Crato (CE): André Barreto e Otonite Cortez devem compor o secretariado de Zé Ailton

O vice-prefeito eleito da cidade do Crato, André Barreto (PDT) é um dos primeiros nomes colocados como membros da gestão de Zé Ailton Brasil (PP) no município. A informação é do próprio prefeito eleito. Ele afirmou que o vice não deve se limitar a um cargo político, como é pratica nas chapas eleitas.

A declaração ocorreu na tarde dessa terça-feira (11) quando Zé Ailton apresentou a equipe que participará do processo de transição entre as duas gestões. Ainda não há uma definição sobre qual pasta André irá ocupar. Os nomes que devem compor o secretariado serão definidos após o processo de transição e de uma reforma administrativa, que Zé Aílton afirma que deve realizar.

Nos bastidores
Apesar do segredo sobre os possíveis nomes para montar a gestão municipal a partir de 2017 no município do Crato, o nome que mais está em evidência para assumir uma das pastas é o da professora Otonite Cortez. Ela tem se mostrado braço-direito do prefeito eleito desde a campanha. Já figura entre os nomes da equipe de transição e anda está dentro do critério político para isso.

Outro fator que contribui para que a professora possa compor o quadro do secretariado é o seu gabarito. Há pouco mais de um ano a professora deixou a reitoria da Urca (Universidade Regional do Cariri). Acredita-se que Otonite deve ser o nome indicado para a secretaria de Educação do Crato.

Adriano Duarte

Fonte: Miséria

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As 10 carreiras que mais causam depressão

Exaustão, acúmulo de estresse e pressão a todo o momento. Esses são alguns dos males contemporâneos que podem causar depressão nos profissionais. Imagine então se a profissão que você escolheu está constantemente ligada a muitas outras características como essas?

O site da revista Health listou as 10 profissões que são mais propensas que seus profissionais tenham depressão, ocasionada por estilos de vida incomuns e estressantes. Para a a conselheira de saúde mental e PhD, Deborah Legge, há certos aspectos que apontam que qualquer trabalho pode contribuir para exacerbar a depressão. “Porém, pessoas que trabalham com cobranças e tensão têm maiores chances de desenvolver a doença do que, por exemplo, pessoas que trabalham com gestão. Às vezes, os profissionais não se dão conta que estão doentes e que precisam de ajuda”, disse Legge.

Você ficou na dúvida se sua profissão está na lista? Confira abaixo as 10 carreiras que precisam de atenção:

Enfermeiras e cuidadoras de crianças
Esse grupo de profissionais está no topo da lista, com quase 11% que enfrentam a doença. Um dia típico pode incluir alimentação, banho e cuidar de pessoas que são incapazes de expressar gratidão e apreciação, "pois, eles estão muito doentes e muito pequenos para isso. Ou simplesmente não têm esse hábito”, revela o psicólogo clínico da Tufts University, Christopher Willard. “É estressante ver as pessoas doentes e não conseguir motivá-las positivamente”.

Garçons
Muitos garçons têm salários baixos e enfrentam jornadas de trabalho cansativas, tendo de lidar com inúmeras pessoas mal-educadas e briguentas. Enquanto 10% destes profissionais que enfrentam depressão a mais que no ano anterior, quase 15% são mulheres. “Muitas vezes, esse trabalho é ingrato. As pessoas podem ser rudes e há grande esforço físico diário. Quando as pessoas estão deprimidas, é difícil ter energia e motivação”, ressalta Legge.

Assistentes sociais
Não é surpresa constatar que os assistentes sociais estão entre os cargos com maiores chances de depressão. Lidar com crianças vítimas de abuso ou abandono e famílias à beira de inimagináveis crises e combinar essas situação com muita burocracia pode deixar qualquer profissional estressado.

“É errado cultivar uma cultura que dita sacrifícios emocionais em pró de um bom trabalho”, diz Willard. Isso se aplica, principalmente, com os assistentes sociais, que trabalam com pessoas carentes e se sentem presos ao próprio trabalho, por achar que não estão dando o máximo de si. É uma pressão muito grande atribuir ao seu trabalho sentimentos como tristeza, dor, felicidade, culpa.

Profissionais da saúde
Médicos, enfermeiros, terapeutas, fisioterapeutas e outros profissionais da área da saúde. Essas carreiras exigem longas e cansativas horas de trabalho e nos mais improváveis horários, tudo com muita atenção e cuidado. Além de atingir o físico, esses profissionais estão constantemente colocados em situações extremamente emotivas, em que vidas de outras pessoas estão em suas mãos, literalmente.

Em outras palavras, o estresse e a pressão sempre desafiará seu bem estar. “Todos os dias eles estão lado a lado com doenças, traumas e mortes, além de lidar com membros da família dos pacientes. Isso pode gerar uma triste perspectiva, que todo o mundo é assim”, lembra Willard.

Artistas e escritores
Essas carreiras podem trazer contracheques irregulares, horas incertas e isolamento. Muitos diriam que pessoas criativas são menos tristes, mas pense se as mesmas não conseguem ter inspiração? De acordo com a publicação, houve um aumento de 9% dos profissionais da área que relataram problemas com depressão, em relação ao ano passado. “O que mais eu vejo é bipolariedade entre os artistas. A depressão é comum para aqueles que trabalham com artes, pois seu estilo de vida contribui para isso”, afirma Legge.

Professores
Muitos professores trabalham em mais de uma ou duas escolas e ainda levam trabalho para casa. Em outras situações, eles aprendem a fazer muito com pouco recurso e tempo. “Há pressão para dar um bom ensino as crianças. Seus pais e escolas cobram do professor o cumprimento de normas e de demandas diferentes”, considera Willard. Para ele, as constantes cobranças podem fazer os profissionais esquecerem da razão de ter escolhido a área.

Profissionais de apoio administrativo
Pessoas dessas áreas, que incluem secretárias e atendentes, sofrem de um caso clássico: alta demanda, baixo comando. Eles estão na linha de frente, recebendo ordens de todas as direções, tanto dos clientes quanto dos patrões. Ainda, são normalmente mal-remunerados e se sentem inferiores por não ter poder para fazer além. Antes de duvidar do estresse causado por essa carreira, conte quantas vezes você já ouviu de algum atendente ou secretária a frase “isto não está ao meu alcance. Poderei lhe encaminhar para o gerente, aguarde”.

Além disso, não são reconhecidos por seu trabalho e ainda precisam contornar educadamente qualquer crise de seus patrões ou consumidores.

Profissionais de manutenção
Como iria se sentir caso apenas fosse procurado quando algo der errado? Isso é essencialmente o “ganha-pão” dos profissionais de manutenção, como encanadores, pintores, eletricistas, entre outros. Eles também têm de trabalhar horas incomuns, pois para atender a demanda, precisam ser rápidos e acessíveis, senão perdem para a concorrência.

Ainda, ganham pouco e fazer trabalhos cansativos. “Em termos de colegas de trabalho, eles são isolados, e isso pode ser um trabalho um tanto solitário”, pontua Willard.

Consultores financeiros e contabilistas
A frase “tempo é dinheiro” se coloca perfeitamente na situação. A maioria das pessoas não gostam de lidar com seus próprias finanças, então imagine lidar com milhares ou até milhões de outras pessoas? “Há grande responsabilidade em cuidar de finanças que não são suas e, ainda por cima, o profissional não tem controle do mercado. Nem sempre é sua culpa, mas mesmo assim, os clientes perdem dinheiro e eles provavelmente tirarão satisfações tão pouco educadas com esses profissionais”, ressalta Legge.

Fonte: Yahoo!

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Brasil fecha acordo para emprestar dinheiro ao FMI

Se nas décadas de 1980 e 1990 o Brasil recorreu a empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) em várias ocasiões, agora o País está em outro papel. Credor em moeda estrangeira desde 2008, quando Luiz Inácio Lula da Silva era presidente, o Brasil participará pela primeira vez de um "acordo bilateral" (Bilateral Borrowing Agreeement) com o FMI. Na prática, emprestará dinheiro ao fundo, se houver necessidade.

O acordo foi assinado pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, e pela diretora do FMI, Christine Lagarde, na última quinta-feira, 6, em Washington. Ele prevê que o Brasil pode emprestar até US$ 10 bilhões ao fundo. Outras 25 nações também fecharam acordos equivalentes. O acordo bilateral vale até o fim de 2019, mas pode ser prorrogado por mais um ano, se houver consentimento do País. Se o empréstimo for acionado, os recursos continuarão a fazer parte das reservas brasileiras, hoje na casa dos US$ 375 bilhões, mas o FMI pagará juros.

Esta não é, de acordo com o Banco Central, a primeira vez que o Brasil contribui com recursos de empréstimo ao FMI. Desde 2011, o Brasil participa de um acordo semelhante ao bilateral, o New Arrangements to Borrow (NAB), que é um arranjo multilateral de empréstimos. Atualmente, o NAB conta com 40 membros.

A primeira fonte de recursos do FMI é, tradicionalmente, a proveniente das contas de cada membro - incluindo o Brasil. Depois disso, se for necessário, o fundo utiliza o dinheiro ligado ao NAB. A terceira opção são os recursos vindos dos acordos bilaterais, como este assinado pelo Brasil. Até hoje, eles nunca foram utilizados.

Fonte: Estadão Conteúdo (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

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Fazer tudo ao mesmo tempo é produtivo ou não?

É um mal do mundo moderno: trabalhar, estudar, abrir 20 abas no navegador, falar no telefone, teclar mensagens sem fim nos smartphones, postar nas redes sociais, comer ao mesmo tempo em que se atualiza com as notícias, ouvir música e ainda conversar com o colega ao lado do trabalho ou faculdade: tudo ao mesmo tempo.

Todas essas tarefas, entre tantas outras que fazemos rotineiramente, podem acabar resultando em um caos no nosso cérebro.

Isso porque, quando se assume a posição multitarefas, que está cada vez mais disseminada entre nós hoje em dia, essa ação pode gerar o contrário do que desejamos, ou seja, em vez de nos deixar mais produtivos, nós ficamos menos concentrados, além de impossibilitados de aprender e prestar a atenção em algo muito importante, por exemplo.

Pesquisas
Clifford Nass, professor de comunicação da Universidade de Stanford, defende a ação da “monotarefa”, em que você se concentra apenas em uma ação para depois passar para a outra, a fim de se dedicar com mais atenção a cada uma deles. De acordo a pesquisa de Nass, quanto mais coisas você faz ao mesmo tempo, menor a sua capacidade de aprender, de se concentrar ou mesmo de ser agradável com as pessoas.

aça um teste: quando estiver em casa, coloque em um canal de notícias que tenha algumas manchetes passando na parte inferior com resultados de futebol, tragédias do dia, etc. Com certeza, você ficará menos propenso a se lembrar do que o apresentador estava noticiando. E por que isso acontece? Porque esse tipo de ação multitarefa reduz a sua capacidade de filtrar informações aparentemente irrelevantes.

“Temos escalas que nos permitem dividir as pessoas em pessoas que são multitarefas o tempo todo e as pessoas que raramente o fazem, e as diferenças são notáveis. As pessoas que fazem tudo ao mesmo tempo não podem gerenciar uma memória de trabalho. Eles são cronicamente distraídas”, afirmou Nass ao NPR.

Foco perdido
Segundo o pesquisador, a consequência desse comportamento é que se torna impossível sustentar a atenção nas coisas e, com o tempo, isso acaba reestruturando o nosso cérebro de alguma forma. Ele compara o nosso cérebro ao plástico, por ser extremamente adaptável, fazendo referência à teoria neuroplasticidade.  Porém, ele afirma que ele não é elástico, ou seja, ele pode se adaptar, mas não volta a ser o que era.

"Nós treinamos nossos cérebros para uma nova maneira de pensar. E então, quando tentamos reverter nossos cérebros, eles não voltam à sua forma”, disse Nass, querendo afirmar que uma vez multitarefas, é difícil voltar a se dedicar a apenas uma tarefa por vez.

Por exemplo, como isso afeta nosso trabalho? Segundo o especialista em ética de negócios, James O`Toole, os perigos de multitarefa são variados. Confira alguns abaixo:
  • Sabota a inteligência emocional: em vez de abordar a pessoa na frente de você, você manda uma mensagem de texto;
  • Nos torna menos criativos: a atenção é essencial para a criatividade. Se você não consegue focar, é impossível criar.
Fonte: Mega Curioso (via Fast Company e NPR)

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PEC 241 condena país a "atraso intelectual de 20 anos", diz cientista da USP

A aprovação em primeiro turno na Câmara da PEC 241 (Proposta de Emenda à Constituição), que visa limitar gastos públicos em áreas como saúde e educação, gera preocupação também em renomados cientistas brasileiros. Para a classe, o projeto afetará a produção intelectual nacional.

Um dos críticos é Paulo Artaxo, físico da Universidade de São Paulo (USP) e membro do painel climático da ONU que foi um dos três brasileiros presentes em lista da Reuters de 2015 dos cientistas mais influentes do mundo. Artaxo, que tem como campo de estudo a Amazônia e mudanças climáticas na região, diz que enxerga um futuro desolador para a ciência no Brasil em caso de aprovação da emenda.

A preocupação de Artaxo vai além. O pesquisador nacional lembra que a diminuição dos recursos é só um dos aspectos que envolve a PEC. O pior, para ele, é a filosofia do governo Temer para a área.

"É toda uma filosofia do atual governo de não valorizar a educação desde os níveis mais fundamentais, de não valorizar o desenvolvimento científico e tecnológico. Isto é uma questão estratégica e fundamental para o país que o atual governo não só não quer apoiar nos próximos anos como também está alterando a Constituição para um atraso nos próximos 20 anos. É muito sério para as gerações futuras", opina Artaxo.

Para o cientista, o Brasil conseguiu uma posição de liderança no cenário mundial em várias áreas da ciência graças aos investimentos feitos na última década, apesar de ter sofrido corte de verba nos últimos anos com a crise. Mas, para Artaxo, nada se compara com o que a PEC pode provocar - o físico está na Suécia em um novo projeto e diz que a emenda é criticada até por lá.

"Quando você congela o orçamento das universidades por 20 anos, obviamente vai ter um impacto muito negativo em todo o sistema educacional brasileiro. Não só nas universidades, mas também nelas. Universidades que estão em 2016 com problemas sérios para manter as atividades vão piorar muito mais", explica.

Antes da aprovação da PEC, a ABC (Academia Brasileira de Ciências) e a SBPC (Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência) encaminharam uma carta a todos os deputados em que pedem a manutenção de recursos para educação, ciência, tecnologia e inovação "em conformidade com as necessidades dessas áreas" e em que avisam que tirar recursos destas áreas não melhora a crise.

Quem segue a mesma tendência é Flávio Kapczinski, cientista brasileiro da área de psiquiatra e que está na pré-lista das mentes mais influentes de 2016 elaborada pela Reuters. Kapczinski prefere não avaliar a PEC por desconhecer o tamanho da redução, mas pede que recursos não sejam tirados.

"O governo precisa manter um olhar bem atento para que não se desconstrua algo que se construiu a duras penas. O meu partido é o partido da ciência. Se houver redução, será preocupante. Espero que não ocorra diminuição nos orçamentos de ciência e tecnologia, que já estão em uma situação limite", diz.

Nos últimos dias, a PEC já foi alvo de críticas de especialistas na área de saúde, outro setor sensível que será afetado pelo congelamento de gastos. Até mesmo o médico Drauzio Varella gravou vídeo criticando a emenda.

Entenda a PEC
A PEC propõe limitar o crescimento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos ao percentual da inflação nos 12 meses anteriores. Na prática, a medida congela os gastos do governo, já que a reposição da inflação apenas mantém o mesmo poder de compra do Orçamento.

O principal objetivo da proposta é conter o avanço da dívida pública. A ideia é que ao arrecadar, com impostos, mais do que gasta, o governo consiga reduzir o total da dívida.

A equipe econômica do governo também aposta na provação da medida como uma forma de reconquistar a credibilidade do mercado, o que atrairia investimentos e favoreceria o crescimento da economia.

O principal questionamento à medida é a mudança nas regras dos gastos com saúde e educação. Hoje, essas áreas recebem um percentual mínimo calculado com base nas receitas do governo -- e isso está na Constituição. Ou seja, se a economia cresce, aumentam os investimentos nas duas áreas.

Fonte: UOL

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Apoiadores das vaquejadas protestam contra proibição

Manifestantes se posicionaram contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à regulamentação das vaquejadas no Estado. Neste município, na região do Cariri, mais de 200 vaqueiros, segundo a organização, se reuniram, na Praça Feijó de Sá, conhecida como Giradouro. Um dos organizadores, o juiz de vaquejada Chico Matias, ressaltou que "a prática é uma cultura quase secular e movimenta milhões de reais por ano". Ele discorda do argumento defendido pelos ministros do STF, de maus-tratos aos animais e destacou que "os verdadeiros amantes do esporte zelam pela integridade e bem-estar dos animais, muitos deles que chegam a custar mais de meio milhão de reais".

Segundo o criador e vaqueiro Wiltson Maia, "o objetivo é chamar a atenção dos políticos, além de mostrar que milhares de pessoas sobrevivem da vaquejada". Chico Matias adverte que, com a proibição do STF, "quebra-se uma cadeia produtiva, que emprega milhares de pessoas".

"Muitos dependem deste esporte e não me refiro só aos vaqueiros. Existem os empresários que vendem ração e materiais exclusivos para os bois e cavalos, os promotores das grandes vaquejadas, os ambulantes, os criadores de cavalos e seus funcionários, enfim, é uma cadeia ampla que irá ser quebrada por falta de conhecimento. A vaquejada é, além de um esporte, uma tradição nordestina", ponderou.

O ato também foi realizado em Brejo Santo, com a presença de centenas de vaqueiros e cerca de 400 carros e caminhões, o que resultou na interdição parcial da BR-116; e em Crato, com cortejo saindo do bairro Palmeiral até o Centro.

Centro-Sul
O maior ato nesta região aconteceu na cidade de Iguatu. Cerca de 300 vaqueiros e cavaleiros, além de dezenas de veículos (motos, caminhões e carros) participaram da mobilização nacional em favor da manutenção da vaquejada como atividade de esporte e cultura. Os manifestantes concentram-se no Parque de Exposições do Rotary Club e depois seguiram em caminhada pelas ruas da cidade.

Dois trios elétricos conduziram o ato público com discursos, música e aboios (canto de condução de animais bovinos com rima em favor da vaquejada). O empresário e promotor de vaquejada Anderson Teixeira lamentou a decisão do STF. "Há desembargadores que não sabiam o que estavam votando. Onde se fala que há maus-tratos, vejo amor, cuidado com os animais", disse. Houve ainda manifestação em Orós, em frente à Prefeitura; e em Icó, com interdição da BR-116 por 40 minutos.

Sertão Central
Em Quixeramobim, foram cerca de 300 vaqueiros, segundo a organização. Montados, os manifestantes tomaram as principais ruas da cidade em um cortejo que foi encerrado em frente ao Hospital Regional do Sertão Central (HRSC). O presidente da Associação de Vaqueiros do Sertão Central, Sérgio Almeida, lamentou a decisão, lembrando que a atividade gera renda.

"Somente nessa região eram de quatro a cinco mil pessoas com emprego. A vaquejada movimenta muitos setores e nós vamos sensibilizar as autoridades para mostrar que não é o que mostram a mídia", afirmou. O vice-presidente da Associação Brasileira de Vaquejadas (Abvaq), Marcos Lima, considerou as manifestações como "um pedido de socorro dos vaqueiros e das outras pessoas que serão atingidas pela medida do STF".

Vaquejadas
Questionado sobre o futuro dos eventos que já estavam programados, que organiza vaquejadas há 21 anos, em vários Estados, afirmou "que antes de pensar em cancelar tudo, a intenção é reverter essa decisão do STF". Já no entendimento do advogado e vaqueiro Iago Veira, não há proibição. "O Supremo apenas considerou a Lei do Ceará inconstitucional. É preciso haver uma Lei proibindo. Se não há lei, está permitido", pontuou.

Entretanto, diante da medida do Supremo, o Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) afirmou que, a partir de agora, qualquer vaquejada configura-se como crime ambiental, "e o aparato policial deve reprimir essa conduta, inclusive com prisões em flagrante".

No dia 25, vaqueiros e organizadores de vaquejada vão realizar protesto em frente ao Congresso Nacional. "A vaquejada não maltrata animais, medidas de proteção foram adotadas nos últimos anos", disse o empresário e criador Sony Nunes.

Lei cearense foi julgada, pelo STF, inconstitucional
Por seis votos a cinco, o STF julgou, na última quinta-feira (6), inconstitucional a Lei do Ceará que regulamentava a vaquejada como prática esportiva e cultural. O relator da matéria, ministro Marco Aurélio, afirmou que laudos técnicos contidos no processo demonstram consequências nocivas à saúde dos animais. O argumento foi compartilhado pela maioria do STF. Já para o ministro Edson Fachin, que votou pela improcedência da ação, "a vaquejada consiste em manifestação cultural". Com a medida, a vaquejada passa a ser ilegal no Ceará, Estado que realiza mais de 700 provas por ano. Vaqueiros de outros Estados temem que a proibição abra caminho para que a atividade também chegue ao fim no restante do Brasil.

ANDRÉ COSTA/JOSÉ AVELINO NETO
COLABORADORES

Fonte: Diário do Nordeste

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Salário mínimo seria de R$ 400 se a PEC do Teto estivesse em vigor desde 1998, aponta FGV

Se as novas regras da PEC do Teto dos Gastos tivessem entrado em vigor há 20 anos, a economia aos cofres públicos teria sido bastante eficaz, mas o salário mínimo em vigor no País não chegaria à metade do valor de hoje: estaria em apenas R$ 400,00, em vez dos R$ 880,00 estipulados atualmente. O cálculo, obtido com exclusividade pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real da Agência Estado, é do economista Bráulio Borges, pesquisador associado do Departamento de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O pesquisador fez uma simulação aplicando as regras da PEC ao orçamento de 1998, quando começa a série histórica dos gastos do governo central, mantida pelo Tesouro Nacional. À época, os gastos equivaliam a 14% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Em 2015, já alcançaram 19,5% do PIB. Caso os critérios da PEC tivessem sido adotados, esse porcentual teria sido reduzido para 7% do PIB no último ano.

"Só que essa conta não é muito precisa, porque se o gasto do governo tivesse sido muito menor, esse resultado do PIB também poderia ser diferente. Aí a gente entra numa discussão política complexa, de qual seria o tamanho ideal do Estado na economia", ponderou Borges.

De 1998 para cá, o salário mínimo teve um crescimento real médio de 4,2% ao ano. "É muito provável que o salário mínimo teria ficado congelado em termos reais, só recebendo a diferença da inflação", estimou o pesquisador do Ibre/FGV.

O levantamento aponta ainda que metade da alta de 5,5 pontos porcentuais no gasto do governo central entre 1998 e 2015 é explicada pelo aumento do salário mínimo. Mas, se por um lado a política de valorização acima da inflação onerou as contas do governo, por outro também ajudou a reduzir a desigualdade e a movimentar a atividade econômica, ressaltam especialistas.

"Se o salário mínimo tivesse ficado congelado, muito provavelmente traria implicações, porque houve melhoria da distribuição de renda. Teve um custo fiscal, mas teve o benefício da distribuição", reconheceu Borges.

O coordenador do Grupo de Estudos de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), José Ronaldo Souza Júnior, concorda que as políticas de transferência de renda tiveram benefícios no passado recente, sobretudo no sentido de reduzir a desigualdade na distribuição de renda. No entanto, ele reforça que o cálculo de um impacto das regras da PEC sobre os gastos do governo não é trivial, porque as variáveis envolvidas no passado e no momento atual são diferentes.

"É difícil dizer por quanto tempo foi benéfico (o aumento no gasto público com transferências de renda), talvez até 2014", arriscou Souza Júnior.

Na avaliação do Conselho Federal de Economia (Cofecon), é falso o diagnóstico de que o aumento no gasto público seja proveniente das despesas com saúde, educação, previdência e assistência social. A entidade defende que os gastos com juros da dívida pública são responsáveis por 80% do déficit nominal, o que agravou a situação fiscal do País ao lado de renúncias fiscais excessivas, do combate ineficaz à sonegação fiscal, da frustração da receita e do elevado grau de corrupção.

"O salário mínimo foi o principal responsável pela redução pífia da desigualdade. Isso tem um impacto positivo para a atividade econômica, porque esse salário mínimo vai inteiramente para o consumo, para girar a atividade econômica. No entanto, quando o governo paga R$ 502 bilhões de reais em juros da dívida pública, isso não gira a roda da economia. Porque 85% desse volume estão concentrados em megainvestidores, apenas 0,3% dos detentores de títulos da dívida pública", ressaltou Júlio Miragaya, presidente do Cofecon.

Miragaya acrescenta que o congelamento real dos gastos com educação e saúde impedirá que a prestação desses serviços acompanhe o crescimento populacional no País nas próximas décadas, assim como a assistência a um maior número de pessoas idosas. Na avaliação dele, uma solução mais eficaz para aumentar a arrecadação e ajudar a resolver a equação fiscal seria uma reforma tributária, que trouxesse de volta a cobrança de imposto de renda de 15% sobre lucros e dividendos recebidos por donos e acionistas de empresas.

"O Brasil e a Espanha são os únicos a isentar lucros e dividendos. Temos que efetivamente cobrar mais dos ricos, em vez dos pobres e da classe média, que são os que sustentam o sistema", disse Miragaya.

Fonte: Estadão

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Conta de luz pode ficar até 5% mais cara em 2017

O atraso no pagamento de indenizações bilionárias devidas às transmissoras de energia elétrica poderá ter um impacto de até 5% na conta de luz do consumidor no ano que vem, pressionando ainda mais a inflação. A estimativa é do ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Julião Coelho, que também é consultor jurídico de diversas associações do setor.

A partir de 2017, segundo o especialista, o governo deve começar a quitar dívidas com as transmissoras que, a rigor, tinha de ter começado a pagar em 2013. Naquele ano, o governo decidiu cortar cerca de R$ 4,4 bilhões em receitas das transmissoras. A medida fazia parte das ações para anunciar a prometida redução de 20% na conta de luz, o que de fato ocorreu. No meio desse processo, o governo acabou usando o dinheiro dos fundos setoriais - que pagariam esse valor - para outros fins. Como esse rombo não sumiu, agora ele voltará para a conta de luz carregado de juros. Hoje, seu valor é estimado entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões, por causa dos reajustes acumulados nos últimos três anos.

"O que aconteceu é que, na verdade, retiraram essa receita devida às transmissoras, para reduzir a tarifa de forma artificial", disse Julião. "Essa é a arte da pedalada na conta de luz. Ouvimos que tinham baixado a tarifa, quando na verdade só estavam fazendo um deslocamento temporal do custo."

Dívida longa
A decisão de fazer o repasse bilionário devido às transmissoras de energia para a conta de luz do consumidor foi tomada no início deste ano, depois que o Tesouro Nacional se recusou a pagar a conta, tendo em vista o déficit acumulado nos últimos anos. A previsão é de que os juros da dívida com as transmissoras sejam pagos em até oito anos. Já o valor original da indenização pode ser pago até o fim da vida útil dos equipamentos.

Apesar de o setor elétrico ter retomado seu equilíbrio estrutural de oferta de energia (reflexo da demanda menor, por causa da crise econômica e da melhora nos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas), financeiramente o setor ainda está longe de retomar sua normalidade. "A judicialização do setor é resultado desse cenário conturbado e desequilibrado, e não a causa dele", comenta o especialista.

Indenização 
Os valores a que as transmissoras têm direito estão relacionados a investimentos em melhoria e expansão de linhas e subestações anteriores ao ano 2000 e que ainda não foram amortizados. Pela proposta original, o governo não pretendia pagar indenização por essas obras e equipamentos, mas mudou de ideia após uma forte pressão das transmissoras, que sinalizaram que não iriam aderir à proposta de renovação dos contratos.

Quando concordou em pagar a conta às transmissoras, a União garantiu a adesão dessas empresas ao pacote de renovação antecipada das concessões e, a partir disso, anunciou a redução da conta de luz em 20%, ainda em 2013. Essa situação foi sustentada até o fim do período eleitoral, em 2014.

Após as eleições, o governo admitiu que não tinha mais como bancar as medidas com base em aportes do Tesouro Nacional. Hoje, as estimativas indicam que ainda faltam cerca de R$ 24 bilhões para encerrar a encrenca financeira das indenizações de transmissão.

Fonte: Estadão Conteúdo

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Crato (CE): Mais uma categoria decretou greve. Agora é a vez dos fiscais de obras

Mais uma categoria decretou greve no Crato. Os fiscais de obras, ligados a Secretaria de Meio Ambiente do município, estão com os braços cruzados desde essa segunda-feira (10). Eles reivindicam melhorias para a categoria e afirmam que a greve ocorre por ter se esgotado todas as tentativas de negociação com a gestão local.

No ultimo dia 30 de setembro, os membros da categoria realizaram assembleia na sede do Sindscrato (sindicato dos servidores municipais do Crato) e deflagraram a greve. Os trabalhadores pedem a progressão por antiguidade, periculosidade e a efetivação da carga horária de 30 horas semanais.

De acordo com o a secretária geral do sindicato que representa a categoria, Denise Pinheiro, houve tentativa de negociação, mas as demandas não foram atendidas e as negociações não avançaram. Com isso, a greve foi deflagrada e a categoria paralisou suas atividades. “A categoria é pequena, mas faz toda diferença na arrecadação do município”, destaca.

Os trabalhadores não tem previsão de retomada dos trabalhos. A produção não conseguiu contato com o setor responsável pelos trabalhadores, para que a gestão explique a situação.

Adriano Duarte

Fonte: Miséria

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Dessalinizadores evoluíram e estão fazendo a diferença no CE

Em meio a uma das maiores crises hídricas já enfrentadas no Estado, a dessalinização da água não apenas tem sido eficaz no abastecimento humano, quanto foi o socorro providencial para matar a sede do rebanho. Como exemplo dessa realidade, há a experiência pioneira do Programa Água Doce (PAD), na comunidade de Jurema, no distrito de Aroeira, a 28Km da sede deste Município, que atende cerca de 30 famílias.

O PAD já conta com 188 dessalinizadores funcionando e com mais 122 em implantação. A iniciativa foi concebida para 222 localidades, identificadas não apenas pela dificuldade de oferta dos recursos hídricos, mas também por reunir os mais baixos indicadores de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), buscando atender, prioritariamente, as populações de baixa renda residentes em localidades rurais do Semiárido. O Programa é uma ação do Governo Federal, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com diversas instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. No Ceará, está vinculada à Secretaria de Recursos Hídricos (SRH).

Inovações
A ideia, apesar de já ter sido tentada no passado, ganhou no presente inovações. Como se vê na Comunidade da Jurema, são os moradores que operam o equipamento, além de que as lideranças locais se comprometem com os serviços de manutenção do equipamento. No entanto, o que se faz com o rejeito da água depois que se torna doce para beber é o que há de mais importante: a escória não é mais jogada aleatoriamente em terrenos abertos, mas levada a tanques, que passam a ter uso difuso, como transferir água para cochos de animais, utilização em irrigação de plantas que servem como forragem animal e até para a criação de peixes.

Na Jurema, toda a cadeia de ações planejadas vem sendo executada há 11 meses. A presidente da Associação dos Moradores da Comunidade Matias, Maria Helena Honório Pires, conta que o programa chegou em boa hora, pois o rigor da seca ameaçava a sobrevivência dos moradores do lugar. "Nós lutamos por esse chão. Agora, não tinha como ficar sem os animais e água para beber", destaca.

Quase tudo conspira para o abandono do lugar. Até chegar a Jurema, são mais de 18Km de estrada carroçal. O sol do meio-dia e a ausência da arborização fazem com que os habitantes não saiam às ruas. No entanto, a água que se encontra no cocho do rejeito recebe um rebanho sedento. Os usuários se comprimem para beber um produto que passou a contar com outras demandas, como as aves nativas, as seriemas e os pássaros, além dos animais domésticos.

Outros beneficiados
Maria Helena conta que a água é servida também para moradores de comunidades adjacentes, tais como Muquém e Irapuá. Há cobrança pela oferta hídrica. Um garrafão de 20 litros custa R$ 1,00. O dinheiro é destinado para a ajuda de custo do operador e para alguns serviços de manutenção requeridos pelo equipamento.

O operador Ivonildo Barbosa Marques, conta que, por duas vezes, o equipamento apresentou defeitos. Contudo, a preocupação maior é com o decréscimo da vazão do poço, que caiu de 3 mil litros por para 2.200. Ele disse que o ideal seria a perfuração de um novo poço profundo, em vista de que as demandas deverão aumentar até a chegada da estação chuvosa.

Eficiência
O coordenador do PAD no Ceará, Ricardo Marques, disse que o sucesso da iniciativa decorre de fatores que reuniram o baixo custo com a eficiência. Com o dessalinizador, fabricado em Russas, no Vale do Jaguaribe, foi possível ter um equipamento mais barato. O custo é em torno de R$ 60 mil, enquanto que para construir o prédio, implantar os tanques e outros implementos a unidade acaba com um valor aproximado de R$ 105 mil, pagos pelo governo federal com contrapartida de 10% do Estado.

"A proposta do Água Doce era fazer diferente do que já se fez com os dessalizadores no passado. Esses eram entregues às comunidades e ficavam abandonados porque não tinham como manter", conta Ricardo. A diferença passou a ser bem maior do que delegar aos moradores do lugar a responsabilidade de operar e manter os aparelhos e até mesmo as edificações onde são comportados. "Atualmente, somente instalamos nos locais que já contam com poços perfurados, há uma demanda crítica de recursos hídricos e que incluam os moradores com as mais baixas rendas", disse o coordenador do programa.

O Água Doce conta com uma rede de cerca de duzentas instituições, incluindo os Estados do Semiárido e parceiros federais. Em cada um desses Estados foram estabelecidos, por Decreto Estadual, uma Coordenação e um Núcleo Estadual de Gestão do Programa Água Doce, este último composto por representantes do poder público e da sociedade civil envolvidos no tema de oferta de água. Em 2011 o Programa passou a compor o conjunto de ações do Plano Brasil sem Miséria, um esforço do Governo Federal no combate à pobreza extrema que visa reduzir as desigualdades sociais e promover melhorias na qualidade de vida dos brasileiros.

Histórico
No Ceará, os esforços em torno de incorporar o Água Doce nas Ações de combate aos efeitos da seca tiveram início em 2009. Naquele ano, o Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, firmou convênio com a Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará (SRH), sendo que as primeiras experiências no Estado se deram por meio da implantação de duas unidades demonstrativas, que foram os Assentamento Mundo Novo, em Russas; e Comunidade Calumbi, em Tauá.

No ano de 2012, foi firmado Convênio com o Governo do Estado do Ceará, por meio da SRH no valor total de R$ 36.295.483,89 objetivando a recuperação e instalação de 222 sistemas simples de dessalinização em comunidades do Semiárido cearense distribuídas em 45 municípios. Para tanto, foram diagnosticadas 666 comunidades em 48 municípios cearenses. Após execução de testes de bombeamento e análise físico-química da água do poço de 444 comunidades, foram selecionadas as 222 comunidades a serem beneficiadas.

Para o coordenador do programa no Ceará, Ricardo Marques, é uma ação que desponta para além da expansão nas áreas onde há água salobra no subsolo e imprestável para o consumo humano. Mais do que isso, conforme ele, as estratégias do programa para redução dos impactos ambientais e sustentabilidade dos dessalinizadores integram a ação trabalhos de mobilização social e sustentabilidade ambiental, oferecendo capacitação para construção dos acordos de gestão pelos moradores das comunidades atendidas e a correta utilização dos sistemas, entre outros.

Tecnologia para garantir a saúde do sertanejo
A população rural do Semiárido é suscetível aos problemas de saúde ocasionados pela falta de água ou pelo consumo de água em padrões de qualidade inadequados, devido à elevada concentração de sais nas águas subterrâneas.

A água salobra usada para consumo humano apresenta como sério risco à saúde das populações, especialmente no surgimento de doenças renais. Por reduzir as vulnerabilidades no que diz respeito ao acesso à água no Semiárido, o Programa Água Doce é considerado uma medida de adaptação às mudanças climáticas.

Com isso, segundo Ricardo Marques, o uso do dessalinizador se dissemina no Ceará, ao mesmo tempo em que os açudes secam e ficam mais difícil o aproveitamento da água das cisternas para o consumo humano. Muito desse produto remanescente das últimas chuvas foi adicionado com águas do carro-pipa de qualidade questionável.

MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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Temer cancela projeto de lei que trata de Minha Casa Minha Vida e assentamentos

O presidente Michel Temer pediu ao Congresso Nacional que retire de tramitação o Projeto de Lei 4.960/2016, que faz alterações na lei que trata do Programa Minha Casa, Minha Vida e da regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas.

O projeto foi enviado aos parlamentares em abril pela então presidente Dilma Rousseff. A mensagem de Temer pedindo o cancelamento da tramitação do texto está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, dia 11.

BNDES
O governo federal nomeou Marcos Jorge Lima para exercer a função de membro efetivo do Conselho Fiscal do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A nomeação está publicada no DOU desta terça-feira.

Fonte: O Povo

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Saúde pode perder até R$ 743 bilhões em 20 anos de PEC 241, diz Ipea

Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, mostra que o Sistema Único de Saúde (SUS) perderá até R$ 743 bilhões caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, aprovada ontem em primeiro turno na Câmara dos Deputados, passe a valer no País. O texto-base da chamada PEC do Teto prevê que o crescimento das despesas do governo estará limitado à inflação acumulada em 12 meses até junho do ano anterior por um período de 20 anos.

"A PEC 241 impactará negativamente o financiamento e a garantia do direito à saúde no Brasil", afirma a nota técnica datada de setembro deste ano e assinada pelos pesquisadores Fabiola Sulpino Vieira e Rodrigo Pucci de Sá e Benevides.

O estudo aponta que o gasto com saúde no Brasil é de 4 a 7 vezes menor do que o de países que têm sistema universal de saúde, como Reino Unido e França, e inferior ao de países da América do Sul nos quais o direito à saúde não é universal (Argentina e Chile). Enquanto no Brasil o gasto com saúde em 2013 foi de US$ 591 per capita, no Reino Unido foi de US$ 2.766 e na França, US$ 3.360. Na América do Sul, a Argentina gastou US$ 1.167 e o Chile, US$ 795.

Em uma forte crítica à PEC, os pesquisadores afirmam que congelar o gasto em valores de 2016, por 20 anos, parte do pressuposto "equivocado" de que os recursos públicos para a saúde já estão em níveis adequados para a garantia do acesso aos bens e serviços de saúde, e que a melhoria dos serviços se resolveria a partir de ganhos de eficiência na aplicação dos recursos existentes.

No entanto, a nota técnica afirma que o congelamento não garantirá o mesmo grau de acesso e qualidade dos bens e serviços à população brasileira ao longo desse período, uma vez que a população aumentará e envelhecerá de forma acelerada. Assim, o número de idosos terá dobrado em vinte anos, o que ampliará a demanda e os custos do SUS.

"Mesmo que se melhore a eficiência do SUS, objetivo sempre desejável, existe, do ponto de vista assistencial, déficit na oferta de serviços em diversas regiões do País", diz o estudo.

Os pesquisadores afirmam que o Brasil passa por um rápido processo de mudança na estrutura demográfica. As projeções do IBGE para a estrutura etária indicam que a população brasileira com 60 anos ou mais, que hoje representa cerca de 12,1% do total, representará 21,5% em 2036.

O que diz o governo
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que sua área, assim como a educação, não perderá investimentos com a PEC.

O presidente Michel Temer também afirmou que as áreas não perderão recursos. "O teto (dos gastos) é de natureza global. O que será estabelecido é um teto geral. Não significa que existe um teto para saúde, para educação, para cultura. Saúde e educação continuarão sendo prestigiadas", falou.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu em pronunciamento à nação a necessidade de controlar os gastos do governo para que o País possa retomar o crescimento econômico, e prometeu não cortar gastos com saúde e educação.

Fonte: Estadão

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Eleitores de 7 municípios do CE poderão voltar às urnas

Sete candidatos a prefeito no Ceará que poderiam ser eleitos pela maioria dos votos podem não assumir os cargos. Nos municípios de Aiuaba, Barro, Missão Velha, Potengi, Saboeiro, Santa Quitéria e Tianguá os candidatos estão sub judice e aguardam julgamento do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE/CE). Em todos eles, os eleitores poderão voltar às urnas para eleger o novo prefeito.

Dos recursos de registro de candidatura, nos 7 municípios, 5 já foram julgados e confirmados os indeferimentos dos candidatos a prefeito pelos juízes do Pleno do TRE/CE.

Os dois processos que aguardam julgamento referem-se às candidaturas em Potengi e Missão Velha. O primeiro permanece na 68ª Zona Eleitoral e não foi apreciado pelo TRE. Já o candidato de Missão Velha teve o registro deferido pelo TRE, mas foi cassado em sede de Ação de Investigação Judicial Eleitoral pelo juiz da 16ª Zona Eleitoral.

Em todos esses casos, o candidato que ficou em 2º lugar não assume o cargo de prefeito, conforme o Código Eleitoral. Se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar as decisões, o TRE/CE realizará eleições suplementares.

Veja a relação das chapas dos candidatos mais votados em seus municípios, que dependem de julgamento no TSE para assumir ou não o cargo de prefeito:

Aiuaba: Ramilson Araújo Moraes e Marinez Alves de Sales Moraes (PSD/PDT)

Barro: José Marquinélio Tavares e José Vanderval Feitosa (DEM/PDT/PSD/PRB/PRP/PcdoB/PROS)

Saboeiro: José Gotardo dos Santos Martins e Micheline Pinheiro de Carvalho (PDT/PSD/PROS/PP/PSB/PTB/PMB)

Santa Quitéria: Tomás Antônio Albuquerque de Paula Pessoa e José Braga Barrozo (PMDB/PTN/PR/PRP/SD/PSDB/Rede)

Tianguá: Luiz Menezes de Lima e Aroldo Cardoso Portela (PSD/PMDB/DEM/PHS/PMN/PMB/PSDB)

Missão Velha: Diego Gondim Feitosa/Luiz Rosemberg Dantas Macedo Filho (PRB/PMDB/PSL/PR/PHS/PMB/PSB/PV/PSDB/PcdoB/SD/PTdoB/PRP)

Potengi: Antônia Alizandra Gomes dos Santos e Antônio Galvão de Alencar Alves (PT/PMDB/PV/PcdoB/PDT)

Fonte: Diário do Nordeste

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Samsung anuncia interrupção total da produção do Note 7 e pede aos usuários que desliguem o aparelho

A Samsung confirmou nesta terça-feira, 11, o fiasco do Galaxy Note 7 ao pedir a seus sócios que interrompam a venda do aparelho de última geração e recomendar aos usuários que desliguem o aparelho por conta do risco de explosão. Além disso, a empresa anunciou a interrupção total da produção do telefone Galaxy Note 7, alegando questões de segurança após os casos de explosão da bateria dos aparelhos. "Reajustamos recentemente os volumes da produção para realizar uma exaustiva investigação e um controle de qualidade, mas ao considerar prioritária a segurança do consumidor adotamos a decisão final de interromper a produção do Galaxy Note 7", afirma a empresa sul-coreana em um comunicado.

A gigante sul-coreana tenta agora limitar as repercussões para sua imagem do escândalo das baterias explosivas, um dos maiores reveses comerciais da empresa, em um momento de concorrência exacerbada. A decisão foi elogiada pela Agência Americana de Segurança do Consumidor, que advertiu contra os riscos do "phablet", como são chamados os modelos que ficam no meio do caminho entre os smartphones e os tablets.

O anúncio da principal fabricante mundial de smartphones provocou uma forte queda de 8% das ações da Samsung na Bolsa de Seul. Com a decisão, a Samsung comprova a derrocada do Galaxy Note 7, lançado com grande expectativa pela Samsung em agosto, com a esperança de pressionar a grande rival Apple.

A Samsung se viu forçada a ordenar em 2 de setembro um recall em escala mundial de 2,5 milhões de unidades do Note 7, depois que alguns phablets pegaram fogo com a explosão da bateria no momento de recarregar o aparelho.

As imagens de telefones completamente queimados, que circularam nas redes sociais por todo o planeta nas últimas semanas, representaram uma grande humilhação para uma empresa que afirma ser inovadora e prezar pela qualidade.

Gestão de crise desastrosa
A gestão da crise pela Samsung também foi muito criticada, já que o grupo reconheceu de forma implícita nesta terça-feira pela primeira vez que os aparelhos distribuídos para substituir os primeiros milhões de exemplares vendidos também tinham problemas. "Na primeira vez é possível pensar em um erro. Mas se você repete duas vezes o mesmo erro no mesmo modelo, isto gera uma considerável perda de confiança dos consumidores", afirma Greg Roh, da HMC Investment Securities.

"O motivo dos consumidores decidirem pela Apple ou Samsung é a confiabilidade do produto. Nesta situação, o dano em termos de imagem será inevitável e a Samsung terá que trabalhar muito para inverter a tendência", completa.

A empresa sul-coreana justificou a decisão pela necessidade de uma "profunda investigação" dos incidentes. "A segurança dos consumidores é nossa prioridade. A Samsung pede a todos os operadores e varejistas que parem de vender e trocar o Galaxy Note 7, enquanto realiza a investigação", afirma o grupo em um comunicado mais claro que o de segunda-feira, quando a empresa destacou apenas um "ajuste dos volumes de produção" do aparelho.

A Samsung orienta todos os donos de um modelo original do Galaxy Note 7 ou de um aparelho substituído que "apaguem e parem de utilizar o phablet".

A decisão da Samsung foi elogiada por Elliot Kaye, presidente da Agência Americana de Segurança do Consumidor (CPSC).

A Autoridade de Aviação Civil (FAA) dos Estados Unidos divulgou novas recomendações e pediu aos passageiros que possuem o Note 7 que não utilizem ou recarreguem a bateria em voo. Também solicita que o aparelho não seja guardado na bagagem.

Fiasco de US$ 10 bilhões?
No domingo, a gigante americana das telecomunicações AT&T e sua concorrente alemã T-Mobile anunciaram que interrompiam as operações com os Galaxy Note 7 à espera de investigações adicionais.

Linda Sui, especialista em telefonia móvel na Strategy Analytics, calcula que o caso pode custar a Samsung "10 bilhões de dólares ou mais".

O fracasso do Note 7 é ainda mais inquietante por acontecer em um momento crítico para o grupo, que enfrenta uma transição complicada de gerações em sua direção.

Na semana passada, o fundo americano Elliott Management jogou mais lenha na fogueira ao propor a divisão do grupo em duas empresas independentes.

Fonte: AFP

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MAGIC! - Rude




Entenda o que é a PEC 241 e como ela pode afetar sua vida

A Câmara dos Deputados passou em primeira votação nesta segunda-feira a proposta de emenda constitucional que cria uma teto para os gastos públicos, a PEC 241, que congela as despesas do Governo Federal, com cifras corrigidas pela inflação, por até 20 anos. Com as contas no vermelho, o presidente Michel Temer vê na medida, considerada umas das maiores mudanças fiscais em décadas, uma saída para sinalizar a contenção do rombo nas contas públicas e tentar superar a crise econômica. O mecanismo enfrenta severas críticas da nova oposição, liderada pelo PT, pelo PSOL e pelo PCdoB, mas também vindas de parte dos especialistas, que veem na fórmula um freio no investimento em saúde e educação previstos na Constituição. O texto da emenda, que precisa ser aprovado em uma segunda votação na Câmara e mais duas no Senado, também modifica a regra de reajuste do salário mínimo oficial, que se limitará à variação da inflação. Veja como foi a votação aqui. Entenda o que é a proposta e suas principais consequências.

O que é a PEC do teto de gastos?
A PEC, a iniciativa para modificar a Constituição proposta pelo Governo, tem como objetivo frear a trajetória de crescimento dos gastos públicos e tentar equilibrar as contas públicas. A ideia é fixar por até 20 anos, podendo ser revisado depois dos primeiros dez anos, um limite para as despesas: será o gasto realizado no ano anterior corrigido pela inflação (na prática, em termos reais - na comparação do que o dinheiro é capaz de comprar em dado momento - fica praticamente congelado). Se entrar em vigor em 2017, portanto, o Orçamento disponível para gastos será o mesmo de 2016, acrescido da inflação daquele ano. A medida irá valer para os três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. Pela proposta atual, os limites em saúde e educação só começarão a valer em 2018.

Por que o Governo diz que ela é necessária?
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, diz que "não há possibilidade de prosseguir economicamente no Brasil gastando muito mais do que a sociedade pode pagar. Este não é um plano meramente fiscal." Para a equipe econômica, mesmo sem atacar frontalmente outros problemas crônicos das contas, como a Previdência, o mecanismo vai ajudar "a recuperar a confiança do mercado, a gerar emprego e renda" ao mesmo tempo em que conterá os gastos públicos, que estão crescendo ano a ano, sem serem acompanhados pela arrecadação de impostos. Para uma parte dos especialistas, pela primeira vez o Governo está atacando os gastos, e não apenas pensando em aumentar as receitas. O Governo Temer não cogita, no momento, lançar mão de outras estratégias, como aumento de impostos ou mesmo uma reforma tributária, para ajudar a sanar o problema do aumento de gasto público no tempo.

O que dizem os críticos da PEC?
Do ponto de vista de atacar o problema do aumento anual dos gastos públicos, uma das principais críticas é que uma conta importante ficou de fora do pacote de congelamento: os gastos com a Previdência. É um segmento que abocanha mais de 40% dos gastos públicos obrigatórios. Logo, a PEC colocaria freios em pouco mais de 50% do Orçamento, enquanto que o restante ficaria fora dos limites impostos - só a regra sobre o salário mínimo tem consequências na questão da Previdência. A Fazenda afirmou, de todo modo, que a questão da Previdência será tratada de forma separada mais à frente. "Se não aprovar mudanças na Previdência, um gasto que cresce acima da inflação todos os anos, vai ter de cortar de outras áreas, como saúde e educação", diz Márcio Holland, ex-secretário de política econômica da Fazenda. "Nesse sentido, a PEC deixa para a sociedade, por meio do Congresso, escolher com o que quer gastar", complementa. Há vários especialistas que dizem que, na prática, o texto determina uma diminuição de investimento em áreas como saúde e educação, para as quais há regras constitucionais. Os críticos argumentam que, na melhor das hipóteses, o teto cria um horizonte de tempo grande demais (ao menos dez anos) para tomar decisões sobre toda a forma de gasto do Estado brasileiro, ainda mais para um Governo que chegou ao poder sem ratificação de seu programa nas urnas. Eles dizem ainda que, mesmo que a economia volte a crescer, o Estado já vai ter decidido congelar a aplicação de recursos em setores considerados críticos e que já não atendem a população como deveriam e muito menos no nível dos países desenvolvidos. Se a economia crescer, e o teto seguir corrigido apenas de acordo com a inflação, na prática, o investido nestas áreas vai ser menor em termos de porcentagem do PIB (toda a riqueza produzida pelo país). O investimento em educação pública é tido como um dos motores para diminuir a desigualdade brasileira.

Quando a PEC começa a valer?
Se aprovada na Câmara e no Senado, começa a valer à partir de 2017. No caso das áreas de saúde e educação, as mudanças só passariam a valer após 2018, quanto Temer não será mais o presidente.

Qual o impacto da PEC no salário mínimo?
A proposta também inclui congelamento do valor do salário mínimo, que seria reajustado apenas segundo a inflação. A regra atual para o cálculo deste valor soma a inflação à variação (percentual de crescimento real) do PIB de dois anos antes. Em outras palavras, a nova regra veta a possibilidade de aumento real (acima da inflação), um fator que ajudou a reduzir o nível de desigualdade dos últimos anos. Além de ser o piso dos rendimentos de um trabalho formal regular no Brasil, o salário mínimo também está vinculado ao pagamento de aposentadorias e benefícios como os, por lei, destinados a deficientes físicos.

O que acontece se a PEC for aprovada e o teto de gastos não for cumprido?
Algumas das sanções previstas no texto da PEC para o não cumprimento dos limites inclui o veto à realização de concursos públicos, à criação de novos cargos e à contratação de pessoal. Em outras palavras, pretende ser uma trava muito mais ampla que a Lei de Responsabilidade Fiscal, por exemplo, que cria um teto de gastos com pessoal (vários Estados e outros entes a burlam atualmente).

A PEC do teto vale para os Estados também?
A PEC se aplicará apenas aos gastos do Governo Federal. No entanto, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, já sinalizou que o Planalto deve encaminhar em breve uma segunda PEC que limita os gastos estaduais. Por enquanto não há consenso entre o Executivo Federal e os governadores sobre o assunto.

Quais impactos a PEC pode ter nas áreas de educação e saúde?
Os críticos afirmam que a PEC irá colocar limites em gastos que historicamente crescem todos os anos em um ritmo acima da inflação, como educação e saúde. Além disso, gastos com programas sociais também podem ser afetados pelo congelamento. Segundo especialistas e entidades setoriais, esta medida prejudicaria o alcance e a qualidade dos serviços públicos oferecidos. Especialistas apontam problemas para cumprir mecanismos já em vigor, como os investimentos do Plano Nacional de Educação. Aprovado em 2014, o PNE tem metas de universalização da educação e cria um plano de carreira para professores da rede pública, uma das categorias mais mal pagas do país. "A população brasileira está envelhecendo. Deixar de investir na educação nos patamares necessários, como identificados no PNE, nos vinte anos de vigência da emenda proposta – tempo de dois PNEs -, é condenar as gerações que serão a população economicamente ativa daqui vinte anos, a terem uma baixa qualificação", disse o consultor legislativo da Câmara dos Deputados, Paulo Sena, ao site Anped, que reúne especialistas em educação.

Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que mais importante do que o valor despendido com áreas como saúde, educação e segurança, é a qualidade desses gastos. "Dados da educação e da saúde hoje mostram que a alocação de recursos não é o problema. É preciso melhorar a qualidade do serviço prestado à população", disse. "Teremos muito trabalho. O principal deles será o de mostrar que a saúde e educação não terão cortes, como a oposição tenta fazer a população acreditar", afirmou a líder do Governo no Congresso, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES).

A PEC do teto atingirá de maneira igual ricos e pobres?
A população mais pobre, que depende do sistema público de saúde e educação, tende a ser mais prejudicada com o congelamento dos gastos do Governo do que as classes mais abastadas. A Associação Brasileira de Saúde Pública, por exemplo, divulgou carta aberta criticando a PEC. No documento a entidade afirma que a proposta pode sucatear o Sistema Único de Saúde, utilizado principalmente pela população de baixa renda que não dispõe de plano de saúde. Além disso, de acordo com o texto da proposta, o reajuste do salário mínimo só poderá ser feito com base na inflação - e não pela fórmula antiga que somava a inflação ao percentual de crescimento do PIB. Isso atingirá diretamente o bolso de quem tem o seu ganho atrelado ao mínimo.

Por que a Procuradoria Geral da República diz que é inconstitucional?
Em nota técnica divulgada em 7 de outubro o órgão máximo do Ministério Público Federal afirmou que a PEC é inconstitucional. De acordo com o documento, "as alterações por ela pretendidas são flagrantemente inconstitucionais, por ofenderem a independência e a autonomia dos Poderes Legislativo e Judiciário e por ofenderem a autonomia do Ministério Público e demais instituições constitucionais do Sistema de Justiça [...] e, por consequência, o princípio constitucional da separação dos poderes, o que justifica seu arquivamento". A crítica vem pela criação de regras de gastos para os demais Poderes. Na nota, a procuradoria argumenta que, caso aprovada, a PEC irá prejudicar a “atuação estatal no combate às demandas de que necessita a sociedade, entre as quais: o combate à corrupção; o combate ao crime; a atuação na tutela coletiva; e a defesa do interesse público". A Secretaria de Comunicação Social da Presidência rebateu a PGR, afirmando que na proposta não existe “qualquer tratamento discriminatório que possa configurar violação ao princípio da separação dos poderes".

O que vem depois da PEC, se ela for aprovada tal como está?
A PEC é a prioridade da equipe econômica do Governo Temer, que vai pressionar por outras reformas nos próximos meses, como a Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista.

Fonte: El País

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TCM recebe 7 denúncias de desmonte no Interior

Após as últimas eleições, a Ouvidoria do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará (TCM-CE) recebeu, até o fim da semana passada, sete denúncias relatando situações que podem indicar a prática do desmonte, envolvendo atraso em pagamentos, interrupção de serviços públicos, paralisação de obras e dilapidação de bens. Três municípios já são alvo de ações do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), Pedra Branca, Itapipoca e Madalena. No entanto, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) acredita que pelo menos em uma dezena de cidades apresentam denúncias.

O primeiro caso aconteceu em Pedra Branca, quando o prefeito eleito, Antônio Gois, denunciou o atual, Pedro Paraibano, de ter retirado caixas d’água que abasteciam a cidade, suspendido o transporte escolar e a casa de apoio, em Fortaleza. Na sexta-feira passada, o MPCE promoveu um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre os políticos para prevenir o desmonte e a dilapidação dos bens públicos.

O MPCE também atuou, na semana que passou, em Coreaú, onde expediu recomendação à atual prefeita, Érika Cristino, e ao prefeito recém-eleito, Carlos Roner, para a criação de uma Comissão de Transição Governamental. Em Itapipoca, houve a recomendação ao atual prefeito, Dagmauro Sousa Moreira, para que se abstenha de promover a demissão de servidores públicos, já que tal ato pode incorrer em conduta vedada, ou prática de improbidade administrativa.

A coordenadora da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), Vanja Fontenele, explica que a demissão configura desmonte, pois a Lei veda contratações e suspensão de contratos trabalhistas no período eleitoral. Diante do volume de denúncias, a Procuradoria marcou uma reunião para as 14h30 do próximo dia 17, com os atuais prefeitos, para reiterar sobre as medidas punitivas previstas para as irregularidades que venham a ocorrer durante a transição.

Ao mesmo tempo, o TCM lançou, na quinta-feira passada, cinco vídeos educativos para alertar sobre a desorganização financeira e a dilapidação patrimonial em prefeituras e câmaras neste período de transição de governo, o chamado “desmonte”. O material está disponível em canais institucionais, como site (www.tcm.ce.gov.br) e página no Facebook (facebook.com/tcmceara), e busca apresentar o assunto à população com o intuito de mobilizá-la a comunicar casos ao TCM e ao MPCE.

O resultado das urnas apontou que dos 105 prefeitos que concorreram à reeleição, 62 não tiveram o mesmo sucesso alcançado no pleito de 2012. No entanto, para o TCM, o desmonte não ocorre apenas em casos de ressentimentos ou outros motivos em consequência de derrota política. A prática é observada, inclusive, com candidatos reeleitos ou seus correligionários.

O presidente do TCM, conselheiro Francisco Aguiar, disse que o órgão está recebendo informações de diversas fontes sobre casos que podem caracterizar desmonte, especialmente pela Ouvidoria. “Tudo está sendo analisado e pode contribuir para definições em relação ao trabalho de fiscalização. Depois de ter alertado todos os gestores durante o decorrer do ano, por meio de capacitações e recomendações enviadas por ofícios circulares, chegou a hora de conferirmos se os cuidados necessários ao período de transição de governo estão sendo cumpridos”, afirmou.

Repúdio
O presidente da Associação dos Prefeitos e Municípios do Ceará (Aprece), Expedito José do Nascimento, disse que os casos revelados são repudiados pela entidade. Ele disse que se surpreendeu com os casos de irregularidades apresentados após as eleições. “É preciso que o prefeito atual repense suas ações. Ele deve perceber os sinais de mudança no País, em que o crime vem sendo punido de forma indistinta, atingindo pessoas muito mais poderosas”, observou. Para Expedito, o desmonte é o pior que se pode fazer na vida pública, porque “o prefeito é um político e a política continuará, com isso, deve respeitar a vontade popular, a opinião pública e a sua ficha para que continue limpa.

Defesa
Sobre as denúncias, o prefeito de Pedra Branca, Pedro Paraibano, diz que não houve desmanche. “Passei três anos e nove meses tratando o povo como se trata uma família. Porque em três meses eu iria acabar com o meu nome? Os serviços essenciais, hospital, casa de apoio, pipa, tudo está funcionando”, garantiu.

Prática consiste em desestruturar a administração
O desmonte geralmente ocorre após a realização de eleições, em municípios onde atuais gestores não se reelegeram. A prática consiste na desestruturação da administração por meio de atos de irresponsabilidade fiscal que desequilibram as contas públicas e comprometem a manutenção de serviços públicos. Ao longo deste ano, o TCM promoveu cursos no Interior e fez recomendações a todos os gestores municipais focando nos cuidados que deveriam ter no último ano de mandato.

MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER E SUCURSAIS

Fonte: Diário do Nordeste

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