Doutor Advogado e Doutor Médico: até quando?

Sei muito bem que a língua, como coisa viva que é, só muda quando mudam as pessoas, as relações entre elas e a forma como lidam com o mundo. Poucas expressões humanas são tão avessas a imposições por decreto como a língua. Tão indomável que até mesmo nós, mais vezes do que gostaríamos, acabamos deixando escapar palavras que faríamos de tudo para recolher no segundo seguinte. E talvez mais vezes ainda pretendêssemos usar determinado sujeito, verbo, substantivo ou adjetivo e usamos outro bem diferente, que revela muito mais de nossas intenções e sentimentos do que desejaríamos. Afinal, a psicanálise foi construída com os tijolos de nossos atos falhos. Exerço, porém, um pequeno ato quixotesco no meu uso pessoal da língua: esforço-me para jamais usar a palavra “doutor” antes do nome de um médico ou de um advogado.

Travo minha pequena batalha com a consciência de que a língua nada tem de inocente. Se usamos as palavras para embates profundos no campo das ideias, é também na própria escolha delas, no corpo das palavras em si, que se expressam relações de poder, de abuso e de submissão. Cada vocábulo de um idioma carrega uma teia de sentidos que vai se alterando ao longo da História, alterando-se no próprio fazer-se do homem na História. E, no meu modo de ver o mundo, “doutor” é uma praga persistente que fala muito sobre o Brasil. Como toda palavra, algumas mais do que outras, “doutor” desvela muito do que somos – e é preciso estranhá-lo para conseguirmos escutar o que diz.

Assim, minha recusa ao “doutor” é um ato político. Um ato de resistência cotidiana, exercido de forma solitária na esperança de que um dia os bons dicionários digam algo assim, ao final das várias acepções do verbete “doutor”: “arcaísmo: no passado, era usado pelos mais pobres para tratar os mais ricos e também para marcar a superioridade de médicos e advogados, mas, com a queda da desigualdade socioeconômica e a ampliação dos direitos do cidadão, essa acepção caiu em desuso”.

Em minhas aspirações, o sentido da palavra perderia sua força não por proibição, o que seria nada além de um ato tão inútil como arbitrário, na qual às vezes resvalam alguns legisladores, mas porque o Brasil mudou. A língua, obviamente, só muda quando muda a complexa realidade que ela expressa. Só muda quando mudamos nós.

Historicamente, o “doutor” se entranhou na sociedade brasileira como uma forma de tratar os superiores na hierarquia socioeconômica – e também como expressão de racismo. Ou como a forma de os mais pobres tratarem os mais ricos, de os que não puderam estudar tratarem os que puderam, dos que nunca tiveram privilégios tratarem aqueles que sempre os tiveram. O “doutor” não se estabeleceu na língua portuguesa como uma palavra inocente, mas como um fosso, ao expressar no idioma uma diferença vivida na concretude do cotidiano que deveria ter nos envergonhado desde sempre.

Lembro-me de, em 1999, entrevistar Adail José da Silva, um carregador de malas do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, para a coluna semanal de reportagem que eu mantinha aos sábados no jornal Zero Hora, intitulada “A Vida Que Ninguém Vê”. Um trecho de nosso diálogo foi este:

- E como os fregueses o chamam?
- Os doutor me chamam assim, ó: “Ô, negão!” Eu acho até que é carinhoso.

- O senhor chama eles de doutor?
- Pra mim todo mundo é doutor. Pisou no aeroporto é doutor. É ó, doutor, como vai, doutor, é pra já, doutor....

- É esse o segredo do serviço?
- Tem que ter humildade. Não adianta ser arrogante. Porque, se eu fosse um cara importante, não ia tá carregando a mala dos outros, né? Sou pé de chinelo. Então, tenho que me botar no meu lugar.

A forma como Adail via o mundo e o seu lugar no mundo – a partir da forma como os outros viam tanto ele quanto seu lugar no mundo – contam-nos séculos de História do Brasil. Penso, porém, que temos avançado nas últimas décadas – e especialmente nessa última. O “doutor” usado pelo porteiro para tratar o condômino, pela empregada doméstica para tratar o patrão, pelo engraxate para tratar o cliente, pelo negro para tratar o branco não desapareceu – mas pelo menos está arrefecendo.

Se alguém, especialmente nas grandes cidades, chamar hoje o outro de “doutor”, é legítimo desconfiar de que o interlocutor está brincando ou ironizando, porque parte das pessoas já tem noção da camada de ridículo que a forma de tratamento adquiriu ao longo dos anos. Essa mudança, é importante assinalar, reflete também a mudança de um país no qual o presidente mais popular da história recente é chamado pelo nome/apelido. Essa contribuição – mais sutil, mais subjetiva, mais simbólica – que se dá explicitamente pelo nome, contida na eleição de Lula, ainda merece um olhar mais atento, independentemente das críticas que se possa fazer ao ex-presidente e seu legado.

Se o “doutor” genérico, usado para tratar os mais ricos, está perdendo seu prazo de validade, o “doutor” que anuncia médicos e advogados parece se manter tão vigoroso e atual quanto sempre. Por quê? Com tantas mudanças na sociedade brasileira, refletidas também no cinema e na literatura, não era de se esperar um declínio também deste doutor?

Ao pesquisar o uso do “doutor” para escrever esta coluna, deparei-me com artigos de advogados defendendo que, pelo menos com relação à sua própria categoria, o uso do “doutor” seguia legítimo e referendado na lei e na tradição. O principal argumento apresentado para defender essa tese estaria num alvará régio no qual D. Maria, de Portugal, mais conhecida como “a louca”, teria outorgado o título de “doutor” aos advogados. Mais tarde, em 1827, o título de “doutor” teria sido assegurado aos bacharéis de Direito por um decreto de Dom Pedro I, ao criar os primeiros cursos de Ciências Jurídicas e Sociais no Brasil. Como o decreto imperial jamais teria sido revogado, ser “doutor” seria parte do “direito” dos advogados. E o título teria sido “naturalmente” estendido para os médicos em décadas posteriores.

Há, porém, controvérsias. Em consulta à própria fonte, o artigo 9 do decreto de D. Pedro I diz o seguinte: “Os que frequentarem os cinco anos de qualquer dos Cursos, com aprovação, conseguirão o grau de Bacharéis formados. Haverá também o grau de Doutor, que será conferido àqueles que se habilitarem com os requisitos que se especificarem nos Estatutos, que devem formar-se, e só os que o obtiverem, poderão ser escolhidos para Lentes”. Tomei a liberdade de atualizar a ortografia, mas o texto original pode ser conferido aqui. “Lente” seria o equivalente hoje à livre-docente.

Mesmo que Dom Pedro I tivesse concedido a bacharéis de Direito o título de “doutor”, o que me causa espanto é o mesmo que, para alguns membros do Direito, garantiria a legitimidade do título: como é que um decreto do Império sobreviveria não só à própria queda do próprio, mas também a tudo o que veio depois?

O fato é que o título de “doutor”, com ou sem decreto imperial, permanece em vigor na vida do país. Existe não por decreto, mas enraizado na vida vivida, o que torna tudo mais sério. A resposta para a atualidade do “doutor” pode estar na evidência de que, se a sociedade brasileira mudou bastante, também mudou pouco. A resposta pode ser encontrada na enorme desigualdade que persiste até hoje. E na forma como essas relações desiguais moldam a vida cotidiana.

É no dia a dia das delegacias de polícia, dos corredores do Fórum, dos pequenos julgamentos que o “doutor” se impõe com todo o seu poder sobre o cidadão “comum”. Como repórter, assisti à humilhação e ao desamparo tanto das vítimas quanto dos suspeitos mais pobres à mercê desses doutores, no qual o título era uma expressão importante da desigualdade no acesso à lei. No início, ficava estarrecida com o tratamento usado por delegados, advogados, promotores e juízes, falando de si e entre si como “doutor fulano” e “doutor beltrano”. Será que não percebem o quanto se tornam patéticos ao fazer isso?, pensava. Aos poucos, percebi a minha ingenuidade. O “doutor”, nesses espaços, tinha uma função fundamental: a de garantir o reconhecimento entre os pares e assegurar a submissão daqueles que precisavam da Justiça e rapidamente compreendiam que a Justiça ali era encarnada e, mais do que isso, era pessoal, no amplo sentido do termo.

No caso dos médicos, a atualidade e a persistência do título de “doutor” precisam ser compreendidas no contexto de uma sociedade patologizada, na qual as pessoas se definem em grande parte por seu diagnóstico ou por suas patologias. Hoje, são os médicos que dizem o que cada um de nós é: depressivo, hiperativo, bipolar, obeso, anoréxico, bulímico, cardíaco, impotente, etc. Do mesmo modo, numa época histórica em que juventude e potência se tornaram valores – e é o corpo que expressa ambas – faz todo sentido que o poder médico seja enorme. É o médico, como manipulador das drogas legais e das intervenções cirúrgicas, que supostamente pode ampliar tanto potência quanto juventude. E, de novo supostamente, deter o controle sobre a longevidade e a morte. A ponto de alguns profissionais terem começado a defender que a velhice é uma “doença” que poderá ser eliminada com o avanço tecnológico.

O “doutor” médico e o “doutor” advogado, juiz, promotor, delegado têm cada um suas causas e particularidades na história das mentalidades e dos costumes. Em comum, o doutor médico e o doutor advogado, juiz, promotor, delegado têm algo significativo: a autoridade sobre os corpos. Um pela lei, o outro pela medicina, eles normatizam a vida de todos os outros. Não apenas como representantes de um poder que pertence à instituição e não a eles, mas que a transcende para encarnar na própria pessoa que usa o título.

Se olharmos a partir das relações de mercado e de consumo, a medicina e o direito são os únicos espaços em que o cliente, ao entrar pela porta do escritório ou do consultório, em geral já está automaticamente numa posição de submissão. Em ambos os casos, o cliente não tem razão, nem sabe o que é melhor para ele. Seja como vítima de uma violação da lei ou como autor de uma violação da lei, o cliente é sujeito passivo diante do advogado, promotor, juiz, delegado. E, como “paciente” diante do médico, como abordei na coluna anterior, deixa de ser pessoa para tornar-se objeto de intervenção.

Num país no qual o acesso à Justiça e o acesso à Saúde são deficientes, como o Brasil, é previsível que tanto o título de “doutor” permaneça atual e vigoroso quanto o que ele representa também como viés de classe. Apesar dos avanços e da própria Constituição, tanto o acesso à Justiça quanto o acesso à Saúde permanecem, na prática, como privilégios dos mais ricos. As fragilidades do SUS, de um lado, e o número insuficiente de defensores públicos de outro são expressões dessa desigualdade. Quando o direito de acesso tanto a um quanto a outro não é assegurado, a situação de desamparo se estabelece, assim como a subordinação do cidadão àquele que pode garantir – ou retirar – tanto um quanto outro no cotidiano. Sem contar que a cidadania ainda é um conceito mais teórico do que concreto na vida brasileira.

Infelizmente, a maioria dos “doutores” médicos e dos “doutores” advogados, juízes, promotores, delegados etc estimulam e até exigem o título no dia a dia. E talvez o exemplo público mais contundente seja o do juiz de Niterói (RJ) que, em 2004, entrou na Justiça para exigir que os empregados do condomínio onde vivia o chamassem de “doutor”. Como consta nos autos, diante da sua exigência, o zelador retrucava: “Fala sério....” Não conheço em profundidade os fatos que motivaram as desavenças no condomínio – mas é muito significativo que, como solução, o juiz tenha buscado a Justiça para exigir um tratamento que começava a lhe faltar no território da vida cotidiana.

É importante reconhecer que há uma pequena parcela de médicos e advogados, juízes, promotores, delegados etc que tem se esforçado para eliminar essa distorção. Estes tratam de avisar logo que devem ser chamados pelo nome. Ou por senhor ou senhora, caso o interlocutor prefira a formalidade – ou o contexto a exija. Sabem que essa mudança tem grande força simbólica na luta por um país mais igualitário e pela ampliação da cidadania e dos direitos. A estes, meu respeito.

Resta ainda o “doutor” como título acadêmico, conquistado por aqueles que fizeram doutorado nas mais diversas áreas. No Brasil, em geral isso significa, entre o mestrado e o doutorado, cerca de seis anos de estudo além da graduação. Para se doutorar, é preciso escrever uma tese e defendê-la diante de uma banca. Neste caso, o título é – ou deveria ser – resultado de muito estudo e da produção de conhecimento em sua área de atuação. É também requisito para uma carreira acadêmica bem sucedida – e, em muitas universidades, uma exigência para se candidatar ao cargo de professor.

Em geral, o título só é citado nas comunicações por escrito no âmbito acadêmico e nos órgãos de financiamento de pesquisas, no currículo e na publicação de artigos em revistas científicas e/ou especializadas. Em geral, nenhum destes doutores é assim chamado na vida cotidiana, seja na sala de aula ou na padaria. E, pelo menos os que eu conheço, caso o fossem, oscilariam entre o completo constrangimento e um riso descontrolado. Não são estes, com certeza, os doutores que alimentam também na expressão simbólica a abissal desigualdade da sociedade brasileira.

Estou bem longe de esgotar o assunto aqui nesta coluna. Faço apenas uma provocação para que, pelo menos, comecemos a estranhar o que parece soar tão natural, eterno e imutável – mas é resultado do processo histórico e de nossa atuação nele. Estranhar é o verbo que precede o gesto de mudança. Infelizmente, suspeito de que “doutor fulano” e “doutor beltrano” terão ainda uma longa vida entre nós. Quando partirem desta para o nunca mais, será demasiado tarde. Porque já é demasiado tarde – sempre foi.

Por: Eliane Blum. Jornalista, escritora e documentarista

Fonte: Época

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Jardim (CE): Prefeitura abre seleção pública com salários de até R$ 1,8 mil

A Prefeitura de Jardim, no interior do Ceará, divulgou edital de seleção pública com salários de até R$ 1,8 mil e 17 vagas, além de cadastro de reserva. As vagas são para o Centro de Referência de Assistência Social, para assistentes sociais, advogados, psicólogos e educador social.

Os interessados devem fazer a inscrições até 4 de maio, de forma presencial, das 8h às 11 e das 14h às 17h, na Secretaria de Assistência Social, na Praça Professor Joaquim Alves, 50, no Centro de Jardim.

A avaliação será feita por meio de entrevista e análise de currículo dos candidatos. A análise curricular ocorrerá entre os dias 5 e 9 de maio, e as entrevistas, de 10 a 12 de maio.

O resultado do concurso está previsto para ser definido em 15 de maio e publicado no Diário Oficial do Município em 16 de maio. Já a contratação ocorre entre 24 e 26 de maio.

A seleção pública tem prazo de validade de 12 meses e pode ser prorrogada por mais 12 meses, a critério da administração pública de Jardim.

Confira o edital completo

Fonte: G1 CE

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7 hábitos que um dia poderão salvar sua vida

Segundo as estatísticas, estamos vivendo a época mais pacífica de toda a História da humanidade. O número de guerras e de mortes por violência nas ruas como proporção da população nunca foi tão baixo. Mas não fique tão tranquilo, pois o mundo continua a ser um lugar perigoso.

Neste post, trazemos pra você 7 hábitos simples que podem aumentar o seu nível de segurança contra roubos, furtos, desastres e até tentativas de homicídio.

1. Chaves, dinheiro e celular carregado
Você deve adquirir o hábito de verificar seus bolsos toda vez que sair de casa. Chaves, dinheiro e um celular carregado são coisas que devem estar sempre ao seu alcance. Pode se esquecer de qualquer coisa, mas estes três objetos são essenciais.

Por que são tão importantes? Em caso de emergência, deve sempre ser capaz de pedir ajuda para voltar para casa. O telefone celular pode salvar sua vida, mas não só a sua, também a dos outros: para testemunhar uma emergência, você conseguirá entrar em contato com os serviços de emergência facilmente. Mas não se esqueça de recarregar a bateria do telefone, antes de sair de casa ou do trabalho.

2. Peça desculpas se tropeçar em alguém
É um bom hábito. As desculpas são necessárias, não só pela cortesia. Mesmo se tiver certeza de que não foi sua culpa, ao tropeçar, pare por um momento, peça desculpas e siga em frente.

Por que é importante? Você não tem ideia de quem é aquele em que tropeçou na rua. A pessoa em quem esbarrou pode carregar armas, ter consumido uma grande quantidade de álcool ou drogas. Pode sentir muita raiva ou incomodado. Um simples pedido de desculpas pode ajudar a evitar um grave perigo.

3. Sempre encontre ao menos três saídas
Para onde quer que vá, à livraria, à escola, ao concerto, ao escritório, ao aeroporto, ao supermercado... assim que chegar ao local desejado, localize três saídas imediatamente. Às vezes é fácil, então memorize qual está localizada mais próxima de você. Outras vezes, será mais complicado e encontrará somente uma única saída. Continue observando até localizar pelo menos três maneiras de deixar o local. Mesmo se houver apenas uma porta, certamente haverá outras maneiras de sair do edifício como, por exemplo, por janelas grandes e baixas.

Por que é importante? Se algo ruim acontecer, será tarde demais para encontrar as saídas. Mas, se você já as achou e memorizou com antecedência, conseguirá imediatamente começar a se mover em direção a elas quase que automaticamente.

4. Brinque de encontrar o ’homem mau’
Este é um jogo divertido, que também pode deixá-lo distante do perigo. Quando estiver num edifício, na rua ou no transporte público, dê uma olhada nas outras pessoas. Qual delas acha que é o ’homem mau’? Talvez veja um homem que mostre se sentir culpado ou que pareça estar com raiva ou com medo, que observa fixamente alguém ou que olha a sua volta com nervosismo.

Por que é importante? A nossa intuição raramente está errada. Se alguém próximo a você parecer perigoso, provavelmente é. Tente ficar longe dessa pessoa.

5. Uma vez no avião, calcule o número de filas até a saída de emergência
Quando já tiver localizado seu assento, conte cuidadosamente o número de filas entre a sua cadeira e a saída de emergência mais próxima. Não se esqueça disso.

Por que é importante? Se o avião se encher de fumaça, a iluminação de fundo não será suficientemente clara para guiá-lo. Mas se tiver certeza de que entre o seu assento e a saída de emergência, por exemplo, há 9 filas, conseguirá se movimentar contando os encostos das cadeiras.

6. Treine as mãos
Qualquer um que tenha tentado fazer barras, sabe que as mãos se cansam mais rapidamente do que qualquer outro músculo. Treinar os músculos das mãos todos os dias aumenta gradualmente sua resistência. Isso pode ser feito com a ajuda de pequenos expansores, que são super baratos.

Por que é importante? Em muitas situações de emergência, as pessoas que escaparam dos edifícios sozinhas ou de veículos foram forçadas a se pendurar, agarrando-se a algo pequeno. Os músculos das mãos treinadas permitirão que permaneça pendurado por mais tempo, ajudando numa enrascada.

7. Levante a cabeça e se movimente lentamente
Normalmente, ao perceber o perigo, as pessoas instintivamente abaixam a cabeça e aceleram o ritmo das passadas. Mas é um erro: deve, ao contrário, levantar a cabeça com segurança e reduzir a velocidade ao mínimo.

Por que é importante? Quando você acelera e abaixa a cabeça, transforma-se na presa. Não importa de quem venha a ameaça, se de um cão ou de uma gangue de bandidos, diminua seus movimentos, levante a cabeça e olhe para o lado de um jeito que possa ver o perigo com uma visão periférica.

Fonte: Incrível

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Laudo confirma rompimento da aorta como causa da morte de Belchior

O laudo da necropsia no corpo de Belchior confirma morte por rompimento da aorta. O delegado Luciano Menezes, diretor da Delegacia de Polícia Regional, em Santa Cruz do Sul, informou o resultado oficial ao G1 nesta quarta-feira (3). O cantor foi encontrado morto pela mulher, na manhã de domingo (30), na casa onde o casal morava na cidade gaúcha.

"Foi dissecção da aorta, que é a destruição voluntária. O médico legista explicou que a artéria tem duas camadas, e uma se rompeu. Causa natural", disse o delegado.

Ainda no domingo, a delegada plantonista Raquel Schneider informou sobre o rompimento, mas ainda não havia sido divulgado o resultado oficial.

A Polícia Civil também pediu exame toxicológico, e aguarda o resultado. O delegado explica que é uma solicitação de praxe. "O médico [legista] foi categórico. Acreditamos que virá zerado", entende Menezes.

O G1 consultou um especialista para explicar como ocorre a dissecção da aorta. Segundo o cardiologista Luis Augusto Saliba, na verdade são três camadas, sendo que a externa é mais uma proteção.

"Há um descolamento entre as camadas e o sangue, que deveria passar por dentro, passa entre as camadas. Fica represado, acaba gerando uma hemorragia."

O médico explica que o sangue não se espalha pelo corpo, mas como existem muitas outras artérias, a situação torna-se grave. "Como a coronária, que liga o coração, e outras que vão para o cérebro", acrescenta.

"Tem situações de dissecção em que o paciente tem sintomas, e é revertida rapidamente. E tem situações em que a morte é súbita", diz Saliba. "Para entender, teria que entender ele como paciente", completa.

O que o cardiologista quer dizer é que, para especificar o caso de Belchior, precisaria saber do histórico dele. "Possivelmente ele tinha algum fator de risco", sugere.

Morte em Santa Cruz do Sul
Distante dos palcos e da vida pública havia dez anos, Belchior morava com a esposa, Edna Araújo, em Santa Cruz do Sul desde 2013. A cidade fica a cerca de 120 km de Porto Alegre.

A casa foi cedida por um amigo. Desde 2009, Belchior e a companheira mudaram de endereço seguidas vezes. O casal era recebido por amigos e fãs porque não tinha dinheiro.

Somente no Rio Grande do Sul, os dois passaram por, no mínimo, dez cidades: Porto Alegre, Santa Vitória do Palmar, São Lourenço do Sul, Xangri-Lá, na praia de Atlântida Sul, Guaíba, Cachoeirinha, Jaguarão, Quaraí, Sobradinho e, por fim, Santa Cruz do Sul.

Fonte: G1

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Brinquedopraças e equipamentos de ginástica serão entregues no Cariri

O Governo do Ceará, por meio do Programa Mais Infância Ceará, realiza nesta quinta (4), sexta (5) e sábado (6), a entrega de brinquedopraças nos municípios de Caririaçu, Jardim e Missão Velha, na Região do Cariri, respectivamente. Na ocasião, as duas últimas cidades também serão contempladas com aparelhos de ginástica. 

Nos municípios de Jardim e Missão Velha, o novo local é cercado e possui uma área de 150m² com brinquedos como casinha dupla com dois escorregadores, casinha dupla com um escorredor, duas gangorras, dois cavalinhos de mola e escorregador com balanço triplo. Em Caririaçu, o espaço, que foi construído em uma área de 200m², é uma parceria com a iniciativa privada. Desta vez, com a empresa Mallory.

A brinquedopraça, espaço voltado para crianças de dois a 12 anos, faz parte das ações do Programa Mais Infância, especificamente do pilar Tempo de Brincar, que assegura o direito das crianças ao desenvolvimento de suas capacidades físicas, cognitivas e psicológicas através do ato de brincar.

Já os equipamentos de ginástica de baixo impacto, que serão instalados nas cidades de Jardim e Missão Velha, são aparelhos de alongamento direcionados principalmente à terceira idade e pessoas com deficiência. A ação faz parte do Programa Ceará Acessível e tem a proposta de transformar os espaços públicos em lugares de convivência.

A contrapartida das prefeituras é garantir a praça em bom estado de conservação, arborização do local e manutenção dos brinquedos. A população de Crato, Itaitinga e Juazeiro do Norte já foi contemplada com o equipamento. Ao todo, 40 brinquedopraças serão entregues neste ano pelo Governo do Ceará.

Serviço:
Entrega da brinquedopraça e equipamentos de ginástica

Data: quinta-feira (4)
Local: Praça Padre Cícero, na Rua Januário Borges, s/n, bairro Pernambuquinho, em Caririaçu
Horário: 18 horas

Data: sexta-feira (5)
Local: Praça Barbosa de Freitas, na Rua Padre Miguel Coelho, bairro Centro, em Jardim
Horário: 18 horas

Data: sábado (6)
Local: Praça Vereador José Macedo Coelho, na Av. Luiz Arrais Maia, s/n, bairro Antônio Linard, em Missão Velha
Horário: 9 horas

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Crato (CE): Centenas de pessoas e homenagem a Belchior marcam abertura da SBPC

O Governador do Estado do Ceará, Camilo Santana, abriu, na noite de ontem, a 69º Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (RR- SBPC), com o Secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado, Inácio Arruda, a presidente da SBPC, Professora Helena Nader, e o Reitor da Universidade Regional do Cariri (URCA), Patrício Melo. Com o auditório do Centro de Convenções do Cariri lotado e homenagem prestada pela orquestra sinfônica da Universidade Federal do Cariri (UFCA) ao cantor e compositor cearense Belchior, que faleceu no último domingo, foi aberta oficial a Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) reunindo um público de mais de 7 mil pessoas até o próximo sábado, e conta com mais de 3.700 inscritos, num recorde de participação.

Esta é a primeira RR já realizada no interior do Ceará e tem como tema Central “Território, Biodiversidade, Cultura, Ciência e Desenvolvimento”. Autoridades do mundo científico se encontram no Cariri durante os próximos dias para debaterem diversos temas, além de levar crianças e jovens o despertar para a importância da pesquisa, durante a SBPC Jovem, que ocorre nos dias 4 e 5. Um acordo de cooperação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Funcap foi assinado pelo Governador e instituições de fomento. O objetivo é fortalecer a pesquisa no interior do Estado, que poderá investir nos próximos anos cerca de R$ 75 milhões em projetos de pesquisa no Ceará.

A reunião irá contar com 17 conferências que discutirão, entre outros temas, meio-ambiente políticas científicas, inovação e educação. Entre as conferências, a RR trará discussões sobre "Por que o Cariri necessita e merece mais dados de satélites?", Resíduos sólidos, gestão e planejamento ambiental em regiões metropolitanas", “Tecnologias geradas pela Embrapa Semiárido", "2017-2018: Biênio da matemática Brasil", "A situação da CT&I no Brasil".

São mais de 160 trabalhos inscritos, para apresentação em pôsteres, 11 mesas-redondas, 34 mini-cursos, e conferências que serão realizadas no Campus do Pimenta, na URCA, em Crato. As atividades envolvem mais de 300 pessoas na organização e infraestrutura. A abertura ainda contou com a apresentação da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Cariri (UFCA), parceira no evento. O governador Camilo Santana externou o seu agradecimento a SBPC a todos os envolvidos e solicitou que o Cariri sedie uma Reunião Anual da entidade, destacando a sua alegria do sucesso da RR no Cariri.

A presidente da SBPC, Helena Nader, ressaltou a alegria e entusiasmo de realizar em Crato mais uma reunião regional, voltada para os interesses da comunidade, com pesquisadores e comunidade, com um debate salutar sobre ciência, tecnologia e educação. Destacou o empenho de muitas pessoas e instituições. Agradeceu aos professores, pró-reitores e estudantes da URCA em nome do reitor e vice, pelo empenho para o evento acontecer. “A SBPC sempre depende de uma universidade para ser anfitriã e parceira”, frisou.

Desde 1948, a SBPC tem realizado reuniões no mês de julho, com característica de transformar positivamente a cidade onde acontece. Levando ciência e tecnologia, e esse impacto levou a realização dos eventos regionais. Destacou a mobilização que a RR deverá proporcionar nos próximos dias, com apresentações de trabalhos, a SBPC Jovem e Mirim, destinado a crianças e jovens e buscando despertar o interesse pela ciência, tecnologia e informação. Ela disse ter encontrado no Cariri uma das mais importantes riquezas geologias e paleontológicas do Ceará e do País.

Um dos maiores eventos científicos do Estado
O Vice-reitor, Lima Júnior, deu boas-vindas aos participantes, ressaltou a reunião regional como um dos maiores eventos científicos do Ceará e o papel da ação conjunta da URCA, SECITECE e SBPC e todas as parcerias, para concretização do evento. O Secretário Inácio Arruda, destacou a sensibilidade do governador por receber e apoiar o evento, além da recepção desde o primeiro momento da presidente da SBPC, Helena Nader, a qual definiu como cientista e lutadora incansável em defesa da ciência, tecnologia e da inovação.

Secretaria geral do evento, Claudia Mazini Levy disse que cada reunião onde se realiza a regional tem sua singularidade. No Crato, ressaltou a história e líderes como o Padre Cícero. Ela ainda enfatizou o papel da URCA, na realização e a ciência como agente transformador de riquezas para o Brasil. Claudia lembrou do potencial paleontológico, com a descoberta da cobra com patas e evidenciou a fragilidade do conhecimento, com o tráfico, tendo a participação na descrição da peça apenas de pesquisadores estrangeiros. “Precisamos decidir estrategicamente e investir de forma inequívoca nas pesquisas”, disse. Ela agradeceu a todas as universidade e instituições de ensino superior da região e apoio financeiro do CNPq, Capes, Embrapa, Finep, Funcap, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, SECITECE e Governo do Estado.

Com informações da Assessoria de Imprensa/URCA

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Anvisa aprova medicamento contra insuficiência cardíaca

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de um novo medicamento contra insuficiência cardíaca. O Entresto (sacubitril/valsartana) é indicado para pacientes adultos cujos sintomas são desencadeados por atividades cotidianas, mas que ocorrem também quando estão em repouso.

De acordo com um estudo clínico realizado com 8.442 pacientes, o medicamento reduziu em 20% as mortes cardiovasculares de pacientes, em 21% as internações, em 16% o risco de morte por todas as causas e em 20% a probabilidade de morte súbita, uma das principais causas de morte por insuficiência cardíaca (IC). Os resultados também evidenciaram melhora na qualidade de vida tanto de pacientes que apresentam poucos ou muitos sintomas, como daqueles que sofreram hospitalizações recentes. 

Além do Brasil, o Entresto já é endossado por diretrizes internacionais europeias e americanas. O novo medicamento será fabricado pela empresa Novartis Pharma Stein AG localizada na Suíça comercializado no Brasil pela Novartis Biociencias S.A.

Mecanismo de ação
Do arsenal químico existente para o controle da doença, o Entresto  é o único que age em duas frentes ao mesmo tempo. Sob a forma de comprimido, tomado duas vezes ao dia, o remédio bloqueia a ação da angiotensina. Elevada entre os portadores da insuficiência cardíaca, a angiotensina estimula a contração das artérias. Com os vasos mais estreitos, o coração tem de fazer mais força para bater. Essa sobrecarga faz com que o músculo cardíaco vá, aos poucos, perdendo força.

A outra frente de ação do medicamento é inibir a enzima neprilisina. Também alterada entre os portadores da insuficiência cardíaca, a neprilisina anula os efeitos de uma substância protetora do coração, com características vasodilatadoras e diuréticas.

O único efeito colateral verificado durante o estudo foi a redução da pressão arterial.

A insuficiência cardíaca
A insuficiência cardíaca sistólica – sístole é o movimento de contração do coração, quando ele ejeta o sangue para os outros órgãos e tecidos – é considerada a etapa final de todos os problemas do coração. Caracterizado pelo enfraquecimento do músculo cardíaco e, consequentemente, pela dificuldade de bombeamento do sangue do coração para o resto do organismo, o distúrbio decorre de alguns dos mais nefastos males da modernidade – infarto, hipertensão, colesterol alto, diabetes, obesidade. Cada uma a seu modo, tais condições lesionam o músculo cardíaco, comprometendo o seu funcionamento.

O problema atinge cerca de 3 milhões de pessoas no Brasil e é a principal causa de hospitalização em pessoas acima de 65 anos. Dados do governo, DataSUS 2015, registraram 219.000 internações por insuficiência cardíaca. A prevalência da insuficiência aumenta conforme o passar dos anos. Atinge 0,3% das pessoas entre 20 e 39 anos, mais de 1% de quem tem entre 40 e 59 anos e 6% dos que se situam na faixa dos 60 aos 79 anos. A partir dos 80 anos, a incidência chega a 10%.

Fonte: Veja.com

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Artistas cratenses participam do Tributo Viva Belchior no Maloca Dragão, em Fortaleza

O cratense, João do Crato, foi um dos 19 artistas que participaram do grande show realizado em Fortaleza, no Maloca Dragão em uma homenagem ao compositor cearense Belchior.

Na madrugada de 1º de maio, no entorno do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, sob aplausos de uma enorme e comovida plateia, o autor de tantas obras-primas, foi homenageado com suas músicas recriadas por grandes músicos cearenses de diferentes gerações.

Muito aplaudido, João do Crato emocionou a plateia com sua interpretação marcante e seus falsetes interpretando “Na hora do almoço”. O Crato foi também representado pelo reisado do Mestre Aldenir, Dazzara Rapper, Grupo Ninho de Teatro e a banda de reggae Missão Miranda.

Presente no evento o Secretário de Cultura do Crato, Wilton Dedê, enalteceu a participação do município nesse importante evento de projeção nacional.

A Maloca Dragão é um festival de artes realizado, anualmente, pelo Governo do Ceará através do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura para marcar a comemoração do aniversário do centro cultural.  Esse ano, o Dragão do Mar completou 18 anos, tendo se tornado uma referência no Brasil na promoção e no desenvolvimento da cena artística e cultural do Ceará. A proposta do festival é apresentar um panorama das artes no Ceará e apontar as principais tendências e referências artísticas nacionais e internacionais.

De 25 a 30 de abril, a Maloca Dragão apresentou mais de 130 atrações, com programações totalmente gratuitas de teatro, dança, música, artes urbana, cinema, circo, cultura popular, literatura e infantil.  Mais de 20 espaços do Centro Dragão do Mar e da Praia de Iracema serviram de palco para o maior festival de artes do Ceará.

Assessoria de Imprensa/PMC

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Cerveja é mais eficaz contra dores do que paracetamol, afirma estudo

Para dores físicas ou emocionais, a sabedoria popular costuma recomendar uma ou duas (ou três?) cervejas, capazes de aliviar a “sofrência” em curto prazo. Bem, parece que a recomendação vai muito além da sabedoria popular, meus amigos.

Pesquisadores da Universidade de Greenwich, em Londres, acabam de validar esse conselho etílico. De acordo com um estudo publicado no The Journal of Pain, o álcool presente em duas canecas de cerveja é mais eficaz contra dor e desconforto do que paracetamol – acredite se quiser.

Os autores analisaram mais de 18 outros estudos para chegar a essa maravilhosa conclusão. De acordo com os cientistas, a quantidade de bebida ingerida aumenta a resistência à dor, ultrapassando o alívio de remédios clássicos como Tylenol e muitos outros com paracetamol.

Se você não curte a ideia de tomar remédios para qualquer dorzinha, pode pensar em deixar algumas cervejas na geladeira para alguma emergência. Vai que… Né?

É claro que essa não é a recomendação oficial de médicos e cientistas, que reforçam os danos da ingestão de álcool em longo prazo. Mas uma cervejinha até que cai bem!

Fonte: Vírgula

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Belchior foi “embora sorrindo, sem ligar para nada”

O primeiro grande porre, no balneário do Caldas, em Barbalha (CE), foi sob efeito do disco “Alucinação” (1976). O vômito inaugural tinha um motivo, além da garrafa de aguardente Kariri com K: a estranheza diante da primeira dor de amor. Muitos amores depois, na conquista ou na perdição, lá estava o bigode também na vitrola. Belchior foi o cara que sempre cantou os fracassos e os triunfos desses rapazes latino-americanos sem dinheiro no bolso e vindos do interior.

O trovador do Ceará também embalou os roqueiros da metrópole e os corações selvagens dos subúrbios. Não por acaso, o comentarista Walter Casagrande (TV Globo), em plena decisão do campeonato paulista, deixou Ponte Preta x Corinthians de lado para dizer o quanto Belchior foi importante para traduzir as inquietações iniciais da sua geração a partir dos anos 1970.

Em diálogo com Beatles, Cego Aderaldo, Godard, Baudelaire, Dante, os Dylan (Bob e Thomas), Torquato Neto, Mário Faustino, Jorge de Lima, Albert Camus, Drummond, Roberto Carlos, Luiz Gonzaga e com o avesso de Caetano Veloso –“nada é divino, nada é maravilhoso!”-, o cearense soube cantar as nossas dores naqueles momentos em que não sabemos direito diagnosticá-las. Só sabemos que deveras sentimos. Saca aquela melancolia do domingo à tarde?

Momentos em que só nos resta tomar um trago e levar a agulha para riscar de novo este angustiado “Coração Selvagem” no vinil: “Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão/ O meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver/ E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza...”

No primeiro exílio, viagem ao redor do meu quarto de pensão da esquina da rua das Ninfas com rua do Progresso, no Hellcife, lá de novo estava Belchior, no começo dos 1980. “Minha rede branca/ Meu cachorro ligeiro/ Sertão, olha o Concorde/ Que vem vindo do estrangeiro/ O fim do termo "saudade"/ Como o charme brasileiro/ De alguém sozinho a cismar...”

No primeiro punhal de amor traído, no destino das inevitáveis partidas e na sensação de estranheza ou estrangeirismo, sempre haverá uma balada de Belchior. Ninguém interpretou melhor no Brasil essa permanente canção do exílio. O cearense é antes de tudo um cigano. O gênio de Sobral foi antes de tudo um exilado.

No inferno com Roberto
Sempre errante, cantou assim, em uma desconhecida canção do disco “Paraíso” (1982): “Um dia você me falou, em Andaluzia e em Valladolid/ Granada fica além do mar, na Espanha/ Molhou em meu vinho seu pão/ E também me falou em coisas do Brasil/ O FMI, Tom, poeta tombado na guerra civil...”

Falamos da faixa “E que tudo mais vá para o céu”, um diálogo-ruído com o inferno do rei Roberto. Na mesma música, o cara trata de uma certa dor do poeta Drummond e da asa negra da graúna alencarina. Ninguém celebrou mais a literatura brasileira em uma vida & obra musical do que Belchior. Nem mesmo Caetano, outro chegado nas citações das coisas que aprendeu nos livros.

Ainda com a agulha na mesma faixa do vinil, escuto um coro grego que diz assim: “Vá embora poeta maldito!/ O teu tempo maldito também já terminou”.

No que o trovador do Ceará responde: “E eu fui embora sorrindo, sem ligar pra nada;/ como vou ligar para essas coisas/ quando eu tenho a alma apaixonada? (...) “E eu quero mandar para o alto/ O que eles pensam em mandar para o beleléu/ E que tudo mais vá para o céu”.

Por: Xico Sá, escritor e jornalista. Um dos autores do livro coletivo “Para Belchior com amor” (ed. Miragem, 2016).

Fonte: El País

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Começa nova campanha de vacinação contra a aftosa

Começou oficialmente nesta segunda-feira (1º), em 22 estados, dentre eles o Ceará, e no Distrito Federal a primeira etapa da campanha anual de vacinação contra a febre aftosa. A meta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é imunizar 198 milhões de bovinos e bubalinos no período. O número representa mais de 90% do rebanho do País, de 217,5 milhões de cabeças.

No Ceará, são mais de 2,5 milhões de animais bovinos e cerca de 1.500 bubalinos a serem vacinados, segundo a Agência de Defesa Agropecuária (Adagri). A meta é atingir 95% de cobertura do rebanho.

A vacinação é obrigatória para todos os animais, independentemente da idade. A campanha é executada pela Adagri em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce).

Segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA) do Mapa, Guilherme Marques, os pecuaristas deverão buscar a maior cobertura vacinal possível para que o Brasil cumpra todas as ações previstas no Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA). "A retirada gradual da vacina vai começar somente a partir de 2019. Até lá, todo o cronograma segue inalterado", pontou.

O produtor que não imunizar o rebanho sofre restrição quanto à movimentação do gado e pode ser multado. Quando a campanha começa, só é possível a retirada da Guia de Transporte Animal (GTA) depois de vacinar os animais. O criador deve ir até o local mais próximo do serviço veterinário oficial do Estado, que dispõe de 40 núcleos e oito escritórios regionais da Adagri ou da Ematerce para comprovar que aplicou a vacina que já está disponível nas revendas de produtos veterinários.

O Mapa recomenda cuidados básicos para a imunização do rebanho: comprar as vacinas somente em lojas registradas; verificar a temperatura correta - entre 2° C e 8° C; transportar as doses em uma caixa térmica; manter a vacina no gelo até o momento da aplicação, além de higiene e limpeza, que são fundamentais.

O Ceará obteve, em agosto de 2013, o reconhecimento nacional de área livre de febre aftosa com vacinação pelo MAPA e o reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em maio de 2014. Esse status permite ao Ceará negociar com outros estados e com outros países, tanto animais, como carne bovina e produtos derivados.

O esforço, mais uma vez, do Estado é sensibilizar os criadores a manter em dia a vacinação contra a febre aftosa em duas campanhas de seis em seis meses (maio e novembro). O objetivo é obter reconhecimento nacional de área livre de aftosa sem vacinação. O Estado já reivindicou do Mapa a vacinação apenas para os animais de até 24 meses, em uma das etapas, mas ainda não foi atendido. 

HONÓRIO BARBOSA
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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13 coisas para se lembrar quando a sua vida estiver difícil

As coisas perderam o sentido para você? Aqui estão algumas dicas que podem ajudar.

Todos nós passamos por momentos difíceis. No entanto, alguns passam por esses momentos difíceis melhores do que outros.

Então, qual é o segredo? A maior parte tem a ver com atitude. Então, aqui estão 13 coisas para se lembrar quando a vida ficar difícil.

1. As coisas são o que são
O famoso ditado de Buda nos diz que “é a nossa resistência às coisas que causa nosso sofrimento”.

Pense nisso por 1 minuto. Isso significa que o nosso sofrimento só ocorre quando resistimos às coisas como elas são. Se você pode mudar alguma coisa, então aja em conformidade. Mude.

Mas, se você não pode mudar, então nos restam 2 opções:
  • Aceitar e deixar a negatividade para lá.
  • Nos tornarmos miseravelmente obcecados com o sofrimento.
2. Se você acha que tem um problema, você tem um problema
Muitas vezes nós somos o nosso pior inimigo. A felicidade depende realmente de nossa perspectiva.

Se você acha que algo é um problema, então seus pensamentos e emoções serão negativos. Mas você acha que está passando por algo que pode aprender, então, de repente, isso não é mais um problema.

3. A mudança começa em você mesmo
O seu mundo exterior é um reflexo do seu mundo interior. Você não conhece pessoas que as vidas são caóticas e estressantes? E não é verdade que, em grande parte elas se sentem assim por dentro?

Nós gostamos de pensar que as mudanças em nossa rotina nos mudam. Mas, dando um passo atrás, precisamos mudar a nós mesmos antes que as circunstâncias mudem.

4. Não existe aprendizagem maior do que falhar
Você deve eliminar a palavra fracasso de seu vocabulário. Todas as grandes pessoas que já alcançaram alguma coisa falharam.

Thomas Edison disse algo como “eu não falhei em inventar a lâmpada, eu encontrei primeiramente, 99 maneiras de que a ideia não funcionava”.

Tire as chamadas falhas do caminho e aprenda alguma coisa com elas. Depois disso, aprenda como fazer melhor da próxima vez.

5. Se algo não acontece como planejado, significa que o melhor aconteceu
Isso é bem difícil de acreditar, mas é a mais pura verdade. Normalmente, quando olhamos para trás em nossa vida, somos capazes de ver por que essa era a melhor alternativa.

Talvez o trabalho que você não conseguiu teria feito você passar mais tempo longe da sua família, e o que você conseguiu era mais flexível.

Apenas tenha fé que tudo acontece exatamente do jeito que deveria.

6. Aprecie o presente
Este momento nunca voltará. E há sempre algo preciso a cada momento. Então não deixe passar por você em branco.

Em breve será apenas uma lembrança. Mesmo que momentos que não parecem felizes possam ser encarados como algo que você pode perder, algum dia.

7. Deixe o desejo de lado
A maioria das pessoas vivem com a mente anexada a desejos. Isso significam que nossas mentes ficam ligadas a um desejo e quando não realizamos esses desejos, nossas emoções despencam em negatividade.

Em vez disso, tente praticar uma mente isolada. Isso significa que, quando você quer algo, você ainda será feliz conseguindo ou não. Faça com que suas emoções permaneçam felizes ou neutras.

8. Compreenda e seja grato por seus medos
O medo pode ser um grande professor. E vencer o medo também pode fazer você se sentir vitorioso.

Por exemplo, muita gente tem medo de falar em público (esse é um dos 3 principais medos dos seres humanos). Então, quando você perder o medo e conseguir falar de maneira bem humorada na frente de todos, vai se sentir vitorioso.

Superar seus medos requer apenas prática. O medo é apenas uma ilusão e, acima de tudo, é opcional.

9. Experimente a alegria
Acredite ou não, muitas pessoas não deixam de se divertir com o que acontece ao seu redor. E, muitas vezes essas pessoas nem sabem porque se divertem nessas situações.

Algumas pessoas são realmente viciadas em seus problemas e o caos envolvido nisso tudo faz com que eles nem saibam quem são.

Portanto, permita-se ser feliz. Mesmo que seja apenas por um breve momento, é importante se concentrar em alegria, e não em dificuldades.

10. Não se compare com os outros
Mas se você se comparar, compare com quem tem menos do que você. Está desempregado? Seja grato por viver em um país que dá seguro desemprego, porque a maioria das pessoas do mundo vivem com menos de 750 dólares ao ano.

Você não se parece com a Angelina Jolie? Acredito que existem mais pessoas que não se parecem do que pessoas que parecem.

11. Você não é uma vítima
Você precisa parar de ver tudo pelo seu próprio ponto de vista. Você é apenas uma vítima de seus próprios pensamentos, palavras e ações.

Ninguém faz alguma coisa contra você. Você é o criador de sua própria experiência. Assuma a responsabilidade pessoal e perceba que você pode sair de suas dificuldades.

Nós só precisamos começar a mudar pensamentos e ações. Abandone a sua mentalidade de vítima e torne-se um vitorioso.

12. Tudo muda
E isso também vai passar. Quando estamos presos em uma situação ruim, pensamos que não há nenhuma maneira de resolver os problemas.

Achamos que nada vai mudar. Mas uma hora tudo muda. Nada é permanente, exceto a morte. Então, saia do hábito de pensar que as coisas serão sempre assim. Elas não serão.

Mas você precisa agir para que as coisas mudem. Isso não vai acontecer magicamente por conta própria.

13. Tudo é possível
Milagres acontecem todos os dias. E realmente eles acontecem. Confie e acredite que tudo é possível. Coisas incríveis acontecem o tempo todo.

Você só precisa acreditar nisso e, agir em conformidade. Uma vez que você fizer isso, você já ganhou a batalha.

Este artigo foi adaptado do original, “13 Things to Remember When Life Gets Rough”, do Lifehack.

Fonte: Portal do Empreendedor

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Vem aí concurso do Detran-CE com 300 vagas

O governador Camilo Santana anunciou, no início da tarde desta terça-feira (2), durante bate-papo com internautas no Facebook a data e a quantidade de vagas para o concurso do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/CE).

Segundo o Chefe do Executivo, o certame será realizado ainda no segundo semestre deste ano e serão ofertadas 300 vagas. Camilo reforçou que apenas a burocracia dificultou o lançamento do concurso. “Quem estiver esperando, estude!”, comentou.

O último concurso público realizado para o órgão ocorreu em 2006. À epoca, foram ofertadas 200 vagas para agente de trânsito e fiscal de transportes.

Fonte: Diário do Nordeste

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Justiça Federal decide suspender débitos superiores à margem consignável de empréstimos para aposentados

O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) obteve decisão liminar, na Justiça Federal do Ceará, que obriga o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e 14 instituições financeiras a suspenderem imediatamente débitos em conta de valores que ultrapassem a parcela permitida por lei de desconto na folha nos empréstimos de bancos a beneficiários do INSS. A decisão vale para todo o país.

A liminar é resultado de ação civil pública ajuizada pelo procurador da república Oscar Costa Filho. Na ação, o MPF apontou irregularidades quanto às regras que determinam a observância da margem consignável de 30% para os empréstimos consignados em folha de pagamento dos titulares de benefícios de aposentadoria e pensão do INSS, excluídos os 5% relativos às operações de cartão de crédito.

A Justiça Federal determina ainda que as instituições financeiras suspendam quaisquer restrições cadastrais em relação aos titulares dos benefícios previdenciários geradas pela inadimplência. Também deverão ser suspensos os débitos em conta decorrentes de empréstimos firmados com os titulares de benefícios previdenciários que tenham como fundamento eventuais inadimplências das operações financeiras que não obedeçam ao limite da margem consignável prevista em lei.

As instituições financeiras obrigadas a cumprir a decisão são Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Santander, Bradesco, HSBC, Banco BMG, Itaú Unibanco, Banco Mercantil do Brasil, Banco Cooperativo Sicredi, Banco Cooperativo do Brasil, Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), Banco do Estado do Rio Grande do Sul, Banco do Estado de Sergipe e Banco de Brasília (BRB).

Fonte: G1

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Chuvas de abril no CE ficam 37% abaixo da média histórica

Nos últimos seis anos, o Semiárido cearense enfrenta sucessivos períodos com chuvas abaixo da média e o resultado são as perdas das reservas hídricas nos médios e grandes reservatórios, além da frustração da safra agrícola de grãos. Entre 2008 e 2017, as precipitações ficaram abaixo da média no mês de abril em oito anos. Já o volume hídrico nos 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) caiu de 66,9%, em abril 2012, para 12,6%, índice atual.

Quadro crítico
O quadro de reserva hídrica está ficando cada vez mais crítico, no Ceará. O risco de mais municípios entrarem no rol dos que já enfrentam racionamento de água ou medidas de contingenciamento é crescente. Os dois maiores açudes do Estado, Castanhão e Orós, perderam volume e hoje acumulam, 6% e 10%, respectivamente.

O Castanhão, por exemplo, atende à demanda de abastecimento de mais de 20 municípios no Vale do Baixo Jaguaribe e na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O Orós também assiste meia dúzia de cidades no Médio Jaguaribe e dezenas de localidades rurais.

"Era preciso estar ocorrendo chuvas mais intensas na região do Cariri e nos Inhamuns, onde ficam as cabeceiras dos rios Jaguaribe e Salgado, para chegarem aos reservatórios, mas isso não está ocorrendo", observou, em recente encontro na cidade de Iguatu, a diretora de Operações da Cogerh, Débora Rios. "Infelizmente, não houve a recarga que esperávamos no Orós e no Castanhão, completou.

As chuvas permanecem escassas. Em abril, o índice médio pluviométrico esperado para o período no Estado é de 188mm, mas foram observados apenas 117.7mm. Houve, portanto, um déficit de 37.4%. Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e ainda refletem números parciais, que serão atualizados ao longo da semana.

No sábado passado, a Funceme registrou chuva em 43 municípios e no domingo, em 23. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema indutor de precipitações nessa época do ano no Ceará está afastada, mas há um ramo próximo ao litoral, influenciando nebulosidade e chuva nas regiões Norte e Noroeste.

Problema crescente
Se observamos os meses de abril nos últimos dez anos, entre 2008 e 2017, houve apenas dois resultados acima da média, em 2011, quando se verificou um índice positivo de 4,7%, e em 2008, que registrou 27,2% acima do esperado para o período.

No atual ciclo de estiagem, iniciado em há seis anos, foram observadas chuvas abaixo da média sempre nos meses de abril. O índice mais baixo ocorreu exatamente em 2012, que registrou déficit de 72%. "A Funceme faz previsão para toda a quadra chuvosa, e não mês a mês", esclareceu o meteorologista do órgão, David Ferran. "Neste ano, as chuvas estiveram mais concentradas na região Centro-Norte".

Maio é o último mês da quadra chuvosa e tem índice pluviométrico histórico baixo, em torno de 90.6mm. Daí a preocupação com o atual nível dos açudes, que está em 12,6%. Esse índice é muito semelhante ao observado em abril 2016 que foi de 12,3%, mas, no ano passado, os dois maiores reservatórios do Estado acumulavam mais água. O Castanhão acumulava 9,8% e o Orós, 25,7%.

Safra comprometida
A redução das chuvas, na segunda quinzena de abril passado, diminuiu a expectativa de boa safra de grãos (milho e feijão) no sertão cearense. "As chuvas estavam ruins para fazer reserva de água, mas vinham muito boas para o plantio", disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva. "Infelizmente o inverno cortou, as chuvas foram embora e agora há alto risco de perda da lavoura", declarou.

Em muitas roças, o plantio de milho está abrindo o pendão, fase em que necessita de mais água para a formação dos grãos na espiga. "A situação desandou", lamentou o produtor rural, Valdeci Ferreira. "Haverá perda da lavoura e, sem água acumulada nos açudes, não será possível manter o rebanho na quantidade atual", disse.

Por enquanto, o pasto nativo assegura a alimentação do rebanho. Os barreiros estão cheios, mas a preocupação dos produtores é com o quadro de falta de água que deve se intensificar a partir de novembro, quando essas pequenas reservas começam a secar.

Na atual quadra chuvosa, as precipitações ficaram acima da média em fevereiro (31,7%); na média em março (0,1%) e abaixo em abril (-41,5%). O secretário Executivo da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), Aderilo Alcântara, disse que o esforço do governo é para manter o abastecimento nos centros urbanos e localidades rurais, mas mostrou preocupação com o quadro de perda de reserva. No início da atual quadra chuvosa, o índice médio dos açudes era de 6,5%.

HONÓRIO BARBOSA
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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Reforma da Previdência: Como os mais pobres estão pagando a farra da corrupção

O gasto total da Previdência previsto para 2017 é de R$ 562 bilhões, contra uma arrecadação de R$ 381 bilhões. Isso vai gerar um déficit de R$ 181 bi. É mais do que todo o orçamento da Saúde (R$ 115 bilhões) ou o da Educação (R$ 107 bilhões). Então é lógico: alguma coisa precisa mudar. Só acho que quem passa a vida ganhando dois, três salários mínimos, deveria receber alguma atenção especial – talvez continuar tendo acesso a alguma aposentadoria após 15 anos de contribuição, em vez de ter de pagar INSS por 25 anos, como está na proposta da reforma; talvez lhes permitir que recebam algo antes dos 60 e tantos anos.

De onde sairia o dinheiro? Não é simples. 68% dos pagamentos da Previdência são de um salário mínimo ou menos. Não há como salvar os mais pobres da reforma e cobrir o rombo ao mesmo tempo. Mas tem um detalhe: não fosse a corrupção, daria. Só a diferença entre o orçamento inicial e o atual de 19 obras ligadas à Lava Jato já dá R$ 162 bilhões (R$ 135 bi projetados contra R$ 297 consumidos de fato, segundo um levantamento feito pelo UOL em 2016). Isso é quase todo o déficit da Previdência projetado para este ano – e R$ 20 bilhões a mais que o rombo do ano passado. Não significa que seja tudo superfaturamento, claro. Além de obras ficarem mesmo mais caras com o tempo, boa parte do superfaturamento de praxe já está embutido no orçamento inicial. Não estou comparando perdas que rolaram por mais de uma década com um déficit anual, que, se nada for feito, só vai crescer ano a ano.

Não. A questão não é essa. O ponto é que esse cálculo dá uma medida do volume de dinheiro público que chafurda no lamaçal da corrução – e estamos falando só de 19 obras. Somando isso à avalanche de dinheiro desperdiçado em emprétimos irresponsáveis via BNDES e isenções fiscais sem pé nem cabeça, temos aí um rombo trilionário. A ausência de tal rombo talvez não impedisse a necessidade de uma reforma na Previdência, mas certamente deixaria mais portas abertas para evitar medidas abusivas – e deixar um grande naco da população mais pobre sem aposentadoria, ou qualquer tipo de assistência financeira na velhice, é, sim, abusivo. No fundo, quem está pagando a conta pela farra da corrupção e da incompetência são eles mesmos: os que acordam às 5h da manhã para pegar ônibus lotado em troca de salários que não chegam até o fim do mês, que dirá até o fim da vida. São eles os grandes fiadores da bandalheira.

Por: Alexandre Versignassi, diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti

Fonte: Superinteressante

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Bolsonaro 'jamais terá base' para vencer eleição presidencial, afirma Tarso Genro

Um dos principais expoentes do Partido dos Trabalhadores, o ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Justiça Tarso Genro considera que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) "jamais terá base eleitoral e política" para vencer a eleição presidencial de 2018 e não representa ameaça nas urnas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A declaração foi feita em entrevista à BBC Brasil, ao ser questionado sobre a possibilidade de o político de extrema-direita se tornar um candidato viável, com potencial para vencer Lula.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (30), Lula tem 30% das intenções de voto enquanto Bolsonaro tem 15%, despontando com chances de chegar a um eventual segundo turno no pleito do próximo ano.

"A polarização entre Lula e Bolsonaro caracterizaria uma disputa frontal entre um vasto campo de centro-esquerda e a direita com tendências fascistas no Brasil, que jamais terá, na sociedade brasileira, uma base eleitoral e política majoritária", afirmou.

Genro, que tem manifestado confiança na inocência de Lula, diz que as acusações de delatores da Operação Lava Jato não têm validade se não vierem acompanhadas de provas. "Não podemos ter um juízo definitivo sobre esses depoimentos porque são dados em momentos de exceção como uma forma de protegerem essas pessoas que estão denunciando", critica.

O ex-ministro da Justiça disse ainda ser possível que a greve geral da semana passada "não seja suficiente" para impedir a aprovação, no Congresso, das reformas trabalhista e da Previdência.

Leia entrevista completa AQUI.

Fonte: UOL (Com BBC Brasil)

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Caminhada da Fraternidade reúne milhares de pessoas no Cariri

Tradição há 27 anos, o Dia do Trabalho iniciou, no Cariri, com a Caminhada da Fraternidade, que reuniu, segundo a Diocese do Crato, dez mil pessoas, num percurso de 15Km, entre a Igreja São Francisco, no Bairro Pinto Madeira, em Crato, até o Santuário dos Franciscanos, no bairro de mesmo nome, em Juazeiro. Marcada para iniciar as 4h, a caminhada teve atraso de 1h.

A Caminhada trabalha sempre o tema da Campanha da Fraternidade. Neste ano, os biomas brasileiros e a defesa da vida, com o lema "Cultivar e guardar a criação" (Gn 2.15), buscando alertar sobre a necessidade de cuidar e proteger a natureza.

O evento se configura como uma das maiores manifestações realizadas no Dia do Trabalho, no Estado. No percurso, os participantes seguiram cantando, orando e levando faixas e cartazes, em protesto às reformas da Previdência e Trabalhista. Neste ano, explicou o pároco da Igreja de São Francisco, padre Arileudo Machado, diante da realidade do País, a caminhada foi pensada "para fortalecer a luta do povo por vida e dignidade, sobretudo relacionada às reformas".

O religioso recordou que a Caminhada consegue contemplar questões sociais e religiosas além de "confraternizar a data do trabalhador de uma forma diferente, com oração e alegria, mas sem esquecer os problemas diários enfrentados".

No trajeto, animado pela banda Nova Órbita, formada, sobretudo, por jovens, o religioso leu mensagem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para a data. Segundo a carta, "pelo trabalho, a pessoa participa da obra da criação e contribui para a construção de uma sociedade justa. O trabalhador não é mercadoria, por isso, não pode ser coisificado. Ele é sujeito e tem direito à justa remuneração, que não se mede apenas pelo custo da força de trabalho, mas também pelo direito à qualidade de vida digna".

Padre Arileudo destacou, ainda, a "precarização, flexibilização das leis do trabalho e demais perdas oriundas das 'reformas'" e, conforme exposto na mensagem da CNBB acrescentou que o "trabalho é um direito sagrado, pelo qual vale a pena lutar, em defesa da dignidade e dos direitos de todos os trabalhadores e trabalhadoras, com especial atenção aos mais pobres".

Na chegada à Matriz de São Francisco das Chagas, os peregrinos receberam bênção especial do pároco, Frei Raimundo Barbosa, e também do padre Luciano Virgulino, vigário da Paróquia São João Bosco, conhecida como bênção do Trabalhador. No local, também ocorreu o tradicional café comunitário.

Redução
Apesar de ser uma importante data, que simboliza a luta pelos direitos trabalhistas, a Caminhada tem perdido adeptos nos últimos anos, conforme atestam aqueles que participam desde as primeiras edições. "Há 13 anos participo da caminhada. Apenas em 2014, por conta de uma doença, não pude vir, mas o público tem caído. É uma pena, pois, sem luta, o povo não consegue nada", avalia o ambulante José Oliveira Custódio Sobrinho, ao afirmar que a diminuição nas vendas é reflexo do pequeno público. "Hoje, não deve ter três mil pessoas acompanhando. Antes, a avenida ficava lotada. Hoje tem muita gente na saída e na chegada, mas no trajeto, são poucos", reforçou a vendedora de água Gorete Holanda.

ANDRÉ COSTA
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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