marcelo para a tratativa de assuntos escusos, certamente não se limitando a obter recursos para financiamento oficial de campanhas eleitorais".

Porém, em seu depoimento de fevereiro, Barbosa afirmou que em tais mensagens tratou "de doação eleitoral relacionada a Aécio e Piciani e não há nada de criminoso a respeito da tal doação".

Nas eleições de 2014, Jorge Picciani (PMDB-RJ) foi eleito deputado estadual e ocupa o cargo de presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, e seu filho, Leonardo Picciani, foi eleito deputado federal e é líder do PMDB na Câmara.

Porém, no texto do depoimento não há explicação sobre qual deles recebeu a doação eleitoral.

Na oitiva, Barbosa ainda indicou que na troca de mensagens mencionou preocupação de Aécio sobre investigações ligadas a Márcio Faria, ex-executivo da Odebrecht preso na Lava Jato.

Outro lado
Em nota, a assessoria de Aécio Neves informou que "o depoimento mencionado pelo jornal apenas confirma as informações prestadas à Justiça Eleitoral. É de conhecimento público que a empresa Odebrecht, assim como diversas outras, fez doações à campanha do PSDB, inclusive, como prevê a lei, depois das eleições, para cobrir débitos existentes".

"Com relação aos diálogos publicados, o senador desconhece o contexto em que se deram e não é parte de nenhum deles, não tendo, portanto, nada o que acrescentar", completa a nota.

A assessoria de Jorge e Leonardo Picciani relatou que "não constam recursos da Odebrecht para nenhuma das campanhas da família Picciani, nem de forma direta nem indireta".

De acordo com a assessoria, "a única explicação que pode haver para que o nome de Picciani ter sido citado neste contexto é o fato de ele, como é sabido, ter coordenado, no Rio, a campanha presidencial de Aécio Neves em 2014, tanto no primeiro quanto no segundo turno".

"A atuação de Picciani, entretanto, era apenas política. Ele nunca tratou de questões relativas ao financiamento da campanha de Aécio, cujas despesas eram de responsabilidade exclusiva do comitê financeiro do candidato", segundo a assessoria dos políticos cariocas.

Nota de Benedicto Barbosa Junior e da Odebrecht aponta que "Benedicto Junior prestou todos os esclarecimentos em sua oitiva, buscando apenas esclarecer o que considera equívocos em relação à análise feita pela Polícia Federal de suas conversas com Marcelo Odebrecht. No mesmo depoimento, Benedicto Junior detalhou claramente como se dá o processo de definição das doações eleitorais no grupo Odebrecht".

Fonte: Folha.com

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Uso da pílula do câncer é aprovado no Senado mesmo sem registro da Anvisa

Um acordo entre os líderes partidários no Senado permitiu a votação nesta terça-feira (22) do projeto de lei que garante aos pacientes de câncer o direito de usar a fosfoetanolamina, mesmo antes de ela ser registrada e regulamentada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A lei vai para sanção da presidente Dilma Rousseff.

A aprovação do Senado acontece na mesma semana em que os primeiros relatórios de pesquisa sobre a pílula apontaram que a eficácia da fosfoetanolamina contra o câncer é pequena ou inexistente.

A substância, que ficou conhecida como pílula do câncer, ainda não foi testada cientificamente em animais ou pessoas. Estudos com humanos só devem acontecer a partir do segundo semestre de 2016, segundo estimativa do MCTI, que investirá R$ 10 milhões nessas pesquisas em três anos.

A pílula, fabricada por Salvador Claro Neto, do Instituto de Química da USP São Carlos, foi distribuída gratuitamente aos pacientes durante anos mesmo sem a comprovação científica de sua eficácia. Segundo estudos pagos pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, as pílulas possuem composição irregular, com um máximo de 32,2% de fosfoetanolamina.

Suspensão de distribuição
Desde que a USP suspendeu a distribuição da fosfoetanolamina, uma "guerra" de liminares na Justiça teve início por parte dos pacientes que dizem se beneficiar do uso da pílula do câncer.

O projeto aprovado pelo Senado libera o uso da substância mesmo sem o registro da Anvisa para pacientes que apresentem laudo médico comprovando o diagnóstico de câncer e assinem um termo de responsabilidade pelo uso do remédio experimental.

Projeto de lei não regulamenta produção
No entanto, para produzir, prescrever, importar e distribuir a substância, os agentes deverão ser regularmente autorizados e licenciados pela autoridade sanitária competente.

O texto é originário da Câmara dos Deputados e não recebeu alterações no Senado. Antes de sua votação no Senado foi aprovado um requerimento de urgência e um acordo de líderes permitiu a quebra dos interstícios regimentais para a aprovação em plenário ainda hoje. O texto segue agora para sanção da presidenta Dilma Rousseff.

Fonte: UOL

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Gleisi apresenta projeto para acabar com vazamentos de delações premiadas e processos

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) criou um projeto para acabar com os vazamentos de delações premiadas e processos judiciais. Sob análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no Senado Federal, o PLS 123/2016 retira o segredo de justiça de processos que forem divulgados "indevidamente" na imprensa. O documento foi protocolado na Casa na quinta-feira, 17, dia seguinte à divulgação do áudio de conversas do ex-presidente Lula.

Segundo Gleisi, o projeto "protege os indivíduos contra os danos que a exposição dos fatos contidos no processo causariam". Ela acredita que "se vazar uma parte do processo, todo conteúdo deve ser divulgado".

A senadora disse ainda que, após o vazamento seletivo do conteúdo do processo, não há mais razão de haver sigilo. "O segredo de justiça é uma instituição largamente utilizada pelo processo penal. Quando a delação premiada foi instituída em 2013, até foi um projeto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi votado no Congresso, o acordo de delação premiada também se submeteu ao sigilo. Ocorre que com esses últimos casos que nós estamos tento da Operação Lava Jato, as delações foram usadas para fazerem vazamentos seletivos", disse.

Como justificativa, Gleisi disse que esse tipo de divulgação pode trazer prejuízos "irreparáveis às pessoas que tiveram nomes vazados". O projeto também impõe um tratamento mais cauteloso das ações por parte da polícia, do Ministério Público e do Poder Judiciário.

A intenção da senadora é "obrigar as entidades a agir de forma mais responsável" para evitar os vazamentos. "Se for realmente para resguardar o segredo de justiça, a autoridade encarregada pelo processo vai ter que tomar todos os cuidados", declarou a petista.

Recentemente, a senadora foi citada na delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), que falou sobre a suposta atuação de senadores petistas em negociatas para a obtenção de recursos para campanhas eleitorais aos cargos do Legislativo.

No acordo firmado com a Procuradoria-Geral da República, Delcídio avaliou que "se deve dar atenção especial" para o período no qual a senadora Gleisi atuou como diretora financeira de Itaipu. Na época, ela negou as acusações e disse que "os comentários" de Delcídio "não apontam qualquer ilícito".

Fonte: Estadão

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Três razões pelas quais ser impaciente pode ser prejudicial à saúde

Em uma sociedade em que o tempo livre está cada vez mais escasso, a impaciência é uma característica que tem se tornado bastante comum.

A espera pelo ônibus atrasado, aquele choro interminável de um bebê e a fila eterna no supermercado são situações cotidianas, mas, até diante dessas pequenas coisas, nossa paciência não dura muito.

Aprender a esperar realmente nunca foi fácil, porém fazer isso pode ser muito importante. Pelo bem-estar diário e também para evitar problemas de saúde.

Quando ficamos irritados e impacientes, os níveis de estresse e adrenalina aumentam. Existem outros perigos vinculados à falta de paciência, que, ao menos à primeira vista, não parecem tão evidentes e podem ser preocupantes.

1) Obesidade
Especialistas apontam que pessoas impacientes têm mais probabilidade de serem obesas do que aquelas que sabem esperar. Isso porque elas tendem a não se alimentar da maneira mais correta e a consumir maiores quantidades de alimentos –especialmente daquelas comidas rápidas, congeladas ou instantâneas.

Segundo os economistas Charles Courtemanche, Garth Heutel e Patrick McAlvanah, que publicaram o estudo "Impaciência, Incentivos e Obesidade" no "Economic Journal", em 2015, o acesso fácil a alimentos pouco saudáveis é uma das causas principais que afeta especialmente quem tem "pavio curto".

De acordo com o estudo, "as pessoas mais impacientes se veem mais afetadas pela disponibilidade desses alimentos rápidos a preços acessíveis, que levam ao aumento da obesidade dessa parte da população".

"Poderíamos pensar que talvez agora pelo fato de termos mais acesso a diferentes tipos de alimentos, acabamos comendo mais e consequentemente ganhamos peso", disse Courtemanche ao "Washington Post". "Mas é mais complicado do que isso; o barateamento da comida só altera o comportamento de um tipo determinado de pessoas", acrescentou o especialista.

Além disso, a impaciência constante –e a consequente ira e tensão que vêm com ela– faz com que nosso organismo libere adrenalina e cortisol, hormônios que podem gerar um aumento de peso.

A gordura acaba sendo aderida às paredes das nossas artérias, aumentando ao mesmo tempo a possibilidade de sofrer um ataque do coração.

2) Hipertensão
A Associação Médica Americana (JAMA, na sigla em inglês) inclui a impaciência como um fator de risco para hipertensão entre adultos jovens.

Um estudo feito na Escola Freinberg de Medicina da Universidade do Nordeste de Chicago, com análises de 3,3 mil casos ao longo de 15 anos, observou que o tipo de personalidade A (aquele que corresponde a pessoas impacientes e hostis) tem um risco 84% maior de sofrer de hipertensão em comparação a quem tem uma personalidade mais tranquila.

O motivo, apontam os especialistas, é o estresse associado à impaciência, que pode tornar os vasos sanguíneos mais estreitos, aumentando a pressão arterial.

"A ideia de que o padrão de conduta tipo A é ruim para a saúde existe há muitos anos", declarou Barbara Alving, da Escola de Saúde Pública de Maryland, nos Estados Unidos. "Esse estudo nos ajudou a compreender quais aspectos desse tipo de comportamento prejudicam nossa saúde."

Para Alving, a hipertensão arterial "é uma condição complexa, que implica fatores biológicos e alimentares", ainda que o estudo demonstre que "o comportamento e o estilo de vida podem ter um papel fundamental na prevenção e no tratamento da doença".

A hipertensão é um fator de risco importante para doenças do coração, fígado e de acidentes cardiovasculares.

3) Envelhecimento
Por último, um estudo da Universidade Nacional de Singapura e das universidades americanas de Berkeley e da Pensilvânia, recentemente divulgado na publicação "Proceeding of the National Academy of Science", revelou que ser impaciente também pode acelerar o envelhecimento. É que os telômeros (extremos dos cromossomos do DNA) são mais curtos em pessoas impacientes.

Essas estruturas, que protegem o DNA de sua degradação, estão associadas à longevidade, e os cientistas acreditam que quanto mais rápido desaparecem, mais rápido essas pessoas envelhecem.

Segundo os pesquisadores (que só observaram esse fenômeno nas mulheres) falta ainda verificar se é a impaciência que acelera o envelhecimento ou se, ao contrário, as pessoas com telômeros mais curtos "sabem" de alguma forma que vão envelhecer antes e desenvolvem uma personalidade mais impaciente.

No fim, assim como diz o ditado popular, "a paciência é a mãe de todas as ciências".

Fonte: BBC Brasil

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Não há irregularidades que deem razão a impeachment, diz José Serra

Em palestra na Universidade Harvard (EUA), o senador José Serra (PSDB-SP) disse que "impeachment não é programa de governo de ninguém" e defendeu que a oposição precisa ter responsabilidade.

"Impeachment é quando se constata uma irregularidade que, do ponto de vista legal, pode dar razão a interromper um mandato. E eu acho que essa questão ainda não está posta", disse o senador neste sábado (18).

A fala de Serra contraria o presidente do PSDB, Aécio Neves, que disse na última quinta (16) que a sigla pedirá o impedimento da presidente Dilma Rousseff caso se comprove a participação dela nas chamadas "pedaladas fiscais" –manobras feitas pelo Tesouro com dinheiro de bancos públicos para reduzir artificialmente o deficit do governo em 2013 e 2014.

Segundo Serra, o clima para o impeachment se deve ao desejo de "três quartos da população" que está insatisfeita.

"É óbvio que a crise é toda responsabilidade do governo. Não é a ação da oposição, nem do Ministério Público, nem do Congresso", afirmou.

O tucano defendeu que a oposição tem que se mobilizar em fazer denúncias, críticas e propostas. "Não dá para fazer de conta que o Brasil está sem problemas de médio e longo prazo."

As afirmações se alinham com as do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que no fim de semana afirmou que o pedido de impeachment depende de fatos objetivos e que seria "precipitação" abrir um processo neste momento.
À esquerda do PT
Bastante à vontade, Serra deu conferência de uma hora e meia, na qual disse ser "mais à esquerda que o PT", que classificou de "reacionário, um partido de corporações".

O senador condenou aspectos do ajuste fiscal proposto pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda), que tem "um mundo de contradições", já que, na opinião do tucano, "piora a curto prazo tudo o que pretendia resolver."

"O ajuste fiscal é desajustado. Aprofunda a inflação, pela correção dos preços administrados defasados", afirmou.

"Desacelera a economia, perde a receita, aumenta o déficit. Aumenta juros, portanto aumenta a despesa. Só o aumento de juros que Dilma fez depois de eleita custa 27 bilhões de reais por ano. Isso é metade do resultado primário que se quer obter."

O senador reclamou à plateia de 300 pessoas, formada principalmente por estudantes brasileiros, que não se debate assuntos sérios no Brasil, "nem no Congresso".

Ele defendeu que a retomada do crescimento se daria com investimentos em infraestrutura, abertura para o comércio exterior "para aproveitar o câmbio favorável" e a "reconstituição do sistema de petróleo".

Fonte: Folha.com

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O cochilo da tarde pode fazer mal ao coração

Embora tirar uma soneca a tarde seja o sonho de quase todas as pessoas, a prática pode aumentar o risco de morte prematura. De acordo com um estudo apresentado esta semana durante a 65ª Sessão Científica Anual do American College of Cardiology, tirar um cochilo de mais de 40 minutos ou ficar excessivamente cansado durante o dia está associado a um maior risco de síndrome metabólica.

A síndrome metabólica é uma condição que envolve diversos fatores, como pressão arterial, colesterol e açúcar no sangue elevados e excesso de gordura ao redor da cintura. Todos esses, por sua vez, estão relacionadas a um aumento do risco de doença cardíaca.

Pesquisadores da Universidade de Tóquio decidiram avaliar dados de 21 estudos observacionais, envolvendo 307.237 pessoas para avaliar o impacto da soneca - prática comum em várias partes do mundo - na saúde das pessoas. Os participantes responderam questões relacionadas ao seu nível de cansaço durante o dia, duração de sonecas e histórico clínico.

Os resultados mostraram uma forte associação entre o tempo de cochilo e o risco de desenvolvimento de síndrome metabólica. De acordo com os autores, quanto mais longa for a soneca, pior.

Felizmente, cochilos de até 30 minutos possuem efeito contrário: fazem bem ao coração. "O sono é um componente importante do nosso estilo de vida saudável, bem como a dieta e o exercício. Pequenos cochilos podem ter um efeito benéfico sobre nossa saúde, mas nós ainda não sabemos a força desse efeito ou o mecanismo pelo qual ele funciona," disse Tomohide Tamada, principal autor do estudo, reforçando que são necessárias mais pesquisas sobre o assunto.

Fonte: Veja

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