Patrimônio arqueológico fará parte do Geopark Araripe

O povoamento do Cariri envolve resistência, lutas, suor, mortes e muitas lendas. Uma delas é que a Chapada do Araripe é um mar subterrâneo represado pela Pedra da Batateira, que seria a cama da Mãe D'água. Pelo imaginário popular, se um dia a pedra rolar, todo vale seria inundado. Também conta-se que uma princesa transformada em serpente gigante era vista com frequência na "Lagoa Encantada". Resquícios dessas histórias e da chegada do homem na região podem estar presentes no sítio arqueológico de Santa Fé que, em breve, se tornará um geossítio do GeoPark Araripe e, após isso, estruturado para visitação e pesquisa. 

No último mês, a diretoria do GeoPark Araripe se reuniu com representantes da Fundação Casa Grande para discutir o gerenciamento da proposta do Geossítio de Santa Fé, que fica a cerca de 20 quilômetros da sede do município do Crato e está a 800 metros de altitude. Seu principal atrativo são as inscrições rupestres deixadas pelos antigos habitantes que viveram na Região do Cariri cearense, ao sul do Estado do Ceará. A área, de 8,3 hectares, possivelmente, fará parte do território da Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (Unesco).

A  caracterização arqueológica está sendo feita pela Fundação Casa Grande, que há três décadas pesquisa no local. Já o mapeamento geológico ficará por conta da equipe de Geoconservação do GeoPark Araripe. A expectativa é que todo levantamento seja concluído até junho para ser apresentado no dia 10 de setembro deste ano, na Conferência Global de Geoparques, na Itália, junto com a candidatura de mais dois geossítios: Levadas de Água e Caldeirão da Santa Cruz. Todos no município de Crato.

O objetivo é que, a partir da inclusão, possam atrair turistas, curiosos e estudiosos. Hoje, o processo mais avançado é o Sítio de Santa Fé, no distrito homônimo. O levantamento topográfico está sendo feito para definir a área, os locais de trilhas, ponto de destaque, além do inventário geológico. O terreno é privado, mas seu proprietário, o empresário Demétrio Jereissati, é parceiro da Fundação Casa Grande e do GeoPark Araripe. "Com as devidas justificativas, informações sobre entorno, de acesso ao local, fica pronto para fazer o encaminhamento para o parecer", explica o diretor executivo do GeoPark Araripe, Nivaldo Soares.

Depois de aprovado, a expectativa é que, a partir de um projeto junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), comece a fazer os investimentos para melhorar o acesso, sinalização e divulgação de Santa Fé. Algumas atividades com as comunidades do entorno devem ser realizadas para instruir os moradores a fazer uso do espaço com geração de emprego e renda a partir da recepção de visitantes e artesanato. Outras possibilidades podem ser o turismo sustentável e rapel.

"Pela técnica, altitude e tipo de gravismo, Santa Fé é um sítio que se mostra muito mais antigo, eles avançaram lá primeiro. A vertente norte, a qual está incluído, é o trecho mais avançado para o vale do Cariri. A gente acredita que o Santa Fé é mais antigo", pontua a arqueóloga Heloísa Bitú, que também pesquisa sobre o local.

A arqueóloga Rosiane Limaverde, que faleceu em março de 2017, aos 51 anos, se dedicou a estudar as rotas migratórias deste "Homem Kariri", onde foi a sua penetração na região e seu modo de vida. Ela acreditava que aquele local tratava-se de um santuário pré-colonial e foi utilizado para uma série de funções ritualísticas com elementos não encontrados em nenhum outro sítio. Santa Fé se tornou um ponto de referência para entender a ocupação humana no Cariri.

Na superfície pétrea foi talhado um ícone muito forte, que se repete, com elementos que levam a crer tratar-se de representações de aves, segundo as pesquisas de Rosiane. Ele foi escolhido como símbolo do Memorial Homem Kariri e muito se assemelha ao tuiuiú ou jaburu. Dá pra imaginar que o Cariri era uma terra com água em maior abundância, já que esta espécie vive em locais mais úmidos, como o Pantanal.

Mas o que mais chamou atenção foi a presença de uma linha sinuosa que as pessoas da comunidade associam a uma serpente. É ela que pode estar ligada ao mito dos índios da "Mãe D'água", que vive na lagoa encantada em cima da Chapada do Araripe. Santa Fé é o único sítio arqueológico que possui essa representação. "São alguns fragmentos que ainda continuam nas comunidades e podem fazer relação com essa ocupação", pontua Heloísa.

Heloísa Bitú identificou outra serpente após análise da imagem fotográfica em laboratório. O contraste da imagem reforçava a figura. "Essa pode afirmar que se tratava de uma serpente porque tinha a cabeça definida e uma boca semiaberta. Nada é por acaso", garante a arqueóloga.

Preservação
Em 1991, o bancário Sérgio Limaverde adquiriu a área que compreende o Sítio Arqueológico de Santa Fé. No entanto, ele não conhecia nada das gravuras até Alemberg e Rosiane visitarem o local para os estudos. Hoje, aposentado, Sérgio lembra que foi graças ao casal que ele manteve a conservação. "Nunca desmatei porque pediram para não tirar a originalidade que era a mata e ter cuidado com invasão", lembra.

Como ainda não morava no Crato, ele chegava a flagrar dois a três carros subindo e invadindo o local sem permissão. Foi aí que tomou a atitude de colocar um portão e cadeado na entrada da estrada. "Eu dizia que ali só mexiam se fosse com o Alemberg e Rosiane. Antes, eu não tinha conhecimento, mas após saber do valor, ajudei a mantê-lo", destaca.

Hoje, a principal ameaça do para Santa Fé é o tempo. Ele sofre com os processos naturais das de desgaste das rochas e os registros estão ameaçados de desaparecimento. Segundo Heloísa Bitú, a ocupação do painel é antiga e aconteceu em períodos distintos. Boa parte já se destacou da rocha e teve uma perda de quase 40%. "Todo o processo não acontece da noite para o dia. É um processo natural que leva bastante tempo para acontecer. A gente consegue perceber que tem gravuras incompletas. O painel era muito maior e tinha muitas gravuras", conta a arqueóloga.

A deterioração está ligada à umidade presente e mantida na formação geológica do sítio. A água das chuvas é absorvida, penetra nas rochas e o sítio fica, exatamente, entre essa parte de absorção e acúmulo de água da Chapada do Araripe. Isso provoca a aceleração dos processos de oxidação e degradação da rocha. "Não podemos intervir de forma mais incisiva por haverem uma série de leis que protegem a manutenção da originalidade do patrimônio. Como é um processo natural e impossível de exinguir, nos resta desacelerar o processo. Fazer com que leve mais tempo para desaparecem", completa.

Com a criação do geossítio, o GeoPark Araripe planeja atuar na diminuição de umidade e fazer escoamento da água para que não caia diretamente nas gravuras. Além disso, será feito um projeto, junto com a Fundação Casa Grande, para gerir o espaço. "A partir de uma análise ecológica, identificamos outros problemas que são a invasão das raízes, o desmatamento da vegetação nativa, filetes de água que deterioram a área pintada, a atividade de cupins, roedores e insetos. Tudo isso foi analisado, diagnosticado", conclui Heloísa.

Para o diretor da Fundação Casa Grande, Alemberg Quindins, com a criação do geossítio Santa Fé haverá mais condição técnica de preservação à sua disposição ao reconhecê-lo como um patrimônio natural, material e imaterial. "O intuito desta mobilização e parceria entre empresas privadas, instituições acadêmicas, instituições de pesquisas e organizações não governamentais, é inédito e exemplar no Cariri e no Estado", exalta.

Conheça os já existentes
Nove geossítios compõem o GeoPark Araripe, em seis municípios do Cariri cearense: Colina do Horto, em Juazeiro do Norte; Cachoeira de Missão Velha e Floresta Petrificada, em Missão Velha; Batateira, em Crato; Riacho do Meio, em Barbalha; Ponte de Pedra, em Nova Olinda; e Pedra Cariri, Parque dos Pterossauros e Pontal de Santa Cruz, em Santana do Cariri.

ANTONIO RODRIGUES
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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Tirar selfies em excesso pode ser uma doença

A fotografia nos dá a chance de guardar conosco registros de situações que valem a pena lembrar. Isso é ótimo, afinal nem sempre nossa memória dá conta de guardar tudo que precisamos. Dessa forma, ter um registro simbólico do que foi vivido ajuda a mantermos a conexão com o momento.

Uma das formas de captarmos esses registros é por meio da selfie - tipo de fotografia que consiste em tirar foto de si mesmo. As justificativas para tirar selfies são as mais variadas e podem ir desde querer registrar um local bonito que foi visitado, até guardar um autorretrato. Na verdade, por trás de todas as motivações para tirar uma selfie, existe uma vontade maior: a de mostrar algo. E isso também não é um problema. Afinal, vivemos em uma sociedade que valoriza a imagem e disponibiliza ferramentas para que fotos como selfies sejam divulgadas, como os aplicativos e as redes sociais.

No entanto, existem evidências de que tirar selfies e postá-las nas redes sociais adquiriu um significado maior do que apenas o autorretrato: ele virou um balizador de autoestima tão poderoso que psicólogos passaram a caracterizar o hábito como um possível transtorno obsessivo apelidado de "selfiti".

O que é Selfit
Selfit pode ser entendido como um vício em tirar selfies. O termo foi divulgado a primeira vez em 2014 em uma notícia afirmando que a Sociedade Americana de Psiquiatria tinha definido o hábito de tirar muitas fotos de si mesmo para se autopromover como uma desordem psicológica. No entanto, a notícia em questão era falsa e a própria Sociedade Americana de Psiquiatria desmentiu o fato. No entanto, na sequência do engano, pesquisadores da Universidade de Nottingham Trent, de Londres e da Escola de Administração de Thiagarajar, na Índia, decidiram investigar se o fenômeno era verdadeiro. As universidades realizaram um estudo chamado .

Para a realização da análise foram recrutados cerca de 400 estudantes, dos quais eram 230 homens e 130 mulheres de escolas superiores da Índia. O motivo de escolher a Índia como pólo de investigação foi o fato de o País concentrar o maior número de usuários de Facebook. Além disso, a Índia também é o país que registra o maior número de pessoas que morrem por tirar selfies em locais perigosos. Para se ter uma ideia, um levantamento realizado por pesquisadores americanos identificou que entre os anos de 2014 a 2016, cerca de 127 pessoas morreram ao não calcular os riscos no momento de tirar selfie. Destas 76 ocorreram na Índia. O estudo não registrou nenhuma morte no Brasil.

O Selfiti é uma condição psicológica ainda em estudo, portanto não é reconhecida pela Associação Americana de Psiquiatria ou pela Associação Brasileira de Psiquiatria como uma patologia.

De acordo com o psicanalista e doutor em psicologia clínica Eduardo Fraga de Almeida Prado, que também é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o Selfiti deriva de um fenômeno mais amplo de medicalização da vida. Portanto é preciso cautela para abordar o assunto.

O psicólogo Cristiano Nabuco que também é coordenador do Programa de Dependência de Internet do Laboratório Integrados dos Transtornos do Impulso (AMITI) dos Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, reforça que vivemos uma tentativa de caracterizar tudo que pode ter relação com o uso abusivo de tecnologia. "Precisamos tomar cuidado para não criarmos um excesso de classificação relacionado à dependência de tecnologias, mesmo porque este exagero pode estar relacionado a algo maior, como um quadro de depressão, ansiedade ou tipo de transtorno que só poderá ser identificado por um profissional", alerta.

Mesmo que o Selfit não seja identificado como um transtorno, a psicoterapeuta cognitiva comportamental Dora Sampaio Góes, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, afirma que é preciso estudar a complexidade do hábito de tirar muitas selfies. "A dependência de internet, que hoje é uma patologia, começou como uma observação clínica de profissionais que foram pesquisar. Não há como dizer se o Selfiti será considerado uma patologia, pois é necessário muito estudo para isso acontecer, mas a investigação é válida", explica Dora.

Níveis de Selfitis
Para a realização do estudo, os participantes passaram por entrevistas com perguntas como: "O que te motiva a tirar selfies?", "Você acha que uma pessoa pode desenvolver um vício em tirar selfies?". Por meio dos questionários, os pesquisadores identificaram perfis comportamentais que poderiam ser classificados dentro de um comportamento obsessivo por autorretratos. Com as análises, os pesquisadores classificaram os participantes em três níveis distintos de "Selfitis":
  • Borderline: pessoas que tiram fotos de si pelo menos 3 vezes por dia, mas não necessariamente publicam nas redes sociais
  • Agudo: pessoas que tiram fotos de si ao menos 3 vezes por dia e postam cada uma nas mídias sociais
  • Crônico: impulso incontrolável de tirar selfies e publicar as fotos mais de 6 vezes por dia.
  • Ao analisar o comportamento dos estudantes, os pesquisadores descobriram 40% dos jovens poderia se enquadrar no nível agudo de Selfiti. Cerca de 34% dos participantes se enquadrou ao nível borderline e os 25% restantes estariam entre as pessoas com um nível crônico de Selfiti.
O que pode desencadear o Selfiti
De acordo com a pesquisa, o que motiva pessoas a tirar um número excessivo de selfies é, entre muitos aspectos, o prestígio que recebem de seus seguidores depois que a foto é publicada. Segundo os cientistas, os jovens explicaram que quando divulgavam as fotos nas redes sociais ficavam felizes com o reconhecimento das outras pessoas. Alguns disseram que sentiam que sua vaidade era legitimada a partir do elogios que recebiam. Outros gostavam da competição que criavam com os outros amigos.

Para os especialistas entrevistados pela redação, o hábito de tirar muitas fotos de si demonstra, entre muitos aspectos, um sentimento de insegurança em relação à própria aparência. Pode parecer um paradoxo atrelar problemas de auto-aceitação com um excesso de autorretratos, mas os especialistas explicam que o hábito é justamente para tentar buscar, por meios externos, uma aprovação que não se tem de si mesmo.

"Quanto mais inseguro ou com incertezas o indivíduo é mais será necessário o hábito de tornar-se público. Isso porque esse indivíduo sente a necessidade de ser constantemente apreciado por quem o vê", afirma Almeida Prado.

Essa não é a primeira vez que o excesso de fotos de si está relacionado com uma baixa autoestima. Um estudo realizado pela Brunel University London chamado "Facebook status updates reveal low self-esteem and narcissism" afirma que pessoas que tiram muitas selfies na academia tendem a ser narcisistas e inseguras.

O estudo foi realizado com 555 usuários do Facebook e lhes foi solicitado que respondessem a um questionário. Os pesquisadores descobriram que pessoas com personalidade narcisista, por exemplo, tendem a postar mais fotos na academia, pois esses ambientes costumam receber um número maior de likes em relação a outras situações cotidianas. Sendo assim, essas pessoas procuravam divulgar suas fotos nesses ambientes como forma de manter uma grande quantidade de likes.

A professora de psicologia Tara Marshall, da Brunet University London, explica que as curtidas e comentários postados nas fotos proporcionam uma sensação de inclusão social, enquanto as pessoas que não recebem nada sentem-se como se estivessem em um tipo de ostracismo.

Vale ressaltar que grande parte das fotos publicadas nas redes sociais conta com recursos de edição e embelezamento que possibilitam corrigir de forma rápida pequenas imperfeições, afinar o rosto, aumentar os olhos, deixar o sorriso mais atraente e até rejuvenescer a pele. Dessa forma a pessoa que posta a selfie mostra aos outros uma versão editada de si.

"Quando uma pessoa que não tem uma boa autoestima publica uma foto e recebe elogios, é como se ela adquirisse durante algum tempo uma autoestima adequada. Isso pode gerar uma dependência comportamental, pois o indivíduo sempre estará atrás de mais aprovação", alerta Dora.

Sensação química do Selfie
Experiências prazerosas fazem com o cérebro libere dopamina. No caso das selfies o raciocínio é semelhante. O indivíduo publica uma foto e rapidamente recebe um elogio, um emoji ou uma interação que mostre que ele "acertou" na escolha da foto e é admirado por isso. Logo na sequência tem-se a sensação de prazer. No entanto, assim como um medicamento, uma bebida alcoólica, ou um cigarro em um certo momento a sensação de prazer irá passar, e aí será necessário postar uma nova foto.

No livro "Irresistible: The Rise of Addictive Technology e Business of Keeping Us Hooked". O escritor e professor da Universidade de Nova York Adam Alter explica que existe também uma excitação em relação à imprevisibilidade ocasionada pelo selfie, uma vez que não se sabe quantas curtidas e interações a foto postada receberá. "É justamente a imprevisibilidade desse processo que o torna tão viciante. Se as pessoas soubessem que toda vez que postassem iriam receber 100 likes, isso tornaria o processo muito chato". enaltece.

Por que damos tanto valor a Selfie?
É possível entender as motivações que levam às pessoas a publicar selfies nas redes sociais. Prestígio, autopromoção, validação da autoestima. Mas a pergunta que fica é por que essas fotografias significam tanto para nós? E deveríamos atribuir tanto valor a elas?

Essas questões são complexas e podem ter diferentes respostas. Uma forma de começar a compreender esse assunto pode ser olhando para nossos antepassados. Antigamente os povoados contavam com um número reduzido de pessoas, por volta de 150 indivíduos. Essas pessoas se conheciam, estabeleciam conexões dentro das suas possibilidades e, obviamente, relações de poder. "Dentro dessas comunidades havia um número reduzido de machos e fêmeas alfas, que se destacavam diante dos restantes", explica Nabuco.

No entanto, avançando alguns séculos no tempo, nossa sociedade evolui de pequenos povoados para megalópoles. As comunidades que antes eram restritas a poucas pessoas ganharam os ambientes virtuais e adquirimos contato com muito mais pessoas. Mas, por mais que tenhamos aprendido a interagir com uma grande quantidade de pessoas e sejamos capazes de sobreviver e criar nossas micro comunidades nos centros urbanos, nosso emocional não evolui com a mesma velocidade do progresso urbanístico e tecnológico. Como consequência estamos inseguros.

"Quando uma pessoa entra numa rede social ela não vai ver duas ou três pessoas que se destacam na multidão, todos os perfis estão tentando se destacar na multidão. Daí surge a necessidade de tentar se destacar mais do que o outro", explica Nabuco.

Outro ponto seria o fato de que vivemos em uma sociedade voltada para o indivíduo. "É comum nos depararmos com frases como 'a rádio que toca a música que você gosta', 'o produto que atende às suas necessidades', 'aprenda a ter mais sucesso em suas conquistas'. Temos a impressão de que tudo é direcionado exclusivamente para nós", esclarece Almeida Prado. Outro ponto seria o fato de que vivemos em uma sociedade voltada para o indivíduo. "É comum nos depararmos com frases como 'a rádio que toca a música que você gosta', 'o produto que atende às suas necessidades', 'aprenda a ter mais sucesso em suas conquistas'. Temos a impressão de que tudo é direcionado exclusivamente para nós", esclarece Almeida Prado.

Logo, escrevendo de outra forma, uma sociedade em que tudo é direcionado ao indivíduo, também é uma sociedade em que o selfie (eu mesmo em tradução livre) também é valorizado. Juntando isso ao fato de que somo seduzidos por imagens é possível entender o que nos leva a sermos tão atraídos por um autorretrato.

Sintomas do Selfiti
Os especialistas que concederam entrevista ao Minha Vida explica que não é possível atribuir um conjunto de sintomas para uma pessoa viciada em selfies uma vez que ainda é uma condição em estudo. No entanto, existem algumas características que podem indicar que uma pessoa pode estar atribuindo uma dependência emocional dos selfies que pode causar problemas para sua saúde mental:
  • Apresentar vaidade excessiva
  • Sentimento de autodepreciação
  • Postar muitas selfies por dia e ficar observando como elas performaram
  • Apresentar mudança de humor diante da repercussão de uma selfie
  • Sentir-se inferior, se uma selfie postada não receber muitos likes
  • Sentir-se superior a outras pessoas, se uma selfie receber muitas interações
  • Se colocar em situações de risco para ter uma boa selfie, como tentar ir a lugares perigosos para tirar foto ou se expor sem medir consequências
  • Registrar uma foto de si a todo momento e deixar de compartilhar experiências reais com quem está ao seu redor para se dedicar ao mundo virtual
É importante ressaltar que somente um especialista pode diagnosticar possíveis problemas psicológicos desencadeados pela dependência de internet e os aspectos citados não são oficiais. São apenas alguns traços de personalidade que podem indicar que uma pessoa precisa de ajuda profissional. Se você acha que sua saúde emocional pode estar prejudicada, converse com um especialista.

Selfiti não tem relação somente com o selfie
É possível que o hábito de tirar muitas selfies esteja atrelado, na verdade, a outras condições de saúde mental. Sendo assim, a compulsividade pelos autorretratos é na verdade uma forma de manifestação de um outro distúrbio emocional. Vale ressaltar que esse tipo de diagnóstico só pode ser feito por especialistas.

Tratamento para Selfiti
Quando uma pessoa tem um vício em uma substância é comum afastar a pessoa daquele ativo para que o corpo perca a dependência. Mas e em relação ao selfie? Uma pessoa que tira muitas selfies precisaria parar com o hábito? Não necessariamente.

A tecnologia é uma ferramenta que está inserida na rotina das pessoas de forma geral. Sendo assim, mesmo que a pessoa não use o celular, ainda assim ela teria contato com outras pessoas que estão, por exemplo, tirando selfies.

Assim como o selfiti pode estar atrelado a outros fatores, o tratamento também será direcionado para tratar as outras questões relacionadas à saúde emocional do indivíduo. Logo, pode ser que o tratamento não seja exclusivo para tratar o vício em selfies, mas identificar e fazer com que o indivíduo tenha ferramentas emocionais para lidar com as causas que fazem com que ele precise tirar selfies para ter a legitimação de outras pessoas.

m suma, o ideal é buscar o caminho do meio. Fazendo com que a pessoa busque outras formas de aumentar a autoestima de forma emocionalmente sustentável.

É possível ajudar uma pessoa que tem Selfiti?
Uma forma de ajudar uma pessoa que apresenta um comportamento obsessivo por selfies é, primeiramente, não incentivar esse tipo de hábito. Como fazer isso? Não servindo de plateia para as fotos que essa pessoa divulga. Em outras palavras, não curtir, não comentar, não compartilhar.

Em contrapartida, é importante elogiar essa pessoa fora da internet, de preferência por realizações que não tenham relação com a aparência dela e sim com suas qualidades emocionais ou por outras realizações. Você pode dizer coisas como:
  • Você é uma boa pessoa
  • Gosto como você me trata
  • Você é um (uma) bom (boa) ouvinte
  • Admiro seu caráter
  • Me inspiro em você para alcançar meus objetivos
  • Sua amizade é importante para mim
  • Bom trabalho
  • Gosto da sua companhia
  • Acho que eu tenho Selfiti. O que eu posso fazer?
  • Pode acontecer de o próprio indivíduo perceber que está tendo um comportamento excessivo em relação as suas selfies. Se isso acontecer com você, o primeiro a fazer é não se culpar.
Em seguida, você pode tentar desapegar um pouco do celular quando estiver com seus amigos por exemplo. Além disso, quando perceber que está com vontade de tirar uma selfie, tente fazer outra coisa que não envolva tecnologia. Você pode fazer uma caminhada, conversar com algum amigo, meditar. Existem muitas opções.

Pode ser que você sinta dificuldade em se afastar do celular. Nesse caso, é necessário procurar ajuda de um profissional. Você pode marcar uma consulta com um psicólogo e expor a ele que notou que posta uma quantidade alta de selfies.

É possível prevenir o Selfiti?
Uma forma de se desligar da dependência das selfies é estabelecer relações consistentes e sinceras no mundo real. Demonstrar interesse pelas pessoas que ultrapassem as aparências e devaneios do ego. Ter conversas sinceras e tentar criar conexões emocionais com as pessoas.

Além disso, desenvolver e aprimorar competências que não tenham relação apenas com a estética, fazer um curso, se dedicar a um projeto pessoal, fazer um projeto voluntário. enfim, ocupar a cabeço com elementos que possam fortalecer a autoestima de forma que não seja por um autorretrato.

Tirar selfies não tem problema, desde que não cause problema a própria pessoa ou a outros. Em suma, se estivermos bem conosco, o autorretrato será uma forma de lembrança de um momento que ficará registrado e comemorado na memória e não apenas nas redes sociais.

Fonte: Minha Vida

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Açudes devem reter apenas 1% de toda a água das chuvas

Cachoeira de Missão Velha, há um mês (20/2), com
abundância de água (Foto: Antonio Rodrigues) 
A redução das chuvas no Ceará nos últimos 17 dias aumenta a preocupação do governo, que teme agravamento da crise hídrica que castiga o Estado desde 2012, e a perda de safra agrícola. O meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), David Ferran, explicou que quando o ano é considerado seco, do total do volume de todas as águas que caem no Estado, em média, só 1% chega aos reservatórios. Em períodos de chuvas acima da média, esse percentual varia entre 5% e 10%.

Sem recarga significativa nos reservatórios, o abastecimento fica comprometido para o último trimestre deste ano em várias cidades. Até ontem, choveu apenas 52,3mm (25,7%) do esperado para março, cuja média histórica é de 203.4mm.

Caso o quadro atual persista até o fim deste mês e no decorrer de abril, as reservas hídricas de importantes açudes devem atingir no transcorrer do ano volume morto, agravando ainda mais a situação de abastecimento de médios e grandes centros urbanos. "Estamos atravessando um ano limite no volume da maioria dos reservatórios e, senão houver chuvas intensas e próximas, a situação vai ficar muito complicada", observou o secretário Executivo da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), Aderilo Alcântara.

No início da quadra chuvosa, em 1º de fevereiro, o volume médio acumulado nos 155 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) era de 7,1%. De acordo com o Portal Hidrológico da Cogerh, ontem, era de 8,4%. Os dados demonstram que, até agora, houve um aporte mínimo de 1,3%.

"O veranico que se observa neste mês de março foi bastante prejudicial para a ocorrência de aportes", observou David Ferran. "Esse intervalo atrapalha. É preciso que as chuvas sejam concentradas em um período para que a água escorra e chegue aos açudes".

A Funceme, ontem, registrou precipitações em 72 municípios. As cinco maiores foram observadas em Pentecoste (50.6mm), Barreira (45mm), Madalena (37.8mm), Jaguaribe e Catunda (36mm). A expectativa para os próximos três dias não são nada animadoras. "A previsão não está muito otimista. As chuvas devem continuar isoladas e, muito provavelmente, março vai ficar abaixo da média", pontuou David Ferran.

A imagem de satélite fornecida pela Funceme mostra que a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é uma imensa massa de nuvens e o principal sistema que traz chuvas para o Ceará, nesta época do ano, está afastada da costa cearense.

"Há um sistema de alta pressão que vem inibindo a formação de nuvens de chuva", explicou Ferran. Para hoje e amanhã, segundo a Funceme, há possibilidade de chuva no litoral, na Serra da Ibiapaba, no Maciço de Baturité e no Cariri. As chuvas devem continuar de forma isolada. Esse tipo de precipitações não favorece a cheia de riachos, rios e até mesmo de pequenos reservatórios porque a água tende a se infiltrar no solo.

Perda
Desde 2012 que o Ceará enfrenta perda seguida das reservas hídricas dos principais reservatórios. Um ou outro foi beneficiado no período com recarga. Nesse período, os aportes sempre estiveram abaixo da média. Em 2017, foi registrado o maior da série, cerca de 1,45 bilhões de metros cúbicos. Em março de 2017, houve um aporte de 700 milhões de metros cúbicos e no atual março, até ontem, de apenas 210 milhões m3. De um total de 28 mil açudes, entre um e um meio hectare de área, cerca de 22 mil estão secos, no Estado.

A situação vem se agravando porque os poços estão secando no sertão cearense. Aderilo Alcântara observa que o trabalho de perfuração de poços continua, mas tem aumentado a quantidade daqueles que apresentam reduzida vazão ou estão secos. "O lençol freático está muito baixo e há perda de suas reservas com a sequência de anos ruins de chuva", pontuou. O tempo está passando, o fim do mês se aproximando e o Ceará não registra significativo aporte em seus principais e estratégicos reservatórios. "Até mesmo os açudes da Região Metropolitana de Fortaleza, que poderiam ser beneficiados com as chuvas na faixa litorânea, estão com volume reduzido", lamenta o presidente da Cogerh, João Lúcio. "Outra preocupação é com o Banabuiú, que continua sem recarga, com a região do Sertão Central, que está seca". Em várias regiões do Ceará já se observa risco elevado ou mesmo perda da lavoura. Nos sítios Cajás, zona rural de Iguatu, os agricultores lamentam perda do cultivo de milho. "Aqui não há mais o que esperar. A lagarta atacou e o milho murchou. A chuva não veio faz dezessete dias", disse o agricultor Marconi Souza. "Nessa região do Alencar, muita gente já perdeu a safra e o desânimo é geral. Eu mesmo vou abandonar a agricultura. Não dá mais", desabafou.

"O sol queimando como se fosse verão", bradou o vendedor Francisco Pereira, sobre o tempo seco na maior parte do mês de março, até agora. O Cariri cearense voltou a receber chuvas em mais de 10 municípios, na última segunda-feira (19), após 13 dias, atingindo 11 cidades. Entretanto, o resultado foi mais animador entre 7h da segunda-feira e às 7h de ontem (20), já que 16 municípios registraram chuvas na macrorregião, segundo a Funceme.

Mas isso ainda não é suficiente para reanimar os agricultores. As macrorregiões mais beneficiadas com as chuvas foram o Litoral Norte e a Ibiapaba. Já o Cariri está com um desvio negativo de 80,2% de sua média. Os dados são preliminares. O meteorologista David Ferran afirma que, desde a semana passada, havia a presença do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), no leste do Nordeste Brasileiro, que se tornou um Cavado de Altos Níveis (CAN). Foi o deslocamento deste sistema que causou as chuvas no Estado nos últimos dias.

"Esse sistema deve persistir pelo menos até esta quinta-feira. Ainda há tendência de poucas chuvas em todo o Ceará. Sobre o Cariri, há possibilidade de chuva na quarta e na quinta-feira, porém, sendo estes eventos de pouca intensidade", disse Ferran .

Na zona-rural de Crato, muitos agricultores foram afetados pela ausência de precipitações mais intensas desde o último dia 2 de março. De lá para cá, não choveu em 11 dias e, quando caiu água, não passou dos 13 milímetros registrados nessa segunda-feira (19), Dia de São José. O Município apresenta um desvio negativo de -74.5%, até agora, neste mês de março. O pior, no Cariri cearense, é na cidade vizinha de Nova Olinda, tendo desvio negativo de 98,6%.

Crítico
No sítio Rodeador, distrito de Ponta da Serra, cerca de 16km da sede do Município, a falta de chuvas afetou a produção do agricultor Antônio Leite Alexandre. "Aqui está crítico. Se não chover logo, vamos perder legumes. Tem o que plantou e não nasceu. O pouco que nasce o passarinho arranca", descreve. A dificuldade só não é maior graças a cisterna que ainda conseguiu pegar um pouco de água.

O vendedor Francisco Pereira, que compra legumes e verduras dos agricultores, afirma que tem encontrado muita "roça perdida. O rendimento caiu e não tem como recuperar. Só Deus mesmo. Muitas pessoas estão no prejuízo. Daqui a 10 dias, se não tiver chuva regular, não tem como recuperar mais. De Caririaçu para cá está tudo seco".

HONÓRIO BARBOSA/ANTONIO RODRIGUES
COLABORADORES

Fonte: Diário do Nordeste

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Entenda o que é hanseníase e como ela afeta o organismo

Apesar de já ter sido uma doença bastante comum e que assusta, nem todos sabem o que é hanseníase. Na verdade, o mais comum é que ela seja associada a outro nome: lepra, denominação proveniente do bacilo que provoca a infecção, o Mycobacterium leprae.

Diferente do que é comum imaginar, sua origem não é hereditária e seu desenvolvimento depende apenas do sistema imunológico de quem é afetado. Hoje o Ministério da Saúde mobiliza os brasileiros em uma data nacional, dedicada ao combate da doença.  Que tal aproveitar o momento para conhecer mais sobre os sintomas e o tratamento?

Fique alerta para o que é hanseníase
Manchas esbranquiçadas, vermelhas ou em tom marrom, acompanhadas de sensibilidade ao frio, ao calor e ao toque são os principais sinais para identificar o que é hanseníase. Além disso, caso as marcas apareçam acompanhadas de dor localizada e sensação de formigamento ou dormência nas extremidades, é necessário atenção redobrada.

Essa doença é infecciosa e bastante contagiosa. Nos infectados, ela pode provocar o surgimento de caroços por todo o corpo, diminuindo a força dos músculos e causando dificuldade para segurar objetos com as mãos.

Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2013, a doença ocorria em 16 a cada 100 mil pessoas. O número, porém, é 68% menor do que em 2003, quando eram 30 pessoas infectadas para essa mesma proporção. A queda se deve a uma política de informação sobre o que é hanseníase e melhorias nos tratamentos.

Em 2014, uma atualização dos levantamentos do Ministério apresentou uma redução ainda maior nos casos, que passaram a ser de 12,14 pessoas infectadas para cada 100 mil habitantes.

Tratamento da hanseníase pode ser gratuito
O tratamento mais utilizado para a hanseníase é feito por via oral, através de poliquimioterapia (PQT), quando remédios são combinados para evitar que o bacilo causador da doença resista aos efeitos. Ele deve ser administrado por seis meses ou um ano, dependendo das condições do paciente.

No Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente com hanseníase pode ser tratado de forma gratuita. Assim que começa o tratamento, o risco de transmissão é controlado e a pessoa pode voltar ao convívio de amigos e familiares. No entanto, é necessário que o diagnóstico seja feito o quanto antes, para aumentar a eficácia e a resposta do corpo à cura.

Além de exames de pele, é necessário também um acompanhamento neurológico. Todos aqueles que conviveram com alguém infectado também precisam passar por exames para assegurar que não estão contaminados.

Os dados para cura da doença são bastante positivos. Em 2014, o Brasil já registrava que 84% dos pacientes estavam curados. No entanto, as políticas de conscientização não param. Por meio do Dia de Luta contra a Hanseníase, diversas campanhas mobilizam a conhecer o que é hanseníase e quais seus efeitos, além de incentivar a realização do diagnóstico precoce no SUS.

Fonte: Doutíssima

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Publicado edital do Enem 2018; veja as novidades

Os candidatos que participarão do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) neste ano terão 30 minutos a mais para fazer a prova do segundo dia, que reúne conteúdos de ciências da natureza e matemática.

Segundo o edital da prova, publicado nesta quarta-feira (21) no "Diário Oficial da União", os estudantes terão cinco horas para fazer a prova no segundo dia -em 2017 foram quatro horas e meia. No primeiro dia, os candidatos continuarão a ter as cinco horas e meia previstas.

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) também retirou do edital o item que determinava que a redação que desrespeitasse os direitos humanos teria nota zero.

No ano passado, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou a suspensão da regra que previa a anulação da redação que violasse os direitos humanos.

Assim como em 2017, neste ano as provas do Enem serão realizadas em dois domingos seguidos: nos dias 4 e 11 de novembro. A estrutura da prova também não mudou: no 1º dia serão aplicadas as provas de redação, linguagens e ciências humanas; 2º dia serão as provas de ciências da natureza e matemática.

As inscrições deverão ser feitas das 10h do dia 7 de maio às 23h59 de 18 de maio deste ano. A taxa de inscrição foi mantida em R$ 82. O pagamento deve ser feito entre os dias 7 e 23 de maio.

Os resultados do Enem poderão ser usados em processos seletivos para vagas no ensino superior público, pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada), para bolsas de estudo em instituições privadas, pelo Prouni (Programa Universidade para Todos) e para obter financiamento pelo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).

Isenções
A solicitação de isenção da taxa de inscrição deve ser feita entre os dias 2 e 11 de abril. Serão isentos os estudantes que estejam cursando a última série do ensino médio neste ano em escola da rede pública, ou que tenha cursado todo o ensino médio em escola da rede pública ou como bolsista integral na rede privada e tenha renda per capita igual ou inferior a um salário mínimo e meio.

Também tem isenção o participante que declarar estar em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por ser membro de família de baixa renda e que esteja inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal .

Neste ano, também são isentos os participantes do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) do ano passado.

Os participantes isentos da taxa de inscrição que não compareceram nos dias de prova no Enem do ano passado terão que justificar a ausência por meio de atestado médico, documento judicial ou boletim de ocorrência para fazer o Enem 2018 sem pagar a taxa. O prazo para justificar a ausência no Enem do ano passado vai de 2 a 11 de abril.

O participante que não apresentar justificativa de ausência no Enem 2017 ou tiver a justificativa reprovada após o recurso e desejar se inscrever no Enem 2018 deverá pagar o valor da taxa de inscrição.

Segurança
O edital do Enem continua prevendo a realização de revista eletrônica nos locais de prova, por meio do uso de detectores de metais. A novidade deste ano é que os alunos também deverão permitir que os artigos religiosos, como burca e quipá, sejam revistados pelo aplicador das provas. Quem não permitir a revista poderá ser eliminado.

Imprevistos
Segundo o edital deste ano, o participante afetado por problemas logísticos durante a aplicação poderá solicitar reaplicação do exame em até cinco dias úteis após o último dia de aplicação. Os casos serão julgados individualmente pela Comissão de Demandas.

No ano passado, cerca de 3.500 estudantes tiveram que refazer as provas em outra data por problemas como falta de energia nos locais do exame.

Fonte: Folhapress

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1,87%: PIB do CE em 2017 aumenta quase o dobro da média nacional, destaca Camilo Santana

Durante a transmissão desta terça-feira (20) pelo Facebook, o governador Camilo Santana informou que o Ceará registrou crescimento de 1,87% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, quase o dobro da alta do País, que foi de 1%. O volume de investimentos do Estado, que representou 13,9% da receita corrente líquida no ano passado, também foi destacado pelo chefe do Executivo. Outro anúncio importante foi a implantação de mais um campus avançado da Universidade Estadual do Ceará (Uece), com a oferta de dois cursos superiores, no município de Mombaça, na região do Sertão Central.

“É uma conquista importante do Ceará na economia. Vivemos uma das piores crises econômicas dos últimos 100 anos e temos nos mantido forte. Esse aumento significa mais emprego, mais investimento, mais oportunidades. Autorizei também mais um campus da Uece no Ceará, em Mombaça, já aprovado pelo conselho da universidade. Serão dois cursos, de Artes e Ciências da Computação, que abrirão vagas no vestibular ainda neste semestre e as aulas vão começar já no semestre que vem”, disse o chefe do Executivo.

Aproveitando que nesta terça-feira ele entregou 100 novas viaturas para a Polícia Militar, o governador citou as medidas voltadas para a segurança pública e informou que já foram iniciadas as obras do primeiro presídio de segurança máxima do Ceará. “Iniciamos a construção na semana passada. Em breve vamos oficializar, mas a obra já está acontecendo, um investimento de R$ 127 milhões. Temos 132 cadeias espalhadas pelo Ceará e vou também construir 14 novos presídios regionais para acabar com essa superlotação. Lugar de preso não é nessas cadeias perto da população ou em delegacias. Já tenho dois garantidos pelo Governo Federal e vamos atrás de um empréstimo do BNDES para fazer o resto”.

Camilo Santana também anunciou a construção e um novo Parque de Exposições na região Sertão Central, no município de Quixeramobim. “Será nos mesmos moldes dos que existem em Sobral e no Crato. Faço aqui o apelo para doarem um bom terreno e em breve vamos lá assinar a ordem de serviço para o início das obras”, informou.

Assessoria de Imprensa/Governo do Estado

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Agricultura familiar do Ceará recebe R$ 660 milhões em ações

É hora do almoço do cearense. No prato, é quase certeza ter cuscuz, feijão, farofa e verdura. Mas esses alimentos, certamente, não brotaram no supermercado, mas em terras aradas e cuidadas por milhares de agricultores familiares do Estado. Aliás, a agricultura familiar corresponde a cerca de 70% dos alimentos consumidos em todo o País, diz o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Ontem, para auxiliar a modalidade de cultivo, o governador Camilo Santana anunciou um pacote de mais de R$ 660 milhões em ações de abastecimento d'água, projetos produtivos e novos tratores.

"É um conjunto de ações para fortalecer os homens e as mulheres do campo, para que vivam dignamente e com mais qualidade de vida", destacou o chefe do Executivo estadual, durante solenidade no Parque de Exposições César Cals, em Fortaleza. Só na segunda fase do Projeto São José, cujo foco é o desenvolvimento das comunidades familiares rurais, serão investidos R$ 490 milhões (US$ 150 milhões).

O evento também marcou a entrega de 173 tratores, no valor de mais de R$ 21 milhões pelo Projeto de Mecanização Agrícola do São José. Outra ação, a partir de convênio assinado com o MDS, no valor de quase R$ 20 milhões, será a construção de 4.195 cisternas de primeira água - voltada para consumo humano - e 411 cisternas escolares em 48 municípios cearenses.

Já por meio do Projeto Paulo Freire, serão implantadas mais 4 mil cisternas de primeira água e 100 cisternas escolares em 152 comunidades pobres de 39 municípios nos territórios dos sertões de Sobral, Cariri e Sertões dos Inhamuns. Além disso, o Governo também liberará R$83 milhões para 478 comunidades rurais e entregará títulos de terra para agricultores familiares.

Conforme Dedé Teixeira, titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), os investimentos beneficiarão 182 municípios cearenses com zona rural - as exceções são Fortaleza e Eusébio - no intuito de amenizar os efeitos de seis anos de seca.

Inovação
"Temos que inovar em produção com menos água, através de irrigação por gotejamento, com melhoras genéticas dos rebanho, introdução de novas culturas que gastem menos água, com silagem de insumos para quando faltar, com o reúso da água e fontes alternativas de energia. O agricultor precisa se acostumar a novas formas de produzir", detalha o secretário.

Ainda segundo Teixeira, o Governo aprovou recurso para a realização do Observatório da Agricultura Familiar, estudo que medirá a porcentagem que a modalidade fornece para o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Esse tipo de cultivo sustenta a família de João Santa, 60, na comunidade Bom Gosto, em Pacujá, a 314 Km de Fortaleza. Suportando uma seca "braba", se virando como pode com a água de cisternas e poços profundos, ele segue semeando feijão, milho e mandioca.

Otimismo
Questionado sobre as ações anunciadas pelo Governo, João pensa que elas "vão vingar". É o mesmo desejo de Maria Barbosa, 22, que cultiva a terra de Madalena, a 185 Km da Capital, com a ajuda de um trator da associação de produtores rurais, que às vezes reserva para utilizar. O trabalho está feito, agora aposta na ação de São José. "A comunidade começou a plantar. O milho já tá dando", relata.

Na opinião do presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Ceará (Fetraece), Raimundo Martins, o pacote anunciado vai na contramão da "desestruturação de políticas públicas de agricultura familiar em todo o Brasil", garantindo, no Ceará, emprego e renda ao homem do campo.

Já Gadyel Gonçalves, presidente da Associação dos Municípios do Ceará (Aprece), reconhece que o Projeto São José, a cada ano, "se renova e nos ajuda a atravessar toda a crise hídrica".

Saiba mais
  • Projeto São José: R$ 490 milhões para obras hídricas
  • Tratores: R$ 21,7 milhões aplicados na compra de 173 veículos
  • Cisternas: R$ 34,8 milhões investidos em 8,7 mil unidades
  • Projetos produtivos: R$30,5 milhões para 152 projetos que atendem a 5,1 mil famílias
  • Recursos extras: R$ 83,1 milhões a 478 comunidades rurais

NICOLAS PAULINO
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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Governo Temer quer liberar até 40% do ensino médio a distância

O governo Michel Temer (MDB) quer liberar até 40% da carga horária total do ensino médio para ser realizada a distância. Para a educação de jovens e adultos, a proposta é permitir que 100% do curso seja fora da escola.

A reforma do ensino médio, aprovada em 2017, abriu a brecha ao ensino online —possibilidade vetada anteriormente. Agora, resolução que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio prevê essa regulamentação da carga horária.

O texto, obtido pela Folha, já teve uma primeira discussão no CNE (Conselho Nacional de Educação). Após a definição das diretrizes, caberá a cada rede pública ou escola privada regulamentar formatos e ferramentas do ensino.

As regras debatidas autorizam que qualquer conteúdo escolar previsto no currículo possa ser dado a distância. Se aprovado, os alunos poderiam ter dois dias de aulas por semana fora da sala.

Os defensores da proposta no CNE dizem que ela visa permitir a experimentação de novos recursos na educação. Especialistas temem a precarização do ensino nas redes públicas —que concentram 88% das matrículas da etapa.

O Brasil tem 6,9 milhões de matrículas no ensino médio público —em torno de 1,5 milhão dos jovens de 15 a 17 anos (14,6% do total) já abandonaram os estudos.

A lei de reforma do ensino médio estipulou que 60% da carga horária contemple conteúdos comuns, a partir do que constar na Base Nacional Comum Curricular para a etapa —que está no Ministério da Educação e deve ser apresentada ao CNE neste mês.

Para a carga restante, os alunos escolheriam entre cinco opções (se houver oferta): linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico. Com as regras em discussão no conselho, toda a área flexível poderia ser feita a distância.

A oferta dessas linhas de aprofundamento é um dos principais desafios para que a reforma saia do papel.

Mais de metade dos municípios do país só tem uma escola de ensino médio, dificultando a oferta de cinco opções para os estudantes.

O aval para até 40% da carga a distância abriria margem também para atender situações de falta de professores.

O governo Temer chegou a incluir em decreto, em maio de 2017, a autorização de ensino a distância para alunos do 6º ao 9º ano que estivessem "privados de oferta" de disciplinas. Após críticas, voltou atrás e revogou a medida.

Debate
A minuta das novas diretrizes curriculares foi apresentada no CNE no dia 6 pelo presidente do conselho, Eduardo Deschamps, e pelo diretor do Senai, Rafael Lucchesi, relator da proposta.

Antes da apresentação, esse conteúdo foi debatido com integrantes do MEC, que participaram da redação. Questionada pela reportagem, a pasta não quis comentar seu teor e disse que a definição é uma atribuição do conselho.

Nesta terça, após a publicação da reportagem, o ministro Mendonça Filho (DEM) disse que vetará a proposta, caso ela avance no conselho, que é um órgão de assessoramento do MEC. Os membros são nomeados pelo presidente da República.

Não há prazo para finalização do processo, mas a previsão é de que ocorra neste semestre.

As diretrizes curriculares são normas da educação básica que orientam as escolas, inclusive particulares. Há a necessidade de revisão por causa das mudanças com a reforma do ensino médio.

Deschamps defende a proposta apresentada, mas diz que ela será ainda debatida.

"Na minha opinião, não estamos falando de ensino fundamental, mas do médio. Se não criarmos mecanismos, vamos continuar com problemas de atendimento e perder oportunidades de uso."

Também integrante do CNE, Cesar Callegari critica. "Recursos a distância devem servir como complemento, jamais em substituição de professores e da escola como local de vivência presencial". Para ele, a discussão teria de incluir docentes e alunos.

Responsabilidade
O professor Nelson Pretto, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), pesquisador em tecnologia e educação, diz que a medida é sinal de esvaziamento do ensino público de qualidade e falta de compromisso com investimentos.

"Fica claro um movimento de desresponsabilização do Estado brasileiro com a formação crítica e sólida da juventude, e também com a infraestrutura escolar", diz. 

Nas escolas de ensino médio do país, 60% não têm laboratório de ciências, 16% não têm laboratórios de informática e 34%, bibliotecas.

Pretto diz desconhecer experiência internacional com abertura como essa. "Não quer dizer que não tenha tecnologia, mas, em um processo dessa forma, joga ao cidadão toda a responsabilidade."

O novo documento nem sequer exige que haja recursos digitais na parte remota. O texto diz que a educação a distância pode ser realizada "desde que haja suporte tecnológico —digital ou não— e pedagógico apropriado".

Um integrante do MEC, que conversou com a reportagem sob a condição de anonimato, deu como exemplo as atividades já existentes para reposição de aulas, em que há apenas a entrega de trabalhos por parte dos alunos.

Estudos mostram que aumentar a quantidade de horas na escola tem grande potencial de alavancar resultados. O próprio governo federal anunciou, junto com a reforma do ensino médio, um programa de incentivo a escolas de tempo integral (com ao menos 7 horas por dia).

Essa mesma reforma exige a ampliação da carga mínima diária das atuais 4 horas para 5 horas até 2022. Essa adequação poderia ser, segundo membro do MEC, a primeira forma de uso de iniciativas não presenciais.

O coordenador executivo da Ação Educativa, Roberto Catelli Jr., diz que, para a Educação de Jovens e Adultos, a abertura de 100% a distância pode ser positiva caso seja só uma opção. "Quanto mais modelos, mais chances de atender um público diversificado. O problema é transformar 100% a distância numa política que só vai sucatear."

As novas diretrizes permitem ainda que atividades externas possam ser consideradas como carga horária escolar. É previsto que trabalhos voluntários e contribuições para comunidade sejam passíveis de entrar na conta.

Fonte: Folha.com

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Camilo Santana anuncia aumento de 6,81% para professores da rede pública estadual

Pelo terceiro ano consecutivo, o governador Camilo Santana anunciou, na tarde desta terça-feira (20), um pacote de ações de valorização dos professores. Entre as medidas estão o aumento diferenciado para os profissionais de carreira e temporários; o lançamento do concurso público no primeiro semestre de 2018; a implantação das promoções dos referidos profissionais e a ampliação definitiva para professores que entraram no serviço público antes de 2004. Participaram da reunião, no Palácio da Abolição, o secretário da Educação, Idilvan Alencar, e dirigentes do Sindicato Apeoc.

“Estamos honrando mais uma vez nosso compromisso na valorização do professor, na valorização da carreira do magistério Estadual. Em breve será publicado edital para novo concurso para professor da rede Estadual do Ceará. Quero reforçar que a construção do futuro melhor para o Ceará passa pela Educação”, afirmou Camilo Santana.

Com relação ao aumento diferenciado, em 2018 será concedido novamente o reajuste nas gratificações de Atividades Educacionais Especializadas (GAEE) e por efetiva regência de classe aos professores da rede pública estadual de ensino.

Também será atualizada a Parcela Variável da Redistribuição do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (PVR/Fundeb) para professores temporários de nível superior. Com esta medida, o ganho remuneratório será de 6,81%, o que corresponde ao índice do reajuste do Piso Nacional do Magistério.

Serão beneficiadas 32.135 matrículas ativas e inativas e em torno de 15.300 matrículas de contratos temporários, gerando uma repercussão financeira de R$ 95 milhões.

O secretário da Educação ressaltou as importantes conquistas da categoria. “Estamos muito felizes com o resultado da reunião que tivemos com o governador. Estamos esperançosos com as grandes conquistas para os profissionais da educação”, reforçou Idilvan Alencar.

“É importantíssimo o Ceará continuar remando contra a maré, valorizando mais ainda a carreira do professor. Nós precisamos lutar por mais recursos para a educação. Vamos seguir em frente levando o Ceará para ser a melhor educação do Brasil”, reforçou Anísio Melo, presidente do Sindicato Apeoc, que representa a categoria.

Baseado no Plano de Cargos e Carreiras, os percentuais foram ajustados da seguinte forma:

Gratificações de Atividades Educacionais Especializadas

A partir de 1 de Julho – 14,5%

A partir de 1 de novembro – 17%

Gratificação por Efetiva Regência de Classe para o professor de educação básica de nível superior

1. Para quem possui licenciatura plena:

A partir de 1 de Julho – 24,5%

A partir de 1 de novembro – 27%

2. Especialização e estável no serviço público:

A partir de 1 de Julho – 29,5%

A partir de 1 de novembro – 32%

3. Mestre e estável no serviço público:

A partir de 1 de Julho – 34,5%

A partir de 1 de novembro – 37%

4. Doutor e estável no serviço público

A partir de 1 de Julho – 54,5%

A partir de 1 de novembro – 57%

Parcela Variável da Redistribuição do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (PVR/Fundeb) para professores temporários de nível superior.

Julho/2018 – 286,69

Nov/2018 – 324,03

Ainda no mês de março, serão enviados os projetos de leis do aumento diferenciado e ampliação definitiva para Assembleia Legislativa e os pagamentos serão realizados nas folhas de Julho e Novembro, respectivamente, com os aumentos de 2,5%.

Promoção com titulação para professores
Será implantada na folha de abril de 2018 a promoção para 1.731 professores, que tiveram suas estabilidades publicadas em 2017. A promoção proporcionará aumentos remuneratórios de 22% (Especialistas), 51% (Mestres) e 98% (Doutores) para mais de 1.731 professores e será paga em 1° de maio/2018. A repercussão financeira será de R$ 36 milhões.

Em maio, será negociado o pagamento das diferenças relativas à promoção.

Promoção sem titulação 2017 para professores
Será realizado o processo de avaliação da Promoção sem Titulação dos professores 2016-2017, no primeiro semestre de 2018. Estarão aptos a serem avaliados em torno de 4.100 matrículas, com uma repercussão financeira de R$ 13 milhões.

Ampliação Definitiva para os professores que entraram no serviço público antes de 2004
Envio da lei para Assembleia Legislativa com pedido de urgência e publicação do edital de ampliação até junho de 2018.

Concurso Público para Professor em 2018
Publicação do edital do concurso até julho/2018. A Lei de criação dos cargos será encaminhada à Assembleia Legislativa ainda neste mês de março.

Assessoria de Imprensa/Governo do Estado

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Cogerh diz que nível dos açudes no Estado 'está chegando no limite'

O presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), João Lúcio Farias, disse na manhã de ontem durante reunião de Avaliação de Alocação de Água dos Vales Jaguaribe e Banabuiú, realizada nesta cidade, que o Ceará atravessa um dos piores momentos da crise hídrica que vem se agravando desde 2012. "O momento é muito preocupante, estamos chegando numa situação limite, mas ainda há esperança porque temos a segunda quinzena deste mês e todo o abril", frisou.

A esperança de que as chuvas vão retornar ao sertão cearense foi reforçada com a explanação da meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Meiry Sakamoto. "As condições são favoráveis para que as chuvas retornem, segundo os nossos modelos, e tivemos o melhor fevereiro desde 2007", disse. "A situação está melhorando desde hoje (ontem) com mais nebulosidade e aumento das chances de novas chuvas".

Se o mês de fevereiro foi o melhor desde 2007, março está sendo ingrato com a redução drásticas das chuvas na primeira quinzena por causa do afastamento e enfraquecimento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é o principal sistema que traz precipitações para o Semiárido nordestino nessa época do ano. A escassez das chuvas caracteriza o que se denomina de veranico. Até ontem, havia chovido menos 78% do que se esperava para março. Vale salientar que os números são provisórios e podem ser alterados até o fim desde mês.

Certas condições meteorológicas, como a formação de um centro de alta pressão, impediram a formação de nuvens de chuvas no decorrer da primeira quinzena de março, reduzindo a pluviometria. No Oceano Pacífico Equatorial a temperatura é favorável com formação de La Niña, esfriamento das águas superficiais. No Oceano Atlântico Equatorial há neutralidade e bem melhor seria se houvesse o aquecimento na parte Sul em relação ao Norte.

Por alguma razão meteorológica que ainda está sendo estudada, as condições atuais persistiam durante a segunda quinzena de fevereiro, quando houve uma aproximação da ZCIT que permaneceu sobre o Ceará, favorecendo as intensas chuvas. A meteorologista Meiry Sakamoto esclareceu que o prognóstico da Funceme é feito para todo o trimestre - março, abril e maio e para o Estado como um todo. "A previsão não é feita para a semana ou mês, mas para o trimestre", reforçou. "As condições para o período ainda permanecem de ocorrência de chuvas acima da média".

Redução
A redução das chuvas, se persistir, vai afetar a recarga dos principais reservatórios do Ceará. Os açudes da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) acumulam um volume médio suficiente para atender à demanda até setembro vindouro. "Estamos na expectativa de que as chuvas vão voltar e que teremos maior volume de recarga", observou João Lúcio. "O quadro nos traz preocupação, mas só podemos ter um novo planejamento, após o fim da quadra chuvosa em maio próximo".

Por enquanto, o Castanhão continua sem liberar água para a RMF e está atendendo à demanda de oito cidades do Baixo Jaguaribe e de outros centros urbanos do seu entorno. O reservatório, que é o maior do Ceará, está com 3,8%.

Na reunião de ontem ficou decidido que, se atingir a cota 71, ou seja, chegar a 301 milhões de metros cúbicos, haverá liberação de água para atividades produtivas.

O açude Orós, que é outro reservatório estratégico, acumula apenas 6,3% e o Banabuiú, o terceiro maior do Ceará, enfrenta a pior situação com 0,44% de seu volume.

A Bacia do Banabuiú é uma das mais afetadas e, segundo o produtor rural Daniel Bandeira, até ontem só choveu 27mm no entorno do açude. "Enfrentamos uma situação triste", disse. "Estamos numa região que sofre com a seca há oito anos".

O presidente da Cogerh, João Lúcio, observou que este ano segue uma tendência do que se verificou em 2017, quando houve maiores volumes de chuva nas Bacias do Coreaú, Acaraú e Litorânea. "Há municípios que já temos garantia de água para 2018 e até para o começo de 2019", observou. "Já Banabuiú e o Sertão Central nos preocupam e houve uma pequena melhora nos Sertões de Crateús".

João Lúcio lembrou que as regiões de Crateús e do Sertão Central já vivenciam oito anos de crise hídricas, redução das chuvas. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, o presidente da Cogerh enfatizou. "Se não fosse o trabalho técnico, feito no Ceará, que surpreende quem vem de fora, a nossa situação era muito mais grave, não conseguiríamos enfrentar um período tão crítico como este".

Ao fim da reunião foram encaminhadas oito propostas que estão relacionadas à necessidade de compensações para as bacias doadoras de água, moção ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos (Conerh) que definiu decreto reduzindo autonomia dos Comitês de Bacias Hidrográficas, maior empenho do governo do Estado para conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco e solicitação ao Dnocs sobre o andamento das obras hídricas no Estado.

HONÓRIO BARBOSA
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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Ansiedade em excesso pode gerar problemas de saúde

Reuniões, compromissos, tarefas do trabalho e de casa. Com tantas atribuições na rotina, a ansiedade é um sintoma comum do mundo acelerado em que vivemos. Mas se engana quem pensa que sentir palpitações e ter a respiração alterada diante de acontecimentos estressantes é natural.

Sabe aquela velha história de que uma dose mínima de ansiedade pode até proporcionar energia para dar conta de tudo? A psicoterapeuta Maura de Albanesi discorda dessa lógica. “É um equívoco achar que isso estimula a pessoa a realizar o que se deseja e precisa. Ocorre o oposto, ela se sobrecarrega e se estressa. O corpo sofre com isso”, garante.

Perigos da ansiedade para a saúde
Para compreender até que ponto esse sentimento afeta a sua vida, primeiro é necessário entender o que ela significa. “Ansiedade é querer viver um futuro no agora. As pessoas ficam ansiosas pelo o que vai acontecer e não vivem o momento”, esclarece a psicoterapeuta.

Conforme Maura, ela ocorre pela necessidade que as pessoas têm de controlar tudo o que acontece e da dificuldade em saber lidar com aquilo que não está pré-definido. Como nem sempre é possível seguir uma programação, o medo bate mais forte.

De forma geral, a ansiedade é altamente prejudicial à saúde e gera sintomas físicos: elevação da pressão arterial, descompasso cardíaco e comprometimento dos processos respiratórios. “Eles surgem devido ao estresse que a pessoa sente. O ansioso vive sempre cheio de adrenalina e emite um comando para a mente, numa pressão constante”, diz Maura.

Ou seja, viver sempre acelerado ao máximo cobra seu preço. Esse comportamento, segundo um estudo da Universidade Politécnica de Hong Kong, também pode ser prejudicial no ambiente corporativo.  Especialmente porque pessoas ansiosas tendem a ser menos produtivas.

“O ansioso foca apenas no que ele quer alcançar no futuro e não consegue se organizar com o que precisa ser feito no presente. Tudo isso gera mais ansiedade. Ele vê que o tempo está passando e as coisas não estão acontecendo. Então, vive uma eterna agonia”, ressalta a especialista.

Dicas para controlar e tratar a ansiedade
Se você se identificou com a descrição de Maura, saiba que é possível sair desse quadro. De acordo com ela, o ideal é procurar auxílio terapêutico. Nos casos mais leves, a psicoterapia em si pode ajudar, sem necessidade de intervenção com remédios.

Já nos casos em que a pessoa se encontra em um nível muito alto de ansiedade, de forma que não consegue produzir ou dormir por conta do turbilhão de informações em sua mente, pode ser necessário consultar um psiquiatra. Mas só tomar a medicação não basta.

“Embora o medicamento seja muito importante para reduzir e aliviar o estresse e mal-estar causados pela ansiedade, é através do processo de autoconhecimento e autodesenvolvimento que a pessoa consegue, de fato, combater a raiz do problema”, enfatiza a psicoterapeuta.

E diante de uma crise de ansiedade? Maura ensina três dicas para driblar o problema no cotidiano:

1 – Respiração
A respiração coloca a pessoa em contato com ela mesma e deixa o foco no presente. É importante respirar bem fundo,  de forma lenta. É um processo que ajuda a relaxar.

2 – Listas
Vale anotar todas as questões que precisa ser priorizadas. O segredo é ter planejamento e tentar segui-lo sempre. Ao colocar o futuro no papel, fica mais fácil ter tranquilidade para lidar com os desafios que são do presente.

3 – Meditação
Meditar e realizar exercícios de foco e atenção são ações que ajudam a desacelerar e deixar de lado a ansiedade. Vale experimentar.

Fonte: Doutíssima

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Cariri: UFCA e URCA têm atos por Marielle Franco

O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), na noite da última quarta-feira (14), mobilizou atos em todo País. Na região do Cariri, os estudantes, professores e servidores da Universidade Regional do Cariri (URCA) e da Universidade Federal do Cariri (UFCA) organizaram ato nos pátios de cada uma de suas instituições, na noite de ontem (15).

Na Urca, a manifestação aconteceu no campus do Pimenta, em Crato, e mobilizou cerca de 30 estudantes portando velas, cartazes e faixas lembrando a morte da ativistas. “Marielle presente!”, “Contra o genocídio da juventude negra” foram algumas das frases carregadas pelos alunos.

Na UFCA, estudantes, professores e servidores usaram o pátio do campus de Juazeiro do Norte para projetar imagens de Marielle Franco em vídeos. O microfone ficou aberto para cada um se manifestar. Segundo a estudante Pâmela Queiroz, marcar o espaço da universidade é necessário. “Não podemos deixar que essas situações passem despercebidas”, pontua.

Para Pâmela, a morte da vereadora e ativista dos Direitos Humanos  mostra a gravidade da situação política que o País se encontra. “Ataram nossas mãos. Tudo que levou a essa execução se deu justamente pela atuação política dela. Foi um crime político. O que fica pra nós é a força que Marielle se dispôs de transformar a dor, as adversidades em uma luta”, completa a estudante.

O crime
A vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Pedro Gomes foram mortos a tiros dentro de um carro, na noite da última quarta-feira (14). Sua assessora, que também vinha no veículo, foi atingida por estilhaços das balas e sofreu ferimentos leves. A Polícia Civil investiga o caso, mas acredita que o carro da parlamentar vinha sendo seguido há 4 km.

Marielle era ativista dos Direitos Humanos, movimento negro e de mulheres. Antes do seu assassinato, denunciou violência policial nas comunidades do Rio de Janeiro e, há duas semanas, assumiu a relatoria da Comissão que acompanha a intervenção militar na cidade.
Nascida e criada no Complexo da Maré, uma das regiões mais violentas da cidade, Marielle foi a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições de 2016 com 46.502 votos. Na Câmara, presidia a Comissão da Mulher. Na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), assessorou o deputado estadual Marcelo Freixo na coordenação da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos. Ela era Socióloga e mestre em Administração Pública.

ANTONIO RODRIGUES
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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Filtro brasileiro de barro é o melhor do mundo, afirma pesquisa

Sabe aquele filtro marrom de água que a sua avó com certeza tem ou já teve? Pois é, de acordo com uma pesquisa divulgada recentemente, ele é o mais eficiente do mundo. Surpreso? Pois então vamos aos fatos: pesquisadores americanos concluíram que o filtro feito de barro é o melhor quando o assunto é retenção de cloro, pesticidas, ferro, alumínio e chumbo.

Para quem nem sabia que tudo isso poderia ser encontrado na água, eis outra surpresa: a água pode conter Criptosporidiose, um parasita que causa alguns incômodos como diarreia e gastrenterites. De qualquer forma, não há motivo para pânico, pois o filtro de barro é capaz de eliminar 99% desses parasitas.

Tudo isso foi concluído por um simples diferencial do filtro de barro: ele tem um sistema lento de filtragem, no qual, gota a gota, a água passa de um recipiente para outro. Isso, segundo a pesquisa, é um ponto muito positivo, já que os sistemas mais eficientes são os baseados em filtragens por gravidade. Dessa maneira, micro-organismos são literalmente sufocados pela pressão e não alcançam a água a ser tomada.

Talvez esteja na hora de ir visitar a sua avó, tomar um copo-d’água e copiar a ideia do filtro.

Fonte: Mega Curioso

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