Operação Carne Fraca: Europa vai barrar importação de carne das empresas investigadas pela PF

A União Europeia decidiu nesta segunda-feira (20) que vai suspender a importação de carne de todas as empresas brasileiras envolvidas na operação Carne Fraca.

Mais cedo, a Coreia do Sul já havia decidido proibir temporariamente a venda de produtos de frango da BRF, das marcas Sadia e Perdigão. Segundo uma fonte ouvida pela agência de notícias Reuters, a China também suspendeu a importação de carne brasileira, por "precaução", a partir de 19 de março. A informação ainda não foi confirmada.

De acordo com a Comissão Europeia, o bloco "garantirá que quaisquer dos estabelecimentos implicados na fraude sejam suspensos de exportar para a UE", disse um porta-voz. Ele também disse que o escândalo não terá impacto nas negociações de livre-comércio em curso entre a União Europeia e o Mercosul.

As autoridades europeias vinham sofrendo pressão de partidos políticos e de produtores para impedir a entrada de carne brasileira temporariamente. A pressão vinha sobretudo de países de tradição protecionista, como a França e a Áustria, de acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo".

Lista de frigoríficos
No domingo, o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) havia dito que a União Europeia, a China e os Estados Unidos pediram informações formais ao Brasil sobre o escândalo.

Maggi afirmou que divulgará ainda hoje o nome e os dados das empresas citadas nas investigações e para quais países elas exportaram nos últimos dois meses. O presidente Temer afirmou que apenas seis dos 21 frigoríficos investigados exportaram no período.

O setor é um dos principais da economia brasileira, sendo responsável por US$ 12 bilhões em exportações por ano.

Temer reuniu embaixadores
A suspensão acontece logo após uma reunião do presidente Michel Temer, na véspera, com embaixadores de 33 países. Segundo o Palácio do Planalto, os embaixadores da União Europeia, da Coreia do Sul e da China estavam presentes.

Temer apresentou números para mostrar que os casos investigados pela PF são pontuais e não comprometem o sistema brasileiro de fiscalização.

Ele também anunciou a criação de uma força-tarefa do Ministério da Agricultura, que já colocou os 21 frigoríficos envolvidos na operação da PF sob "regime especial de fiscalização".

Após o encontro, o presidente convidou os embaixadores para participar de um churrasco em uma das mais procuradas casas de Brasília (DF), o Steak Bull. A churrascaria tem entre seus fornecedores uma das empresas investigadas, a JBS.

Ministro fala em 'erros técnicos
O ministro Blairo Maggi criticou a PF pelo que ele chamou de "erros técnicos" cometidos na operação. Segundo ele, a polícia considerou que alguns frigoríficos adotaram práticas proibidas e, na verdade, elas são permitidas pela regulamentação do setor.

Três pontos foram contestados: o uso de ácido considerado cancerígeno na mistura de alimentos, a utilização de papelão em lotes de frango e de carne de cabeça de porco –algo que a PF disse ser "sabidamente proibida".

"A narrativa nos leva até a criar fantasias. Não estou dizendo que não tenha sentido a investigação. Quando estamos falando "fiquem tranquilos", é porque a gente conhece a maior parte do nosso sistema, 99% dos produtores de alimentos fazem as coisas certas", disse o ministro.

Ele também chamou as conclusões da PF de "idiotices".

Operação Carne Fraca
São mais de 30 empresas investigadas, dentre frigoríficos e outros tipos de companhia, por suspeita de participação em esquema de corrupção para liberar a venda de carne estragada e com outras irregularidades, incluindo a BRF e a JBS, das marcas Friboi e Seara.

A operação deflagrada pela PF na sexta foi a maior de sua história e revelou que cerca de 30 empresas do setor, incluindo as gigantes JBS, dona da Friboi a da Seara, e a BRF, adulteravam a carne que vendiam nos mercados interno e externo.

De acordo com a PF, auditores fiscais do ministério da Agricultura recebiam propina, em dinheiro, lotes de carne ou presentes, para afrouxar a fiscalização e liberar a venda de carne irregular.

Fonte: UOL (Com Reuters)

Curta nossa página no Facebook



Faça seus filhos comerem melhor com 5 dicas de especialista

Fazer os filhos comerem coisas saudáveis nem sempre é uma tarefa fácil: a quantidade de tentações industrializadas e coloridas nas gôndolas do mercado e a falta de tempo para o preparo de coisas mais naturais são alguns dos principais empecilhos.

Mas a partir do momento que isso se torna uma prioridade, é possível mudar. Leva tempo, exige dedicação, mas tem solução. Quem garante é a engenheira de alimentos e chef Mayra Abucham, que participou recentemente do quadro Meu Filho não Come, do programa Bem Estar.

Ela também está à frente do projeto Dedinho de Moça, consultoria em alimentação infantil, que já atendeu cerca de 500 famílias em busca de melhores hábitos neste campo. Segundo a especialista, as famílias que têm filhos tendem a ficar mais abertas para a mudança. “Mudar é difícil, mas os pais querem oferecer um bom exemplo, querem dar uma oportunidade para as crianças em todos os sentidos. E a alimentação é uma delas”, observa.

Mayra ressalta que o primeiro passo para convencer as crianças a terem uma alimentação mais saudável é envolvê-las no processo. “Desde conhecer os ingredientes no supermercado, na feira ou na horta, até saber o que está indo na lancheira da escola”, indica.

Mas engana-se quem pensa que isso significa dar exatamente o que a criança quer. A chave principal, segundo ela, está no conhecimento dos pais. “Pais instruídos e orientados conseguem direcionar as crianças para fazerem escolhas dentro do que eles acham aceitáveis, sem muito radicalismo. Com equilíbrio, tudo pode”, pontua.

Criança não é café com leite
Mayra defende que os pais incluam os filhos nas decisões relacionadas à cozinha da casa. “Criança não é café com leite, ela não vai sentar lá simplesmente e comer o que eu der”, afirma. Ela recomenda a participação das crianças inclusive no preparo. “Filho, vamos fazer um macarrão, me ajuda a mexer o molho, me ajuda a por a mesa? Essa salada, que tem alface e tomate, o que a gente pode fazer para ela ficar diferente? O que você tá com vontade de comer? Será que um pedacinho de queijo vai ficar legal? E aquele ovo de codorna que você comeu na casa da sua vó?”, indica.

Segundo ela, muitos pais não sabem que as crianças estão preparadas para interagir neste assunto. “As crianças adoram receber tarefas. Os pais ficam pensando, ‘vou chamar as crianças aqui vão fazer uma zona, não tenho tempo’. Mas não é verdade, a criança pode te ajudar a limpar, inclusive”, pontua.​

Vilões da má-alimentação
A especialista não concorda em culpar os pais pela má-alimentação de algumas crianças. “Eles  sempre fazem o melhor que eles podem. Mas é uma questão de informação que não chega nas famílias”.

Mas um dos principais problemas citados por ela é a expectativa que os próprios pais colocam sobre a relação dos filhos com a comida. “Os pais querem que as crianças comam muito, porque eles estão ausentes ou porque eles não têm informação.O tamanho do estômago de uma criança é o tamanho da mãozinha dela fechada. Aí os pais querem que as crianças façam aquele pratão, que repita, que coma de novo, que raspe o prato”, analisa.

Este hábito, segundo Mayra, acaba trazendo um segundo problema, que está ligado à capacidade de a criança conhecer seu próprio limite de saciedade. A partir do momento que sempre é forçada a comer mais, acaba perdendo este referencial.

No caso das crianças que comem muito pouco, os pais tendem a tentar suprir este déficit com iogurtes, chocolates ou outros itens mais atrativos. E o ciclo dos maus hábitos se inicia – já sabendo que vai ganhar algo mais apetitoso se não comer o prato saudável, a criança não tem por que comer na próxima refeição. “É uma questão movida pela expectativa errada dos pais.

A lancheira do vizinho
Outro problema comum enfrentado pelas mães é a tentação da comida dos amigos na escola: se uma mãe arruma a lancheira com frutas e sanduíches saudáveis, e a outra, com bolachas recheadas, fica um pouco difícil competir.

No entanto, Mayra afirma que o problema mora um pouco antes da hora do recreio. “Quem tem que participar da lancheira é o filho“, afirma. Segundo ela, quando a criança se compromete a montara refeição, se compromete mais com o ato de comer. “Uma mãe orientada sabe o que ela tem que colocar na lancheira. Sabe que um dia pode colocar uma coisa mais gostosa que não é tão saudável, mas que no balanço da semana isso está equilibrado. Então esse filho vai se comprometer com aquele lanche.”

A mesma regra se aplica ao menu da semana. “Sabendo o que vai comer, ela já sabe que de repente na terça, no almoço, ela não gosta muito, mas quarta vai ter o jantar preferido dela.”

Driblando a falta de tempo
Para as mães que não têm tempo, a dica de Mayra é a organização. Ela sugere a criação de quatro cardápios diferentes, com suas respectivas listas de compras, que podem ser utilizados por um mês e depois reutilizados no mês seguinte.

Com planejamento, a falta de tempo ou de criatividade deixam de ser obstáculos. “É importante não improvisar, não deixar para a última hora, porque senão você abre a geladeira e tem sempre os mesmos ingredientes, você acaba fazendo as mesmas coisas.”


Fonte: Terra

Curta nossa página no Facebook



Temer leva embaixadores para jantar em churrascaria que não serve carne brasileira

Em um gesto político para tentar minimizar os efeitos negativos da Operação Carne Fraca sobre a venda de carne brasileira, o presidente Michel Temer jantou neste domingo, 19, em uma churrascaria de Brasília acompanhado de ministros e embaixadores e representantes de 27 países. A carne bovina que Temer comeu, porém, não seria de origem brasileira- segundo funcionários do próprio restaurante, o produto é importado de Argentina, Uruguai e Austrália e somente as carnes suínas e de frango servidas no local são nacionais. Mais tarde, o Palácio do Planalto divulgou uma nota dizendo que "todas as carnes servidas foram de origem brasileira".

Temer e a comitiva participaram de um rodízio. O Palácio do Planalto reservou uma mesa para 80 pessoas. O preço do rodízio por pessoa foi de R$ 119. O valor incluía carnes, um bufê de saladas, acompanhamentos e sushi. A bebida era à parte. Temer comeu carne bovina e frango, quejo coalho assado, acompanhado de uma típica caipirinha brasileira. Na mesa, também foi servido vinho tinto, dessa vez nacional, da vinícula Casa Valduga, produzido em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. A conta foi paga pelo Planalto, que não informou o valor.

A comitiva sentou em uma grande mesa no centro do salão principal da churrascaria, localizada no Lago Sul, área nobre de Brasília. Temer estava no centro da mesa, ladeado pelos embaixadores da China e de Angola no Brasil. Entre os ministros presentes estavam Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Blairo Maggi (Agricultura), Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços). O diretor-geral da Policia Federal, Leandro Daiello, também esteve presente. Já o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, não compareceu.

Temer passou cerca de uma hora no local. No final, tirou foto com os garçons que o serviram. Em rápida entrevista, disse que a mensagem que queria passar com o jantar era de que não há motivos para causar "terror" no exterior sobre a carne brasileira. Lembrou que 33 fiscais sanitários estão envolvidos em irregularidades, de um total de quase 12 mil servidores do Ministério da Agricultura, e que dos cerca de 4.830 frigoríficos existentes no País, 21 são investigados e três foram inabilitados.

"Então, não é para causar um terror que hoje está possivelmente se imaginando que possa causar em relação ao exterior", afirmou. Temer também rebateu críticas de integrantes da bancada ruralista no Congresso e de empresários de que a Polícia Federal cometeu excessos na Operação Carne Fraca. "Não (houve excessos). Houve uma integração do Ministério da Agricultura e da Polícia Federal", declarou, sem responder outros questionamentos da imprensa.

Após a publicação da matéria no portal do Estado, o gerente da churrascaria, Paulo Godoi, afirmou à reportagem que o restaurante também trabalha com carne bovina brasileira das marcas Minerva, Marfrig e JBS. Segundo ele, somente a picanha é importada da Austrália. Apesar disso, Godoi disse que a picanha servida a Temer neste domingo era nacional, da marca Minerva. O gerente não soube explicar o porquê de os funcionários terem dito à reportagem mais cedo que todas as carnes bovinas eram importadas da Argentina, Uruguai e Austrália.

Fonte: Estadão

Curta nossa página no Facebook



178 municípios do CE destinam lixo de forma inadequada

Com menos de nove meses para o fim do prazo de adequação para todas as cidades à Lei Nº 6.032, que trata sobre manejo de resíduos sólidos, sob pena de sofrerem severas sanções, inclusive de não recebimento de recursos, apenas seis dos 184 municípios cearenses destinam seus rejeitos em aterros sanitários. A disposição de resíduos sólidos em lixões é crime desde 1998, quando foi sancionada a Lei de Crimes Ambientais, no entanto, são mais de 300 espalhados pelo Ceará.

A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) acredita que não é possível readequar o Estado em menos de uma década. A secretária executiva Maria Dias Cavalcante pondera que, apesar de os números serem alarmantes, é preciso relativizar. "São 178 municípios destinando seus rejeitos de forma inadequada. Em termos de população, temos 50% atendida porque se encontra na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Em número absoluto, é um número preocupante. No mínimo, em até 10 anos a gente consiga fechar a situação da política de resíduos sólidos no Estado".

O problema, ponderam os especialistas, não se resume em números de aterros. Está ainda na falta de política pública que estimule a coleta seletiva, logística reversa, inclusão de catadores, educação ambiental, mercado para recicláveis, respeito às normas ambientais e de sustentabilidade econômica. "As pessoas só pensam em aterro. A redução de rejeitos é um processo muito mais importante. A sociedade que produz menos rejeito tem uma política mais eficiente", defende Maria Dias.

Para o presidente da Associação das Gestões Ambientais Locais do Estado do Ceará (Agace), Eraldo Oliveira, a política de gestão de resíduos sólidos no Brasil inverte as prioridades e acaba esbarrando em dificuldades financeiras. "O que ocorre é uma distorção do que é a Legislação. A gente não vê aquilo que a Lei realmente determina. Não há uma prioridade das prerrogativas do que diz a Lei para a criação de aterros. A primeira é a não geração de resíduos. A Alemanha discute hoje como não ter aterros em 20 anos. Nós estamos há 17 anos tentando acabar com os lixões. Olha como estamos atrasados", critica.

Obstáculos
Há uma concordância que o grande impedimento para conseguir realizar o que se preconiza na Lei é falta de recursos para construção e manutenção de aterros e implantação de políticas, além da ausência de técnicos responsáveis. "O problema é financeiro e falta de matéria prima técnica. Vários municípios chegaram a receber recursos federais e a fazer aterro, que com o tempo, acabaram virando lixões. É preciso continuidade", reconhece a secretária.

A questão financeira não se resume a construir ou financiar obra. Ela está associada, principalmente, à operação. "É uma operação onerosa. Hoje, o que acontece com os municípios é que eles têm custo zero na de disposição final do resíduo. Esse custo será diluído num consórcio, mas é um incremento grande no planejamento", reforça coordenador de saneamento da Scidades, Alceu Galvão.

O que há de concreto no Estado, no sentido de implementar a política de manejo de resíduos sólidos, fica ainda em torno de discussões. O Plano Estadual de Resíduos Sólidos foi criado e entregue. Agora, embora os municípios sejam responsáveis, é a Sema que está elaborando os planos de forma regionalizadas.

Consórcios
De acordo com a Secretaria, até dezembro serão concluídos. Responsável pela execução, a Secretaria das Cidades (Scidades) informa que existe financiamento que beneficiará 28 municípios, agrupados em dois consórcios, o de Sobral e de Limoeiro do Norte. Para eles, haverá a gestão integrada completa, com todo o ciclo de catadores, coleta seletiva, reciclagem, tratamento de resíduos, educação ambiental e sistema de compostagem.

Quando foi pensada a política consorciada no Estado, em 2006, seriam 30 consórcios. Depois, foram reduzidos para 14, que atenderiam por regiões. "Além de reduzir os custos, também reduzimos a área de passivo. Vimos que precisávamos de uma gestão consorciada porque os municípios não teriam como manter um aterro só. Os custos também seriam divididos", explica Maria.

Dos 14, apenas dois tem perspectiva para sair do papel. Até o meio do ano de 2018, duas Centrais de Tratamento de Resíduos serão entregues em Sobral - beneficiando 15 municípios - e em Limoeiro do Norte - 11 cidades. Cada Central tem investimento de aproximadamente R$ 40 milhões. O recurso foi conseguido com a Secretaria das Cidades.

Além disso, uma promessa da Secretaria do Meio Ambiente é que até o fim de 2017 serão entregues 35 ecopontos, que possuem o custo de aproximadamente R$ 350 mil cada. Para os planos regionais e na recuperação de áreas degradas por lixões, o investimento é da ordem de R$ 9 milhões.

Alceu Galvão explica que, para os outros municípios, há uma reunião de recursos de várias entidades para promover ações que focam na organização de cooperativas de catadores e na coleta seletiva. "Essas ações são importantes e atendem uma parte importante da política", pontua. De acordo com a Sema, 88 municípios estão sendo trabalhados para a implantação da coleta seletiva.

KARINE ZARANZA
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

Curta nossa página no Facebook



Petrobras põe à venda por US$ 40 mi sondas que comprou por US$ 720 mi

A Petrobras colocou à venda, por um lance mínimo de US$ 40 milhões, duas sondas de perfuração que lhe custaram US$ 720 milhões no início da década. As unidades fazem parte de um pacote de sete sondas que serão leiloadas pela estatal em maio.

As sondas P-59 e P-60 foram construídas por um consórcio formado por Odebrecht, UTC e Queiroz Galvão (todas investigadas na Operação Lava Jato) em um canteiro de obras da própria Petrobras na Bahia.

Foram as primeiras unidades deste tipo construídas no Brasil em 30 anos, evento comemorado pelo governo na época como mais um passo na retomada da indústria naval brasileira.

"Eu quero dizer a vocês que parcerias como essa, que significa a volta para o Brasil de estaleiros que estavam desaparecido de nosso cenário desde 1980, parcerias como essa, entre uma empresa como a Petrobras e esses estaleiros, é o que vamos buscar", discursou a então presidente Dilma Rousseff na cerimônia de batismo da P-59, em 2012.

Segundo comunicados distribuídos na ocasião, cada unidade custou à estatal US$ 360 milhões. Em edital publicado esta semana, a empresa estipula um lance de partida de US$ 20 milhões para cada uma.

"É um absurdo vender duas sondas tão novas por esse preço. Aliás, não é hora de vender nada", critica o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, que faz oposição ao plano de venda de ativos da estatal.

A Petrobras diz, em nota, que o lance de partida não representa o valor das sondas, que só serão vendidas caso os concorrentes cheguem a um preço mínimo estipulado internamente.

A companhia, porém, não diz qual é esse valor.

As unidades foram entregues à Petrobras em 2013. A partir de 2015, chegaram a ser usadas como hotel flutuante, dando apoio a operações de manutenção em outras plataformas.

Ao contrário dos modernos navios-sonda, que flutuam e podem ser levados a águas ultraprofundas, P-59 e P-60 são unidades autoelevatórias: são apoiadas no fundo do mar por três torres de 145 metros. Dessa forma, estão restritas a operações em lâminas d'água inferiores a 106 metros de profundidade.

O edital de licitação inclui ainda as sondas P-III, P-X, P-XVI, P-XVII, P-XXIII, todas mais antigas e também focadas na exploração de petróleo em zonas mais rasas do que o pré-sal.

A partir de 2015, com o corte de investimentos nessas regiões, a Petrobras começou a "hibernar" essas unidades - isto é, elas foram deslocadas a estaleiros e ficaram atracadas à espera de serviço.

Para as quatro primeiras, não há lance mínimo. Para a P-XXIII, que passou por reformas recentemente, o interessado terá que pagar ao menos US$ 500 mil.

Excesso
A Petrobras diz que o leilão das sondas responde à necessidade de "readequar sua frota às atuais demandas da companhia", após a redução de investimentos provocada pela queda do preço do petróleo e pela crise financeira.

Nesse processo, a empresa decidiu renegociar contratos com fornecedores e chegou a romper unilateralmente com algumas unidades.

Além disso, vem tentando reduzir o número de contratos com a Sete Brasil, empresa criada no governo Lula para se tornar a principal fornecedora de sondas para o pré-sal. Dos 49 contratos iniciais, a estatal tentava preservar menos de 10.

De acordo com dados da empresa Baker Hughes, há hoje no Brasil 11 sondas de perfuração de poços marítimos em operação, sete a menos do que um ano atrás. No auge da atividade exploratória, em 2011, o número chegou a 50.

Das sete unidades à venda, diz a Petrobras, apenas a P-59 continua em operação, com atividades previstas em 2017 e programação para 2018 ainda sob análise.

Fonte: Folha.com

Curta nossa página no Facebook



Secretário de Segurança do CE dá recado duro a bandidagem

Em mensagem publicada neste domingo (19) nas redes sociais, o secretário de Segurança Pública do Ceará, André Costa, afirmou que a Polícia estadual "não recuará" diante de ameaças proferidas após a morte de um líder de gangue da Capital durante ação policial no bairro Aerolândia, na última sexta-feira (17).

Na publicação, Costa disse que "não adianta criar vídeos ameaçadores e postagens no Facebook, por trás de uma câmera todo homem é macho". Ainda na mensagem, o secretário afirmou que todos os agentes que atuam no Estado - incluindo policiais civis e militares, bombeiros, peritos e auxiliares de Perícia - já tomaram a ofensiva e devem "seguir adiante" no caso.

Após a morte de Weverton da Costa Santos, o "Saboré", líder de uma gangue que atuava no bairro Sapiranga, ocorreram ameaças de supostos criminosos nas redes sociais. Há suspeitas de que o episódio tenha provocado a onda de ataques a ônibus registrada na Capital na sexta-feira (17). Três veículos foram incendiados nos bairros Sapiranga, Alagadiço Novo e Prefeito José Walter. O  incêndio de uma cabine da Polícia Militar no Centro de Fortaleza na madrugada do sábado (18) também podem ter tido a mesma motivação.

"Quanto às reações dos criminosos, já esperávamos e contávamos com elas. Algo que viria naturalmente. Mas estamos unidos e prontos para reagir sempre à altura, oferecendo a eles os caminhos que queiram percorrer. Só um aviso: sejam sábios, escolham o menos pior", afirmou o secretário.

Fonte: Diário do Nordeste

Curta nossa página no Facebook



Lula e Dilma são recebidos por milhares de pessoas na inauguração de trecho da Transposição do rio São Francisco

Lula seguiu em carro aberto do Rio Paraíba até o Centro de Monteiro (Foto: Divulgação)
Após uma carreata percorrendo cerca de 170 quilômetros entre Campina Grande e Monteiro, na Paraíba, os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT, chegaram ao eixo leste da Transposição do Rio São Francisco por volta das 14h deste domingo (19). Lula tem cobrado a paternidade da obra iniciada em 2007, no seu segundo mandato. Esse trecho do projeto foi entregue por Michel Temer (PMDB) no último dia 10.

Antes da chegada de Lula e Dilma, dezenas de pessoas tomaram banho no trecho do Rio Paraíba que recebe a água do Rio São Francisco. O ex-presidente faria o mesmo, mas foi desaconselhado pela equipe e desistiu.

Do trecho da Transposição, Lula e Dilma foram ao Centro de Monteiro, onde foi montada uma estrutura para os políticos que acompanham os petistas discursarem. Eles foram em carro aberto. O líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), e a líder do PT na Casa, Gleisi Hoffmann (PR), são alguns dos políticos que estão na comitiva.

O ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes, que deve disputar as eleições de 2018 pelo PDT, também acompanha os ex-presidentes. Durante o ato, aliados exaltaram Lula e voltaram a defender que ele seja o candidato do PT à presidência no próximo ano.

O ato foi organizado pelo governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB). O socialista ligado aos petistas, em discurso ao lado de Temer, durante a inauguração oficial, disse que, por dever de Justiça, deveria citar Dilma. Ele argumentou que ela era responsável por 70% dos pagamentos desta obra. “É preciso relembrar, não podemos deixar de citar Lula, que iniciou a obra, e o povo nordestino”, pontuou também.

Ricardo Coutinho, governador da Paraíba, foi no ônibus com Lula e Dilma (Foto: Divulgação)
Briga pela paternidade
Com três visitas em três meses à Transposição – a Cabrobó (PE), Floresta (PE) e Monteiro (PB) -, Temer nega que queira a paternidade da obra – “Ninguém pode tê-la”, disse -, mas tem se aproximado do projeto para melhorar a popularidade no Nordeste. Outro que tem adotado essa estratégia é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que cedeu bombas para o empreendimento através da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e foi a Sertânia, no Sertão pernambucana, participar de vistoria.

No eixo leste, a água do São Francisco é captada em Floresta, no Sertão pernambucano, e vai até Sertânia, a primeira cidade beneficiada, onde a água abastece 35 mil pessoas. De lá, vai para o açude de Poções, em Monteiro, atendendo 33 mil moradores. Depois, a água seguirá pelo Rio Paraíba até o reservatório Boqueirão, para reforçar o abastecimento em Campina Grande e em cidades do entorno, onde a expectativa é de auxiliar 400 mil paraibanos. Quando estiver pronta nos dois eixos, a Transposição deverá atender 12 milhões de nordestinos.

A obra começou em 2007, no segundo mandato de Lula, com expectativa de ser concluída três anos depois. Foram investidos até agora mais de R$ 8 bilhões. Segundo o Instituto Lula, R$ 9,6 bilhões eram o orçamento inicial e até abril de 2016, pouco antes de Dilma Rousseff ser afastada, haviam sido executados R$ 7,95 bilhões.

De acordo com o Ministério da Integração Nacional, 96,89% do eixo leste estão concluídos até agora.

Já no eixo norte…
O mais problemático, porém, é o eixo norte, onde as obras estão paradas desde junho do ano passado em um dos trechos entre Cabrobó (PE) e Jati (CE). Lá, 94,52% estão concluídas. No entanto, não há previsão prática para retomar a construção – embora o ministério espere assinar o contrato ainda este mês e Temer tenha prometido entregá-lo até o fim do ano.

Envolvida na Operação Lava Jato, a Mendes Júnior abandonou o canteiro alegando dificuldade de obter crédito e a licitação para escolher a nova empreiteira está em andamento. Duas foram desabilitadas e a terceira foi aceita cobrando R$ 518 milhões para concluir o serviço. Cabrobó foi a última cidade em Pernambuco visitada por Dilma Rousseff antes de ser afastada.

Fonte: Blog do Jamildo/NE10

Curta nossa página no Facebook



Papelão e substância cancerígena ou exagero? O que se sabe - e o que é dúvida - na Operação Carne Fraca

Carne com papelão? Vitamina C cancerígena na salsicha? Desde que a Operação "Carne Fraca" da Polícia Federal foi deflagrada na última sexta-feira, as informações se espalharam pela internet e causaram pânico em muitos consumidores.

A BBC Brasil conversou com engenheiros de alimentos e especialistas em carnes para esclarecer o que pode e o que não pode ser adicionado no processamento de carnes e quais as preocupações que a investigação da PF deve despertar no consumidor.

Para alguns deles, a maneira como a operação foi divulgada acabou gerando uma desconfiança "exagerada" sobre a carne brasileira.

"A polícia agiu mal com a maneira como divulgaram tudo. Acho que houve um certo exagero, para precipitar a loucura que foi na imprensa ontem", disse à BBC Brasil o médico veterinário e especialista em carnes Pedro Eduardo de Felício, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp.

A engenheira de alimentos Carmen Castillo, da ESALQ - USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), pontua que alguns ingredientes citados nas acusações, como o ácido ascórbico, são necessários para o processamento dos alimentos e é preciso tomar cuidado para não "demonizá-los".

"Não é problema usar esses ingredientes (em alimentos processados e embutidos), o problema é não respeitar os níveis permitidos na lei", disse à BBC Brasil.

De acordo com a Polícia Federal, esse seria um dos delitos cometidos pelas empresas, que utilizavam ingredientes no processamento de carnes em quantidades acima do que determina a regulamentação.

"Eles usam ácidos, outros ingredientes químicos, em quantidades muito superiores à permitida por lei pra poder maquiar o aspecto físico do alimento estragado ou com mau cheiro", explicou o delegado da PF responsável pela investigação, Maurício Moscardi Grillo, em entrevista coletiva na sexta-feira.

A operação deflagrada pela PF foi a maior de sua história e revelou que empresas do setor, incluindo as as gigantes JBS e a BRF, adulteravam a carne que vendiam no mercado interno e externo.

A investigação também revelou um esquema de propinas e presentes dados pelos frigoríficos a fiscais do Ministério da Agricultura, que supostamente recebiam para afrouxar a fiscalização e liberar a comercialização de carne vencida e adulterada.

Sobre as acusações, a JBS se manifestou dizendo que "é a maior interessada no fortalecimento da inspeção sanitária no Brasil", ressaltando que "no despacho da Justiça Federal que deflagrou a operação, não há qualquer menção a irregularidades sanitárias ou à qualidade dos produtos da JBS e de suas marcas."

A BRF disse que "apóia a fiscalização do setor e o direito de informação da sociedade com base em fatos, sem generalizações que podem prejudicar a reputação de empresas idôneas e gerar alarme desnecessário na população."

Exagero?
O delegado Grillo explicou os problemas encontrados na carne das empresas investigadas pela operação - que iam desde mudar a data de vencimento e a embalagem de carnes estragadas, que eram usadas como matéria-prima para embutidos, até injetar água em frangos para alterar seu peso e mascarar a deterioração de carnes com o uso de ácido ascórbico.

"São dois anos de análise de fatos, desde utilização de papelão por essas empresas - até essas que já citei de grande porte (JBS e BRF) - para colocar esse tipo de situação em comidas, pra fazer enlatados, e outras coisas que podem prejudicar a saúde humana. (...) Tudo isso mostra que o que interessa para esse grupo é o capitalismo, é o mercado, independente da saúde pública", disse.

"Determinados produtos, cancerígenos até, em alguns casos, eram usados pra poder maquiar as características de um produto estragado ou com cheiro."

Mas alguns especialistas ouvidos pela BBC Brasil avaliam o modo como as informações foram divulgadas como "sensacionalista".

"A divulgação da operação foi muito sensacionalista. Essa é uma questão pontual. Estou nesse mercado, estudando e trabalhando, há 30 anos. Uma das empresas que dirijo importava carne do Uruguai e da Argentinos até 2012. Hoje, 100% da carne que usamos é produzida no Brasil porque melhorou muito a qualidade", afirma Sylvio Lazzarini, dono do restaurante Varanda Grill, em São Paulo.

Já Felício ressaltou a importância da investigação e disse que a operação revela um problema no setor, que "precisa de uma renovação no sistema de fiscalização". Ele destaca, porém, que é preciso esclarecer melhor as informações divulgadas sobre ingredientes comuns na indústria de carnes, como o ácido ascórbico, "que é utilizado no mundo todo".

Tanto Felício quanto Lazzarini apontaram o fato de que, ao anunciar a operação, a PF não explicitou quais infrações foram cometidas por quais empresas, o que facilitaria uma "generalização" do problema.

A BBC Brasil procurou a Polícia Federal, mas não obteve resposta até o fechamento dessa reportagem.

Papelão
Ao anunciar a operação, a PF mencionou que empresas envolvidas no esquema de corrupção "usavam papelão para fazer enlatados (embutidos)".

Em uma das ligações telefônicas citadas no relatório da Polícia, funcionários da BRF falam sobre o uso de papelão na área onde produzem CMS (carne mecanicamente separada, comumente usada na produção de salsichas).

No áudio, é possível ouvir:

Funcionário: o problema é colocar papelão lá dentro do cms também né. Tem mais essa ainda. Eu vou ver se eu consigo colocar em papelão. Agora se eu não consegui em papelão, daí infelizmente eu vou ter que condenar.

Luiz Fossati (gerente de produção da BRF): ai tu pesa tudo que nós vamos dar perda. Não vamos pagar rendimentos isso.

Pedro Felício acredita que a referência ao papelão não foi feita como ingrediente para o processamento da carne. "Acho muito difícil isso ter acontecido. O que acontece é que tem áreas dentro das indústrias que são chamadas de áreas limpas, onde não podem entrar embalagens secundárias, como caixas de papelão", diz.

"Na gravação que ouvi, duas pessoas falavam em entrar com uma embalagem de papelão na área limpa. Evitar papelão nessas áreas faz parte das boas práticas de manufatura, mas não fazer isso não é o mesmo que usar papelão dentro da salsicha."

Em nota, a empresa BRF afirmou que "houve um grande mal entendido na interpretação do áudio capturado pela Polícia Federal".

A empresa afirma que um de seus funcionários falava que tentaria embalar a carne em papelão. O produto é embalado normalmente em plásticos.

"Na frase seguinte, ele deixa claro que, caso não obtenha a aprovação para a mudança de embalagem, terá de condenar o produto, ou seja, descartá-lo", afirma a empresa.

Ácido ascórbico
O ácido ascórbico - a popular vitamina C - também foi citado pelo delegado da PF como algo utilizado para "maquiar" o aspecto da carne.

"Eles usam ácido ascórbico e outras substâncias na carne pra maquiar essa imagem ruim que ficaria se ela fosse expostas dessa forma. Inclusive cancerígenas. Então se usa esses produtos multiplicados cinco, seis vezes pela quantia permitida pela lei para que não dê cheiro, e o aspecto de cor fique bom também", disse Grillo.

A partir daí, muitas pessoas entenderam que o ácido ascórbico é uma substância potencialmente cancerígena.

De acordo com a OMS, ela pode contribuir com distúrbios gastrointestinais, cálculos renais e outros problemas de saúde se for consumida em excesso e por longos períodos de tempo, mas não há evidências de relação direta com o câncer.

Falta saber que substâncias cancerígenas estariam sendo usadas e por quais empresas, de acordo com a investigação da Polícia Federal.

Os especialistas alertam que o uso de ácido ascórbico na carne não é problema.

"O uso dele tem benefícios e não é para mascarar carne adulterada. Ele tem uma função nas carnes processadas como antioxidante, ajuda a melhorar a estabilidade do sabor e reduzir o teor de nitrito residual. O nitrito é um aditivo para realizar a cura, que é uma etapa importante no processamento da maior parte dos produtos processados. Todo ingrediente não cárneo tem função a cumprir no processamento de alimentos", afirmou Carmen Castillo.

Pedro Eduardo de Felício pontua que o ácido ascórbico "evita que a carne fique com uma coloração marrom" e que "isso é feito no mundo todo".

A substância, segundo Felício, conseguiria mascarar a deterioração da carne no princípio, quando ela só tem algumas manchas, mas não quando o estado é mais avançado.

De qualquer forma, ela só deve ser usada somente em produtos embutidos como parte de seu processamento, e não nas carnes que são vendidas como matéria-prima para estes produtos - nem nas carnes compradas no supermercado.

"A carne usada como matéria-prima não deve ter qualquer aditivo, nem o ácido ascórbico. Se a Polícia achou isso, não deveria acontecer", diz.

Salsicha de peru sem peru
A descoberta de que, no Paraná, alunos da rede pública estadual consumiram salsicha de peru sem carne de peru - preenchida com proteína de soja, fécula de mandioca e carne de frango - deu início à investigação de dois anos.

"Muitas vezes verificou-se a falta de proteína, por exemplo, numa merenda escolar, trocada por fécula de mandioca ou então a proteína da soja, que é muito mais barata do que a carne, então substituía. Muitas vezes até tinha a quantidade de proteína suficiente, mas não era a proteína da carne, era proteína de outro alimento, que não traz as mesmas substâncias pro corpo humano como a carne", afirmou o delegado.

O uso de soja e de fécula de mandioca são comuns na produção de embutidos em todo o mundo, segundo os especialistas, porém é preciso respeitar as quantidades determinadas pela lei.

"É preciso observar as quantidades usadas, porque elas só podem ser usadas dentro dos limites da lei. Senão, você tem um produto de carne que tem predominância de matérias-primas não cárneas", diz Felício.

Injeção de água no frango
Segundo a PF, fiscais teriam descoberto que frangos da empresa BRF, a maior exportadora de frango do mundo, teriam "absorção de água superior ao índice permitido".

"Injetar água no frango é um problemão com o qual o Brasil vive e luta contra há muito tempo. Há oito anos que o Ministério da Agricultura é cobrado pelo Ministério Público que o frango não pode ter mais de 8% de água", afirma Felício.

"É uma luta difícil. Eu não duvido que isso aconteça muito por aí, mas existe um esforço para combater."

A prática não chega a ser prejudicial à saúde, mas altera o peso da carne. "É uma fraude econômica", diz o engenheiro.


Cabeça de porco
O uso da carne de cabeça de porco ou de boi em linguiças é discutido em uma das ligações interceptadas entre os sócios do frigorífico Peccin e é proibido no Brasil. "Usavam cabeça de porco, animal morto, tudo para fazer esse tipo de produtos, principalmente esses derivados, salsicha, linguiça, e outros produtos", afirmou Grillo.

A utilização de cabeça de porco é admitida em outros países, segundo Felício. "Não será a melhor linguiça do mundo, mas não é prejudicial à saúde. Será um produto comestível, mas de categoria inferior."

"No Brasil, essa carne é considerada como matéria-prima nas formulações de embutidos cozidos, como mortadela, mas não em linguiças, que são cruas."

O consumidor deve se preocupar?
Segundo Sylvio Lazzarini, as irregularidades encontradas pela Polícia Federal devem ser punidas, mas não representam a totalidade dos produtos feitos no Brasil e vendidos em supermercados e restaurantes.

"A carne brasileira evoluiu muito nos últimos anos e é muito segura. Senão o Brasil não exportaria para os países asiáticos, e muito menos para os EUA, que tem um dos maiores controles fitossanitários do planeta", diz Lazzarini.

Para o empresário, "irregularidades desse nível existem em todo o mundo porque bandidos existem em todo lugar".

O Ministério da Agricultura divulgou nota também para acalmar os ânimos dos consumidores.

"O Serviço de Inspeção Federal é considerado um dos mais eficientes e rigorosos do mundo. Tem um quadro de 2.300 servidores e inspeciona 4.837 unidades produtoras habilitadas para exportação para 160 países. Foi com este Serviço que construímos uma reputação de excelência na agropecuária e conseguimos atender às exigências rigorosas de diferentes nações", afirma a pasta.

O delegado da PF chegou a ser questionado na coletiva de imprensa se seria correto afirmar que "quase nenhum produto no mercado hoje está 100% livre dessas possíveis fraudes". Ele respondeu com cautela, mas não escondeu sua preocupação.

"É possível que a gente tenha consumido alimentos de baixa qualidade, no mínimo, com qualidade inferior do que deveria ser fornecido."

"Hoje é realmente complicado. Tenho ido ao mercado e passeio um bom tempo até escolher um produto, mudou esse aspecto na minha vida. É difícil porque a confiança que a gente tem nas empresas, pelo menos da minha parte, mudou muito. São empresas que a gente considerava corretas, então assusta. Obviamente deve ter empresas sérias, corretas, mas na investigação foi assim, foi aparecendo uma, depois outra. Acho que a gente pode dizer que todas as empresas que a gente teve o azar ou a sorte de investigar tiveram problemas sérios. Foram quase 40."

Para evitar problemas, Pedro Eduardo de Felício afirma que os consumidores devem conferir se os estabelecimentos de onde compram carne vendem produtos com certificação de origem e de inspeção, mesmo após as acusações de corrupção de inspetores federais.

"Este escândalo é de desvio de conduta de 33 funcionários, que foram afastados, entre mais de quatro mil inspetores. E o Ministério da Agricultura estar tomando atitudes para corrigir o problema. A partir de agora, todo mundo vai ficar alerta."

"Os erros que foram cometidos devem ser comprovados e punidos, com certeza. Mas eu não acredito que essas acusações possam ser generalizadas, acho que esse foi problema localizado e o governo terá que resolver", diz.

Fonte: BBC Brasil

Curta nossa página no Facebook



Ibuprofeno aumenta em 31% o risco de parada cardíaca

Em muitos países é possível comprar remédios como o ibuprofeno sem receita. As pessoas tomam esses medicamentos para todo tipo de dores sem maiores restrições. No entanto, as autoridades médicas e de saúde há tempo advertem que não são inócuos. Um estudo publicado esta semana na revista European Heart Journal concluiu que o ibuprofeno aumenta em 31% o risco de parada cardíaca. A mesma pesquisa indicou que outros fármacos do mesmo tipo, anti-inflamatórios não esteroidais (AINE) apresentam um risco ainda maior.

Segundo os autores do trabalho, encabeçado pelo Hospital Universitário Gentofte, de Copenhague, o naproxeno é o AINE mais seguro, e seria possível tomar até 500 miligramas por dia. O diclofenaco é o mais perigoso e, dizem os pesquisadores, seu consumo deveria ser evitado, já que há outros fármacos com efeitos similares mais seguros.

“Permitir que esses remédios sejam comprados sem receita e sem nenhum conselho ou restrição envia uma mensagem ao público de que não há dúvidas quanto a sua segurança”, afirma Gunnar Gislason, coautor do estudo, em uma nota da Sociedade Europeia de Cardiologia. “Pesquisas anteriores mostraram que os AINE estão relacionados a um maior risco cardiovascular, algo que preocupa porque seu uso está muito disseminado”, acrescenta.

Para realizar este trabalho, os cientistas avaliaram todas as paradas cardíacas registradas na Dinamarca entre 2001 e 2010. Além disso, coletaram toda informação sobre prescrições desses medicamentos desde 1995. No tempo estudado, 28.947 tiveram parada cardíaca fora do hospital no país. Deles, 3.376 tinham tomado AINEs 30 dias antes de dar entrada. O ibuprofeno e o diclofenaco foram os dois medicamentos mais utilizados, cobrindo respectivamente 51% e 22% do uso total. Em relação ao incremento do risco de parada cardíaca, o ibuprofeno foi responsável por 31% e o diclofenaco, 50%.

Entre as explicações possíveis, os autores afirmam que os efeitos podem se dever à agregação de plaquetas que provoca coágulos, faz com que as artérias se estreitem, aumenta a retenção de líquidos e aumenta a pressão sanguínea. “Não acredito que esses remédios devam ser vendidos em supermercados ou postos de gasolina, onde não há orientação profissional sobre como usá-los. Os AINE só deveriam estar disponíveis em farmácias, em quantidades limitadas e doses baixas”, propõe Gislason.

Na Espanha, a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (AEMPS) emitiu uma recomendação para limitar o consumo de ibuprofeno. Não se recomenda ingerir mais de 2.400 miligramas ao dia para pacientes com doença cardiovascular grave: insuficiência cardíaca, cardiopatia isquêmica, doença arterial periférica ou cerebrovascular. A recomendação chegou depois da revisão europeia (do Comitê para Avaliação de Riscos de Farmacovigilância) elaborada em relação ao risco cardiovascular deste medicamento assim como do dexibuprofeno, sobre o qual também se devem tomar precauções.

Fonte: El País

Curta nossa página no Facebook



Lasanha de cavalo, ovo falso e outros casos de fraude alimentícia

1. O ovo que não é ovo
Os falsificadores chineses se superaram em 2013, quando aprenderam a falsificar um dos alimentos mais simples e baratos que existem: o ovo. O caso ganhou o mundo em 2012, quando uma moradora da cidade de Luoyang, na província de Henan, viu uma van vendendo ovos a um preço muito barato. Aproveitando o desconto, ela comprou 2 quilos de ovo. Tudo falso. Na verdade, era uma mistura de produtos químicos (alginato de sódio, resina, amido, coagulante e pigmentos), com aromatizante artificial. A casca do ovo era feita com uma mistura de parafina derretida e gesso. Visualmente, fica perfeito – e os falsários vendiam 40% mais barato que os ovos tradicionais. Mas, se ingerido, pode ser altamente tóxico (chegando a causar danos neurológicos).

2. Chorando pelo leite adulterado
O primeiro caso foi registrado na década de 1850, quando os produtores de Nova York começaram a misturar ovos, farinha e açúcar ao leite para disfarçar que ele estava estragado (ou, pior ainda, continha pus, proveniente de doenças nas vacas). Estima-se que mais de 8 mil crianças tenham morrido, em 1857, por causa desse leite adulterado. Hoje em dia, o problema se concentra na Índia, que é a maior produtora mundial de leite. Numa inspeção feita em Nova Déli, em 2012, a polícia encontrou centenas de galões de leite falsificado: uma mistura de água, ureia, soda cáustica, óleo de cozinha, detergente e um pouquinho de leite em pó. Para fazer um litro do leite falso, os produtores gastam 5 rúpias (cerca de R$ 0,25). Depois, vendem o produto por 30 rúpias (R$ 1,50), cerca de 25% mais barato que o leite normal.

3. Jamón hecho en China
Em 2008, uma comitiva de empresários chineses visitou a Espanha para conhecer a produção do jamón serrano, um presunto curado que está entre os principais produtos culinários da Espanha. Diziam que queriam importar o jamón, mas não assinaram nada – e, alguns meses depois, lançaram uma versão made in china do embutido. Copiaram o processo de produção, só que usando carne de porco comum, curada por 1/3 do tempo, e colocaram no mercado europeu como se fosse jamón. Também há casos de falsificação do presunto pata negra, outra especialidade espanhola, que chega a custar R$ 800 o quilo. Os falsários chineses pegam uma pata de porco comum, pintam as unhas de preto, e vendem como se fosse de verdade – com direito a um falso selo de autenticidade.  

4. Lasanha de cavalo
Em 2013, autoridades inglesas descobriram carne de cavalo em produtos que supostamente eram feitos com carne bovina. Os hambúrgueres vendidos na rede de supermercados Tesco, uma das maiores do país, tinham 29% de carne de cavalo. Também havia DNA equino na lasanha congelada – e um espaguete à bolonhesa congelado, da marca francesa Comigel, tinha 100% de carne de cavalo no molho. Após uma extensa investigação, descobriu-se que o esquema teve origem no próprio Reino Unido: cavalos, muitos deles doentes e vítimas de maus tratos, eram levados da Irlanda para a Escócia e para a Inglaterra, abatidos e depois tinham suas carcaças enviadas para a Holanda, onde a carne era procesasada e distribuída para as fábricas.

Fonte: Exame.com

Curta nossa página no Facebook



Em seis anos, SUS desativa 10,1 mil leitos pediátricos no país

Entre 2010 e 2016, o Sistema Único de Saúde (SUS) fechou quase 10,1 mil leitos de internação em pediatria clínica (para pacientes de 0 a 18 anos), segundo levantamento inédito feito pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Em 2010, a rede pública tinha 48,2 mil vagas do tipo (entre leitos próprios e conveniados). Em 2016, caiu para 38,1 mil.

Só em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais, estruturas necessárias para atender recém-nascidos em estado grave, faltam 3,2 mil leitos, conforme parâmetro da Sociedade de Pediatria. De acordo com a entidade, são necessários ao menos 4 leitos do tipo por mil nascidos vivos. No país, a taxa atual é de 2,9.

“É uma situação gravíssima porque as crianças muitas vezes chegam a um serviço de pronto-socorro e não têm para onde ser encaminhadas”, afirma Luciana Rodrigues Silva, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ela atribui a situação à falta de investimento do Ministério da Saúde na área. “Muitos serviços estão fechando as portas por uma questão financeira. Há ainda casos de unidades desativadas porque não têm profissionais suficientes no quadro.”

Fila em São Paulo
O estado que perdeu mais leitos pediátricos no período é São Paulo. A Defensoria Pública acumula casos de crianças da capital que só conseguiram vaga por decisão judicial ou cuja sentença favorável chegou tarde. “A fila é a coisa mais cruel que existe porque quem cuida da regulação dos leitos acaba tendo que brincar de ser Deus, organizando por gravidade os que vão conseguir”, afirma Flávio Américo Frasseto, defensor público da Infância e Juventude.

Morte de bebês em Goiás
Consequência do déficit de leitos pediátricos na rede pública de Goiás, a superlotação de uma unidade de tratamento semi-intensivo neonatal do Hospital Materno Infantil, referência em Goiânia, pode ter sido responsável pela morte de dois bebês por infecção hospitalar neste mês.

“Estamos investigando a raiz desse surto de KPC (superbactéria), mas, sem dúvida, a superlotação da Ucin (Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal) contribuiu para essa situação. Temos uma capacidade instalada de 22 leitos na unidade e, no período em que ocorreu o surto, estávamos com 36 bebês internados”, afirma Rita Leal, diretora regional do Instituto de Gestão e Humanização (IGH), organização social que administra o Hospital Materno Infantil.

Ela explica que, embora a superlotação aumente o risco para os pacientes, o hospital não pode negar atendimento aos bebês e gestantes que procuram a unidade. “Somos um hospital porta aberta. Temos de atender a quem procura. No entanto, é claro que quando você tem uma superlotação, há problemas. A distância adequada entre os leitos não é respeitada e o número de profissionais é insuficiente para todos os pacientes”, afirma Rita.

Rita ressalta que, assim que o surto foi identificado, todas as providências foram tomadas para isolar os pacientes com suspeita de infecção e evitar novas contaminações. “Colocamos uma equipe exclusiva pra cuidar desses bebês,”, afirma. Procurada, a Secretaria de Saúde de Goiás não se manifestou.

Fonte: Veja.com (Com informações de O Estado de S.Paulo)

Curta nossa página no Facebook



Plantações de milho estão sendo dizimadas no Interior do CE

"O sertanejo é antes de tudo um forte". Quando o escritor Euclides da Cunha fez esse registro em um trecho do seu clássico literário "Os Sertões", havia motivo para a expressão, que permanece tão contemporânea como nunca. Passados um século e mais 15 anos, aqueles detalhes, embora na esfera da Guerra de Canudos, na atualidade refletem metaforicamente a luta do povo do sertão pela sobrevivência. Hoje, as adversidades como a seca, continuam. Após um longo período de estiagem, a chuva começa a chegar, mas, com ela, o homem do sertão é obrigado a enfrentar outra guerra, contra a lagarta.

Esse é um desafio de quem começou a plantar milho e feijão nos roçados do Sertão Central do Ceará, no início de fevereiro. "Um bichinho miúdo, rastejante e esfomeado está acabando com tudo. Não deixa nem a rama do milho começar a crescer. A lagarta veio e devorou todo o verde, antes mesmo da próxima chuva chegar", comentou o lavrador Raimundo Edvan Castelo Branco. A lavoura dele foi uma, dentre as dezenas espalhadas pela zona rural de Quixadá, prejudicadas pelo ataque desse inseto.

Para ele e os vizinhos, o surgimento da peste, logo após um período longo de estiagem, foi uma surpresa. Não imaginavam enfrentar o problema tão cedo. Acreditavam que a seca tinha acabado com tudo, inclusive com essa espécie predadora dos vegetais. Não foi bem assim. Bastou surgir o intervalo das chuvas na região para as lagartas aparecerem, aos montes. Da noite para o dia, se não houver combate, o plantio fica comprometido. A semente mal germina, reclama.

Como ainda é início da quadra chuvosa, os agricultores aguardam o auxílio dos técnicos das secretarias municipais e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce).

Enquanto o socorro não chega, os trabalhadores rurais viram como podem. Alguns compram agrotóxicos e aplicam nas plantações. Outros recolhem as lagartas com as mãos e recomeçam o plantio, mas as muitas dúvidas permanecem.

Uma dessas dúvidas é quanto à utilização da estratégia certa para o combate à praga, se possível evitar a infestação nos roçados. A maioria não acredita nos defensivos naturais, como a urina da vaca. Outros associam a proliferação exagerada ao ciclo do mosquito Aedes aegypti.

"Esses bichos põem os ovos na mata, como o mosquito, e quando a chuva chega, eles se transformam nas lagartas. Quando já estão bem cheios e crescidos viram borboletas. Voando, põem ovos em todo lugar", comenta o agricultor Antônio Clodoaldo Marinho.

Para alguns, a maneira mais rápida de combater a praga é o retorno das chuvas. Com elas as lagartas caem das plantas e são arrastadas pelas águas. Há até quem diga que os trovões e raios assustam e espantam a espécie. Essa é a opinião do presidente da Associação dos Produtores Rurais de Riacho Verde, Francisco Rodrigues, conhecido como Chicão. Em nome dos associados ele reivindica o auxílio técnico dos órgãos públicos. Se comprarem agrotóxicos, os custos vão se elevar e ainda contaminar as lavouras, acredita.

Assistência
Apesar das dificuldades financeiras, as secretarias municipais de Agricultura e os escritórios da Ematerce estão começando a se mobilizar. Algumas já estão planejando visitas no campo. É o caso da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar de Quixadá. O secretário, José Kleber Júnior, pretende visitar com sua equipe as áreas afetadas e auxiliar os lavradores dentro das possibilidades da Pasta.

O diretor técnico da Ematerce, Itamar Marques, reconhece as dificuldades enfrentadas pelos agricultores familiares nestes últimos cinco anos. Foram momentos difíceis. Tiveram perdas consecutivas de safras, refletindo na descapitalização da classe. A situação só não foi mais dramática em razão das ações governamentais de proteção social, se destacando o Garantia Safra.

Neste ano, apesar das mudanças meteorológicas favoráveis, mais regulares, mas ainda com espaçamentos ensolarados entre os períodos de chuva, os veranicos, esses pequenos períodos de estiagem trazem as pragas para o campo. Há diversos tipos delas, como as de ação sugadora, a exemplo dos pulgões e percevejos, e as de hábitos mastigadores, dentre as quais se destacam as lagartas.

Os insetos, de maneira geral, têm hábitos noturnos. Uns atacam as folhas mais novas da planta. Outros agridem as folhas desenvolvidas, flores e até frutos. Alguns dizimam as plantas na sua fase inicial, outros já no meio do ciclo da cultura e há ainda os ataques aos grãos armazenados.

No caso das larvas de borboleta ou de mariposa que pertencem à ordem dos lepidópteros, elas põem seus ovos, esses se transformam em lagartas e depois em pupa para em seguida virarem novamente adultos. Esse ciclo se dá, dependendo da espécie, em torno de cinco a dez dias. Existem inúmeros tipos, como a das maçãs e curuquerê, do algodão, a da mandiocultura, mandarová da mandioca, a dos capinzais, dentre outras e também as dos milharais e do cartucho do milho.

Sobre as lagartas se assustarem com relâmpagos e trovões, Marques explicou não haver relação, todavia, embora pareça uma lenda rural, a experiência do homem do campo deve ser respeitada. Não podendo se dizer o mesmo quanto à associação do primeiro estágio larval dos insetos da ordem dos Lepidoptera ao do mosquito Aedes aegypt. "O ciclo da lagarta é muito rápido, e ocorre mais rapidamente com o calor e a umidade", reforçou o especialista.

ALEX PIMENTEL
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

Curta nossa página no Facebook



8 sinais de que caiu na armadilha de um manipulador emocional

Muitas pessoas percebem na hora que estão sendo manipuladas, pois já passaram por isso e conhecem quais sentimentos são provocados. Alguns, no entanto, têm dificuldade de reconhecer esse tipo de armadilha. O Incrível.club reuniu oito sinais para ajudá-lo a entender que caiu na armadilha. Um manipulador emocional:

1. Faz você duvidar da sua sanidade
Os manipuladores emocionais são mentirosos e extremamente talentosos. Insistem que não fizeram algo que você mesmo acabou de ver ou afirmam que disseram algo que você sabe com certeza que nunca mencionaram. O problema é que eles mentem com tanta habilidade que, no final, você começa a duvidar de própria sanidade. Insistir que todos os problemas são fruto de sua imaginação é uma especialidade dos manipuladores.

2. Suas ações contradizem suas palavras
Os manipuladores emocionais dizem o que você quer ouvir, mas as suas ações são outra história. Eles sempre dizem que vão dizer que te apoiam, mas, quando chega a hora da mão na massa, fingem que todos os seus pedidos não são sensatos.

3.Joga com o sentimento de culpa
Os manipuladores emocionais usam o sentimento de culpa em seus interesses. Ao tentar falar sobre os seus problemas, você vai acabar se sentindo culpado de os incomodar. Se não conta nada, sentirá culpado por manter segredos. Eles fazem com que sinta que tudo o que faz está errado e que todos os problemas são culpa sua.

4. Quer parecer vítima
Os manipuladores emocionais nunca têm culpa de nada. Independentemente do tipo de erro que tenham cometido, o culpado sempre é outra pessoa (provavelmente você). Se você está chateado ou triste, a culpa é das suas expectativas elevadas; se o manipulador está triste, a culpa é sua de tê-lo entristecido. Os manipuladores emocionais não se responsabilizam por nada.

5. Simula ser muito sensível
Seja em uma relação pessoal ou comercial, os manipuladores emocionais sempre começam a compartilhar coisas importantes muito rápido e esperam o mesmo de você. Eles fingem ser sensíveis e vulneráveis, mas é uma armadilha. Tendem a fazer isso, para que você se sinta especial ou amigo próximo e para que comece a sentir pena dele e responsável por seu estado emocional.

6.Ele se oferece para ajudar e logo faz você se sentir em dúvida com ele
O desejo inicial de se oferecer para ajudar, rapidamente se transforma em queixas e afirmações de que tudo o que está fazendo é extremamente difícil. O objetivo é fazer você se sentir em dívida com o manipulador.

7.Sempre se sente pior do que você
Não importa o tamanho do seu problema, o manipulador sempre estará pior do que você. Os manipuladores nunca se cansam de lembrar que os seus problemas são muito mais graves. Dessa forma você não tem razão alguma para reclamar.

8. Conhece sua fragilidade e as usa contra você
Se você está preocupado com o seu peso, recebe vários comentários sobre o que come ou sobre o tipo de roupa que veste. Se está preocupado com uma apresentação que terá de fazer, o manipulador irá falar justamente sobre os riscos e lembrar casos de insucesso. Facilmente eles leem as suas emoções, mas sabem usar essa habilidade somente para manipular, sem tentar ajudá-lo a se sentir melhor.

Os manipuladores emocionais podem deixá-lo louco com seu comportamento irracional. Não tente vencê-los em seu jogo. Mantenha uma certa distância emocional e não se deixe cair em suas armadilhas.

Fonte: Incrível

Curta nossa página no Facebook



Operação Carne Fraca: Emissoras faturam alto exibindo ‘desculpas’ dos frigoríficos

A edição de sexta-feira (17) do ‘Jornal Nacional’ dedicou 22 minutos à Operação Carne Fraca da Polícia Federal. No último intervalo do telejornal entrou no ar um comunicado da BRF, empresa investigada por supostamente comercializar produtos sem a qualidade exigida.

As marcas atingidas pelo escândalo serão rápidas em lançar sua defesa na mídia. O estrago na imagem pode inutilizar os milhões gastos com publicidade – inclusive patrocinando programas de sucesso dos principais canais – para promover os produtos agora sob suspeita.

Um infocomercial como o que foi veiculado no ‘JN’, com duração de 30 segundos, não sai por menos de 800 mil reais – fora o custo de produção do vídeo.

O valor é proporcional ao alcance da transmissão: o jornalístico comandado por William Bonner e Renata Vasconcellos chega a ser visto a cada noite por 6 milhões de pessoas somente na Grande São Paulo.

No ‘Jornal da Record’ de ontem, o espaço para o assunto foi menor: 5 minutos e 50 segundos. No primeiro intervalo lá estava o mesmo comunicado que fora exibido pouco antes no break do ‘Jornal Nacional’.

O texto que tenta recuperar a confiança do consumidor da BRF foi gravado pelo ex-apresentador de telejornais da TV Cultura Carlos Henrique Corrêa, dono de uma das vozes mais solicitadas do mercado publicitário justamente por inspirar credibilidade.

Horas antes, em sua página no Facebook, o locutor postou uma frase que suscita inevitável interpretação irônica: “Somos o que comemos...”

A ‘Carne Fraca’ vai render faturamento extra para os grandes veículos de mídia que serão usados para propagar os esclarecimentos dos frigoríficos – e a operação da PF já afeta a imagem de famosos que atuam como garotos-propaganda das empresas envolvidas no escândalo.

As redes sociais foram inundadas com memes protagonizados por Tony Ramos, astro da Friboi, e Fátima Bernardes, estrela da Seara, entre outras celebridades. Eles precisarão ter paciência (e bons assessores) para deglutir esse prato indigesto.

Fonte: Terra

Curta nossa página no Facebook



Crato (CE): Mulheres perpetuam dança do coco

Quem as vê não imagina o tamanho da vitalidade que carregam consigo. Junto à disposição de dar inveja a muitos jovens, as agricultoras cratenses assumiram, há quase quatro décadas, a responsabilidade de manter viva a tradição secular da dança do coco, um ritmo típico nordestino, que teve influência dos africanos e indígenas. Com idades entre 56 e 84 anos, elas compõem o Grupo de Mulheres do Coco da Batateira, como é conhecido no bairro Gisélia Pinheiro, um dos mais pobres desta cidade do sul do Ceará.

O grupo foi criado em 1979, na sala de aula do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral). A hoje mestre do grupo, Edite Dias de Oliveira, lembra que há quase 40 anos ela e três amigas se reuniram para fazer uma apresentação na escola no Dia do Folclore e a dança escolhida por elas foi a do coco, também denominada zambê, coco de roda, coco de embolada, coco do sertão ou coco de umbigada.

"Das quatro, eu era a única que não sabia dançar, mas já achava muito bonito. Então a gente ensaiou para aquela apresentação e, durante os ensaios, pesquisamos a origem da dança. Daquele dia em diante, as apresentações foram ficando mais frequentes e dança passou a fazer parte de nossas vidas", recorda. Ao passar dos anos, a brincadeira ficou séria, ganhou novas adeptas e elas fundaram o grupo que hoje conta com 16 agricultoras, todas residentes na localidade da Batateira.

Dinâmica
As mulheres se dividem entre damas e cavaleiros, quando dançada em pares. Sete delas trajam-se de homens, e outras sete vestem roupas de mulheres, que se assemelham às usadas pelas quebradeiras de coco, com cores vivas e saias rodadas. Também pode ser dançada em fileiras ou rodas. Os instrumentos tradicionais são o triângulo e a zabumba, mas, atualmente, já foram incrementados outros, como o pandeiro e triângulo.

"As quebradeiras de coco, durante a procura pelo fruto na mata, faziam barulho semelhante e sempre trabalhavam cantando. Depois aquilo se transformou em dança", conta mestre Edite. As letras das músicas, embora sejam simples, sempre remetem a alguma temática regional ou ao cotidiano das agricultoras e o ritmo é cadenciado pelo batida das palmas e pés no "terreiro", como elas chamam os locais de apresentação.

Preconceito
O início não foi fácil. "A gente levava nome de doida, fogosa, macumbeira. Muitos não apoiavam, inclusive alguns maridos. Já tivemos até mulheres dentro do nosso grupo agredidas durante as apresentações, mas resistimos. Nosso objetivo foi e é manter viva essa tradição e ensinar para os mais jovens a riqueza da nossa cultura", explica a mestre mirim Raimunda Queiroz, que há 14 anos teve a ideia de fundar grupo de dança voltado para os jovens da comunidade.

"Muitas de nós já estamos velhas e algumas até já faleceram. Para perpetuar essa cultura, só mesmo ensinando aos pequenos. Em 2003, o grupo mirim foi criado e hoje já conta com 13 jovens. "Minha avó me trazia para o terreiro e eu ficava vendo as danças. Passei a admirar e também quis aprender. Sempre ouvi ela falar sobre a importância da dança do coco e hoje reconheço o valor que ela tem para sociedade", pontua Emanuel Henrique Rodrigues de Macedo, 14, há nove no grupo.

Reconhecimento
Embora o grupo já tenha sido tema de estudo de pesquisadores de universidades do Pernambuco, Maranhão, São Paulo, Rio de Janeiro e do próprio Ceará, as mulheres ainda carecem de apoio e incentivo para que as apresentações continuem. Edite Dias conta que "não há ajuda financeira da Prefeitura ou governo", o que tem dificultado inclusive a confecção e manutenção das roupas e sapatos usados nas apresentações.

O secretário de Cultura, Wilton Dedê, disse reconhecer a "relevância destes grupos para a constituição e formação identitária do nosso povo" e afirmou que "está formatando o Plano de Ações Culturais para que as necessidades sejam atendidas". E acrescenta: "o município está empenhado em construir projetos e ações contínuas no que diz respeito ao apoio para a cultura local". Anualmente, segundo Dedê, esses grupos recebem subsídios para renovarem a indumentária e fardamentos.

Wilton ressaltou que "tem se esforçado para incluir todos os grupos da cidade dentro das programações da Secretaria de Cultura com o pagamento de cachês a cada apresentação, uma vez tratarem-se de grupos de natureza privada (não são municipalizados, à exceção dos Irmãos Aniceto). Além disso, procura promover os grupos além das fronteiras da cidade, incluindo-os em Editais".

Enquanto o apoio não se concretiza, mestre Edite segue com o sonho de construir um "terreirão de ensaio" no quintal de sua casa. "Quero morrer dançando. É o que eu mais gosto de fazer, me revitaliza e tira todas minhas dores. Queria ensinar a dança para o maior número de pessoas, por isso meu sonho do terreirão", concluiu.

ANDRÉ COSTA
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

Curta nossa página no Facebook