Taxa de desemprego no CE é a maior em 6 anos

O desemprego no Ceará bateu novos recordes no primeiro trimestre deste ano. O número de pessoas desocupadas chegou a 561 mil, alta de 39,2% frente ao registrado em igual período de 2016 (403 mil). Nesse mesmo comparativo, a taxa de desemprego cresceu de 10,8% para 14,3%. Isso significa dizer que de cada 1 mil pessoas do mercado de trabalho, 143 estão desocupadas. Tanto a quantidade de pessoas nessa situação como a taxa são as maiores dos últimos seis anos, período que compreende toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).

As informações foram divulgadas ontem pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), com base em dados da Pnad, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O total de 561 mil pessoas sem ocupação no Estado é um dado mais grave do que parece, avalia o analista de políticas públicas do Ipece, Alexsandre Lira.

"Isso só é o total de pessoas desocupadas que estão procurando emprego. Você ainda tem que pensar no contingente que está desocupado e não procura por emprego ou simplesmente desistiram de procurar", salienta o analista.

O número recorde, segundo Lira, é atribuído a uma maior pressão das pessoas sobre o mercado de trabalho em meio à crise econômica atual.

"Você tem uma combinação de fatores. Há pessoas perdendo os seus empregos, e isso estimula que outras pessoas da família passem a procurar emprego para recompor a renda familiar. No ano passado, nós estávamos com a crise acompanhada da inflação elevada. As pessoas, para manterem o poder de compra, foram em busca de novos empregos", avalia ele.

Setores
Dentre as categorias de trabalho, a que mais contribuiu para o crescimento do nível de desocupação no Ceará foi da construção civil. A quantidade de pessoas ocupadas nesse segmento teve uma queda de 13,9% entre os primeiros trimestres de 2016 e deste ano. Também tiveram retrações expressivas a indústria geral (-4%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-3,4%). Outros setores tiveram aumento nas ocupações, como transporte, armazenagem e correio (22,5%), alojamento e alimentação (15%), e serviços domésticos (5,5%).

Posições
Dentre as posições na ocupação, tiveram variações consideradas estáveis os empregados no setor privado com (2,5%) e sem carteira assinada (3%) e no setor público (3,7%). Também permaneceram relativamente estáveis entre os primeiros trimestres de 2016 e de 2017 as ocupações no segmento do trabalho doméstico (5,2%).

Já o número de empregadores cresceu 10% nesse mesmo comparativo. Uma alta ainda mais expressiva (76,6%) foi registrada para trabalhadores familiares auxiliares (pessoas que trabalham sem receber pagamento, durante pelo menos uma hora por semana, para ajudar um membro da casa). A quantidade de pessoas trabalhando por conta própria caiu 8,94%.

Previsão
Apesar dos efeitos que a crise política atual do governo Temer podem trazer para o mercado de trabalho, Alexsandre Lira espera "alguma recuperação da economia nacional e local no primeiro semestre deste ano, devido à previsão de redução da Selic (taxa básica de juros), para dar novo fôlego às empresas para elas contratarem novas pessoas".

O cenário nebuloso da política, entretanto, ainda impede avanços significativos. "Eu acredito que vai haver uma melhora nos próximos trimestres por conta da dinâmica da economia. É natural do segundo e o terceiro trimestres sejam empregadores. O segundo tradicionalmente é melhor do que o primeiro. Você começa a produzir no segundo e no terceiro trimestre para atender aos próximos meses do ano. Mas não vai ser uma melhoria radical", prevê.

MURILO VIANA
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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Morre Inácio Teles, um dos maiores eletrotécnicos do Cariri


Morreu nesta terça-feira (30) em Crato, Inácio Ferreira Teles, técnico em eletrônica, por causa de complicações renais. Há três dias eles sentiu-se mal e foi levado para o Hospital São Miguel onde ficou na UTI até o dia de ontem chegando a óbito. 

Ele casado com Maria José e deixa dois filhos. Sua oficina era localizada na praça Siqueira Campos vizinho ao Banco Bradesco. Deixamos a nossa solidariedade à família e amigos.

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Jucá e outros investigados da Lava Jato vão compor Conselho de Ética do Senado

Após três meses de atraso, a composição do Conselho de Ética do Senado foi aprovada na noite desta terça-feira (30) para que o colegiado volte a funcionar. O conselho é responsável por analisar eventuais denúncias por quebra de decoro parlamentar que podem levar à cassação do mandato.

Em abril, após a delação premiada da Odebrecht, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de inquéritos sobre 24 senadores, entre eles o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que foi anunciado hoje como membro titular do colegiado - Jucá é alvo de oito inquéritos na Corte. Outro investigado, Eduardo Braga (PMDB-AM), foi escolhido como suplente do Conselho.

Até o momento, 20 dos 30 membros do colegiado foram indicados. Entre eles Jucá, Braga e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) são investigados no âmbito da Operação Lava Jato. Eduardo Amorim (PSDB-SE) e Flexa Ribeiro (PSDB-BA) são investigados em outros casos no STF. Somente o bloco Democracia Progressista (PP e PSD) ainda não fez nenhuma de suas indicações.

O presidente e vice-presidente do Conselho ainda serão eleitos. Nos últimos anos, João Alberto Souza (PMDB-MA), um aliado do ex-presidente José Sarney e de Renan Calheiros (PMDB-AL) tem sido seguidamente reconduzido no comando do Conselho de Ética. Ele foi indicado como membro do colegiado e deve ser eleito para o posto de comando mais uma vez.

Há 12 dias, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou uma representação contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) ao Conselho. O documento ainda não foi analisado porque o colegiado precisava da indicação de mais da metade dos membros para dar início aos trabalhos.

Aécio, que já era investigado na Lava Jato, também foi citado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, na delação premiada homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Joesley contou aos procuradores que Aécio lhe pediu R$ 2 milhões para pagar despesas com sua defesa na Operação Lava Jato.

O pedido de empréstimo foi confirmado pela defesa que, no entanto, alegou que ele não tem nenhuma relação com a ocupação de cargo público. Fachin afastou Aécio do mandato de senador durante as investigações e determinou a prisão de sua irmã, Andrea Neves.

Além de Aécio, a delação da JBS também pode gerar a abertura de inquérito de outros parlamentares. As investigações não precisam resultar necessariamente em processos no Senado, que dependem de vontade política para serem instaurados.

Confira a lista dos membros que já foram indicados para o Conselho de Ética:

Titulares

Airton Sandoval (PMDB-SP)
João Alberto (PMDB-MA)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
José Pimentel (PT-CE)
Acir Gurgacz (PDT-RO)
João Capiberibe (PSB-AP)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Wellington Fagundes (PR-MT)
Pedro Chaves (PSC-MS)

Suplentes

Jader Barbalho (PMDB-PA)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Hélio José (PMDB-DF)
Ataídes Oliveir (PSDB-TO)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Regina Sousa (PT-PI)
Fátima Bezerra (PT-RN)
Telmário Mota (PTB-RR)

Fonte: UOL (Com Estadão Conteúdo)

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Crato (CE): Secretário de Finanças participa de audiência pública para discutir taxa de iluminação pública

Foto: Samuel Pinheiro/Blog Cariri
Na manhã de ontem, 30 de maio, o Secretário de Finanças do Crato, Carlos Eduardo Marino, participou de audiência pública onde foi questionado e discutido o aumento de 100% da taxa de iluminação pública. A audiência foi de iniciativa da Câmara de Vereadores.

Em sua participação, Carlos Eduardo esclareceu dúvidas dos parlamentares e da população, e ainda comentou acerca das informações solicitadas pela Prefeitura à Enel (antiga Coelce). Ele ressaltou que o Executivo foi informado de que a Enel tem feito uma revisão para adequar o valor com base em leis municipais de cidade analisadas. Marino falou ainda que a Prefeitura informou à empresa que a última alteração que ocorreu na legislação municipal sobre contribuição da iluminação pública foi no ano de 2013.

O secretário informou também que o poder Executivo irá notificar a Enel para que a empresa demonstre a metodologia utilizada para calcular os quilowatts, (kWhs) para que se possa confrontar com o valor previsto na legislação.

Para finalizar, Carlos Eduardo ressaltou que a gestão se apresenta com um diálogo aberto e franco para responder dúvidas e prestar esclarecimentos.

Assessoria de Comunicação/PMC

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STF separa processos contra Temer e Aécio; presidente terá de depor

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin determinou a separação do inquérito contra o presidente Michel Temer (PMDB) da investigação contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Os dois foram citados nas delações da JBS.

A decisão mantém as investigações contra o deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) no mesmo inquérito que apura eventuais irregularidades cometidas por Temer. Ex-assessor pessoal do presidente, Loures foi flagrado em vídeo da Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil de um executivo da JBS.

A separação das investigações foi um pedido dos advogados de Temer a Fachin, relator dos processos ligados à Operação Lava Jato no STF.

Em sua decisão, o ministro negou o pedido de Temer para que o STF sorteasse um novo relator para o inquérito. Com isso, a investigação contra o presidente continua sob responsabilidade do relator da Lava Jato no Supremo.

Por outro lado, Fachin acolheu o pedido dos advogados de Aécio e determinou que o processo contra o senador seja encaminhado à presidência do STF para o sorteio de um novo relator.

Fachin afirmou ver sinais de conexão entre as suspeitas contra Temer e inquéritos da Lava Jato já em andamento no Supremo que apuram a participação de políticos do PMDB da Câmara dos Deputados e do Senado no esquema de corrupção.

O ministro também autorizou que seja tomado o depoimento de Temer, por escrito. O presidente terá 24 horas para responder às questões encaminhadas pela "autoridade policial", segundo escreveu Fachin na decisão.

O prazo foi justificado pelo ministro com o argumento de que há outros investigados presos no curso da investigação, o que exige mais rapidez à tramitação do inquérito.

"A oitiva [depoimento] deve ocorrer, por escrito, com prazo de 24 (vinte e quatro) horas para as respostas formuladas pela autoridade policial, a contar da entrega, ante a existência de prisão preventiva vinculada ao caderno indiciário [ao inquérito]", escreveu o ministro na decisão.

Temer virou alvo de investigação após delação da JBS
O presidente passou a ser investigado no STF a partir do pedido de abertura de inquérito feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) com base na delação premiada de executivos da JBS.

O inquérito aberto também tinha como investigados Aécio e Loures, ambos afastados do mandato por Fachin.

A investigação, autorizada pelo ministro, apura suspeitas da prática dos crimes de corrupção, obstrução à Justiça e formação de organização criminosa.

A PGR disse ver indícios do recebimento de propina paga pela JBS e da tentativa de interferir em investigações.

A partir de gravação da conversa entre o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, e Temer, a Procuradoria afirmou acreditar que o presidente deu aval para que o empresário comprasse o silêncio do ex-deputado e presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso e condenado no curso da Lava Jato.

Temer contesta essa interpretação da conversa, e já classificou a gravação como "fraudulenta", "clandestina" e "manipulada". 

Aécio tem negado a participação em irregularidades e disse estar "absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos".

Já Loures ainda não se manifestou sobre as acusações. Com a recusa do ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR) em aceitar o convite de Temer para assumir o ministério da Transparência e, com isso, voltar à Câmara, Loures pode deixar o cargo e perder o foro privilegiado. O Planalto estuda uma forma de manter o foro do deputado afastado.

Fonte: UOL

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Cientistas criam antibiótico ‘mágico’ contra bactérias resistentes

Cientistas americanos deram ‘superpoderes’ a um antibiótico chamado vancomicina. O medicamento sofreu três modificações que aumentaram 1.000 vezes a potência do medicamento, algo que os cientistas esperam que seja uma arma eficaz na luta contra bactérias super-resistentes. Os detalhes do novo antibiótico foram descritos em um estudo publicado na última edição da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences. Segundo os autores, o composto foi capaz de matar as versões resistentes a antibióticos de bactérias responsáveis por infecções urinárias, meningites e endocardites.

Superbactérias
O estudo foi conduzido pelo químico Dale Boger do Instituto de Pesquisa Scripps, nos Estados Unidos, que utilizou a vancomicina por sua fórmula original ser uma das mais eficazes no combate a infecções bacterianas. Esse medicamento é prescrito há sessenta anos e apenas recentemente foram registrados casos de bactérias resistentes a ele. Segundo o pesquisador, isso sugere que esses seres tiveram um “trabalho duro” para superar o mecanismo de ação original do antibiótico, que desestabiliza o modo como as bactérias constroem a parede celular.

Estudos anteriores de Boger e colegas já haviam demonstrado que era possível adicionar duas modificações à substância para torná-la mais potente. O novo estudo descreve uma terceira alteração, que interfere na parede celular bacteriana de maneira inédita e aumenta 1.000 vezes a atividade do medicamento — isso significa que os médicos precisam de doses bem menores para combater as infecções.

A nova versão da vancomicina foi testada no combate a bactérias do gênero Enterococcus, responsáveis por endocardite, meningite, infecção urinária, entre outras, com sucesso. Ela foi capaz de matar tanto as formas originais desses microrganismos quanto as resistentes à vancomicina comum. A inovação torna a nova droga o primeiro antibiótico a ter três mecanismos independentes de ação, o que faz com que tenha grande eficácia no combate às superbactérias.

“Os organismos simplesmente não conseguem encontrar uma maneira de superar os três mecanismos. Mesmo que bactérias contornem um deles, elas seriam mortas pelos outros dois”, disse Boger, em comunicado.

Resistência bacteriana
Agora os pesquisadores querem sintetizar a vancomicina modificada utilizando menos etapas no laboratório – atualmente são trinta. Para Boger, essa é a parte fácil do projeto quando comparada ao desafio de conceber o composto. Mesmo que o processo não seja simples, o pesquisador acredita que o potencial de salvar vidas dessa nova fórmula faz sua fabricação muito valiosa.

“Fabricar essa molécula é importante, mesmo no cenário atual, caso a falha de antibióticos continue”, disse o cientista. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a resistência bacteriana é uma das maiores ameaças à saúde global, à segurança alimentícia e ao desenvolvimento, com importantes doenças ficando cada vez mais difíceis de se tratar já que os antibióticos se tornam menos eficazes.

Fonte: Veja

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Salário de Aécio é insuficiente para bancar aluguel estimado de mansão onde ele mora

A mansão onde o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) mora com a mulher e os dois filhos pequenos no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, custa mensalmente mais do que o salário dele.

O R7 apurou que a propriedade tem 1.032 m² de terreno e 718,25 m² de área construída.

O valor de IPTU de 2017 do imóvel foi de R$ 4.911,46. Apesar de a base de cálculo do imposto considerar que a mansão vale R$ 1,63 milhão, corretores consultados pela reportagem garantem que casas desse padrão naquela localidade custam entre R$ 5 milhões e R$ 7 milhões, o que eleva o aluguel pago pelo senador a algo próximo a R$ 25 mil, no mínimo.

O salário líquido de Aécio no mês de abril foi de R$ 22.759,22, segundo dados disponíveis no site do Senado.

Foi em outubro de 2015 que o tucano decidiu levar a família toda de vez para Brasília — até então eles moravam no Rio de Janeiro, em um apartamento próprio. O senador saiu de um apartamento funcional e não requereu desde então auxílio-moradia.

Considerando o valor estimado da locação, em menos de dois anos o senador teria de ter desembolsado cerca de R$ 500 mil de aluguel, isso sem considerar outras despesas fixas da casa, como luz, água, empregados, etc.

Em nota (leia abaixo), a assessoria de imprensa de Aécio Neves admite a locação do imóvel, mas não confirma o valor pago mensalmente. “O senador é locatário do imóvel em Brasília, em que reside com sua família desde 2015 e é o responsável pelo pagamento do aluguel".

Aécio Neves mantém ainda dois imóveis, um no bairro de Anchieta, em Belo Horizonte, e outro em Ipanema, no Rio de Janeiro. O R7 não conseguiu apurar o valor pago de condomínio nos dois apartamentos do senador afastado, mas segundo estimativa de corretores de imóveis, o valor dos dois podem chegar a R$ 8 mil. 

Ainda na capital fluminense, consta como residência de Aécio Neves um apartamento na avenida Vieira Souto, um dos metros quadrados mais caros do País. Sobre esse imóvel, a assessoria de Aécio Neves afirma que ele “pertence à família do senador há mais de 50 anos e não é de propriedade dele.”

Declaração de bens
Em um vídeo em que se defende das acusações em que é alvo na Lava Jato, Aécio Neves disse: “Não fiz dinheiro na vida pública”. Seus bens, porém, quadruplicaram entre sua campanha de 2010, quando foi eleito senador, e 2014, quando perdeu a disputa à presidência para Dilma Rousseff.

O senador afastado declarou em 2010 exatos R$ 617.938,42. Em 2014 seu patrimônio saltou para R$ 2.503.521,81. A assessoria de Aécio Neves declarou que sobre “o acréscimo patrimonial do senador Aécio Neves, informamos que ele se deveu a questões privadas em nada relacionadas a suas atividades na área pública ou ao exercício de seus mandatos.”

Na declaração de Aécio Neves em 2014 o que mais chama atenção são 88 mil cotas da Rádio Arco Íris, filial da Jovem Pan, em Belo Horizonte. O valor atribuído é de R$ 700 mil. Em 2016, depois de uma investigação do MPF (Ministério Público Federal), o senador afastado transferiu sua parte na sociedade para sua irmã, Andrea Neves, por R$ 88 mil.

Na época, o MPF acredita que houve violação constitucional nesse caso e cita que “por cinco anos e nove meses, portanto, desde o início de seu mandato de Senador da República, Aécio Neves da Cunha foi sócio de pessoa jurídica que explora serviço de radiodifusão, em violação à disposição expressa da Constituição brasileira”. E acrescenta que “a RÁDIO ARCO ÍRIS LTDA. violou, durante quase 6 (seis) anos, dispositivo expresso da Constituição, deturpando o princípio democrático no tocante aos meios de comunicação em massa, e unindo ao poder político o controle de tais veículos de comunicação.”

A assessoria de Aécio Neves afirma que sua participação na rádio não foi um investimento do político. Se trata de uma “transferência por sua mãe de cotas da Rádio Arco-Íris, no final de 2010, no valor à época de R$ 700 mil”. A assessoria confirma também a venda de suas aquisições, mas não explica a diferença de valores.

Nas declarações de Aécio Neves em 2014 ainda consta 19.791 cotas na empresa Perfil Agropecuária e Florestal que somam R$ 666.660,00. A assessoria do senador afastado afirma que este valor é “parte da herança de seu pai”, falecido no final de 2010.

Operação Lava Jato
Aécio foi figura central da operação Patmos, deflagrada no último dia 18, em que o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), afastou o senador do mandato parlamentar. Desde então, ele não saiu da mansão onde mora no Lago Sul.

Uma gravação feita pelo dono da J&F — holding que controla entre outras empresas a gigante de carne JBS — mostra Aécio negociando o recebimento de R$ 2 milhões com Joesley Batista. O dinheiro foi entregue ao primo dele, Frederico Pacheco, preso na operação.

A irmã do senador, Andrea Neves, que teria pedido inicialmente os R$ 2 milhões para o empresário, também está presa.

O tucano nega que o valor fizesse parte de qualquer troca de favores e diz que se tratava de um empréstimo, uma relação privada, para pagar advogados de defesa que cuidam dos processos dele na Lava Jato.

Andrea Neves, segundo as investigações, tentou vender um apartamento da família, a Joesley Batista. Avaliado em R$ 11 milhões, o imóvel, que pertence à mãe do senador afastado, foi oferecido ao empresário por R$ 40 milhões.

“O criminoso [Joesley Batista] queria era criar uma falsa situação que transformasse uma operação entre privados, que não envolveu dinheiro público, que não envolveu qualquer contrapartida, em um ato de aparência ilegal”, justificou Aécio no vídeo.

Outro lado
A reportagem do R7 questionou a assessoria do senador afastado ainda com as seguinte perguntas:

— É possível que saibamos o detalhamento de bens atual de Aécio Neves para compreendermos esses valores?

— O senador tem outra fonte de renda pessoal para custear despesas pessoais? Vocês gostaria de explicar esse ponto?

Até o fechamento desta reportagem, a assessoria de Aécio Neves não se pronunciou sobre nenhum dos temas.

Em nota, a assessoria de imprensa do senador afastado informa que "Aécio Neves é o responsável pelo pagamento do aluguel da moradia de sua família, assim como de seus demais gastos pessoais. Além da remuneração como senador, ele possui outras fontes de renda devidamente declaradas à receita federal e compatíveis com exercício de seu mandato. Entre essas,  a locação de imóvel de sua propriedade."

Sobre o apartamento que Andrea Neves tentou vender a Joesley, a assessoria do senador acrescenta o seguinte posicionamento: 

"O apartamento cuja venda foi proposta ao empresário Joesley Batista pela irmã do senador Aécio Neves é de propriedade da família há mais de 30 anos e foi avaliado por corretores autorizados.

O imóvel - uma cobertura duplex de 1.200 metros, localizado no bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro -  e pertence à mãe do senador. O documento de avaliação do imóvel por corretores foi entregue ao ministro Edson Fachin, do STF, atestando a veracidade da intenção de venda por parte da família.

Joesley Batista aproveitou a oportunidade para forjar uma situação criminosa que o livrasse de responder na Justiça pelos crimes que ele cometeu".

Fonte: R7

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Enem 2017 tem o menor número de inscritos confirmados desde 2013

A edição 2017 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá o menor número de inscrições confirmadas desde 2013. Neste ano, o governo diz que ao menos 6,1 milhões de candidatos já estão aptos a realizarem as provas. Mas esse número pode subir, já que entre os 1,4 milhão que não confirmaram suas inscrições há pessoas que têm direito a recurso para tentar a isenção da taxa.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mudou neste ano os critérios de isenção. O órgão incluiu no sistema um cruzamento de dados entre a declaração de carência e os dados do governo federal sobre famílias carentes. Por isso, subiu o total de pedidos de isenção recusados no Enem.

Após a reclamação dos candidatos, o Inep fez um acordo com o Ministério Público Federal para dar um prazo para que esses inscritos possam recorrer e comprovar seu direito à isenção.

Além dos problemas com a isenção, o total de inscritos caiu porque o Enem não poderá mais ser usado como diploma de conclusão do ensino médio. Agora, essa função ficará com o o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).

No ano passado, 8.627.194 pessoas confirmaram a inscrição após o prazo de pagamento da taxa. No Enem 2015, esse número foi de 7.746.057 pessoas. O recorde histórico de inscrições confirmadas aconteceu no Enem 2014: foram 8.721.946 inscrições confirmadas após o prazo.

Direito à isenção
Antes, a isenção era automática para alunos concluintes do ensino médio. E havia ainda a possibilidade de autodeclaração de carência. Agora, isso mudou. A isenção é válida para pessoas que se encaixem em três categorias (clique aqui para saber mais).

Segundo Eunice Santos, diretora de gestão e planejamento do Inep, o órgão percebeu que muitos candidatos justificaram seus pedidos de isenção de forma " aleatória" (entre a Lei 12.799/2013 ou Decreto 6.135/2007) e os dados informados não "bateram" com o cadastro do Ministério do Desenvolvimento Social.

De acordo com o Inep, só podem recorrer os candidatos que pediram a isenção, não conseguiram a isenção, mas não efetuaram o pagamento da taxa de R$ 82. Ainda segundo o governo federal, o Inep não vai avaliar todas as 1,4 milhão de inscrições que não foram confirmadas: só serão avaliados os casos dos candidatos que enviarem os documentos exigidos para o e-mail isencaoenem@inep.gov.br.

Travestis e transexuais
Os travestis, transexuais ou demais candidatos e candidatas que desejam receber tratamento pelo seu nome social, e não civil, durante o exame, devem fazer a solicitação específica para isso. O prazo para isso termina às 23h59 do próximo domingo (4). A solicitação deve ser feita pelo site http://enem.inep.gov.br/participante.

Fonte: G1

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Aécio cobra lealdade de senador, que rebate: 'Não faço nada de errado, só trafico droga'

Os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Zezé Perrella (PMDB-MG) foram gravados em uma conversa telefônica da Polícia Federal (PF). Em trecho divulgado pelo jornal Hoje em Dia, Aécio cobra fidelidade de Perrella, em meio às investigações da Operação Lava Jato.

O tucano criticou uma "declaração escrota" de Perrella, ex-dirigente do clube mineiro Cruzeiro, que se gabou de não estar na lista do procurador geral da república Rodrigo Janot, em entrevista à rádio Itatiaia, lamentando o "mar de lama" no Brasil.

A conversa foi gravada no dia 13 de abril, dois dias depois da divulgação das delações da Odebrecht e a abertura de inquérito contra oito ministros, 39 deputados federais e 24 senadores pelo ministro do STF, Edson Fachin, incluindo Aécio Neves.



"Você acha que nós agimos como esses caras aí? Estão misturando financiamento de campanha com essa roubalheira que fizeram no Brasil. E você tá fora [da lista de Fachin] ótimo. Acho maravilhoso", disse Aécio, delatado por receber dinheiro de caixa dois da empreiteira. "Nossa campanha foi a mesma, Zezé", complementou o tucano.

Perrella citou o caso do helicóptero flagrado com quase meia tonelada de cocaína, por volta do terceiro minuto da gravação. "Porque na verdade eu sou muito agredido pelo que aconteceu com aquele helicóptero até hoje. [...] Eu não faço nada de errado, só trafico droga", tentando usar a repercussão do caso da aeronave do filho de Perrella, apreendido pela Polícia Federal, como justificativa para a declaração à rádio.

Em diversos momentos da gravação os senadores trocam declarações de amizade e lealdade. "Não fica chateado não porque você sabe que te adoro", disse o ex-dirigente esportivo a Aécio, que respondeu, "Por isso que fiquei chateado, porque te adoro também".

A assessoria de Perrella divulgou uma nota dizendo que o comentário sobre tráfico de droga foi uma ironia. "Seu incômodo, explícito no áudio, é justamente pela forma criminosa e caluniosa que abordam este assunto e que ele luta, ainda, contra seus detratores", defendeu a equipe do senador.

Fonte: BOL (Com informações do jornal Hoje em Dia)

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John Legend - We Just Don't Care



Geopark Araripe participa de simpósio sulamericano

Entre os dias 23 e 26 de maio, aconteceu na cidade de Arequipa, Peru, o IV Simpósio Sulamericano y el Caribe de Geoparks.O evento contou com as participações dos já nomeados Geoparks Mundiais da Unesco: Araripe (Brasil, o primeiro das américas), Grutas del Palácio (Uruguai), Mixteca Alta e Comarca Mineira (ambos do México).

Diversos integrantes da rede mundial da Unesco contribuíram com falas importantes que serviram como workshop para afinar as propostas de vários projetos proponentes à Geoparks, como o Rio Coco (Nicarágua), San Martin de Los Andes (Argentina), Toro Toro (Bolívia), Volcánico Del Ruiz (Colômbia), Imbabura, Volcán Tungurahua e Napo Sumaco (Equador), Litoral del BioBio (Chile), Huallay, Pasco e Colca y Volcanes de Andagua (Peru) e também um Geoparque em Cuba.

O Geopark Araripe esteve representado pelo Reitor da Universidade Regional do Cariri, professor José Patrício Pereira Melo, que contou um pouco sobre as conquistas já consolidadas, projetos para o futuro, bem como a importância da comunidade e de parcerias governamentais e privadas na gestão de um Geopark como garantia de sucesso.

Também estiveram presentes o Coordenador de Geoconservação, professor Rafael Celestino Soares e o Coordenador de Comunicação, professor Michel Macedo Marques, responsáveis pelo stand de exposição do GeoPark Araripe que funcionou durante o evento. Novos contatos profissionais e técnicos foram definidos e houve troca de experiências e estratégias implantadas. Também esteve presente Moara Giasson, representando o Ministério do Meio Ambiente do Brasil.

O Simpósio definiu metas e prazos para o estabelecimento da Rede Latino Americana e Caribenha de Geoparks UNESCO, um avanço considerável para a evolução dos Geoparks no Hemisfério Sul.

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Orquestra Sinfônica da UFCA atua na formação musical da comunidade acadêmica e público externo

O estudo de música apenas ganhou espaço nas escolas brasileiras entre as décadas de 1930 a 1960, com base na proposta de Villa-Lobos que previa a prática de canto amador (orfeônico) nas escolas. Mas foi em 2008, com a Lei 11.769, que o ensino de música tornou-se obrigatório em todas as escolas públicas e particulares do país.

No Cariri, com o objetivo de contribuir para a formação dos novos professores, o curso de Licenciatura em Música iniciou as atividades em 2010, quando a instituição era parte da Universidade Federal do Ceará (UFC). Desde 2014, depois da criação da Universidade Federal do Cariri (UFCA), em 5 de junho de 2013, o curso faz parte do Instituto Interdisciplinar de Sociedade, Cultura e Artes (IISCA), no campus Juazeiro do Norte, ofertando 50 vagas por ano.

No âmbito da graduação, além das atividades de ensino, pesquisa e extensão, os estudantes também atuam na dimensão cultural. São diversos projetos desenvolvidos em parceria com a Pró-reitoria de Cultura (PROCULT) da UFCA. Entre as iniciativas, destaca-se a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Cariri, coordenada pelos professores Marco Antonio Silva (regente e maestro) e Cláudio Mappa. O projeto é ligado ao programa Música e Educação, da Coordenadoria de Artes da PROCULT. Atualmente conta também com a participação do professor do curso de Música Ricardo Castro, que auxilia, entre outras atividades, na regência da orquestra.

Criada em 2011, a orquestra, surgiu com o intuito de proporcionar aos estudantes do curso de Música e aos instrumentistas da região do Cariri uma vivência musical coletiva e a possibilidade de ampliar e desenvolver a prática em música instrumental. Formada por 40 integrantes, divididos entre discentes de Música, professores e participantes da comunidade externa, o grupo dispõe, atualmente, de dez bolsistas, e os demais são instrumentistas voluntários.

Em seu repertório, a orquestra busca fazer um diálogo entre peças do cancioneiro regional, popular e moderno com o estilo erudito, sendo executadas por instrumentos de cordas, metais, madeiras e percussão. As peças mais executadas são dos compositores Edvard Grieg, Tomaso Giovanni Albinoni, Richard Wagner, Luiz Gonzaga e, fazendo parte das peças modernas, a trilha sonora do seriado Game of Thrones.

Regente da orquestra, o professor Marco Silva explica que a escolha do repertório procura atender a todos os tipos de público de maneira democrática, abraçando estilos de músicas eruditas, grandes musicais do cinema, música popular brasileira, música regional e peças autorais elaboradas pelos próprios professores do curso de Música e estudantes.

“A ideia inicial que eu e o professor Cláudio Mappa tivemos foi de criar uma orquestra, que não só atendesse aos nossos alunos, mas que pudesse proporcionar aos participantes e ao público a vivência não só de estilos já conhecidos, mas de estilos aos quais não costumam ter acesso, de maneira a possibilitar que a experiência fosse não só eclética, mas também de descoberta de compositores e músicas novas”, ressalta Marco.

O professor ainda destaca a importância da prática de música de maneira coletiva, pois os exercícios em grupo proporcionam estímulo contínuo do aprendizado.

Para o professor Cláudio Mappa, o projeto também é relevante para o público externo. “A importância de uma orquestra aberta à participação da comunidade é fundamental não só para a construção musical dos alunos, mas também, para a formação de plateias. O projeto tem conseguido atingir um público considerável com em média 15 a 20 concertos por ano, levando cultura e o gosto pela música com apresentações realizadas em parceria com o SESC [Serviço Social do Comércio], CCBNB [Centro Cultural Banco do Nordeste] e eventos culturais abertos ao público”.

O estudante Victor Hugo Gomes, que compõe a orquestra como violinista desde 2011, e, por vezes, atua também como regente auxiliar, diz que participar do grupo é uma oportunidade de desenvolver as técnicas instrumentais. Ele conta que projetos como o da orquestra e das escolas de música dão possibilidade para as pessoas que não têm contato com a música ou com instrumentos tenham outra vivência.

Apresentações
Antes de se apresentarem, os membros da orquestra fazem um estudo sobre as obras, os autores, a atmosfera e o ambiente em que estavam submetidos quando compuseram seus trabalhos, justamente para poder provocar no músico a sensação de total imersão na peça que será absorvida por eles e devolvida ao público em suas interpretações.

“A música tem esse viés social. Você aprende a respeitar mais o colega, dar espaço, ouvir e saber calar. A gente não só simplesmente pega as músicas e toca as notas musicais que tem lá. Tem que ter uma intenção. É como amanhecer um dia triste, um dia alegre ou chateado. Nas músicas a gente têm que trabalhar os sentimentos, ora tem que ser incisivo, ter raiva ou ter força. Temos que aprender a decifrar os códigos e nos moldamos para aquilo, porque é necessário naquele caráter de música. O que se torna sublime. A arte é sublime por si só”, comenta o estudante do 5º semestre Julius Patrício, contrabaixista da orquestra.

Ele ingressou no grupo desde que entrou na Universidade há dois anos. Começou a frequentar a orquestra como um lazer, mas logo passou a entender os processos de formação mais intensos do projeto.

A orquestra se apresenta em eventos abertos ao público e culturais, inclusive em outras cidades. Quando os estudantes precisam viajar para as apresentações, contam com auxílios da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE). Entre as últimas apresentações de destaque, está a participação na abertura da Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, ocorrida no dia 2 de maio, no Centro de Convenções do Crato.

O evento, realizado pela SBPC e a Universidade Regional do Cariri (URCA), em parceria com todas as Instituições de Ensino Superior com atuação nas regiões Cariri e Sul Cearense, incluindo a UFCA, teve como tema “Território, Biodiversidade, Cultura, Ciência e Desenvolvimento”.

Na ocasião a apresentação da Orquestra surpreendeu o público não só pela execução do repertório variado, como também pela apresentação da música Libertango do compositor argentino Astor Piazzolla com a presença de um casal dançando tango no palco. Além disso, o grupo incluiu na seleção de músicas apresentadas homenagem ao cantor e compositor cearense Belchior, que morreu no último dia 29 de abril.

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'Tem que tirar esse cara', disseram Aécio e Joesley sobre chefe da PF

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou ao empresário Joesley Batista ter pressionado o presidente Michel Temer, junto com outros empresários, para que fossem feitas mudanças na Polícia Federal que incluíam a substituição do diretor-geral do órgão, Leandro Daiello.

A conversa foi gravada pelo próprio Joesley no hotel Unique, em São Paulo, em 24 de março, e anexada ao acordo de delação que o grupo J&F fechou com a Procuradoria Geral da República.

Aécio disse a Joesley que o governo deveria aproveitar a crise gerada pela Operação Carne Fraca para a troca.

Joesley ponderou que era uma boa chance para trocar Daiello. "Não vai ter outra. Porque nós nunca tivemos uma chance onde a PF ficou por baixo, né?", disse o empresário. Aécio concordou: "Aí vai ter quem vai falar, 'é por causa da Lava Jato'. [O governo pode responder] 'Não, é por causa da Carne Fraca'".

"Tem que tirar esse cara", disse Joesley. Aécio repetiu: "Tem que tirar esse cara".

Na conversa, Daiello não foi citado diretamente, mas sim de forma cifrada. Em determinado momento, por exemplo, Aécio disse que "ele próprio [Daiello] já estava preparado para sair".

Em outro ponto do diálogo, afirma era uma boa hora para o governo fazer um "mea culpa" e "o cara da Polícia Federal chegar e cair".

Na passagem entre os governos Dilma Rousseff e Michel Temer, no ano passado, circularam rumores de que Daiello estava disposto a deixar a direção-geral da PF. Ele ocupa o cargo desde 2011.

Aécio criticou ainda a nomeação de Osmar Serraglio para o Ministério da Justiça, dizendo que ele "não dá nenhum alô", sugerindo que não tentava interferir na Lava Jato. Serraglio deixou o cargo neste domingo (29) e Torquato Jardim o substituiu.

Aécio contou a Joesley que outros empresários estavam "pressionando" Michel Temer a tomar medidas contra a PF. Ele disse que participou de um jantar com Temer, o presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, e uma pessoa citada apenas como Pedro.

"Pressionaram. A polícia tem que fazer um gesto. Errou. Não adianta os caras ficarem falando que não, a Polícia Federal tem que falar: 'Ó, realmente foi um erro do delegado que, enfim, não dimensionou a porra. Era um negócio pontual. Em três lugares. Já está contido e tal'. O laudo, pãpãpã, e zarpar com esse cara", disse o senador.

Aécio disse que estava pressionando Temer para que apoiasse o projeto que trata de "abuso de autoridade".

O encontro narrado pelo senador, entre Temer e banqueiros, ocorreu na noite anterior ao diálogo, na casa do empresário Carlos Jereissati. O senador confirmou à reportagem ter viajado com Temer para São Paulo, conforme disse no diálogo com Joesley. O Palácio do Planalto informou que o presidente deu carona ao senador em 23 de março.

O governo não disse qual assunto foi tratado. A assessoria do tucano disse que o senador "teve um longo despacho sobre a pauta de reformas". O Bradesco disse que Trabuco esteve com Aécio no dia 24, em encontro com o presidente do BB, Paulo Caffareli, para tratar da mudança na presidência da Vale.

Outro lado
Por meio de nota, o advogado do senador, Alberto Toron, nega que o tucano tenha tratado de destituir Daiello.

Segundo ele, ao dizer que "o cara da PF" tinha que "cair", Aécio se referia ao responsável pela Operação Carne Fraca. "Basta uma escuta atenta aos diálogos , para perceber que o senador se referia, em diálogo com um empresário do setor de carnes, à Operação Carne Fraca, ocorrida naqueles dias, e suas consequências para o Brasil no mercado internacional", diz o texto.

Toron diz que seu cliente queria apenas um mea culpa da PF sobre a Carne Fraca. "Portanto, transformar isso em tentativa de desestabilizar o Diretor Geral da PF é absurdo", diz a nota. "O senador reitera, inclusive, a correção e eficiência com que o doutor Leandro Daiello conduz há anos a PF, cujo fortalecimento é essencial ao país, e registra ainda a fidalguia com que foi tratado sempre que o encontrou."

Fonte: Folha

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Juazeiro do Norte (CE): DEMUTRAN instala fotossensores em pontos estratégicos

O Departamento Municipal de Trânsito (DEMUTRAN) deste Município, com o intuito de dar mais fluidez e segurança ao tráfego de veículos e pedestres em Juazeiro, instalou três novos fotossensores em alguns pontos estratégicos e que necessitam da sinalização.

São trecho de um declive que facilita o aumento na velocidade dos veículos. Dois dos três fotossensores foram instalados na Avenida Virgílio Távora, nos sentidos oeste/leste, Centro/Aeroporto e no sentido leste/oeste Aeroporto/Centro, nas imediações da entrada do Condomínio Minha Casa Minha Vida Tenente Coelho.

O outro foi instalado na Avenida Castelo Branco, após o cruzamento com a rua 22 de Julho, sentido oeste/leste Pirajá/Novo Juazeiro. Como na cidade toda, o limite de velocidade será 50km/h.

As vias já foram devidamente sinalizadas com os indicadores do limite de velocidade. Do dia 29 de maio até o dia 15 de junho, será o tempo destinado para a adaptação dos condutores a nova sinalização. A partir do dia 16 de junho, os motoristas que excederem a velocidade máxima permitida serão notificados.

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"Se tem uma pessoa que não vai cair nesse governo sou eu", ameaça Serraglio

"Se tem uma pessoa que não vai cair nesse governo sou eu". A frase teria sido dita a interlocutores pelo agora ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR), antes de viajar de Brasília para o Paraná, na sexta-feira (26).

Serraglio sabia que estava sendo "fritado" por membros do governo que trabalham no Palácio do Planalto, segundo apurou o UOL. A frase, porém, sugere que estava confiante de que tinha o respaldo do presidente Michel Temer (PMDB).

Na tarde deste domingo (28), ficou claro que não era bem assim. Temer retirou o comando da pasta de Serraglio, que troca de cargo com o jurista Torquato Jardim, do Ministério da Transparência e Controle. 

O gaúcho considerava ter estreitado a relação com Temer desde que vieram à tona as primeiras informações sobre a delação da JBS. A pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), o STF (Supremo Tribunal Federal) abriu inquérito para investigar se Temer cometeu os crimes de corrupção passiva, formação de organização criminosa e obstrução de justiça.

Por ser advogado, Serraglio teria participado de conversas a respeito da estratégia de defesa de Temer. Na quinta-feira (25), reuniu-se com o ministro do STF Edson Fachin, relator do inquérito que tem Temer como alvo.

Equipe pega de surpresa
A confiança de que permaneceria no cargo era tanta que, até a noite de sábado (27), ele conversava com sua equipe sobre tarefas ligadas ao Ministério da Justiça, apurou a reportagem.

Estava previsto que Serraglio gravasse, na tarde de segunda (29), um pronunciamento sobre as ações do ministério para uma propaganda do governo. Na véspera de ser trocado de cargo, ele acertava os detalhes para finalizar essa campanha publicitária.

"É totalmente surpreendente [a saída de Serraglio], a não ser que tenha havido algum fato novo nesse sábado", disse um membro da equipe do ministro, sob a condição de manter sua identidade em sigilo.

Reuniões com Temer, mas fora da agenda
Apesar desta informação não constar na agenda oficial do presidente, Serraglio teria se reunido com Temer pelo menos seis vezes na última semana, afirmam membros de sua equipe.

Na sexta, ele deu uma entrevista coletiva no Planalto e foi questionado por jornalistas sobre sua ausência nas últimas reuniões do governo.

Demonstrando irritação, Serraglio respondeu: "Não saí um dia de Brasília, acompanhei todos os fatos, todos os eventos. Todos me conhecem, não sou muito midiático", afirmou. O incidente gerou mal-estar entre o ministro a assessoria de imprensa do Planalto.

Aécio pediu para trocar Serraglio por alguém "forte"
Temer era alvo de pressões para trocar o titular da pasta da Justiça. O senador afastado Aécio Neves, por exemplo, teve uma conversa com o senador José Serra (PSDB-SP) grampeada pela Polícia Federal. Nela, Aécio falava sobre a necessidade de tirar Serraglio do cargo e substituí-lo por alguém "forte".

Em outra ligação interceptada, desta vez com o empresário e delator Joesley Batista, Aécio se referiu a Serraglio como "uma bosta do caralho".

Sem protagonismo
Apesar da boa interlocução com Temer, Serraglio não teve tanto protagonismo no governo quanto o antecessor, Alexandre de Moraes. O agora ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), indicado por Temer, costumava participar de mais eventos no Planalto junto ao núcleo-duro do governo, e promover mais iniciativas na Justiça, como o próprio Plano Nacional de Segurança.

De acordo com o jornal "Estado de S. Paulo", partiu da bancada do PMDB na Câmara o pedido para que Serraglio fosse transferido para a Transparência. É esse ministério que faz os acordos de leniência com empresas investigadas pela Lava Jato. Se Serraglio não aceitasse o ministério, a opção seria voltar para a Câmara. Neste caso, tiraria da cadeira o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) --ex-assessor especial de Temer, flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil oriundos de propina. 

Nota de demissão 'deselegante'
A nota divulgada pelo Palácio do Planalto para anunciar o novo ministro da Justiça foi considerada "deselegante" por pessoas próximas a Serraglio. O texto não deixava claro que ele assumiria outra pasta no governo. "Ficou parecendo uma demissão", afirmou um integrante de sua equipe, também em sigilo.

O Palácio do Planalto anunciou a ida de Torquato Jardim para a Justiça, sem esclarecer quem assumiria o Ministério da Transparência, nem qual seria o destino de Serraglio. Às 15h18, a assessoria de imprensa do Planalto negou ao UOL que haveria uma troca de lugares nos ministérios; cerca de 15 minutos depois, voltou atrás e confirmou a ida de Serraglio para a pasta da Transparência.

"O Presidente da República decidiu, na tarde de hoje, nomear para o Ministério da Justiça e Segurança Pública o Professor Torquato Jardim. Ao anunciar o nome do novo Ministro, o Presidente Michel Temer agradece o empenho e o trabalho realizado pelo Deputado Osmar Serraglio à frente do Ministério, com cuja colaboração tenciona contar a partir de agora em outras atividades em favor do Brasil", diz a nota enviada pela assessoria de imprensa do Planalto.

Apareceu na operação Carne Fraca
Tido como próximo ao ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba, Serraglio foi citado na Operação Carne Fraca, deflagrada em março pela Polícia Federal, que investiga pagamento de propina pelos frigoríficos a fiscais agropecuários. 

Foi interceptada uma ligação telefônica entre o ministro e Daniel Gonçalves Filho, fiscal agropecuário e superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná entre 2007 e 2016. Segundo a PF, Gonçalves Filho era "o líder da organização criminosa" que atuava no órgão.

Serraglio teria tentando interferir em favor de uma empresa. Subordinada ao Ministério da Justiça, a PF, no entanto, afirmou que não viu indícios de ilegalidade na conduta do ministro. 

Fonte: UOL

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Ceará perde 90 mil m² de Mata Atlântica em apenas um ano, aponta relatório

O Ceará perdeu 9 hectares de Mata Atlântica de 2015 para 2016, o total equivale a 90 mil metros quadrados. Os dados divulgados nesta segunda-feira (29) são do Atlas da Mata Atlântica, produzidos pela Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

De acordo com o documento, a área desmatada no Ceará cresceu 149%, ou seja, de 2015 para 2016 o Estado tinha perdido apenas 3 hectares. No Estado, a Mata Atlântica no Ceará está localizada de maneira dispersa em dez regiões: Chapada do Araripe, Litoral, Chapada do Ibiapaba, Serra da Aratanha, Serra de Baturité, Serra do Machado, Serra das Matas, Serra de Maranguape, Serra da Meruoca e Serra de Uruburetama.

O estudo aponta o desmatamento de 29.075 hectares (ha), ou 290 Km2, nos 17 estados do bioma Mata Atlântica – representando aumento de 57,7% em relação ao período anterior (2014-2015), referente a 18.433 ha. 

Marcia Hirota, diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, observa que há 10 anos não era registrado no bioma um desmatamento nessas proporções. “O que mais impressionou foi o enorme aumento no desmatamento no último período. Tivemos um retrocesso muito grande, com índices comparáveis aos de 2005”, disse. No período de 2005 a 2008 a destruição foi de 102.938 ha, ou seja, média anual de 34.313 ha.

Neste levantamento, a Bahia foi o estado que liderou o desmatamento com decréscimo de 12.288 ha – alta de 207% em relação ao ano anterior, quando foram destruídos 3.997 ha. “Essa região é a mais rica do Brasil em biodiversidade e tem grande potencial para o turismo. Nós estamos destruindo um patrimônio que poderia gerar desenvolvimento, trabalho e renda para o estado”, complementa Marcia.

Mangue e Restinga
No período de 2015 a 2016 foi identificada supressão da vegetação de restinga (formações que se estabelece sobre solos arenosos na região da planície costeira) em 9 dos 17 estados do bioma: Ceará (788 ha), Piauí (244 ha), Santa Catarina (199 ha), Bahia (64 ha), Sergipe (50 ha), São Paulo (32 ha), Rio de Janeiro (29 ha), Paraná (14 ha) e Rio Grande do Norte (6 ha). Já o desmatamento em mangues aconteceu apenas na Bahia, em uma área de 68 ha.

Desmatamento zero
Em maio de 2015, 17 secretários de Meio Ambiente dos Estados da Mata Atlântica assinaram a carta “Nova História para a Mata Atlântica”, compromisso que prevê a ampliação da cobertura vegetal nativa e a busca do desmatamento ilegal zero no bioma até 2018. 

Entretanto, após dois anos do acordo, esta edição do Atlas da Mata Atlântica aponta que apenas cinco estados estão no nível do desmatamento zero, ou seja, com menos de 100 hectares (1 Km2) de desflorestamentos, somadas áreas desmatadas em florestas, mangues e restingas: Rio Grande do Norte (6 ha), Alagoas (11 ha), Paraíba (32 ha), Pernambuco (16 ha) e, Rio de Janeiro (66 ha).

Não estão mais no nível de desmatamento zero Goiás, com 149 ha desmatados; Ceará, com 797 ha e São Paulo, com 730 ha. A boa notícia fica para Pernambuco, que voltou para a lista desse ano com a redução de 88% do desmatamento – passou de 136 ha entre 2014 e 2015 para 16 ha no último ano.

Fonte: Diário do Nordeste

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Delatores da JBS afirmam ter dado R$ 100 mi para campanha de Aécio em 2014

Os delatores da JBS confessaram ter aberto um caixa de R$ 40 milhões para a compra de apoio político à campanha de Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República, em 2014, a pedido do tucano. Os valores teriam sido pagos por meio de doações oficiais - classificadas, mesmo assim, como "propinas", pelos executivos do grupo - e de notas fiscais frias de empresas indicadas pelos dirigentes partidários, segundo a delação. Outros R$ 60 milhões teriam sido destinados somente à campanha individual do senador afastado.

Repasses a todos os partidos da coligação do tucano - PTB, Solidariedade, DEM, PTN, PSL, PTC, PSDC , PMN, PT do B, PEN - são citados nas delações da JBS. O dono do grupo, Joesley Batista, teria autorizado os pagamentos - em acerto com o tucano -, que teriam sido operacionalizados pelo diretor de Relações Institucionais da J&F, Ricardo Saud.

Somente para Aécio teriam sido destinados R$ 11 milhões - nas primeiras tratativas. Posteriormente, os valores chegaram a R$ 60 milhões, de acordo com os delatores.

A maior quantia do "caixa de propinas" supostamente acertado entre a empresa do setor agropecuário e o então candidato foi para o PTB. Segundo o delator Ricardo Saud, foram R$ 20 milhões pagos por meio de caixa dois, em espécie, e doações oficiais aos diretórios da legenda. "Isso tudo antes da eleição. Porque eles (dirigentes do PTB) falaram que só dariam apoio ao Aécio se pagassem antes da eleição", afirmou.

"Foram R$ 2 milhões entregues em espécie na casa do senhor Luiz Rondon, tesoureiro nacional do PTB. Além disso, alguns depósitos feitos por indicação do Luiz Rondon em algumas contas. Estão anotadas as três contas específicas", alegou.

O acordo de delação da JBS ainda menciona R$ 5 milhões ao diretório estadual do PTB da Bahia, R$ 4 milhões ao do Rio de Janeiro, R$ 3 milhões ao de Santa Catarina, R$ 1,5 milhão para o do Rio Grande do Sul, R$ 3,4 milhões ao Mato Grosso.

Outro partido que teria ficado com a maior parte das propinas acertadas entre Aécio e a JBS, de acordo com os delatores, foi o Solidariedade. Dos R$ 15 milhões direcionados à sigla, R$ 11 milhões foram doados oficialmente ao diretório nacional, segundo os executivos. Ricardo Saud, da J&F, ponderou que o Solidariedade, naturalmente, seria uma das legendas que apoiariam Aécio, mas, mesmo assim, foi acertada a "ajuda".

Os outros R$ 4 milhões foram viabilizados por meio de notas fiscais frias a empresas indicadas por Paulinho da Força, presidente da legenda, contaram os delatores. Os documentos foram entregues ao MPF.

O delator narrou inclusive um conflito entre Aécio e o senador Agripino Maia em torno da campanha do DEM em 2014. Inicialmente, segundo o executivo, estavam acertados R$ 10 milhões ao partido, mas, após um suposto desentendimento entre o presidenciável e o democrata, o financiamento teria sido interrompido.

"E o Agripino me ligava dia sim, dia não: 'cara, cadê o dinheiro, já foi autorizado, eu fui o coordenador da campanha'. Aquela coisa toda. Aí eu peguei e falei: 'Você vai me desculpar, mas não tem nada para o senhor, mandaram cancelar'".

De acordo com a delação, após uma conversa entre Aécio e Agripino, o caixa do DEM voltou a ser liberado. "Ele conversou, e voltou com 2 milhões. Esses 2 milhões foi feita a doação e pediu para depositar na conta do DEM", alegou Saud.

A JBS ainda dá conta de doações oficiais de R$ 150 mil ao PSL, R$ 650 mil ao PTC, R$ 50 mil ao PSDC, R$ 400 mil ao PTN, R$ 500 mil ao PEN, R$ 1 milhão ao PT do B, e R$ 1,3 milhão ao PMN - todas integrantes da coligação "Muda Brasil", que lançava Aécio à Presidência.

Os executivos relataram que a única legenda que lançou candidatura independente, em 2014, e entrou no pacotão apontado pelos delatores é o PSC, que alçou Pastor Everaldo ao Planalto. O diretor de Relações Institucionais da J&F Ricardo Saud alegou ter tratado do pagamento de R$ 100 mil, por meio de doação oficial, a pedido de Aécio Neves, junto a um interposto do partido.

"Como é que o pastor Everaldo era candidato e tá dando R$ 100 mil para o partido? parece que era pra ter um debate e tal", relatou. Pastor Everaldo também é citado pela Odebrecht em uma suposta propina para ajudar Aécio em debate eleitoral televisivo, na corrida presidencial de 2014.

Até mesmo o PMDB, que apoiou Dilma Rousseff, entrou para o pacotão de repasses da JBS para a "compra de apoio político" da candidatura de Aécio, segundo a versão dos delatores. Os executivos dizem ter doado R$ 1,5 milhão para a campanha de Ivo Sartori (PMDB-RS) ao governo estadual do Rio Grande do Sul.

"O Aécio pegou e pediu pra dar R$ 1,5 milhão para o PMDB do Rio Grande do Sul. Lá, o Ivo Sartori era dissidente, porque o PT tinha candidato. Aí, o Aécio deu 1,5 milhão desse dinheiro dessa propina para o Sartori. E aí fizemos doações oficiais dissimuladas", relatou.

Defesas
"São falsas as declarações dadas por Joesley Batista e Ricardo Saud, que atuaram em seus depoimentos como verdadeiros atores na tentativa de construir uma narrativa que sustente a história criminosa que fabricaram para ganhar os benefícios da delação e sobre a qual não apresentaram provas concretas", disse a assessoria do senador tucano.

"O senador Aécio Neves prestará à Justiça, por meio de sua defesa, todos os esclarecimentos sobre os assuntos mencionados e reitera que jamais recebeu propinas ou defendeu interesses da JBS, como o próprio Saud admite na declaração dada de que: 'Aécio nunca fez nada por nós'", finaliza a assessoria.

O PTB também se manifestou: "O Diretório Nacional do Partido Trabalhista Brasileiro afirma que a legenda recebeu doações de campanha da empresa JBS S.A. nas eleições gerais de 2014. Entretanto, o PTB ressalta que todas as doações recebidas pela referida empresa foram feitas por indicação do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), candidato a presidente da República apoiado pelo partido naquela época. E reiteramos que as doações recebidas foram realizadas rigorosamente dentro das normas legais e devidamente declaradas à Justiça Eleitoral".

"O Diretório Nacional do PTB, portanto, esclarece que o partido jamais teve qualquer relação com a JBS nem com qualquer membro da empresa - seja pessoa física, seja pessoa jurídica. Certificamos que o partido não teve vínculo com a JBS no passado, não tem no presente e não terá no futuro".

"Declaramos também que o PTB não tem compromisso em ajudar a JBS, tendo em vista a atuação aberta, firme e intensa de parlamentares do partido na CPI do BNDES, comissão que teve por objetivo investigar irregularidades em empréstimos concedidos pelo banco. Por fim, reiteramos o apoio do Partido Trabalhista Brasileiro às investigações da Lava Jato, e queremos que as denúncias envolvendo a JBS S.A. sejam apuradas e a empresa seja devidamente punida por todos os crimes que cometeu". A nota é assinada por Roberto Jefferson, presidente nacional da legenda.

O senador José Agripino Maia, presidente do DEM, afirmou que nunca houve "qualquer entrevero com Aécio Neves" e que apenas ligou para o delator Ricardo Saud porque havia um atraso nas doações oficiais da JBS ao partido. "A minha ligação foi por conta de a doação ter sido feita a doação dia 2 de outubro, perto de quando se encerrava o período em que as doações poderiam ser utilizadas e distribuídas aos candidatos. Foi feita pelo retardamento da doação prometida e que não acontecia. Não teve entrevero entre eu e Aécio", afirmou.

"Todas as contas eleitorais do Solidariedade foram aprovadas pela Justiça Eleitoral", diz nota do partido. "A JBS fez uma doação legal de R$ 11 milhões, que foram distribuídos oficialmente entre diversos candidatos do partido pelo Brasil, portanto, não há irregularidade. Também é importante ressaltar que o Solidariedade foi um dos primeiros partidos a se definir na eleição de 2014, muito antes dos demais", finaliza a nota.

"Sobre a informação de que o Partido Social Cristão teria recebido recursos do Grupo JBS nas eleições de 2014, o partido esclarece que:

- O Grupo JBS não fez nenhuma doação para o Diretório Nacional e nem para a campanha presidencial do PSC;

- As campanhas do partido sempre foram modestas e feitas com recursos legais, informados à Justiça Eleitoral por meio das prestações de contas entregues ao TSE;

- É absolutamente fantasiosa a suposição de que atuação do partido na campanha de 2014 tenha sido influenciada por qualquer empresa".

O presidente do PMN Antônio Carlos Bosco Massarolo confirmou que o partido recebeu R$ 1,3 milhão, registrado em doações oficiais, da JBS, no entanto, disse desconhecer as tratativas do senador afastado Aécio Neves para angariar os recursos. Ele também afirmou que, como encabeçou a chapa eleitoral, o tucano ficou responsável pela arrecadação de campanha.

"A JBS provavelmente fez essa doação a pedido do Aécio Neves, porque o partido não tinha essas relações com a empresa. Não sei como foram as tratativas, mas, pelo que vi na imprensa, parece que o linguajar do Aécio não é dos melhores", afirmou.

Massarolo ainda esclarece que, quando a doação é feita ao partido, "é feito um recibo eleitoral é discriminado da origem". "Nas contas dos candidatos deve constar. À época, não existia nenhum tipo de ideia de que poderia haver esses embaraços legais da JBS", relatou.

O PSDC também se manifestou: "Em depoimento prestado pelo executivo da JBS, Valdir Aparecido Boni, à Procuradoria Geral da República em 4 de maio de 2017, o executivo afirma que todas as tratativas pertinentes as irregularidades fiscais que teriam beneficiado a JBS, em Rondônia, foram mantidas exclusivamente com o contador Clodoaldo Andrade, na sede da sua empresa, Rio Madeira Contabilidade Empresarial".

"Considerando que o senhor Clodoaldo Andrade, integra a direção do PSDC do Estado de Rondônia (...) e que no depoimento prestado pelo executivo Valdir Aparecido Boni, ele teria conhecido o referido contabilista na sede do PSDC (...) a Comissão Executiva do Diretório Nacional do PSDC, fundamentada em seu compromisso com a transparência e a legalidade, convocou o Presidente Estadual do PSDC em Rondônia, o Eng. Edgard Nilo Tonial e o Contador Clodoaldo Andrade, também integrante da Direção Estadual do PSDC naquele Estado, para comparecerem na sede operacional do partido em São Paulo - SP, e apresentarem a versão dos fatos.

Após a audiência, a Direção Nacional do PSDC, deliberará sobre as providências que se mostrarem necessárias, no âmbito partidário".

A reportagem entrou em contato com o PT do B, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.

Da mesma forma, entrou em contato com o PEN e o PTC, mas não consegui respostas. O espaço está aberto para os duas legendas.

Fonte: UOL (Com Estadão Conteúdo)

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