"A elite brasileira sabe que não dá para esperar e vai cavar o buraco de Temer também", diz Ciro Gomes

Uma aparente base sólida no Congresso Nacional contrasta com a baixa adesão popular. Por trás de mais uma possível contradição num país que definitivamente não é para amadores, existe a centelha para um novo processo de erosão no comando do Palácio do Planalto. Essa é a leitura que faz Ciro Gomes, um dos nomes cotados para lançar candidatura ao posto máximo dá República em 2018, sobre o cenário que se desenha para Michel Temer. Ele acredita que o atual presidente não terá condições de encerrar o mandato, e teme os efeitos da anarquia na política nacional.

Para o ex-ministro e ex-governador, o peemedebista é mero peão no xadrez dos bastidores do poder, que assumiu o comando do país encarregado de cumprir três principais missões em nome de uma elite que chama de "plutocracia": garantir a saúde dá relação dívida/PIB, remodelar a posição do Brasil no sistema político e econômico da multipolaridade internacional e adotar postura mais permissiva à participação estrangeira na exploração do petróleo nacional.

Em contraste com o que foi entendido por muitos como demonstração de força do governo na aprovação de medidas tidas como importantes para o ajuste fiscal proposto, Ciro Gomes enxerga vulnerabilidade. "Ele não tem forte apoio no Congresso. A elite brasileira, o baronato que manda no país é que baseou o impeachment é quem controla, de fora para dentro esses congressistas. Eles deram a Michel Temer tarefas para serem cumpridas. Para elas, há apoio no Congresso. Mas basta rivalizar com qualquer outro tipo de assunto [que se observar a fragilidade do governo]", argumenta.

Agora filiado ao PDT, após uma sucessão de trocas de partidos ao longo de sua trajetória política, Ciro Gomes acredita que o atual presidente não tem respondido da forma correta à primeira e principal missão que lhe teria sido conferida e isso deverá custar seu mandato. Tido como um dos poucos possíveis candidatos da esquerda no próximo pleito presidencial que se dedicam ao debate econômico, o ex-ministro defende a necessidade de se adotar medidas anticíclicas e uma política monetária frouxa para a recuperação da economia nacional e que somente a volta do crescimento provocará um alívio nas receitas e o reequilíbrio fiscal. Preocupado com o nível de endividamento das empresas e o estado de paralisia nacional, ele acusa o atual governo de contribuir para a manutenção do quadro depressivo.

Confira os destaques da entrevista concedida ao InfoMoney na tarde da última terça-feira (3):

InfoMoney: O senhor defende que não há rombo na Previdência. As estimativas de que o déficit do INSS vai superar os R$ 180 bilhões em 2017 estão erradas?

Ciro Gomes: Todas as vezes em que se reflete sobre um problema complexo no Brasil, os oportunistas a serviço dos interesses prevalecentes acabam reduzindo opiniões que deveriam ser complexas. A grande questão hoje é que, se você tem as receitas destinadas pela lei versus as despesas para a Previdência, não há déficit. Se somarmos CSLL, PIS, Cofins, as contribuições patronais do setor privado e público e as contribuições dos trabalhadores, contra as despesas do presente exercício, temos ainda um pequeno superávit. Qualquer pessoa que tenha um mínimo de decência e não esteja a serviço da manipulação de informações vê isso. Eles têm a audácia de falar em déficit, porque propõem uma DRU [Desvinculação de Receitas da União], que capta 30% de todas essas receitas e aloca para pagar os serviços da dívida, com a maior taxa de juros do mundo, no momento da pior depressão da história do Brasil.

Dito isso, a Previdência Social tem dois problemas. Um é estrutural, derivado de uma mudança da demografia. Tínhamos seis pessoas ocupadas para cada aposentado quando o sistema foi montado, com expectativa de vida de 60 anos. Hoje, temos 1,7 trabalhador ocupado por aposentado, para expectativa de vida superior a 73 anos. Para resolver estrategicamente a equação de poupança e formação bruta de capital do Brasil, precisamos avançar com prioridade em uma reforma, mas nunca na direção que estão propondo. E aí vem o segundo problema: o futuro ou potencial déficit da previdência brasileira se dá pelas maiores pensões, dos maiores rendimentos, que levam mais da metade das despesas. Juízes, políticos, procuradores precocemente aposentados e com pensões acima de qualquer padrão de controle do país. Isso é uma aberração. A maior punição a um juiz ladrão que vende uma sentença no Brasil é a aposentadoria compulsória com 100% de seus proventos.

IM - E o que fazer para resolver o problema?

CG - O superávit vai sumir em dois ou três anos. Temos que evoluir do regime de repartição [em que as contribuições dos trabalhadores em atividade pagam os benefícios dos aposentados] para o de capitalização [em que cada trabalhador poupa para sua aposentadoria], que é o que todos os países do mundo fazem. E fazer uma espécie de transição, que é o mais complexo mas há como fazer também, de maneira que, ao fim do processo, tenhamos uma previdência básica para 100% da população da transição, e a previdência complementar pública, porém sob controle de coletivos de trabalhadores e com regramentos de governança corporativa, com prêmios para um grupo de executivos recrutados por concurso e com coletivos de apuração dos riscos dos investimentos.

IM - Qual é sua avaliação sobre a fixação de uma idade mínima para aposentadoria?

CG - Sou a favor, desde que se compreenda as diferenças do país. Considero uma aberração estabelecer uma idade mínima igual para um trabalhador engravatado, como eu, e um professor, que, no modo como Temer vê as coisas, precisaria trabalhar ao menos 49 anos para ter aposentadoria integral. A expectativa de vida no semiárido do Nordeste, por exemplo, não chega a 62 anos. Um carvoeiro do interior do Pará também não. É preciso evoluir para um padrão que conheça o País. Há de se estabelecer uma idade mínima, mas não pode ser por um modo autoritário e elitista, ditado pelos setores privilegiados da sociedade.

IM - Há economistas que, assim como o senhor tem feito nessa discussão da reforma da Previdência, questionam os atuais termos do debate. Qual deveria ser a agenda econômica atual na sua avaliação, levando-se em consideração a força do governo e do mercado em conduzir as discussões?

CG - O setor financeiro está produzindo uma crise para si próprio, com a proporção dívida/PIB indo de 75% para 90% no ano que começou. É tão estúpido o modelo feito com [Henrique] Meirelles que agora estão produzindo o próximo ciclo de crise. É uma crise do setor bancário, cujas sementes estão dadas. Já são a maior inadimplência e o maior volume de reserva de crédito para recuperação duvidosa da história, e eles estão querendo compensar os prejuízos com a taxa de juros real, que simplesmente está fazendo despencar a receita pública. Nos estados, já é caricata a situação de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e mais 14 estados por conta desse receituário absolutamente estúpido do ponto de vista técnico.

Temos que inverter essa ideia boba de ganhos de confiança, que vai se deteriorar todo dia muito mais. Confiança depende de números práticos, e o mais relevante deles é proporção dívida/PIB para o setor financeiro, mas para o setor produtivo é emprego, renda. Tudo isso está se deteriorando. O que tem que ser feito é o oposto do que essa gente está fazendo. Em todo momento de depressão econômica, até os mais conservadores sabem, é preciso que o governo aja de forma anticíclica para liberar uma dinâmica de retomada de desenvolvimento. E não é com farra fiscal, porque quem está produzindo desequilíbrio é a queda substantiva da receita. Basta ver que as despesas que estão aumentando são todas de iniciativa do senhor Michel Temer. A saber: reajuste das maiores corporações, a forma descuidada com que negociou a dívida dos estados e municípios.

Enquanto isso, há uma porção de iniciativas semiprontas que eles estão descontinuando. Desencomendaram 17 navios da recém-retomada indústria naval brasileira e desempregaram 50 mil pessoas; descontinuaram as obras da Transnordestina, que tinha 7 mil homens trabalhando; descontinuaram as obras do Rio São Francisco, enquanto o Nordeste brasileiro amarga seu quinto ano de seca. Tem áreas importantes colapsando o abastecimento de água humano. Essa é a realidade do governo.

IM - Qual seria a taxa de juros ideal para a retomada do crescimento, na sua avaliação como crítico à atual política monetária?

CG - Todos os grandes mercados do mundo estão com juros negativos neste momento. Qual é a razão de o Brasil ter os maiores juros reais do planeta? Teoricamente, defende-se juro alto para desconjurar inflação, que é o princípio mobilizante desses enganadores há duas ou três décadas no Brasil. Qual é a inflação de demanda que temos no país? Qual setor de produção brasileiro está com hiato de produto (demanda maior que oferta)? Estamos com a maior capacidade instalada ociosa da história moderna do Brasil.

Quando a taxa de juros foi estabelecida pela Dilma em 14,25%, a inflação estimada era de 11,5%. Portanto, se aceitássemos para argumentar -- o que é uma aberração, porque a inflação que se apresentou derivou-se de preços administrados pelo governo e das consequências da desvalorização do câmbio, ambos fenômenos sobre os quais os juros não têm efeito -- que 14,25% é uma taxa correta para enfrentar inflação anualizada a futuro de 11,5%, hoje a inflação projetada para 12 meses está inferior a 5%. Qual é a explicação para o atual patamar a não ser a boçalidade com que o Banco Central serve o setor financeiro?

IM - Mas seria possível reduzir essa taxa tão rapidamente?

CG - Evidentemente que está interditada a ideia, mas nada justifica que o Brasil não traga a taxa de juros tão rapidamente o quanto possível, para não quebrar expectativas e nem causar prejuízos mais graves a ninguém, e de forma profunda.

IM - O senhor mesmo tem o diagnóstico de que haveria um confronto entre as coalizões, sobretudo no mercado financeiro, no caso de uma queda abrupta na taxa. Como sair disso?

CG - Não estou falando em ser abrupto. Mas acho que o Banco Central tem que acabar com a história de reunir o Copom a 45 dias. Tem que se reunir, reduzir em um ponto [percentual a Selic] agora e anunciar um viés de baixa, que o mercado inteiro entenda. Os bancos mais sóbrios sabem que tenho razão. O Bradesco, por exemplo, sabe que a taxa de juros está causando prejuízo aos bancos. Em São Paulo, ninguém está pagando ninguém. Hoje, o Brasil está proibido de crescer também, porque o passivo das 300 maiores empresas estrangulou. No último trimestre, nenhuma das grandes empresas de capital aberto do Brasil gerou caixa para pagar o trimestre de dívida.

Os bancos privados estão todos saindo da praça e os créditos de recuperação duvidosa estão todos de novo se concentrando no Banco do Brasil e na Caixa Econômica. Enquanto isso, ninguém abre a boca. Só no calote da Oi, foram R$ 65 bilhões espetados no Banco do Brasil e na Caixa Econômica -- ouça-se: nas costas do povo brasileiro.

IM - Alguns especialistas chamam atenção para a situação de endividamento das empresas e seus efeitos sobre o sistema financeiro. Existe a percepção de um processo de deslavancagem em curso, que pode culminar em transferências de controle de companhias brasileiras a grupos estrangeiros. Qual é o seu entendimento sobre esse processo?

CG - É o passivo externo líquido explodindo. O desequilíbrio das contas externas brasileiras é outro fator que nos proíbe de crescer. Então, tem-se a depressão imposta, com o governo fazendo um processo restritivo, cíclico, as empresas com passivo estrangulado e o passivo externo líquido do país explodindo, inclusive com o governo fazendo desinvestimentos na Petrobras. É um crime, e o jornalismo brasileiro é cúmplice, por regra.

IM - O senhor se diz contrário às privatizações, ao passo que existem aqueles que veem nessa iniciativa a melhor saída, tendo em vista os recentes escândalos de corrupção revelados por operações como a Lava Jato...

CG - A Odebrecht é estatal?

IM - Não.

CG - Então está aí minha resposta.

IM - O senhor é um dos poucos candidatos que se define ideologicamente de esquerda e se dedica a um debate macroeconômico...

CG - O que eu advogo é uma grande aliança de centro-esquerda, que produza um projeto explícito, fora dos adjetivos desmoralizados gravemente pelo próprio PT, que malversou o conceito ‘esquerda’ e virou uma agremiação que cooptou setores organizados da sociedade para praticar uma agenda mista de alguma atenção ao consumismo popular, mas de absoluto conservadorismo nas estratégias de desenvolvimento do país. O que advogo é a coisa prática, que dê condição de novo da sociedade brasileira voltar a produzir e trabalhar.

IM - Quais são os riscos de sua candidatura não acabar vista como representante do eleitorado progressista e tampouco conquistar alguma adesão em um debate de maior controle da direita?

CG - No Brasil, infelizmente estamos olhando de forma rasa sobre problemas complexos. Não vou mudar minha posição, continuarei tentando pedagógica e pacientemente conscientizar o brasileiro sobre essas necessidades estratégicas do país.

IM - As esquerdas no mundo estão tendo um diagnóstico errado sobre o que representa a eleição de Donald Trump (e outros fenômenos globais), ao atribuí-la exclusivamente a um discurso reacionário e xenófobo? O pré-candidato Bernie Sanders, por exemplo, teve chances consideráveis de vencer o pleito e não poderia oferecer leitura mais antagônica.

CG - Acho que esse é um olhar superficial. Evidentemente, estamos com um debate em efervescência no mundo, com o colapso da Europa, a saída do Reino Unido [da União Europeia], vis-à-vis a tensão que a China está produzindo nas novas relações mundiais. Não sei o que Trump vai afirmar, mas ele foi eleito pela negação da perversão neoliberal e do rentismo prevalecendo sobre a produção. É o trabalhador branco, desempregado, do setor industrial americano a substância da base da eleição. Bernie Sanders sistematizou um pouco mais claramente esses valores, mas de forma dialeticamente difícil de ser engolida pelo grande sistema americano.

Mas o debate está fervendo na Europa, e todo mundo percebendo que a solução para o problema é recuperar os mecanismos de coordenação estratégica do governo e por interação com a iniciativa privada. Não é estatismo ao modo velho, muito menos esse liberalismo estúpido que produziu a maior agonia do capitalismo mundial com a crise de 2008, cujos escombros estamos vivendo ainda hoje.

IM - Muitos nomes favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff, pensando em uma retomada da economia, começaram a se ajustar a projeções mais negativas. O país ainda pode evoluir em 2017?

CG - Não vamos evoluir. É claro que você vai assistir o Banco Central correndo um pouco mais rapidamente na direção correta, mas ainda muito mais lentamente do que o necessário, de forma insuficiente para reverter expectativa. O ano de 2017 também já está comprometido.

Em uma palestra em um think tank em Washington, logo na iminência do impeachment, com todos muito animados, eu disse: “vocês estão completamente equivocados em querer colher maracujá em pé de laranja. Dessa coalizão de corruptos, incompetentes e entreguistas, não sai nada senão corrupção, incompetência e entreguismo”.

IM - O ajuste fiscal não seria uma saída?

CG - A única forma de o Brasil sair da profunda crise fiscal em que se encontra é aumentar a receita. Nessas circunstâncias, há duas condições -- o que não quer dizer que não se tenha que impor a eficiência da despesa. Uma delas é, de forma segregada, imediatamente aumentar alguns tributos, como Cide e CPMF. Mas estrategicamente só há um jeito de fazer a receita voltar a crescer: o país assumir a decisão de crescer.

Para isso, é preciso fazer grandes movimentos de conjuntura, como consolidar o passivo do setor privado, descendo a taxa de juros aceleradamente. Mas também proponho que se possibilite a consolidação de passivo com US$ 50 a 70 bilhões extraídos das reservas e alocados em um fundo soberano, que pode ser feito nos BRICS ou em um fundo soberano que o Brasil crie. Seria trocada dívida interna no juro brasileiro por uma dívida externa, com câmbio razoavelmente estabilizado, correndo a taxa de juros negativa no exterior. Você pagaria o hedge e ainda compensaria dramaticamente, também sendo um grande coadjuvante para a retomada do investimento privado e da queda da taxa de juros pela consolidação dos passivos de grandes empresas brasileiras, que tinham plano de investimento quando esses estúpidos começaram a destruir a economia.

IM - Nesse cenário de dificuldades na economia, o senhor vê Michel Temer encerrando o mandato em 2018?

CG - Não consigo ver. A elite brasileira sabe que não dá para esperar tanto tempo e vai cavar o buraco para ele também.

IM - Levando-se em consideração sua experiência parlamentar e como ministro e governador, qual é a avaliação que tem da atual situação de governabilidade de Temer? Um forte apoio congressual, mesmo em meio às fraturas na base, e a contradição com o elevado nível de reprovação popular.

CG - Ele não tem forte apoio no Congresso. A elite brasileira, a plutocracia, o baronato que manda no país e que baseou o impeachment é quem controla, de fora para dentro, esses congressistas. Eles deram a Michel Temer, que é uma pinguela ou um trambolho, tarefas para serem cumpridas. Para elas, há apoio no Congresso. Mas basta rivalizar com qualquer outro tipo de assunto [que se observa a fragilidade do governo]. Por exemplo: a reforma trabalhista não vai acontecer. Pergunte a opinião de Paulinho da Força (SD-SP), que estava junto com ele no impeachment, sobre esse assunto. Outro exemplo é a negociação dos governadores sobre a dívida. Pergunte ao filho do César Maia [Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados] a qual senhor ele serviu quando agiu lá. Então, vivemos de ilusões. Também é tarefa minha pedir ao jornalismo brasileiro que saia desse pacto de estupidez.

IM - O senhor compartilha do entendimento de que houve um golpe contra Dilma Rousseff e que ele não se restringe ao nível doméstico. Qual é o seu desenho da geopolítica do processo?

CG - Basicamente, o impeachment foi provocado ancestralmente pela descontinuação do governo Dilma, em função da distância entre a marketagem de campanha e a prática no início do segundo governo. Isso criou um ambiente que desconstruiu muito precocemente seu laço com o povo brasileiro. Ela fez uma opção de, ao não politizar os problemas estratégicos na campanha, enganar o povo e achar que teria tempo para corrigir. Essa é a causa remota.

A causa que se organizou – fissura, inclusive, pronta nessa contradição de Michel Temer -- tem três interesses bastante práticos:

1) Gerar excedentes fiscais, em ambiente de agonia fiscal, a qualquer preço para proteger a inflexão da proporção dívida/PIB, para o rentismo. Essa é a primeira grande razão e a tarefa de Temer, que tem que cumpri-la e não o está fazendo. O déficit primário vai se aproximar de R$ 200 bilhões, enquanto o nominal, R$ 450 bilhões.

2) O alinhamento internacional do Brasil completamente desmontado. [Apesar de] Contraditória e despolitizada, a presença do país em uma ordem internacional difusamente multipolar teve aproximações sensíveis com Rússia em uma hora de Crimeia, com a China, em uma hora em que a estratégia americana era o Tratado do Transpacífico (que Trump prometeu revogar). Em um momento estratégico como esse, os primeiros centrais princípios da política do império são não permitir uma ordem multipolar que não se renda ao monopólio do poder que ganhou na bala, na Segunda Guerra Mundial, e se sustenta na base do termo de troca (dólar) e na sofisticação tecnológica.

3) A entrega do petróleo. Observe a pressa com que [José] Serra apresentou um projeto para eliminar as restrições de acesso da Petrobras a reservas [do pré-sal], de eliminar o conteúdo nacional e a pressa como estão vendendo subfaturados vários dos investimentos da companhia. Na cara da imprensa brasileira, venderam o campo de Carcará por US$ 1,35 o barril de petróleo para uma estatal norueguesa e agora venderam, por US$ 2 bilhões coisa que custou recentemente US$ 9 bilhões, para a empresa francesa Total. Tudo com muita pressa.

As três grandes demandas Temer está tentando entregar. Não vai conseguir a mais grave, e, por isso, vai cair.

IM - Se o senhor se candidatar à Presidência em 2018, como pretende governar com um Congresso tão conservador, fragmentado e empoderado como o atual?

CG - Digo de novo: vou pensar mil vezes em me candidatar. Meu partido vai definir e cumprirei minha obrigação. Mas, se for, irei para fazer história.

O presidencialismo tem mil desvantagens e a mais grave delas é essa lógica de impasses, em que o presidente tem as responsabilidades pela saúde dos negócios de Estado e um Congresso, que não tem, no sentido jurídico do tema, responsabilidade nenhuma, pode diminuir ou aumentar despesas, sem pagar qualquer consequência, enquanto, no Parlamentarismo, isso não acontece.

Mas o presidencialismo também tem sua vantagem, que é a capacidade que o presidente da República tem tido, na tradição brasileira, de se escorar na opinião pública e fazer a construção de uma maioria de forma qualitativa. Fui ministro da Fazenda no governo Itamar Franco. Ele não tinha partido, não tinha maioria orgânica -- o que não é meu caso, que tenho experiência política e tenho um partido, onde as alianças políticas são perfeitamente praticáveis --, mas, ainda assim, conseguiu governar com força política imensa e, cada vez que precisou, apostou no povo, na mobilização da opinião pública, para que os grupos de pressão clandestinos não o esmagassem.

IM - Um entendimento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e uma lei recentemente aprovada pelo Congresso, à revelia do que determina a Constituição Federal, apontam para chances de eleições diretas em caso de queda do governo Michel Temer. O senhor se vê apto a se candidatar se o processo eleitoral se iniciasse amanhã?

CG - Meu partido que vai resolver isso e cumprirei minha responsabilidade. Mas, se for, farei o que deve ser feito pelo País, para voltar para casa com a consciência tranquila. Tenho muita esperança e confiança de que é possível resolver o problema do país, não que seja simples ou fácil, mas é perfeitamente praticável fazer o Brasil retomar seu destino, que não é essa mediocridade corrupta que tomou conta.

Mas estou muito incomodado com esse estado de anarquia que as coisas têm acontecido. A Constituição diz que, se o presidente da República for cassado, o vice assume. Se o vice, por alguma razão, sair antes de dois anos de mandato, há eleições diretas. E, se ele sair depois de dois anos, a eleição é feita indireta pelo Congresso. Eu tenho nojo e pavor da ideia de que isso vá acontecer. Mais nojo e pavor tenho da ideia de se ficar manipulando a Constituição, desses juízes que fazem discursos políticos, porque isso é um estado de baderna e é muito pior do que qualquer outra coisa.

IM - A Operação Lava Jato é um tabu para a esquerda. Enquanto parte apoia, outra foge do debate, e uma terceira parcela critica abusos cometidos e os efeitos gerados para a economia do país e as empresas. Como promover um combate à corrupção sem provocar grandes fissuras na economia? O que o senhor proporia de diferente?

CG -  Temos que olhar as coisas complexas com olhares complexos. A Lava Jato é uma coisa essencialmente importante para o Brasil, porque parece dar fim ao histórico de impunidades do baronato da política e do mundo empresarial. Por isso, ela merece todo o apoio e estímulo.

Isto dito, temos também alguns problemas, como o excesso de aplausos e exibicionismos de juízes e procuradores. Isso não é bom, mesmo para a Lava Jato, porque à medida que você extrapola, o risco de suspeições está dado. Várias sentenças que alçaram a segunda instância da Justiça foram anuladas, é só se lembrar da Operação Satiagraha. É isso que está fadado a acontecer se não forçarmos a mão com essa garotada de Curitiba. Eles têm que se lembrar que Justiça é severidade, modéstia e não ficar se exibindo.

Outra coisa gravíssima é que quem comete crime é a pessoa física. No ordenamento jurídico brasileiro, pessoa jurídica não comete crime. Então, as punições têm que ser severas, mas destinadas exclusivamente à pessoa física, que praticou o ato ilícito. O mundo inteiro salva a cara das empresas. A Construção Civil é um dos raros setores em que temos algum protagonismo global, mas eles estão destruindo as empresas. Isso, no entanto, não é culpa dos juízes, mas dos políticos, que não têm coragem de fazer acordo de leniência e não deixam que os juízes cumpram suas tarefas de dar a pena que for necessária para as pessoas. Mas salvar as empresas para que elas atuem é um imperativo de ordem pública no Brasil.

Fonte: Infomoney

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Por incrível que pareça, foi descoberto um novo órgão humano

O mesentério é um velho conhecido dos estudantes de anatomia. Tão antigo, de fato, que foi descrito por ninguém menos que Leonardo da Vinci.

Acontece que, por toda a história, ele não era considerado um órgão contínuo, mas uma parte do peritôneo, a membrana que protege os órgãos internos. No caso do mesentério, trata-se da membrana que segura o intestino no lugar – uma parte do corpo tão desprezada que nem aparece nos diagramas clássicos do aparelho digestivo. Esses esquemas mostram o intestino como algo solto na sua barriga. Não. Há uma membrana ali atrás, que representamos aqui em amarelo: 


Mas então. Um novo estudo publicado no jornal The Lancet, revendo as informações coletadas nos últimos anos, afirma que o esquecido mesentério é, sim, um órgão completo. E que assim deve ser classificado, ensinado nas escolas de medicina, e considerado para o estudo de doenças.

O atraso nesse reconhecimento causou prejuízo. Pela desconsideração histórica, a gente não faz ainda a menor ideia de para que serve o mesentério, tirando isso de segurar o intestino no lugar.

“Estabelecemos agora a anatomia e a estrutura do órgão”, afirma J. Calvin Coffey, líder do estudo. “O próximo passo é saber sua função.” E isso seria um grande passo. Se a ciência entender o mesentério, saberá identificar quando comportamentos anormais do órgão. Ou seja: terá uma arma a mais para diagnosticar e tratar doenças.

Fonte: Superinteressante

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Crato (CE): Reunião da SBPC 2017, que acontecerá em maio, terá total apoio do Governo Municipal

Estiveram reunidos na tarde desta quarta-feira (4) nas dependências da Prefeitura Municipal o prefeito do Crato, Zé Ailton Brasil, juntamente com representantes da Universidade Regional do Cariri-URCA, Universidade Federal do Cariri (UFCA) e do Governo do Estado do Ceará.

A reunião teve como objetivo viabilizar o apoio da gestão municipal a reunião regional Nordeste anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontecerá de 3 a 7 de maio desse ano na cidade do Crato e trará como algumas de suas propostas temáticas Desenvolvimento Regional, Sustentabilidade, Geopark Araripe, Geoeducação, Geoconservação Geoturismo, combate ao tráfico de fósseis, Biodiversidade regional entre outras.

Esse evento deverá atrair um público de docentes, estudantes, pesquisadores e renomados palestrantes sobre os temas propostos do Brasil. De acordo com o Reitor da Urca, Patrício Melo, a reunião anual da SBPC deve atrair cerca de 4 mil participantes, trazendo uma inquestionável notoriedade para a cidade do Crato e do Cariri, e consequentemente impulsionará o desenvolvimento da região como um todo.

O prefeito Zé Ailton afirmou seu compromisso em não medir esforços no apoio a realização do evento e reiterou o seu empenho no que diz respeito ao progresso do Crato. “Temos aqui um admirável potencial turístico e cultural e uma das premissas da gestão será fortalecer essas riquezas naturais, disponibilizando subsídios para o seu desenvolvimento”, concluiu.

Assessoria de Imprensa/PMC

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Dezembro de 2016 registrou maior volume de chuvas para o mês dos últimos seis anos no CE

O mês de dezembro de 2016 registrou média de chuvas de 41.5mm em todo o Estado do Ceará. O índice é 31,1% maior que a normal climatológica, a média histórica utilizada como parâmetro pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), que é de 31.6mm. O resultado é o melhor desde 2010, quando foi observada média de 88.2mm de chuvas no Estado.

Nos anos seguintes, no entanto, a curva foi decrescente. Em 2011, a média foi de apenas 5.8mm, desvio negativo de 81,7% do índice normal. A estatística se repetiu em 2014. Em 2012, foi registrado o pior levantamento, de apenas 4 mm. Já em 2015, choveu média de 11.6mm, queda de 63,3% do normal para o mês.

O único desvio positivo foi registrado em dezembro de 2013, quando choveu 36.7mm – um acréscimo de 16,1% no parâmetro. Conforme a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a normal climatológica é o valor médio calculado para um período de, no mínimo, três décadas consecutivas. No Ceará, a Funceme considera os dados do período de 1981 a 2010.

Pré-estação
Apesar da melhora no índice, o órgão adverte que as chuvas dos últimos dias não têm relação com a quadra chuvosa, uma vez que precipitações intensas podem ser registradas na pré-estação, nos meses de dezembro e janeiro. Elas seriam causadas pela atuação e posicionamento favorável dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN), Cavados de Altos Níveis e sistemas frontais.

A quadra chuvosa cearense começa em fevereiro e se estende até maio. Como os sistemas meteorológicos são difíceis de serem previstos a longo prazo, segundo a Funceme, o órgão orienta que os usuários acompanhem a Previsão do Tempo diariamente. O prognóstico da quadra chuvosa 2017 será divulgada oficialmente no dia 18 de janeiro, no Palácio da Abolição.

Fonte: Diário do Nordeste

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Contra masturbação, deputado quer bloquear conteúdo pornô na internet do Brasil

O deputado federal Marcelo Aguiar (DEM-SP) travou uma batalha contra a pornografia e a masturbação. Para isso, ele apresentou um projeto à Câmara em que obriga as operadores que disponibilizam o acesso à internet a criarem um sistema que bloqueia qualquer conteúdo "de sexo virtual, prostituição e sites pornográficos".

O projeto de lei foi apresentado no final de 2016. Em sua justificativa, o deputado do DEM – que também é cantor na Igreja Evangélica e se autointitula como "servo de Deus" – afirma que há pessoas "viciadas em conteúdo pornô e na masturbação".

"Estudos atualizados informam um aumento no número de viciados em conteúdo pornô e na masturbação devido ao fácil acesso pela internet e à privacidade que celular e o tablet proporcionam", contextualiza.

"Os jovens são mais suscetíveis a desenvolver dependência e já estão sendo chamados de autossexuais – pessoas para quem o prazer com sexo solitário é maior do que o proporcionado, pelo método, digamos, tradicional", afirma.

Para o deputado, o pornô está se transformando "na base da educação sexual dos jovens de hoje, com uma série de efeitos indesejados".

Contra a ideologia de gênero
Marcelo Aguiar está cumprindo o seu segundo mandato como deputado federal pelo estado de São Paulo. Ainda em 2016, ele apresentou um modelo de "notificação extrajudicial", desenvolvido pelo procurador da República Guilherme Shelb, para que os pais ou responsáveis protejam os filhos contra o "ensino da ideologia de gênero pelas escolas".

Schelb chegou a justificar a notificação dizendo que "crianças em desenvolvimento estão sendo expostas a temas complexos e abusivos ao seu entendimento".

"Os pais desses alunos não estão sabendo que isso está sendo ministrado em sala de aula. E mais: isso também é uma violação aos direitos do professor, porque ele está sendo desviado da sua função de educador, para ser levado a ministrar temas morais e sexuais, que a lei não autoriza a escola a fazer", afirma.

O PL 6449/2016, contra a masturbação e a pornografia, que foi entregue à Câmara, está aguardando apensação na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI).

Fonte: Último Segundo 

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Secult Crato realiza cortejo no Dia de Reis

O Dia de Reis em Crato será marcado por um grande cortejo dos grupos de tradição, que acontecerá a partir das 16 horas desta sexta-feira, 6, com concentração na praça São Vicente. O cortejo segue pela rua Dr. João Pessoa, em direção à Praça da Sé. As ruas serão interditadas para o desfile dos grupos, numa tradicional festa que acontece no Dia de Reis, para a saudação dessa data.

Segundo o Secretário de Cultura do Crato, Wilton Dedê, serão de grupos reisados, maneiro pau, banda cabaçal, coco, entre outros. Todos os anos, o Município se destaca com os seus grupos de tradição, desfilando pelas principais ruas da cidade, demonstrando a força da cultura popular presente em solo cratense.

Assessoria de Inprensa/PMC

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Fazendo o povo de trouxa: Governo Temer distorce dados econômicos em propaganda de 120 dias e é desmascarado

O governo Michel Temer (PMDB) publicou anúncios de página inteira nos jornais de 29 de dezembro com uma propaganda sobre seus feitos nos 120 dias contados desde sua posse efetiva, em 31 de agosto, quando o Senado aprovou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Um site oficial também foi criado para divulgar a propaganda na internet. A reportagem do UOL conferiu o material e encontrou distorções nos dados econômicos apresentados pela gestão peemedebista. 

O anúncio fala em "quatro meses de trabalho intenso" e inclui uma lista de 40 itens que o governo chama de "algumas de muitas medidas que já se tornaram realidade". Na relação, aparecem ações, como a redução de ministérios e o reajuste do valor do Bolsa Família, mas também tópicos genéricos como "moralização das nomeações nas estatais" e situações que não dependem exclusivamente do governo, como a variação da cotação do dólar.

Além disso, há iniciativas controversas e que geraram críticas e contestações, como a imposição do limite de gastos públicos por 20 anos, a reforma do ensino médio e a reforma trabalhista, que ainda não passa de uma proposta.

Confira abaixo o que o governo disse sobre dados econômicos e contas públicas e os fatos que a reportagem do UOL apurou.

- Repatriação de capital: Medida que tornou possível trazer para o país R$ 46 bilhões em impostos que foram aplicados para o desenvolvimento do país e repassados para Estados e municípios

CERTO: O governo tem razão ao dizer que trouxe R$ 46 bilhões em impostos ao permitir a repatriação de capitais. O valor é o divulgado pela Receita Federal. Aprovada por Dilma, a lei da repatriação foi alterada pelo Congresso no governo Temer. Com a mudança, foi reaberto o prazo para repatriação e regularização de recursos enviados por brasileiros ao exterior.

- Reforma administrativa: já foram extintos 14.200 funções e cargos comissionados

EXAGERADO: O governo Temer aprovou uma lei em outubro que converte 10.462 cargos de direção e assessoramento superior, conhecidos como DAS, em funções comissionadas do Poder Executivo. "Na medida em que forem extintos os cargos", diz a norma, o Poder Executivo fica "autorizado a substituí-los, na mesma proporção, por funções de confiança denominadas Funções Comissionadas do Poder Executivo - FCPE, privativas de servidores efetivos". Ou seja, a lei prevê a extinção de cargos, mas também a abertura de funções na mesma quantidade.

Questionado pela reportagem, o próprio governo federal, em sua resposta, tratou a medida como conversão, e não como extinção. "Houve a conversão de 10.462 Cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS) em Funções Comissionadas do Poder Executivo (FCPE), que só podem ser ocupadas por servidores públicos concursados", afirmou em nota enviada ao UOL.

Em seu site, o Ministério do Planejamento informou, em 29 de dezembro, que até então 7.734 DAS já haviam sido transformados em FCPE, "cerca de 70% do estabelecido na lei". "O percentual restante será transformado à medida que os órgãos e entidades do Executivo Federal avaliarem novas oportunidades em suas estruturas", disse a pasta.

No mesmo texto, o Planejamento anunciou uma reforma administrativa que prevê o corte de 4.689 cargos comissionados e funções de confiança, mas com conclusão prevista para julho de 2017. Na resposta à reportagem, o governo disse que estes 4.689 cargos e funções foram extintos.

- Recuperação das grandes empresas estatais brasileiras e valorização de suas ações, como a Petrobras (114%), Eletrobras (237%), Banco do Brasil (98%)

EXAGERADO: O governo sobrevalorizou a alta das ações das empresas. Entre 31 de agosto e 28 de dezembro de 2016, véspera da divulgação da propaganda do governo Temer, houve de fato valorização de ações de estatais, mas com uma variação muito menor que a divulgada.

Na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), a ação Petrobras ON (PETR3.SA) passou de R$ 14,74 para R$ 16,98, uma elevação de 15,2%. A ação Petrobras PN (PETR4.SA) valorizou-se 15%: de R$ 12,85 para R$ 14,78.

Os papéis Eletrobras ON (ELET3.SA) subiram pouco: somente 0,93%. As ações Eletrobras PNB (ELET6.SA) caíram 8,35%. No caso do Banco do Brasil, houve alta nos papéis, mas de 19,3%.

Se o parâmetro for a Bolsa de Valores de Nova York (EUA), a valorização dos papéis das estatais brasileiras comercializados por lá também foi inferior à propagandeada pelo governo brasileiro.

A ação Petrobras DRC (PBR) subiu 13% entre 31 de agosto e 28 de dezembro de 2016, índice ligeiramente superior ao do outro papel da estatal comercializado em Nova York, Petrobras ADR (PBRa), com alta de 12,9%.

Os papéis Eletrobras PNB (EBR) se mantiveram praticamente estáveis (0,44%), e as ações Eletrobras ADR (EBRb) caíram 1,6%. As ações do Banco do Brasil em Nova York (BDORY) se valorizaram 17,6%.

Em nota enviada à reportagem, o governo disse que "os dados divulgados são resultados de medidas adotadas pelo governo federal" e admitiu que usou o período de um ano, e não o de 120 dias, como referência. "Empresas estatais como Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil se valorizaram na atual gestão, o que contribuiu para que, no período de um ano, o valor de mercado e as ações das empresas subissem substancialmente. Isso se verificou com as novas gestões de empresas a partir das nomeações feitas pelo novo governo e com as valorizações que o mercado fez a partir da possibilidade de um novo governo."

- Saldo positivo de US$ 45 bilhões no comércio exterior até a terceira semana de dezembro

ERRADO: A propaganda refere-se aos 120 dias de governo efetivo, mas o valor citado pelo governo abrange o período de janeiro até a terceira semana de dezembro.

De acordo com os dados oficiais do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, no último quadrimestre do ano (setembro a dezembro), período que abrange os quatro meses do governo definitivo de Temer, o saldo da balança comercial brasileira foi bem mais baixo, de US$ 15,3 bilhões, um valor 20% inferior ao saldo de US$ 19,1 bilhões obtido no segundo quadrimestre (maio a agosto).

Em resposta à reportagem, o governo afirmou que o saldo citado na propaganda refere-se, de fato, ao ano todo de 2016, mas alegou que "Michel Temer comandou o país desde 12 de maio", data em que Dilma foi afastada temporariamente. "Portanto, [Temer governou] na maior parte do período mencionado", acrescentou a nota.

- Diminuição do Risco Brasil

ERRADO: Em 31 de agosto, quando Temer assumiu efetivamente o governo, o Risco Brasil, medido pela agência J.P. Morgan, era de 309 pontos, de acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). No fim de dezembro, ele atingiu os 325 pontos. Ou seja, estava mais alto.

- Queda do valor do dólar

ERRADO: A cotação do dólar passou de R$ 3,22 em 31 de agosto para R$ 3,28 em 28 de dezembro. Portanto, o valor da moeda norte-americana subiu no período de 120 dias.

A respeito dos dois pontos acima, o governo também alegou que usou como referência o período de um ano. "O mercado reagiu positivamente à nova gestão, demonstrando confiança nas medidas de austeridade fiscal adotadas. Indicadores como o Risco Brasil e cotação do dólar são voláteis, mas no ano a trajetória de queda do Risco Brasil e a cotação do dólar coincidem com a evolução do processo de impeachment e efetivação do novo governo", disse a assessoria de Temer.

"A credibilidade restaurada da moeda e da confiança no país contribuíram para valorizar o real, a partir da percepção de maior responsabilidade do governo federal no controle de contas e no ajuste fiscal. Discurso que sempre foi associado ao novo presidente, desde o lançamento do documento 'Uma Ponte para o Futuro'. A identificação com esses valores e a nova equipe econômica alinhada com esses postulados foram fundamentais para esses números", afirmou em nota.

- Renegociação das dívidas estaduais

EXAGERADO: O governo aprovou uma lei que trata das dívidas estaduais, mas Temer decidiu vetar mudanças feitas pela Câmara. Segundo o peemedebista, as modificações aprovadas pelos deputados federais, que retiraram as contrapartidas exigidas dos Estados, tornaram a medida "mais ou menos inútil". De acordo com ele, o governo terá negociar com cada Estado para identificar quais contrapartidas cada um poderá oferecer.

"Puro marketing"
Na avaliação do economista Paulo Feldmann, professor da FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo), "o governo não tem nada para comemorar". "Os números da economia são muito ruins: 60 milhões de brasileiros e 4 milhões de empresas estão inadimplentes. Isso nunca aconteceu no país."

Para Feldmann, o governo Temer ainda não combateu o que de fato traria benefício para a economia e a população: o desemprego. "Não fez até agora absolutamente nada, e o desemprego está aumentando."

O Brasil encerrou 2016 com cerca de 12 milhões de pessoas desempregadas, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) relativa ao período entre setembro e novembro. Por isso, o economista define a lista de supostas realizações do governo Temer como "puro marketing".

Ele critica especialmente o fato de o governo incluir a suposta queda da cotação do dólar como feito, dizendo ser "uma enganação criminosa". Para ele, o dólar deveria estar cotado, na verdade, num patamar muito acima, na casa dos R$ 4,5, R$ 5. "O real está sobrevalorizado", diz.

A valorização das ações de empresas estatais, relacionada como reflexo positivo do novo governo, também é criticada pelo professor. "É outra medida mentirosa. A valorização das ações não tem nenhuma repercussão maior que ajuda a economia brasileira."

Soluções e riscos
O que poderia, então, favorecer efetivamente a retomada?

O professor cita duas formas de fazer: aumentar o consumo e elevar o investimento. "Mas não aconteceu nenhuma das duas, porque não há crédito."

Para Feldmann, a saída está em o governo obrigar empresas a renegociarem dívidas de consumidores, alongando prazos dos débitos, e os bancos voltarem, até de forma compulsória, a conceder mais empréstimos. "Essa é uma medida que seria fundamental."

O economista defende uma intervenção rápida do governo, porque o país, em sua visão, estaria na "iminência de ter uma quebradeira geral". "E isso seria catastrófico."

Feldmann, entretanto, minimiza a culpa do governo Temer na situação geral da economia e a debita na conta do governo da presidente Dilma Rousseff, afastada definitivamente do cargo em 31 de agosto de 2016, no segundo ano do seu segundo mandato.

"A principal responsável pela crise se chama Dilma. Cometeu erros gravíssimos principalmente em 2014, quando, para ganhar a eleição, concedeu desonerações fiscais a múltiplos setores."

O resultado, segundo ele, foi que a arrecadação desabou, e o país registrou o primeiro deficit fiscal em mais de 20 anos, sombra que se projeta até os dias de hoje.

Fonte: UOL

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Quer passar? Os 7 concursos menos concorridos com salários até R$ 11 mil

Existe um mito entre concurseiros de que todas as seleções são muito concorridas. Apesar da maioria ser, realmente, bem disputada, nem sempre é assim. Existem seleções públicas e concursos com pouca concorrência.

Apresentamos os 7 concursos públicos menos concorridos, com previsão de publicação de edital este ano, e que podem ampliar a sua chance de passar.

A principal razão é que: as seleções abaixo tratam de áreas de estudo não muito comuns escolhidas pela maioria dos concurseiros, que geralmente disputam vagas na PRF, PF, TJ, TRF, INSS, entre outros.

BNDES
Salários: variam de R$ 3.900,00 a R$ 4.100,00

Este é um dos concursos menos concorridos, pois a seleção é para cadastro de reserva e exige formação específica para cada cargo.

ANCINE (AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA)
Salários: chegam a R$ 4.900,00, aproximadamente

Agências reguladoras costumam ter concursos menos concorridos por exigirem formação superior e conhecimentos do poder Executivo, o que acaba por afastar os concorrentes. O Edital da Ancine deve acontecer no primeiro semestre deste ano.

ANA (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS)
Salários: de R$ 4.000,00 a R$ 11.000,00, aproximadamente

Com cargos de consultor e que exigem conhecimentos avançados e específicos, torna-se um concurso mais fácil de aprovação.

FINEP
Salários: variam de R$ 3.000,00 a 10.500,00, aproximadamente

É uma empresa de inovação e pesquisa nas áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e instituições públicas ou privadas. É um dos concursos mais fáceis de passar devido às exigências dos editais.

FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL
Salários: podem chegar a R$ 4.600,00

Oferece cargos que não são procurados ou conhecidos, como os de arquivista e bibliotecário. Torna-se um dos concursos mais fáceis de passar pelo cargo menos visado devido à faixa salarial, quando comparado com outros concursos.

CONAB (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO)
Salários: variam de R$ 2.100,00 a R$ 5.100,00, aproximadamente

Não é muito conhecido e divulgado, consequentemente, se torna um dos concursos mais fáceis de passar. Há ofertas para cargos voltados para assistentes, como por exemplo, de Técnico Agrícola ou de Tecnologia da Informação.

DPU (DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO)
Salários: variam de R$ 3.000,00 a R$ 4.600,00, aproximadamente

Apesar de possuir algumas funções concorridas e com salário-base de R$ 16 mil, como o de Defensor Público Federal, há aqueles que são concursos menos concorridos, de nível superior: arquivista, assistente social, bibliotecário, contador, economista, psicólogo e sociólogo.

Fonte: Diário do Nordeste

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Crato (CE): Decretada situação de emergência no município. Prefeito Zé Ailton explica o motivo

Nesta quarta-feira (4) foi decretada situação de emergência administrativa no município do Crato. A medida se refere a um período de 120 dias por conta do registro de acontecimentos adversos ocasionados pela gestão anterior tendo como consequência a inviabilização de determinadas atividades que precisam ser disponibilizadas. Segundo o Prefeito Zé Ailton o decreto não necessariamente terá a duração de 120 dias.

“Trata-se de um prazo seguro para que possamos resolver a situação de forma eficaz. A tomada dessa medida é fundamental para que possamos dar continuidade aos serviços essenciais como contratação de profissionais de saúde, compra de medicamentos e combustível”, explica.

Zé Ailton ainda ressalta que será instituído o mais rápido possível o processo licitatório com o lançamento de editais. “Sempre com a devida justificativa e demais procedimentos legais respeitando a lei e a transparência”, conclui.

Assessoria de Imprensa/PMC

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Barbalha (CE): Cidade está tomada pelo lixo. População revoltada com a nova administração

Fotos: Joel Freitas
A mudança de gestor na prefeitura de Barbalha – saindo Zé Leite (PT) e entrando Argemiro Sampaio (PSDB) – , pelo visto afetou a situação da limpeza pública, ou melhor, da sujeira pública, na cidade. Barbalha está tomada pelo lixo!

Nas redes sociais, muitos cidadãos se manifestam indignados com a situação, preocupados com a possibilidade do surgimento de doenças em decorrência da sujeira. O nosso leitor Joel Freitas, por exemplo, publicou fotos da situação das ruas da cidade no seu perfil do Facebook.

A prefeitura municipal ainda não se pronunciou sobre o assunto. Não há, ainda, nenhum indício de planejamento para resolver em definitivo a situação que, além de ameaçar a saúde da cidade, é também extremamente incômoda.

Em alguns bairros a coleta já está sendo feita mas na maioria ainda não, e os lixos só se acumulam pelas ruas.

DEBORAH CAMPOS
REPORTER

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Sonia Braga critica "direita violenta", impeachment e Globo

Radicada em Nova York há mais de três décadas, e com raros convites de trabalho no Brasil, Sonia Braga foi a atriz brasileira com mais destaque internacional no ano passado.

Sua atuação em Aquarius, do diretor Kleber Mendonça, rendeu a ela prêmios, elogios e novo impulso a uma carreira com momentos memoráveis, como em O Beijo da Mulher Aranha (1985).

Em Havana (Cuba), para participar do Festival Internacional do Novo Cinema Latinoamericano, a artista foi entrevistada em vídeo por uma equipe da rede de coletivos Jornalistas Livres.

Sonia Braga não fugiu à polêmica ao analisar o momento político do Brasil: "A direita que está se estabelecendo não só no Brasil mas no mundo é muito perigosa, violenta".

A atriz associa a ascensão dos conservadores a um retrocesso social. "Não sei quantas mulheres vão ter que ser retiradas de seus cargos, ou quantos negros, depois quantos índios, até que se permaneça a única raça que essa direita está acreditando, que é a raça branca", afirma.

Em maio, no tapete vermelho do Festival de Cannes, ela participou do protesto do elenco de Aquarius contra o impeachment de Dilma Rousseff. Sua postura continua a mesma.

"A transição do governo Lula para (o governo) Dilma teve um choque grande porque ela não tinha o carisma do Lula. (…) Como presidente, ela tinha um pouco de problema, mas… um impeachment? (…) Não se encontrou até hoje nada de criminoso (envolvendo Dilma) que tenha acontecido, esse é um problema muito grande."

Sempre lembrada por novelas de sucesso da Globo como Gabriela, Saramandaia e Dancin´ Days, Sonia não poupa a emissora, rotulada de 'golpista' por boa parte dos críticos do processo que resultou na perda do mandato de Dilma: "Ter uma rede de televisão, sim, é perigoso, porque controla a opinião pública".

Ela afirma ter amigos que trabalham no canal, mas ressalva: "Não são pessoas comprometidas com o sistema nem aceitam esse governo (do presidente Michel Temer)".

Aos 66 anos, a diva do cinema brasileiro falou ainda sobre a passagem do tempo. "Me perguntam às vezes 'como você se sente envelhecendo?' Mas tem outra opção? Se tiver, eu aceito."

Ao analisar Aquarius, no qual interpreta a engajada Clara, Sonia Braga filosofa: "É um filme de uma simplicidade incrível. Acho que a coisa mais difícil do mundo é você ser simples".

O vídeo da entrevista está disponível no canal Jornalistas Livres no YouTube.

Fonte: Terra

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Crato (CE): Prefeito Zé Ailton dá início a processo de visitações em escolas municipais

O prefeito Zé Ailton Brasil visitou duas escolas municipais localizadas na zona distrital, na manhã de ontem. Ele esteve na Escola de Ensino Infantil e Fundamental João Leandro Correia, na localidade de Dom Quintino, e na Escola de Ensino Fundamental José Bizerra em Ponta da Serra.

As visitas fazem parte de um planejamento de observações in loco que o gestor municipal objetiva fazer em toda a rede de educação do município. “Estarei visitando as escolas cratenses no intuito de ver de perto o desenvolvimento das mesmas e as necessidades, para que possamos trabalhar de forma efetiva melhoramentos em todos os aspectos”, explicou o Prefeito Zé Ailton.

Essas escolas foram escolhidas para o início de suas visitações por terem sido instituições nas quais ele foi aluno.

Assessoria de Imprensa/PMC

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Conheça os bilionários convidados para “reformar” a educação brasileira de acordo com sua ideologia

Na primeira audiência pública feita no Congresso para debater a reforma do ensino médio, na terça-feira, dia 1º, as ocupações foram um dos temas abordados. Contudo, as falas de alguns parlamentares são o desenho perfeito da falta de compreensão das demandas feitas pelos estudantes.

Talvez, se eles tivessem mais voz nesse debate, não fosse tão difícil compreendê-los.

Em oposição à total surdez para com os estudantes, os parlamentares são todos ouvidos para outro grupo: os representantes de bilionários presidentes de fundações educacionais. Para as audiências públicas que estão por vir foram convidados sete representantes de fundações e institutos empresariais.

Mas, qual o problema em se ter bilionários na mesa de debate? A princípio, nenhum. Na prática, além do fato de que não existe almoço grátis, é necessário observar o tipo de educação que esses grupos vislumbram como o “padrão de qualidade” – lembrando que a própria existência de um “padrão de qualidade”, quando se fala sobre educação, já é algo bastante questionável.

Fundações costumam se colocar como apartidárias, porém, ao participarem ativamente da criação e execução de políticas públicas — como está sendo o caso no debate sobre a reforma do ensino médio — comportam-se, elas mesmas, como partidos.

É no mínimo curioso que as propostas de reforma do ensino médio tenham ganhado força logo quando a tutela do MEC passa para as mãos de jovens empreendedores e ex-Lemann fellows (o apelido dado aqueles que receberam bolsa da Fundação Lemann). O Diário Oficial da União do dia 2 de setembro avisou sobre a nomeação de Teresa Pontual, ex-bolsista da fundação, para a Diretoria de Currículos e Educação Integral do MEC. Menos de um mês depois, a MP foi assinada.

Outro  exemplo é o caso de Maria Helena Guimarães de Castro, uma das sócias-fundadoras do Todos Pela Educação e membro da comissão técnica do movimento, hoje secretária-executiva do MEC à frente da reforma.

Os interesses que ficam por trás destes “partidos” nem sempre são facilmente notáveis. A filantropia pode ser usada para vários fins: o honesto desejo por um mundo melhor, a “lavagem de consciência”, o tráfico de influência, e até a lavagem de dinheiro. Além das óbvias isenções fiscais e imunidades tributárias concedidas às fundações por todas as suas benesses, há um ponto a mais quando se fala da ligação entre fundações educacionais e grandes empresas: a formação dos funcionários.

A média brasileira de gastos com treinamentos é de R$ 518 por funcionário. Seria ótimo se os donos de grandes empresas pudessem economizar esse dinheiro, que significa aproximadamente R$ 1,38 milhão anuais por empresa escoando das companhias com mais de 500 funcionários. Já para a Ambev, de Jorge Paulo Lemann — que também está à frente da Fundação Lemann — significaria uma economia de aproximadamente R$ 20 milhões ao ano, afinal são mais de 40 mil empregados. Se, ao menos, no ensino técnico ou médio já fossem ministrados alguns dos treinamentos necessários aos futuros empregados, empresários como Lemann não precisariam gastar tanto com RH.

Depois de estudantes e professores se manifestarem pedindo um lugar à mesa de debate, o espaço para profissionais de educação foi ampliado. Continuam sendo apenas 2 representantes dos alunos, mas subiu de 3 para 9 o total de professores entre os 57 convidados para audiências públicas na comissão especial. Os lugares de honra, no entanto, permanecem reservados às fundações e institutos empresariais.

A próxima audiência pública, por exemplo, está marcada para a próxima terça, 8 de novembro, e contará com representantes do Instituto Inspirare, Fundação Lemann e Instituto Unibanco. Muitos dos representantes destes organismos receberam até mais de um convite, todos feitos pelos 24 parlamentares integrantes da comissão, para ir ao púlpito. Serão necessárias outras audiências, no entanto. Afinal, são muitos os representantes de fundações e institutos empresariais.

Quem o governo quer ouvir:

1. Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann

A fundação de Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil e 19º entre os mais ricos do mundo. Espécie de “Midas”, todos seus investimentos são certeiros e ajudam a engordar ainda mais a fortuna de R$ 103,59 bilhões do “rei da cerveja”. Não por coincidência, uma de suas mais recentes apostas é a Escola Eleva, que tem foco no ensino médio e atua em período integral.

2. Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco

O Instituto Unibanco é presidido por Pedro Moreira Salles, o 9º colocado da lista dos bilionários brasileiros, com R$ 12,96 bilhões. Empatados na mesma posição estão seus irmãos Walter Jr, João e Fernando. O principal projeto do IU, Jovem de Futuro, está comemorando uma década. Criado a partir de uma parceria com o MEC e com as secretarias estaduais, o instituto oferece consultorias e treinamentos aos gestores de escolas públicas de ensino médio. Para colocar as metodologias em prática, porém, é necessário que a escola adote a plataforma tecnológica criada pelo instituto, que passou a constar no Guia de Tecnologias do MEC.

3. Ana Inoue, consultora de educação da Fundação Itaú

A Fundação Itaú é presidida por Alfredo Egydio Setubal. Pedro Moreira Salles faz parte do conselho curador. Os dois são membros do conselho administrativo do banco Itaú Unibanco, que controla tanto a Fundação Itaú quanto o Instituto Unibanco.

O trabalho da Fundação é, em parcerias com secretarias municipais e estaduais, oferecer consultorias para treinamento de gestão aos secretários de educação e aos diretores de escolas.

Sobre seus interesses políticos, o secretário de Educação da Paraíba, Aléssio Trindade, que, inclusive, também consta na lista de convidados pela comissão especial, resume: “o Itaú-BBA lidera uma ação do Consed junto ao MEC, que é a reforma do Ensino Médio, com a inserção da educação profissional”.

4. Anna Penido, diretora executiva do Instituto Inspirare

O Instituto Inspirare é presidido por Bernardo Gradin, o 47º colocado na lista dos 70 maiores bilionários do Brasil. A origem da fortuna de R$ 4,16 bilhões são empresas de construção e petroquímica. Ex-presidente da Braskem, empresa petroquímica, e ex-acionista da Odebrecht, Gradin foi mencionado por outro “ex” em delação premiada na Lava Jato: Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras disse ter tratado de “pagamentos de vantagens ilícitas” a ele.

Seu instituto está envolvido na proposta de “educação integral na prática”; plataforma que “disponibiliza recursos organizados em eixos temáticos para apoiar gestores e equipes técnicas na elaboração, implementação e avaliação de programas de educação integral”. Outra iniciativa é a “Escola Digital”, uma plataforma virtual que oferece ferramentas pedagógicas como vídeos, jogos, mapas e livros digitalizados.

5. Priscila Fonseca da Cruz, presidente-executiva do “Todos pela Educação”

O presidente do Conselho de Governança do T.P.E. é Jorge Gerdau Johannpeter, que já figurou na Forbes como 48º colocado na lista dos bilionários, em 2012. Hoje seu nome ainda aparece na famosa lista, mas com menos destaque, já que seus módicos R$ 1,56 bilhão mal fazem sombra aos demais concorrentes.

Como prêmio de consolação, entrou para uma nova lista, a dos brasileiros nomeados nos “Panama Papers”, maior vazamento de documentos da história. Na lista, figuram 22 empresários nacionais que possuem ligação a companhias abertas em paraísos fiscais. A de Gerdau consta como aberta em 2005, para captar recursos no exterior, e desativada em agosto de 2009.

O T.P.E. já se consagrou como influência nas políticas públicas de educação. Fundado em 2006 como um movimento social, um ano depois, deu nome a um decreto que estabelecia as diretrizes do compromisso com o plano de metas.

6. David Saad, Diretor-presidente do Instituto Natura

Antônio Luiz Seabra, fundador da Natura é dono de uma fortuna que totaliza R$ 4,12 bilhões. O Instituto Natura é o principal parceiro do ICE em seus trabalhos de consultorias dadas a secretarias estaduais de educação para implantação do ensino médio integral. Para entender seu papel, é preciso, então, chegar ao último convidado VIP.

7. Marcos Magalhães, Presidente do Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação (ICE)

Engenheiro aposentado, Marcos Magalhães não desfruta de fortuna como os demais listados. Seu tesouro é outro: a amizade com o atual ministro da educação, Mendonça Filho.

Em entrevista realizada em 2012, Magalhães explicou o funcionamento de seu trabalho: “Houve uma parceria em que nós trabalhamos, uma parceria público privada (PPP) entre a secretaria e parceiros. Esses parceiros compreendem ONGs e grupos empresariais locais do estado. Os grupos aportam o recurso financeiro, e o ICE faz a consultoria.”

As consultorias são para implantação de ensino médio integral. Partem de uma experiência considerada exitosa, em Pernambuco, estado do ministro. Já foram registrados casos de parcerias e contratos com secretarias de educação apontados como irregulares. Nada que tivesse despertado a atenção da grande mídia ou de órgãos investigadores.

Na mesma entrevista de 2012, Magalhães deixou bem claro o que já pensava sobre os profissionais de educação: “A gente fala que pedagogo tem visão um pouco, digamos, estreita do que é modelo educacional.” [ênfase adicionado]

A generosidade é tamanha que chega a despertar curiosidade. No caso específico do banco Itaú, por exemplo — dono da Fundação Itaú e do Instituto Unibanco — é do tamanho de uma pilha de R$ 188,8 milhões de reais, tudo investido apenas em educação e apenas em 2015, de acordo com suas demonstrações contábeis.

Nos artigos publicados por especialistas do Itaú sobre educação, o tom não é exatamente de caridade. Em “Educação, produtividade e crescimento”, de janeiro deste ano, pode-se ler:

“Em 1992 os brasileiros estudavam 4,8 anos, em média.

Em 2014, o número subiu para 8 anos.

Com esses resultados, a produtividade da mão de obra no Brasil deveria estar aumentando, contribuindo para o crescimento do PIB potencial do país. No entanto, as estimativas de evolução da produtividade calculadas a partir das contas nacionais e dos números do mercado de trabalho sugerem que, na melhor das hipóteses, a produtividade ficou constante. Por que isso acontece?”

Fica bem claro que a mentalidade do investimento em educação é aumentar a produtividade da massa trabalhadora. Inclusive, essa é a ideia por trás da reforma do ensino médio: formar a massa trabalhadora, e não indivíduos pensantes. É o que critica a professora de educação física Viviane Coelho:


“As crianças e os adolescentes, eles têm que passar por essa experimentação. Até porque quando eles se formam no ensino médio eles não têm uma exata noção do que eles querem fazer, estão numa fase de transição. Então todas as matérias são importantes. Mesmo que não seja a aptidão, mas que se forme, que tenha a informação, então o aluno se forma de uma maneira mais global.”

Essa mentalidade de formação de massa trabalhadora fica desenhada no sumário executivo sobre a reforma, publicado pelo Senado:

Ainda sobre o artigo publicado pelo Itaú, o próprio texto responde à pergunta final (“por que a produtividade não aumenta, apesar dos investimentos em educação?”) com três possíveis motivos:

1 – “As condições socioeconômicas para dar às crianças boas condições de desenvolvimento no Brasil ainda estão longe dos padrões internacionais”

2 – “Houve avanço na quantidade de pessoas na escola e de tempo de permanência, mas não há sinais de que houve melhora na qualidade do ensino”

3 – “O país ainda não parece ter encontrado a melhor forma de gerar incentivos, via legislação, na direção de aumentos de produtividade”

Caso o número três não tenha ficado claro, o economista Caio Megale, que assina o artigo, explica: “Desta forma, o impulso gerado pela educação, em países com legislações mais flexíveis, pode estar amortecido no Brasil”. Ou seja, apesar das melhorias na educação, pode ser que nossa lei trabalhista esteja no caminho de um aumento de produtividade.

O estudo “Ensino Médio no Brasil e a privatização do público”, de Maria Raquel Caetano, Doutora em Educação pela UFRGS, explica como essa influência de ideologia liberal se dá na prática educacional: “Não são simplesmente os serviços de educação e de ensino que estão sujeitos a formas de privatização: a própria política de educação – por meio de assessorias, consultorias, pesquisas, avaliações e redes de influências”.

Usando uma ideia de falta de produtividade da escola, o desempenho em avaliações nacionais é usado para justificar a necessidade de apoio do setor privado. Usando a melhoria da gestão como argumento, aceita-se a contratação de serviços de formação de professores e gestores, consultorias educacionais e serviços de avaliação. Ideia que, inclusive, vem sendo apresentada como justificativa para a MP da reforma do ensino médio.

Fonte: The Intercept

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NOTA DE ESCLARECIMENTO :: PREFEITURA MUNICIPAL DO CRATO


Foi publicado no Diário Oficial do Município do Crato, edição de 03 de janeiro de 2017, as primeiras nomeações para os cargos do primeiro escalão feitas pelo Prefeito Zé Ailton Brasil. As nomeações foram realizadas obedecendo a estrutura administrativa atual da Prefeitura, já que a Reforma Administrativa com extinção de sete secretarias será enviada para a Câmara Municipal no início dos trabalhos legislativos.

Buscando construir uma equipe de alto padrão técnico e grande experiência, alguns secretários escolhidos pelo Prefeito são servidores públicos de carreira que para assumirem efetivamente suas pastas precisam da formalização da cessão dos servidores pelos órgãos de origem, procedimento já em andamento que será concretizado nos próximos dias.

Dessa forma, os secretários Carlos Eduardo dos Santos Marino, Ernani Brígido da Silva Neto, Otoni Lima Bezerra, Maria Águeda Brito Leite Duarte e Antônia Otonite Oliveira Cortez serão nomeados nos próximos dias.  

No entanto para suprir as necessidades emergenciais da Prefeitura foram nomeados substitutos para este curto período. Como anunciado a Secretaria de Cidades e a Secretaria de Obras serão unificadas na Secretaria de Infraestrutura. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo será extinta. Para suprir essas atividades com menor custo, serão criados na estrutura do Gabinete do Prefeito o Conselho de Desenvolvimento Econômico Sustentável e Turismo, cujo o Presidente será Venâncio Saraiva e a Coordenação de Elaboração e Acompanhamento de Projetos Estruturais cuja a chefia ficará sob responsabilidade de José Muniz. A Secretaria de Segurança será extinta, proporcionando substancial redução de custos. Mas os serviços prestados pela Guarda Civil e Demutran serão fortalecidos e aprimorados.

Assim, foram anunciados: José Muniz de Alencar como Coordenador de Elaboração e Acompanhamento de Projetos Estruturais, Cicero Felipe da Silva Correia, Secretário Adjunto da Chefia de Gabinete; Manoel Ivan Pedroza:,Secretário Adjunto da Administração; Rondinele dos Santos Brasil: Assessor Especial do Gabinete do Prefeito; Maria Edna Ferreira Almino de Lucena, Secretária Adjunta da Controladoria e Ouvidoria e Hermínia Rachel Saraiva Oliveira Leite como Coordenadora da Assessoria de Imprensa.

Assessoria de Imprensa/PMC

Juazeiro do Norte (CE): Quinto homicídio é registrado em 2017; comandante do Batalhão responde

A rotina de homicídios neste município continua. Ontem, dia 03, foi registrado o quinto assassinato em 2017. Era por volta das 13 horas quando o jovem Igor Bezerra da Silva, de 19 anos, foi atingido om vários tiros na calçada de sua residência, no bairro Pio XII. De acordo com a polícia, o crime teria sido cometido por dois homens que trafegava em um carro branco. Assim como as primeiras vítimas do ano, Igor também respondia por vários crimes, dentre eles roubos e tráfico de droga.

Em resposta à onda de violência que se instalou na cidade nas últimas semanas, o comandante do 2º BPM, Tenente Coronel Paulo Hermann Fernandes Macedo, intensificou as ações coordenadas e acompanhadas de perto por ele próprio. Conforme explica, os bairros João Cabral, Pio XII, Santa Teresa e Tiradentes terão atenção especial por terem sido os mais violentos no ano passado. “Por essa razão, o policiamento ostensivo está sendo intensificado nesses locais”, completou.

O ano de 2016 terminou com elevação no número de mortes se comparado a 2015. De acordo com os dados estatísticos do 2º BPM, foram registrados 123 homicídios no período de janeiro a dezembro de 2016, contra 117 crimes dessa natureza em igual período de 2015. Hermann ressalta que, embora tenha havido aumento de homicídios em relação ao ano passado, “houve redução desse tipo de delito em 18 bairros de Juazeiro do Norte incluindo o João Cabral”.

ANDRÉ COSTA
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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NASA confirma que dois cometas se aproximam da Terra

Astrônomos da NASA que coordenam a missão espacial Neowise confirmaram recentemente que descobriram dois corpos celestes que se aproximam rapidamente da Terra. Os pesquisadores usaram um telescópio de observação do espaço exterior com ondas infravermelhas para fazer a descoberta.

O primeiro corpo celeste descoberto, o cometa C/2016 U1 (Neowise), detectado pela primeira vez em 21 de outubro, chegará ao ponto mais próximo do Sol em 14 de janeiro.

No tocante ao segundo corpo celeste, o 2016 WF9, os cientistas ainda não apuraram sua origem com exatidão, mas calcularam quer o mesmo alcançará a órbita da Terra em 25 de fevereiro e se aproximará do nosso planeta a uma distância de 51 milhões de quilômetros (100 vezes mais que a distância entre a Terra e a Lua).

Sem perigo 
Os astrônomos detalharam que 2016 WF9 tem um quilômetro em diâmetro e que foi observado em 27 de novembro deste ano. Ainda conforme os pesquisadores da NASA, os dois corpos celestes não representam perigo para a Terra.

Fonte: TN Online/UOL

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Crato (CE): Zé Ailton Brasil participa de celebração dos 55 anos do Sindicato dos Trabalhadores Rurais

O Prefeito do Crato, Zé Ailton Brasil, participou das festividades de aniversário dos 55 anos do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Crato. A comemoração, realizada na última segunda-feira, contou com a presença dos produtores rurais do Município, e a tradicional renovação, em nome do Sagrado Coração de Jesus e do Sagrado Coração de Maria Imaculada.

Na ocasião, o Prefeito enalteceu a importância de um diálogo claro e constante com os trabalhadores rurais, tendo em vista a nomeação de Zilcélio Alves para conduzir a Secretaria de Agricultura do Município. “Estaremos sempre abertos ao diálogo com o produtor rural. Iremos estabelecer um canal de comunicação, um núcleo de assessoria ao produtor rural, vislumbrando um maior desenvolvimento da agricultura familiar”, explicou.

O Presidente do Sindicato Rural, Antonio Alves da Gama (Tota Gama), fez questão de expressar o seu contentamento na escolha do secretário de Agricultura, destacando que o prefeito Zé Ailton ao escolher Zilcélio Alves está dando voz a um trabalhador que esteve sempre presente, vivenciando as causas rurais do Crato e, nesse contexto, haverá um avanço nas questões do pequeno agricultor cratense.

Assessoria de Imprensa/PMC

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Estudante é a primeira mulher do Cariri no ITA

Os estudantes cearenses, nos últimos anos, têm conseguido desempenhar papel de protagonistas no vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com sede em São José dos Campos (SP), e considerado um dos mais concorridos do País.

Ano após ano, os altos índices de aprovação se repetem. Em 2017, por exemplo, 30% das 110 vagas do ITA serão de cearenses, que mesclam superação e dedicação em tempo quase integral para atingirem o principal objetivo: a aprovação.

Dos 33 aprovados na última edição do vestibular - ficando atrás apenas do Estado de São Paulo em número de aprovação - , está uma jovem de 19 anos. Ela será a primeira mulher da Região do Cariri a ingressar no ITA, conforme informou o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), onde ela cursou os dois primeiros anos do Ensino Médio, no campus de Juazeiro do Norte.

Maria Scarlleth Gomes de Castro foi uma dos 12 mil inscritos. Deste total, apenas ela e mais dez mulheres lograram êxito na prova. O talento da jovem, entretanto, não é algo recente. Tampouco chega a causar surpresa a quem acompanhou a trajetória de Scarlleth e sua rotina diária de estudos. Segundo conta, nos últimos meses que antecederam a prova, foram, em média, 14 horas de estudo por dia.

Antes, porém, Scarlleth, que é apaixonada por música, foi aprovada em Medicina, Direito, Arquitetura e duas vezes no Instituto Militar de Engenharia (IME). Mas foi o ITA a grande escolha da jovem. "O ITA abre muitas portas, muitas oportunidades, muitos horizontes", conta a estudante que, ao se formar, pretende sair do Brasil para trabalhar com algo relacionado à Ciência e à Pesquisa.

O professor Ricardo Ferreira da Fonseca, do IFCE, destaca a história de vida da jovem, que perdeu o pai aos cinco anos de idade, ao pontuar que "ela teve que superar muito, se dedicar, driblar as condições financeiras da mãe e hoje o resultado chegou. Ela é exemplo, espelho".

Sua mãe, Francineide Castro, conta que, devido à perda do esposo, "foi difícil criá-la sozinha", mas sempre apoiou e incentivou os estudos da filha que, aos 16 anos, foi morar em Fortaleza, ao ganhar uma bolsa de estudo como premiação por ter sido a primeira colocada na Olimpíada de Química. "Quando ela me disse que queria ir se preparar melhor em Fortaleza, muitas pessoas opinaram e foram contra, mas era o sonho dela, só me restava apoiar e hoje tenho a certeza de que valeu a pena", acrescenta.

ANDRÉ COSTA
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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