Pedro Parente pede demissão da presidência da Petrobras

A Petrobras anuncia a demissão do presidente Pedro Parente na manhã desta sexta-feira, 1º. O executivo está em reunião com o presidente da República Michel Temer neste momento, no Palácio do Planalto. O encontro ocorre após o governo lançar medidas com custo de R$ 13,5 bilhões para baixar o preço do diesel e ajudar a encerrar a greve dos caminhoneiros.

Em fato relevante, a companhia informa que a nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de Administração ao longo desta sexta-feira, e que a composição dos demais membros da diretoria executiva não sofrerá qualquer alteração.

Na última sexta-feira, 25, presidente da Petrobras negou que tenha tido qualquer intenção de entregar o cargo. O executivo mantém o mesmo posicionamento frente à necessidade de continuidade da atual política de preços dos combustíveis da estatal.

Fonte: Estadão

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Campanha contra febre aftosa foi prorrogada até 15 de junho

O Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prorrogou a campanha de vacinação contra aftosa. O prazo, que se encerraria neste 2 de junho foi estendido para até o próximo dia 15. A medida vale para todo o Brasil, com exceção dos estados do Amapá e Santa Catarina.

A prorrogação foi motivada pela greve dos caminhoneiros que prejudicou a distribuição de vacina para os revendedores, assim como provocou a falta de combustíveis nos postos de abastecimento, fazendo com que os índices de cobertura vacinal não tivessem atingidos os índices esperados.

O Ceará, no entanto, apresentou incremento no percentual de vacinação, em relação à campanha do ano passado. Até o dia 30 de maio (considerado o 19º dia útil de campanha), já haviam sido vacinados 1.250.478 animais – 49,44% do rebanho de 2.529.485. Nesse mesmo período, no ano passado, o percentual era de 38,73 do rebanho de então, que era de 2.507.916. Acréscimo de 10,71 pontos percentuais. Em termos absolutos, o acréscimo foi de 28,7%. O número de propriedades registradas no sistema de vacinação alcançou 53.605, correspondendo a 44,4% do total de 120.719 existentes. No ano passado, o percentual foi 34,5%.

A meta é atingir mais de 90% de vacinação do rebanho bovino e bubalino, e alcançar acima de 80% de propriedades. Os números finais devem ser contabilizados no final de junho, pois os produtores, depois de aplicar a vacina, têm até 15 dias para registrar a declaração de vacinação que pode ser feita nos postos da Adagri ou Ematerce e ainda nas prefeituras conveniadas.

Assessoria de Imprensa/Adagri

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Governo vai cobrar para uso de Facebook e WhatsApp

Com o objetivo de reduzir a disseminação das fofocas e notícias falsas (fake news) que se proliferam via, principalmente, redes sociais e comunicadores instantâneos, o governo de Uganda criou, na última quinta-feira, 31, segundo a BBC, cobrança pelo uso diário de aplicativos como WhatsApp, Facebook, Viber, Twitter e similares. 

Serão cobrados 200 shilling (quase 20 centavos) por dia. A lei entra em vigor em julho.

A dúvida que fica é: quem vai e como vai fiscalizar este uso para gerar a cobrança da taxa?

Em Uganda são mais de 23 milhões de celulares registrados, segundo o Olhar Digital. Dois terços deles têm acesso à internet. O governo vem tentando cadastrar os cartões SIM e não vem tendo lá grande sucesso. Sem este registro, a cobrança será dificultada.

Fonte: Diário do Nordeste

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Para baixar diesel, Temer corta verba do Mais Médicos, policiamento e de programas ligados à Educação

Para garantir a redução de R$ 0,46 no litro do óleo diesel nas refinarias, o governo retirou recursos de áreas sensíveis como a fiscalização de trabalho escravo e trabalho infantil, programa Mais Médicos, verba de policiamento e até do Sistema Nacional de Transplante. Áreas sociais e programas ligados à Educação e ao Meio Ambiente também serão afetadas pelos cortes, que somam R$ 9,5 bilhões.

Para garantir o crédito extraordinário que será remanejado para os Ministérios de Minas e Energia e da Defesa, o governo precisou retirar dinheiro de 19 ministérios, sendo que, ironicamente, o dos Transportes foi o mais afetado: terá de cortar R$ 1,4 bilhão. Também houve corte em programas sociais como políticas para juventude, violência contra mulheres, políticas sobre drogas e saúde indígena.

A redução do preço do diesel foi uma concessão do governo diante da pressão da greve dos caminhoneiros que paralisou o país por nove dias. Só no Ministério da Educação os cortes serão de R$ R$ 55,1 milhões. O dinheiro estava previsto no orçamento para concessão de bolsas no Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies). Houve ainda um corte de R$ 150 milhões no fundo garantidor do financiamento estudantil.

Além de sofrer com cortes no programa de transplantes, no valor de R$ 1,3 milhão, o Ministério da Saúde foi vai ter de retirar dinheiro R$ 34 milhões do Programa Mais Médicos, R$ 11,8 milhões do programa de gratuidade do Farmácia Popular e R$ 38,9 milhões do dinheiro que seria destinado à manutenção de unidades de saúde. O montante do corte na pasta foi de R$179,6 milhões.

No Ministério do Meio Ambiente, chama a atenção a retirada de R$ 1,1 milhão da fiscalização ambiental e de R$ 2,9 milhões do montante que seria aplicado em unidades de conservação. As informações sobre as áreas e ministérios que sofreram cortes foram publicadas numa edição extra do Diário Oficial da União de 30 de maio.

Temer também cortou R$ 3,8 milhões do programa "Criança Feliz". A inciativa da área social tinha como embaixadora a primeira-dama, Marcela Temer, que resolveu recentemente se afastar dos holofotes. No início de 2017, os marqueteiros do governo tinham um ambicioso plano para alavancar a popularidade do presidente. Umas das ideias era escalar Marcela para participar de uma série de atos oficiais relacionados ao “Criança Feliz”.

Na lista está ainda o corte de R$ 1,5 milhão para o "policiamento ostensivo nas rodovias e estradas federais". A verba, que seria usada pela Polícia Rodoviária Federal, serviria, entre outros propósitos, para operações de fiscalização do transporte de cargas e aumento do policiamento em feriados. Procurada pela reportagem, a PRF disse que a decisão é recente e que ainda vai estudar como irá remanejar os recursos para garantir o policiamento nas estradas.

O governo também retirou R$ 4,1 milhões para o combate ao tráfico de drogas e proteção de bens da União. Na rubrica, ainda estava incluído o combate ao tráfico de seres humanos, à exploração sexual infanto-juvenil e à pedofilia.

Fonte: O Globo

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Rua São Pedro, em Juazeiro, é liberada para passagem de veículos

Interditado desde o último dia 18 de abril, o trecho da Rua São Pedro – principal rua comercial da cidade -, entre as ruas do Cruzeiro e São Francisco, já se encontra liberado para tráfego de veículos. O local havia sido bloqueado para à reforma da Praça Padre Cícero. Lá , foram colocados piso intertravado e, também, foi realizada uma pequena drenagem.

Além da Rua São Pedro, outras ruas serão contempladas com a pavimentação em piso intertravado e a revitalização. Na Rua São Francisco já foi concluída, mas continua interditada. A Secretaria Municipal de Infraestrutura já anunciou que o trecho da Rua Padre Cícero, também no entorno da Praça, será interditado a partir do dia 4 de junho. O trabalho deverá ter duração de cerca de 10 dias, caso não haja nenhuma ocorrência. Em breve, Rua São Francisco deve sofrer a mesmas intervenção.

Outra mudança no entorno acontecerá no atual Terminal Rodoviário, na Rua São Francisco, que será realocado para o Centro Multiuso. No local atual, será criado uma área de convívio com bares e restaurantes. Ainda não há previsão para o início desta transição.

Resgate
A reforma da Praça Padre Cícero busca resgatar conceitos originais do espaço histórico, no coração da cidade, tem investimento do Governo Federal, Estadual e Municipal. Sua revitalização, numa área de 3.143, 11 m² terá diversas intervenções, como nova pavimentação, mudança do layout, iluminação, paisagismo.

Serão utilizados materiais como ladrilho hidráulico, bancos de granilite, postes coloniais e o mesmo desenho urbano da época, com restauração da coluna da hora, além da instalação de novas lixeiras. Todo o trabalho tem o prazo de seis meses a um ano para ser concluído, a contar de janeiro deste ano, mês em que foram iniciados os serviços. Há mais quatro meses a obra da praça foi iniciada.

Fonte: Diário do Nordeste

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Junho começa com conta de energia ainda mais cara

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que as contas de luz terão a bandeira vermelha em seu segundo patamar no mês de junho. Com a bandeira vermelha 2 neste mês, a tarifa terá um adicional de R$ 5 a cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos. No mês passado, vigorou a bandeira amarela, que adicionava R$ 1 a cada 100 kWh.

Segundo a Aneel, o início da seca levou à redução do nível dos reservatórios das hidrelétricas, especialmente na Região Sul, e ao aumento do preço da energia no mercado à vista. O nível dos reservatórios e o preço da energia são os dois indicadores que determinam a cor da bandeira. O órgão regulador destacou ainda que a previsão de chuvas para junho está mais baixa que a média histórica.

O sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo da energia gerada e tem o objetivo de possibilitar aos consumidores o uso consciente.

Na bandeira verde, não há cobrança de taxa extra. Na bandeira amarela, a taxa extra é de R$ 1 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. No primeiro patamar da bandeira vermelha, o adicional é de R$ 3 a cada 100 kWh. E no segundo patamar da bandeira vermelha, a cobrança é de R$ 5 a cada 100 kWh.

A TR Soluções, empresa especializada em tarifas de energia, prevê que a bandeira vermelha no patamar 2 permaneça nas contas de luz até novembro, durante todo o período seco. A projeção da companhia é que a bandeira só volte para o nível amarelo em dezembro.

Impacto na inflação
A adoção da bandeira vermelha 2 terá impacto relevante na inflação. Nos cálculos dos economistas consultados pela reportagem, esse encarecimento significa um impacto de 0,28 a 0,33 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Surpreendido pela decisão da Aneel, Fábio Romão, da LCA Consultores, por exemplo, elevou sua previsão para o IPCA de junho de 0,47% para 0,58%. Ele esperava a bandeira vermelha para o custo da energia, mas no nível 1, e não no patamar 2.

Reajustes
Antes do sistema de bandeiras tarifárias, o custo da energia era repassado às tarifas uma vez por ano, no reajuste anual de cada empresa. Como as distribuidoras bancavam esse custo ao longo do ano, quando o gasto era repassado para a conta de luz, havia incidência da taxa Selic.

Agora, esse custo é cobrado mensalmente e permite ao consumidor adaptar seu consumo e evitar sustos. A Aneel deve anunciar a bandeira tarifária que vai vigorar em julho no dia 29/6.

Fonte: Diário do Nordeste

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Gasolina custaria menos se Petrobras cobrasse valor pelo petróleo nacional

Cerca de 80% do combustível consumido no Brasil é feito com petróleo nacional, enquanto só 20% são importados. Mas por que, então, os preços no país dispararam com a alta no mercado internacional, como se todo nosso petróleo fosse importado?

Se a Petrobras considerasse apenas os custos nacionais de produção, poderia vender gasolina e diesel por um preço bem abaixo do atual, segundo analistas. Ainda assim, a empresa conseguiria lucrar e não teria risco de quebrar.

No entanto, reduzir os preços dos combustíveis para todos os brasileiros – e não apenas para os caminhoneiros – dependeria basicamente de uma decisão de Estado, com a Petrobras assumindo efetivamente o papel de companhia estatal, com gestão eficiente e transparente. Trata-se de uma mudança radical em relação ao modelo econômico neoliberal vigente na empresa hoje.

Petrobras usa o valor do petróleo internacional
O custo da produção nacional é estimado em US$ 30 a US$ 40 o barril, mas a empresa usa como referência o petróleo internacional, que está custando cerca de US$ 80 por barril. Com isso, busca ter o maior lucro possível e agradar aos investidores privados, visto que é uma companhia de capital aberto, e não 100% estatal.

A saída para a Petrobras vender combustível mais barato, dizem os analistas, também inclui um uso maior de suas refinarias, que hoje operam com dois terços de sua capacidade. Embora o país seja autossuficiente em petróleo, quase 20% dos combustíveis consumidos no país são importados.

Desta forma, as decisões da Petrobras seriam orientadas em nome do interesse coletivo, e não apenas baseadas em critérios econômico-financeiros. Mesmo atuando desta forma, a empresa conseguiria se sustentar no azul, se algumas regras fossem seguidas.

Veja a seguir as explicações dos especialistas que defendem um formato alternativo de gestão da estatal para minimizar os impactos da alta do petróleo sobre a população.

Petrobras atende a três grupos em conflito
Antes de iniciar a discussão sobre qual poderia ser o modelo de gestão da Petrobras, é preciso conhecer e compreender os interesses dos grupos que são diretamente afetados pelas decisões tomadas pela companhia.
  • Acionistas
A Petrobras possui mais de 600 mil acionistas, entre pessoas físicas, grandes investidores estrangeiros e fundos de investimentos. Suas ações são negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e na Bolsa de Nova York (NYSE) sob a forma de ADRs (recibos de ações).

O governo federal é o controlador da companhia, detentor de 63,5% das ações ordinárias (ON, com direito a voto) e de 23,3% das ações preferenciais (PN, sem direito a voto).

"O acionista está interessado simplesmente no lucro. Ele quer que a empresa produza pelo menor custo possível para gerar o maior lucro possível", afirma o professor Ildo Sauer, vice-diretor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP) e ex-diretor da Área de Gás e Energia da Petrobras.
  • Consumidores de combustível
Donos de automóveis, motos, caminhões e as frotas públicas e privadas de ônibus e carretas são os principais consumidores de combustíveis da Petrobras e foram atingidos em cheio pela política de paridade internacional dos preços, adotada pela companhia em outubro de 2016.

A partir de julho de 2017, os ajustes nos preços da gasolina e do diesel passaram a ser diários, provocando impacto ainda maiores sobre os consumidores.

"A decisão da Petrobras de praticar a paridade internacional desencadeou uma série de efeitos sobre a economia brasileira, afetando diretamente os consumidores e também setores da indústria que utilizam os derivados de petróleo para produzir", afirma Cloviomar Cararine, técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e assessor técnico da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
  • População em geral
Mesmo aquelas pessoas que não possuem automóvel são afetadas pela política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras. As oscilações nos preços dos combustíveis afetam a passagem de ônibus, o frete do transporte de mercadorias e, consequentemente, o preço final dos produtos e o poder de compra do trabalhador.

"No cerne desse conflito está a disputa sobre quais grupos ganham e quais perdem com a atual política de preços da Petrobras. Ao que tudo indica, a população acaba, literalmente, pagando a conta, já que os custos de produção acabam repassados ao preço final, com maior impacto sobre as camadas médias e mais pobres da sociedade", diz Cararine.

Como conciliar interesses tão diferentes?
Os especialistas afirmam que a administração da Petrobras nunca conseguirá atender plenamente aos interesses dos grupos afetados pela companhia. "O acionista sempre vai querer maximizar o lucro e o consumidor sempre vai querer o menor preço de combustível. A saída é buscar uma conciliação civilizada, que beneficie a população em geral", diz Ildo Sauer.

"O petróleo não pertence à Petrobras. Ele pertence à União e, portanto, ao povo. A prioridade no uso do petróleo e das riquezas geradas por ele deve ser dada aos mais fracos. Deve ser pensado um plano estrutural para a Petrobras com foco em justiça social", afirma o professor do IEE/USP.

Cloviomar Cararine, autor da Nota Técnica do Dieese "A escalada do preço dos combustíveis e as recentes escolhas da política do setor de petróleo" também defende que atuação da Petrobras seja voltada ao interesse coletivo, em vez de favorecer "os investidores estrangeiros e especuladores, que ganham com a livre flutuação de preços".

No documento, o técnico do Dieese e da FUP diz que é possível gerir empresas estatais de forma eficiente, sob a perspectiva do interesse público. "As empresas estatais diferem das privadas à medida que, pela natureza, deveriam tomar decisões orientadas pelo interesse coletivo e não apenas por critérios econômico-financeiros."

Conforme o estudo, experiências em países desenvolvidos mostram a viabilidade de diferentes tipos de gestão no setor público, com controle social, que possibilitam reduzir problemas relacionados à corrupção e à apropriação indevida das estatais por interesses privados.

Petrobras não deve se guiar por preços internacionais
Cloviomar Cararine defende que a Petrobras deveria desistir da política de paridade internacional nos preços dos combustíveis. Ele afirma que o país se tornou mais vulnerável aos choques dos preços do petróleo no mercado externo e às oscilações do câmbio, uma vez que o barril é cotado em dólar.

Além disso, a paridade de preços estimulou a entrada de importadores de combustíveis no mercado nacional. O Brasil passou a comprar mais combustíveis no exterior em vez de produzir internamente.

As refinarias da Petrobras possuem capacidade de refinar 2,4 milhões de barris/dia, mas estão utilizando apenas 68% da capacidade.

"A paridade favorece os importadores. Na prática, você está deixando de usar as refinarias aqui para gerar empregos no exterior", declarou o professor Ildo Sauer, do IEE/USP.

Preço deve ser baseado nos custos de extração e refino
"Se o Brasil tem grandes reservas e consegue, hoje, extrair maior quantidade de barris do que o total do consumo nacional, por que o petróleo tem que ser vendido a um preço tão mais alto do que o custo de produção?", questiona o técnico do Dieese.

Segundo ele, a Petrobras deveria levar em consideração outros fatores para definir os preços dos combustíveis, como o volume de extração de petróleo no Brasil, a capacidade de refino no país e, especialmente, os custos dessas duas atividades.

Dessa forma, o preço do combustível ao consumidor seria determinado principalmente pelo custo de produção da Petrobras mais uma margem de lucro. Apenas uma pequena parte do preço teria sua composição baseada no valor internacional, correspondente à parcela de óleo importado.

Dados disponíveis no balanço anual da Petrobras mostram que o custo médio de extração de petróleo da empresa foi de US$ 20,48 (R$ 65,20) por barril em 2017. Esse valor já inclui a chamada participação governamental (royalties e participação especial) sobre a exploração de petróleo, mas não inclui outros impostos.

Já o preço médio de venda do óleo bruto às refinarias praticado pela estatal no ano passado foi de US$ 50,48 (R$ 161,03) por barril. E o custo médio de refino (transformação de petróleo em combustíveis e outros derivados) foi de US$ 2,90 (R$ 9,26) por barril.

Vale lembrar que o petróleo registrou forte valorização no início deste ano, alcançando a casa dos US$ 80 por barril. Em função da sua política de paridade, a Petrobras reajustou os preços da gasolina e do diesel em mais de 50% neste ano.

Petrobras poderia vender barril por US$ 40 em vez de US$ 80
Cararine, do Dieese, afirma que é difícil estimar qual seria o preço de equilíbrio que permitiria à Petrobras vender petróleo às refinarias e continuar lucrativa. "Trata-se de um campo nebuloso. É um segredo da companhia. Mas é um número importante para o governo, tendo em vista que o setor é estratégico para o país, com grande impacto sobre a economia."

O professor Ildo Sauer, do IEE/USP, arriscou um palpite. Ele estimou um preço de equilíbrio entre US$ 30 e US$ 40 por barril. "Esse seria o valor que permitiria a companhia pagar seus custos de produção, os impostos e ainda obter uma margem de lucro satisfatória para os acionistas e para manter a empresa saudável."

Embora o provável preço de equilíbrio (US$ 40) seja metade do valor do barril no mercado (US$ 80), os especialistas explicam que não é possível afirmar que os preços da gasolina e do diesel  cairiam pela metade para o consumidor final porque há outras variáveis que interferem na conta, como impostos e royalties. Mas certamente os preços seriam menores que os atuais.

Autossuficiência em petróleo precisa ser aproveitada
O Brasil produziu 2,6 milhões de barris de petróleo por dia no mês de abril, volume mais do que suficiente para atender o consumo doméstico de derivados, que foi de 2,2 milhões de barris por dia. No entanto, as refinarias brasileiras processaram apenas 1,6 milhão de barris por dia no período.

"Mesmo produzindo 400 mil barris de petróleo a mais do que o necessário para atender o consumo nacional, o país importou cerca de 600 mil barris de derivados por dia. Isso aconteceu porque a Petrobras aumentou a exportação de petróleo cru e, ao mesmo tempo, reduziu a utilização de suas refinarias. Além disso, parte da produção de derivados foi direcionada para o mercado externo", afirma Cararine no estudo divulgado pelo Dieese.

Importação de petróleo e derivados deve ser mínima
O especialista do Dieese explicou que, para que o preço do combustível baixe para o consumidor, é importante que a importação de petróleo e derivados seja reduzida ao mínimo necessário.

Mesmo sendo autossuficiente, a Petrobras ainda necessita importar óleo leve para misturar ao óleo pesado produzido no país para obter melhores resultados no processo de refino.

A tendência é que as importações de óleo leve diminuam conforme a produção do pré-sal aumentar, uma vez que o óleo proveniente dessa área é de melhor qualidade.

"Se o preço interno for reduzido, mas a importação de óleo e derivados continuar elevada, vamos repetir erros do passado, quando a Petrobras tinha prejuízo porque comprava combustível a preço de mercado e revendia a um valor mais baixo aqui", diz Cararine.

Lucro viria principalmente da exportação
A produção de petróleo no Brasil hoje, de 2,6 milhões de barris por dia é apenas ligeiramente maior que o consumo nacional de combustíveis e derivados, equivalente a 2,4 milhões de barris por dia.

Com o crescimento da exploração das reservas gigantes do pré-sal da Bacia de Santos, a produção nacional deverá alcançar 4 milhões de barris por dia até 2020.

"Mesmo que o país volte a crescer em ritmo acelerado nos próximos anos, a demanda nacional não deve superar 3 milhões de barris por dia. Ou seja, teremos um excedente de 1 milhão de barris por dia", afirma Cararine.

Segundo o especialista, a Petrobras seguiria a lógica das grandes estatais de petróleo do Oriente Médio, que obtêm a maior parte do seu lucro com as exportações.

"Esse excedente do pré-sal poderá ser vendido pela Petrobras no exterior a preço de mercado, gerando lucro para a companhia. Internamente, o preço do combustível não precisará ser subsidiado pela empresa, nem pelo governo. Ele será baseado no custo de produção e refino, mais uma margem de lucro que garanta a saúde financeira da empresa e não onere demais o consumidor."

Acionistas questionariam qualquer perda
Uma eventual mudança no modelo de gestão da Petrobras certamente não agradaria a todos os grupos que são afetados diretamente pela companhia. O principal questionamento partiria dos acionistas, que veriam a margem de lucro diminuir.

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, defende que o petróleo é uma commodity, ou seja, uma matéria-prima básica com preço definido internacionalmente. Dessa forma, a Petrobras deve definir sua política de preços com base na cotação de mercado.

"A Petrobras é uma companhia de capital aberto, com ações listadas em Bolsa no Brasil e no exterior. Portanto, ela tem que seguir a lógica empresarial. Se o governo mandar a empresa vender combustível mais barato aqui, ela vai ter prejuízo. O certo seria ela exportar o petróleo, aproveitando o preço maior lá fora", afirma Pires.

"Agora, se a Petrobras fosse 100% estatal, como a PDVSA (estatal de petróleo da Venezuela), o governo poderia fazer o que bem entendesse", diz o diretor do CBIE.

Para ele, qualquer proposta do governo que cause mudanças na política de preços da Petrobras representaria a volta da interferência política na gestão da estatal, o que geraria reações negativas entre os acionistas.

"Não podemos esquecer que a Petrobras foi processada por investidores nos Estados Unidos por causa dos prejuízos provocados pela má gestão durante o governo de Dilma Rousseff e pela corrupção descoberta na Operação Lava-Jato", diz Pires.

Corte de impostos sobre o diesel pune população
Os especialistas alertam que a decisão tomada pelo governo, de reduzir a carga de impostos sobre o diesel para conceder desconto aos caminhoneiros, provocará impactos sobre o restante da população.

"A população vai sair perdendo. O corte nos impostos sobre o diesel terá um impacto de R$ 13,5 bilhões na arrecadação deste ano. Para fechar a conta, o governo terá necessariamente que aumentar outros impostos ou reduzir o gasto em áreas como educação e saúde", afirma o professor Jaci Leite, coordenador do curso de Negociação da FGV Educação Executiva.

"Uma eventual redução dos preços dos combustíveis via diminuição de impostos implica, necessariamente, renúncia fiscal. Se não houver uma mudança na política do setor de petróleo no Brasil que transforme, de forma mais estrutural, a dinâmica de preços, os cortes na Cide (Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico), no PIS/Cofins ou no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) resultarão em medidas paliativas. É um custo que novamente será pago pela população", declarou Cararine no estudo divulgado pelo Dieese.

Petrobras diz que política de preços será mantida
A direção da Petrobras e o presidente Michel Temer têm dito várias vezes ao longo da última semana que a política de preços da companhia será mantida.

Fonte: UOL

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Aeroporto de Juazeiro do Norte recebe combustível após 7 dias com voos cancelados

O aeroporto de Juazeiro do Norte recebeu abastecimento de combustível nesta quinta-feira (31). O aeroporto foi um dos primeiros terminais afetados pela crise de abastecimento em consequência da paralisação dos caminhoneiros. Houve cancelamento de voos desde a quinta-feira anterior (24).

O Aeroporto de Fortaleza também recebeu carregamento. De acordo com a Fraport, empresa que administra o terminal, 18 carretas de combustível chegaram ao local na noite desta quarta. "Com este reabastecimento, as operações do aeroporto estão acontecendo normalmente", diz a Fraport, em nota.

Caminhões-tanque chegaram ao Aeroporto Orlando Bezerra, em Juazeiro do Norte, no início da tarde desta quinta, e os voos devem ser normalizados nos próximos dias.

Antes do abastecimento em Juazeiro do Norte, só decolavam as aeronaves que chegavam ao município com combustível suficiente para viajar ao próximo destino.

Com a falta de combustível, a Azul Linhas Aéreas, uma das companhias que opera no terminal, estava remanejando voos e concentrando passageiros de várias frequências em um único voo.

Paralisação de caminhoneiros
Durante 11 dias, caminhoneiros fecharam vários pontos das rodovias federais no Ceará, impedindo o transporte de cargas no país. Os profissionais aderiram a uma greve exigindo a redução do preço do diesel, que quase dobrou desde 2016.

Um caminhoneiro afirmou ao G1 que o custo médio de uma viagem no Brasil subiu, em média, R$ 1,4 mil, em decorrência da alta do diesel.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o último ponto de bloqueio que havia no Ceará, foi desfeito pelos caminhoneiros na manhã desta quinta. Eles se concentravam no quilômetro 215 da BR-116, na cidade de Tabuleiro do Norte.

Fonte: G1 CE

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Para reduzir preço do diesel, Temer corta verbas no SUS e na educação

Para compensar o subsídio de R$ 9,6 bilhões à redução do preço do diesel e a redução de tributos incidentes sobre o combustível, o governo tomou medidas que, na prática, elevarão a arrecadação de impostos de exportadores, indústria de refrigerantes e indústria química.

Ainda foram reduzidos recursos, por exemplo, para programas ligados às áreas de saúde e educação.

Ao lado da aprovação da reoneração da folha de pagamento, que já foi votada na Câmara, as medidas permitirão um ganho de R$ 4 bilhões, o que compensará as medidas que reduzirão a tributação do diesel: a isenção da Cide e a redução de R$ 0,11 do PIS/ Cofins.

O governo ainda cancelou R$ 3,4 bilhões em despesas do Orçamento deste ano como forma de compensar os R$ 9,5 bilhões do programa que foi criado para subsidiar uma redução maior no preço do combustível.

As medidas foram publicadas nesta quarta-feira (30) em edição extra do Diário Oficial da União.

O Reintegra devolvia 2% do valor exportado em produtos manufaturados através de créditos de PIS/ Cofins. Esse percentual foi reduzido para 0,1%, o que gerará recursos de R$ 2,27 bilhões até o final do ano.

A redução da alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre concentrados de refrigerantes de 20% para 4% permitirá um ganho de R$ 740 milhões até o final do ano. Isso porque os fabricantes gerarão menos créditos para abaterem impostos. 

A alteração da tributação de um programa para a indústria química, o Regime Especial da Indústria Química, aumentará receitas em R$ 170 milhões.

Quando a empresa importava, pagava 5,6% de PIS/ Cofins e recebia um crédito de 9,25%. Essa "sobra" de 3,65%, que era usada para abatimento de outros impostos, foi extinta. 

No caso da reoneração da folha de pagamento, que segundo o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, isentará um número menor de setores do que o aprovado na Câmara, o ganho até o final do ano será de R$ 830 milhões. 

O projeto de lei aprovado na Câmara previa que 28 setores estariam isentos da reoneração da folha. Mas o presidente Michel Temer vetou 11 desses setores, o que deixou 17 com isenção.

Entre os que mantiveram o benefício estão calçados, construção civil, fabricação de veículos, transporte rodoviário e indústria têxtil, entre outras. 

De acordo com o secretário da Receita, a escolha dos benefícios a serem retirados foi feita com base na distorção que geram no sistema tributário.

"Os gastos tributários no Brasil são elevados, fora do padrão mundial", afirmou Rachid, se referindo aos benefícios que diversos setores possuem no pagamento de tributos. "Escolhemos os incentivos que geram alguma distorção", completou.

Segundo ele, no caso da taxação de concentrados usados na fabricação de refrigerantes, por exemplo, há a geração de créditos em volume superior ao imposto devido em si, devido aos benefícios vigentes na Zona Franca de Manaus.

"Já foi identificado que algumas empresas usam esse excesso de crédito em refrigerantes para compensar em cerveja, por exemplo", disse Rachid. "Muitos contribuintes pagam para poucos serem beneficiados".

Em 2019, o aumento de arrecadação com essas medidas será de cerca de R$ 16 bilhões.

Corte de programas
O governo ainda anunciou um corte de despesas de R$ 3,4 bilhões para compensar o programa de subsídios ao diesel.

Os programas de transporte terrestre do Ministério dos Transportes, por exemplo, que envolvem adequação e construção de 40 obras, perderam R$ 368,9 milhões em recursos.

Ainda foram reduzidos recursos, por exemplo, para programas como prevenção e repressão ao tráfico de drogas (R$ 4,1 milhões), concessão de bolsas de um programa de estímulo ao fortalecimento de instituições de ensino superior (R$ 55,1 milhões), policiamento ostensivo e rodovias e estradas federais (R$ 1,5 milhões) e fortalecimento do sistema único de saúde, com R$ 135 milhões.

Ao mesmo tempo, foram criados recursos para o programa "operações de garantia da lei e da ordem", com o objetivo de desobstruir estradas, no valor de R$ 80 milhões. 

Entenda 
As mudanças tributárias e o corte das despesas anunciado nesta quinta-feira (31) fazem parte das ações do governo para compensar as perdas orçamentárias causadas pela redução no preço do óleo diesel.

Pelo acordo fechado com caminhoneiros grevistas, o governo se comprometeu a baixar o preço do litro do diesel em R$ 0,46 na refinaria. O valor ficará congelado por 60 dias. O impacto total da medida é estimado em R$ 13,5 bilhões.

Do desconto total, R$ 0,16 serão alcançados com isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e uma redução de PIS/Cofins sobre o diesel, o que deve provocar um impacto de R$ 4 bilhões. 

Uma parte pequena desse valor será absorvida com recursos provenientes da aprovação da reoneração da folha de pagamentos de diversos setores da economia.

O restante será manejado com retirada de benefícios fiscais, segundo afirmou o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.

Os R$ 0,30 restantes serão cobertos por um programa de subvenção, com custo de R$ 9,5 bilhões.

Para compensar esse subsídio, o governo já conta com R$ 5,7 bilhões em excesso de arrecadação do governo federal.

Para fechar a conta, o governo ainda precisou encontrar meios para compensar o rombo restante. Essa é a parcela que levou o Ministério da Fazenda a anunciar o cancelamento das despesas.

Competitividade
Associações empresariais ouvidas pela Folha dizem que as alterações nos programas de incentivo às companhias brasileiras podem levar a perda de competitividade internacional e aumento de custos.

Em nota, Júlio Talon, presidente do Fórum de Competitividade das Exportações  da CNI (Confederação Nacional da Indústria), disse que a não renovação do Reintegra coloca em risco o crescimento das exportações brasileiras e do Produto Interno Bruto.

A confederação afirma que o Reintegra não é uma desoneração. Em vez disso, é uma restituição de impostos indiretos que são cobrados na cadeia produtiva da indústria exportadora, que deveria ter imunidade tributária.

"Na prática, o programa corrige uma anomalia do sistema tributário nacional, que mantém impostos em cascata e eleva o custo dos bens produzidos no Brasil. A Constituição garante a imunidade tributária das exportações."

Na nota, Talon diz que Os exportadores brasileiros fizeram seu planejamento tributário e de investimento com base na restituição desses resíduos tributários. 

Fernando Figueiredo, presidente da Abiquim (associação da indústria química), diz que as alterações no Regime Especial da Indústria do setor, que garantia menor tributação na compra de insumos, acarretará a perda de competitividade da indústria nacional e aumento de preços para consumidores.

Figueiredo diz que, desde sua criação, em 2013, o regime previa reduções graduais no benefício. Conforme a tributação sobre o setor aumentava, companhias internacionais ganhavam mais espaço no mercado brasileiro, diz.

"Durante certo tempo, ficou mais fácil competir com importados e a indústria brasileira tinha mais de 70% do mercado. Hoje, importados são 38%."

Fonte: Folha.com

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DECON discute reajuste de preços nos combustíveis no Crato

O coordenador do Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (DECON) do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) na Comarca de Crato, promotor de Justiça Thiago Marques Vieira, realizará, no dia 05 de junho de 2018, às 09h, uma audiência pública acerca do reajuste de preços nos combustíveis realizado pelos postos daquela cidade. A reunião será no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, na avenida Perimetral Dom Francisco, 380 – bairro Pinto Madeira, Crato.

A audiência visa apurar se o repasse ao consumidor é razoável e proporcional aos sucessivos reajustes autorizados pela Petrobras em decorrência da nova política de preços anunciada pelo governo federal em 30 de junho de 2017. Foram notificados a participar do ato público, sem prejuízo da participação de outros interessados, todos os proprietários de postos de combustíveis da cidade de Crato, cuja presença à audiência, para todos os efeitos é obrigatória, sob pena de responsabilização cível, administrativa e ou criminal, conforme o caso.

O promotor de Justiça ou pessoa por ele indicada, fará a abertura do ato, com a apresentação das questões a serem examinadas e das regras da audiência. Na sequência, serão convidados a fazer o uso da palavra, representantes de órgãos e instituições presentes à mesa, pelo prazo de até 15 minutos, seguidos dos demais presentes à audiência pública, que poderão se manifestar oralmente da tribuna por até cinco minutos, conforme inscrições, facultada à mesa diretora a adequação necessária para a boa dinâmica dos debates.

As inscrições para manifestação deverão ser feitas preferencialmente por meio eletrônico, através do e-mail prom.crato@mpce.mp.br, devendo na mensagem serem informados nome completo do inscrito, entidade representativa e telefone de contato. Da audiência pública será elaborada ata circunstanciada, no prazo máximo de 30 dias, a contar da sua realização, devendo constar o encaminhamento que será dado ao tema, se for o caso, e ficará disponível para consulta na Promotoria de Justiça.

Assessoria de Imprensa/MPCE

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Com estes 7 truques psicológicos todo mundo vai gostar de você rapidinho

1 – Banque o espelho
Imitar os gestos de uma pessoa – sutilmente, por favor – quando você conversa com ela pela primeira vez é algo que faz com que ela vá com a sua cara, sabia? Conhecido como “efeito camaleão”, o ato de copiar gestos e expressões faciais de alguém faz com que esse indivíduo se sinta inconscientemente inclinado a gostar de você.

2 – Sabe aquela história de que “quem não é visto, não é lembrado”? Então...
Um estudo antigo comprovou que universitários que viviam em acomodações estudantis eram mais amigos entre si em relação aos que ainda moravam com suas famílias. A explicação é bastante óbvia, e basicamente tem relação com o fato de que, quanto maior a convivência, maiores são as chances de as pessoas desenvolverem uma boa relação.

O convívio mais intenso faz com que as pessoas compartilhem experiências significativas, que vão estreitando os laços que criam boas relações e solidificam amizades. Esteja presente, portanto!

3 – Fale de outras pessoas de maneira simpática
Quando você fala bem de outra pessoa e faz elogios a ela, seu interlocutor vai ouvir esses elogios como se eles fossem características que descrevem você. Segundo Gretchen Rubin, autora e pesquisadora, o que falamos sobre as outras pessoas influencia muito a forma como somos vistos. Por isso, ao dizer que um indivíduo é divertido, por exemplo, você acaba sendo visto como divertido também

4 – Tenha bom humor
Já é comprovado: sentimos, ainda que de forma inconsciente, as emoções daqueles que estão ao nosso redor. Seguindo essa lógica, se você quiser que alguém fique feliz ao seu lado e se sinta bem com a sua companhia, esteja de bom humor perto dessa pessoa.

5 – Repare nos amigos em comum
Duas pessoas tendem a gostar mais umas das outras quando têm amigos em comum e, em tempos de redes sociais, nada melhor do que comprovar isso com a ajudazinha do Facebook – foi essa a estratégia deste estudo, que revelou que as pessoas aceitam mais os convites de amizade de estranhos quando percebem que têm amigos em comum.

Em termos numéricos é assim: 20% de chance de aceitar o convite de um estranho e 80% de chance de aceitar o convite de um estranho com quem temos amigos em comum.

6 – Demonstre competência
Já é comprovado que as pessoas tendem a fazer um bom julgamento de quem consideram competente. Além do mais, mostrar-se como uma pessoa amigável e não competitiva é algo que conta pontos – quando percebem isso, tendem a gostar mais da pessoa. Quando percebemos esses três aspectos – competência, ser amigável e não ser competitivo – em uma pessoa, tendemos a confiar e a gostar dela.

7 – Mostre seus defeitos
Se você é do tipo que, ao cometer um erro, assume o que fez e não tem medo de deixar que alguns defeitos sejam expostos, pode comemorar, afinal esse é um gesto muito bem-visto em relações sociais. Revelar suas imperfeições aos poucos, com calma, é uma forma de se mostrar mais humano e de fazer com que os outros confiem em você.

Fonte: Mega Curioso

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Ação do MPCE acusa ex-vereadora e ex-secretária de Nova Olinda por ato de improbidade administrativa

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) ajuizou, no dia 09, uma Ação Civil Pública pela prática de ato de improbidade administrativa em desfavor da ex-vereadora Rita Maria de Luna Albuquerque; da ex-secretária de Educação Vanda Lúcia Sampaio de Oliveira; e do servidor público José Allyson dos Santos Silva. A ação requer a condenação dos requeridos nas penas compatíveis previstas no artigo 12, I, da Lei n. 8.429/92, em razão da prática de ato de improbidade administrativa que importaram em enriquecimento ilícito.

Para tanto, o representante do MPCE pede, na inicial, a perda dos bens acrescidos ilicitamente ao patrimônio de Rita Maria de Luna Albuquerque, ou seja, toda remuneração percebida em razão do exercício do cargo de vereador de 2004 até 2016, devidamente corrigidos monetariamente e acrescidos dos juros de mora – o que totaliza R$ 743.660,38. Em valores atualizados até 01/04/2018, até a data do efetivo pagamento, cujo valor será liquidado ao longo do presente feito ou, subsidiariamente, de qualquer outro cargo público, seja o de professora ou de agente administrativo, ilegalmente recebido.

Solidariamente, a ação do MPCE pede a condenação de Vanda Lúcia Sampaio de Oliveira e José Allyson dos Santos Silva no ressarcimento integralmente do dano causado ao patrimônio público, consistente na devolução aos cofres de toda remuneração percebida em razão do exercício do cargo ilegalmente acumulado pela demandada Rita Luna, a partir de 19/09/2013, quando expressamente se recusou a fazer o desligamento da servidora, tudo devidamente corrigido monetariamente e acrescido dos juros de mora, até a data do efetivo pagamento.

Caso os pedidos sejam deferidos, a condenação também implica na perda de eventual função pública; na suspensão dos direitos políticos, pelo prazo de oito a dez anos; pagamento de multa civil de até três vezes o valor do enriquecimento ilícito mencionado, acima, correspondendo nesse momento inicial ao montante de R$ 2.230.981,14; na proibição de contratar (inclusive convênios) com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócia majoritária, pelo prazo de dez anos.

Assessoria de Imprensa/MPCE

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Estudo sugere que beber café pode ser mais benéfico do que você pensa

Existem diversos estudos mostrando que o café pode ser benéfico para a sua saúde a longo prazo, reduzindo o risco de diabetes tipo II, mal de Alzheimer e de Parkinson. De acordo com um meta-estudo recente, o café também pode reduzir o risco de danos no fígado causados pelo álcool.

O estudo foi conduzido por cientistas da Universidade de Southampton (Reino Unido). Não é um ensaio clínico: em vez disso, os pesquisadores agruparam resultados de nove estudos anteriores que acompanharam a incidência de cirrose hepática e o consumo de cafeína.

No total, 432.133 participantes contribuíram para os estudos, através de um amplo espectro demográfico.

A cirrose hepática mata mais de um milhão de pessoas no mundo a cada ano. Ela é causada pelo consumo excessivo de álcool a longo prazo, e também provocada por infecções de hepatite, doenças imunológicas, e até mesmo obesidade ou diabetes.

Os resultados do meta-estudo demonstram que o café tem um efeito protetor significativo. A análise mostra que, ao consumir duas xícaras a mais de café por dia, o risco de cirrose hepática é reduzido pela metade – incluindo cirrose alcoólica. A taxa de mortalidade também caiu pela metade.

As estatísticas ficam melhores quanto mais café você consome: quatro xícaras por dia reduzem o risco de cirrose hepática em 65%.

Dada a composição química complexa de café, é difícil dizer exatamente como a cafeína está protegendo o fígado. Este é também apenas um meta-estudo: embora a análise pareça robusta, controlar vieses e variáveis ​​em uma amostra tão grande, espalhada por um período entre 1980 e 2010, ainda não é uma ciência perfeita.

Fonte: Giozmodo (Alimentary Pharmacology and Therapeutics via Reuters)

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Concurso da Prefeitura de Milagres tem 457 vagas e salários de até R$ 8 mil

Estão abertas as inscrições para o concurso público da Prefeitura Municipal de Milagres  com 457 vagas, sendo 154 vagas para convocação imediata e outras 303 para cadastro de reserva. Os salários oscilam entre R$ 954 e R$ 8 mil, com jornada de trabalho de até 40 horas semanais.

Há vagas para candidatos de nível fundamental, médio e superior. A seleção inclui funções como merendeira, motorista, vigilante, porteiro, técnico em enfermagem, agente de saúde, psicólogo, advogado, médico, dentista, professores em diversas áreas, dentre outros profissionais.

As inscrições acontecem entre 15 de junho e 3 de julho, por meio do site da organizadora. Os valores para nível fundamental é de R$ 80, para nível médio é de R$ 100, e para nível superior, de R$ 150.

As provas estão previstas para o dia 29 de julho e consistirá de provas objetivas e prática de títulos para os cargos que assim exigirem.


Fonte: G1 CE

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Senado aprova projeto que aumenta impostos para 28 setores da economia

O Senado aprovou nesta terça-feira o projeto que reonera a folha de pagamento de 28 setores da economia ainda em 2018 e também zera até o fim do ano as alíquotas do PIS/Cofins sobre o diesel, isenção que deve ser vetada pelo presidente Michel Temer.

A aprovação da proposta sem alterações em relação ao texto votado pela Câmara dos Deputados faz parte de acordo fechado com Temer e sua equipe econômica, segundo o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). O Planalto definirá outras fontes para bancar o compromisso fechado com caminhoneiros de reduzir o preço do litro do óleo diesel em 0,46 real. 

Fonte: UOL (Com Reuters)

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Essa mulher pode morrer se beijar o marido. Que doença é essa?

Johanna Watkins tem uma alergia tão grave e rara que não pode sequer estar no mesmo ambiente que seu marido Scott. E um simples beijo pode matá-la, segundo informações da rede britânica BBC. Ela sofre de uma condição chamada síndrome de ativação de mastócitos, o que significa que seu sistema imunológico recebe sinais errados sobre como reagir às coisas que acontecem à sua volta. Isso pode desencadear uma reação alérgica generalizada (anafilática) a praticamente tudo – à maioria das comidas, quase tudo que é químico, poeira, os mais variados aromas e até mesmo a Scott.

“Quando o conheci, eu tinha uma série de alergias que sempre tive por anos e com as quais já estava acostumada, para mim eram normais. Tinha dores de cabeça constantes, manchas vermelhas estranhas na pele, pegava vírus diferentes e esquisitos. E fazia uma série de tratamentos, mas ainda trabalhava e vivia uma vida normal”, contou à BBC.

Entretanto, ao longo do tempo, os problemas foram piorando e cada vez que Scott se aproximava, Johanna começava a tossir sem parar. “Quando me aproximava dela, especialmente quando meu rosto se aproximava do dela, ela começava a tossir. E acontecia sempre. Quando eu me aproximava para beijá-la, ou mesmo quando eu só a abraçava, toda vez que eu chegava perto do rosto da minha esposa ocorriam essas reações”, contou Scott.

Johanna explica que não era só uma tossezinha. “Eu tossia a ponto de não conseguir respirar. Quando percebemos que não podíamos mais compartilhar uma vida juntos, foi extremamente traumático”, explicou.

Diagnóstico
Johanna é ex-professora e apesar de já conviver com a condição antes, só recebeu o diagnóstico da doença no ano passado, depois que os sintomas alérgicos pioraram bastante. Ela chegou a fazer diversos tratamentos, mas nenhum funcionou.

“Um dia Scott foi cortar o cabelo e voltou. Em dois minutos eu comecei a ficar mal e ele precisou sair. Nós esperamos uma semana, e ele tentou se aproximar de novo. Em dois minutos a reação começou novamente”, relatou ela.

“No início, a gente achava que era um cheiro, que talvez eu comia algum tipo de comida que causava alergia nela ou que interagia com algo no ambiente que causava algum tipo de reação e a prejudicava. E claro que eu nunca iria ficar no quarto e intencionalmente machucar Johanna, mas aí eu tentava de tudo. Tomava mais banhos, me limpava muito bem e o tempo inteiro, trocava de roupa… mas mesmo assim nada adiantava. E nós percebemos que ela não era alérgica a algo que eu trazia comigo, mas a algo que o meu corpo produzia o tempo todo. E nós não sabemos o que é isso.”, lembrou Scott.

Separados na mesma casa
Por causa do problema, o casal precisou mudar drasticamente seus hábitos. Hoje eles moram na mesma casa, mas a três andares de distância um do outro. Johanna passa seus dias isolada do mundo em um quarto que tem um filtro especial para o ar. As únicas pessoas que a veem de perto são seus irmãos.

Entre os cuidados  necessários está tomar um banho usando um sabonete especial antes de entrar na sala – o que eles só fazem após vestir roupas específicas e máscaras. Além disso, há uma proteção na porta para que não haja muita troca de ar com o ambiente exterior.

“Agora, no nível que está a doença, minha alergia responde a qualquer pessoa, com exceção dos meus irmãos, que cuidam de mim. Mas eles também têm de passar por um protocolo gigantesco para se livrar de todas as coisas de fora que poderiam ser sensíveis à minha alergia. Ainda assim tenho reações e fico mal. Mas não é como com qualquer outra pessoa. Com as outras pessoas eu realmente corro risco de morte.”, explica a jovem.

Dor e isolamento
Apesar do isolamento, a ex-professora acorda diariamente com muita dor. Para aliviar o físico e o psicológico, ela recorre à música.

“Cinco ou seis anos atrás eu amava estudar, era professora, adorava trabalhar. Mas aí quando não podia mais, entrei num período de luto. Para amenizar isso, hoje sempre começo meu dia ouvindo algumas músicas que separei numa playlist no YouTube para acalmar meu coração. Todas as manhãs eu acordo com muita dor e penso: ‘não, não posso suportar isso’. Mas aí eu ouço essas músicas e lembro de tantas coisas boas que Deus fez por mim… Isso me dá força para o resto do dia.”, disse.

Para ajudar a esposa de alguma forma, Scott cozinha todos os dias os dois únicos pratos que ela pode comer: acém com sal e cenoura orgânica e cordeio com chimichurri  e pepino orgânico. Ele também mudou seus próprios hábitos de alimentação para amenizar a condição dela. “Não como comidas muito apimentadas – assim não há riscos de contaminar alguma coisa quando estou preparando a refeição da Johanna.”, contou.

Ele também usa a criatividade na cozinha para variar um pouco a rotina alimentar restrita da mulher.  “Meu marido amavelmente corta o pepino em espirais como um macarrão para mim. Esse foi um prato que nós criamos baseado nas tantas alergias que tenho, o chamamos de ‘cordeiro de pepino’. E aí a gente alterna esses pratos todos os dias.”, relatou Johanna.

Na saúde e na doença
Apesar de todos os percalços e do sofrimento por terem que viver separados, o casal não pensa em se separar. “Essa é a nossa realidade, nós falamos sobre isso o tempo todo, não há nenhuma maneira fácil de lidar com esse problema. Nós sabemos que eu quero manter a Johanna saudável. E quando eu vou vê-la, isso compromete a saúde dela. Uma das formas com as quais eu consigo ajudá-la agora é não indo vê-la. Eu posso colocar a vida dela em perigo se eu for encontrá-la”, disse Scott.

“Espero que sim, rezo para que isso aconteça. É muito complicado. Quando nós casamos, prometemos um ao outro ficarmos juntos na saúde e na doença, e agora a gente está tentando descobrir como a gente pode se amar mais, se amar melhor. Estamos completamente comprometidos um com o outro e dispostos a esperar o tempo que for para encontrar uma solução. Eles não sabem o que é o problema, não sabem se vou melhorar.”, observou ela

Apesar da distância física, o casal tenta fazer algumas coisas juntos durante a semana, como combinar de assistir uma série ao mesmo tempo. Johanna fica em seu quarto e Scott no dele, três andares acima. Eles assistem aos episódios ao mesmo tempo e comentam as cenas pelo celular.

“Ainda posso falar com Scott no telefone, ainda consigo ver meus irmãos e ver os sacrifícios deles e dos meus amigos… Então mesmo a minha vida sendo difícil, não é nada comparada a de muitas outras pessoas. Essa doença me fez perceber que o mundo não sou só eu.”, afirmou a jovem.

Fonte: Veja.com

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Crise dos caminhoneiros revela um Bolsonaro oportunista e despreparado

A crise deflagrada pela paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil serviu para deixar claro que o deputado federal Jair Bolsonaro, o candidato do PSL à Presidência da República, é um líder despreparado, o que o torna ainda mais perigoso para a democracia brasileira.

Bolsonaro é, antes de tudo, um sintoma de dois anseios da sociedade. Por um lado, ele personifica o que muitos acreditam ser a solução para o problema da corrupção exposto em praça pública pela Operação Lava Jato – seria o homem capaz de “moralizar” a política.

Escapa a essa turma a noção de que o problema de corrupção no Brasil está muito mais relacionado a questões sistêmicas do que a escolhas individuais dos próprios políticos. Qualquer presidente eleito só vai governar se formar uma base aliada a partir de negociações com centenas de parlamentares de cerca de 25 partidos. Aí está o principal mecanismo a colocar a corrupção em marcha.

Escapa também ao julgamento desse pessoal que Bolsonaro sempre esteve à margem desse processo de alianças porque, ao contrário da maioria de seus colegas parlamentares, tem uma base eleitoral do tipo ideológica e era até aqui praticamente o único representante dos militares no Congresso.

Graças à propagação de suas ideias e à exclusividade como candidato da “família militar”, Bolsonaro conseguiu seis mandatos consecutivos sem precisar, por exemplo, vender votos para Eduardo Cunha para obter verba de campanha no pleito seguinte. Acreditar que a suposta incorruptibilidade de Bolsonaro proporcionará uma formação de alianças menos corrupta não é uma opção racional, é fé.

Por outro lado, Bolsonaro personifica a imagem do político linha-dura que poderá resolver o problema da violência no Brasil, o campeão mundial de homicídios. Aqui, a turma de apoiadores do deputado usa o mesmo tipo de “lógica” utilizada na questão da corrupção. Acredita-se que há soluções rápidas para a segurança pública que uma única pessoa ou carreira (no caso, os militares), pode promover. Ocorre que as soluções para a segurança são, em larga medida, contra-intuitivas.

Vejamos o caso da “guerra às drogas” no México, que tem paralelos com a intervenção federal decretada por Michel Temer no Rio de Janeiro. O governo mexicano envolveu os militares no combate ao narcotráfico em dezembro de 2006. Naquele momento, havia quatro grandes cartéis no país. Hoje há oito e mais 40 cartéis menores. A violência explodiu e 2017 foi o ano mais violento da história do México.

Bolsonaro foi contra a intervenção, não apenas porque, naquele momento, Temer, tentava roubar-lhe a pauta da segurança. Bolsonaro lamentava que, no Brasil, os militares não poderiam atirar contra suspeitos, como ocorria no Haiti, então a intervenção não daria certo. Ou seja, Bolsonaro queria mais força, justamente o que não funciona na segurança pública, que exige inteligência e engajamento com a sociedade.

O eleitor de Bolsonaro, assim, tem pressa, e quer soluções rápidas, para problemas complexos como a corrupção e a segurança. Ele odeia políticos, a política, mas quer alguém para aplacar seus anseios – um salvador da pátria.

A paralisação dos caminhoneiros tem paralelos com esse tipo de pensamento. O movimento teve início com uma pauta específica, mas ganhou a adesão de causas difusas. Como mostrou reportagem de Marina Rossi e André de Oliveira no jornal El País, há muita solidariedade aos motoristas, apesar dos indícios de que se trata ao menos parcialmente de um locaute (“greve” dos patrões), de que o Tesouro (e o cidadão, portanto) pagará a conta da demanda dos caminhoneiros, do desabastecimento e do negativo impacto econômico que o movimento legará ao país.

Alguns apoiam por ter pautas análogas e tão legítimas quanto a inicial dos caminhoneiros. Se estes protestaram por conta do preço do diesel, é fácil perceber a insatisfação diante dos valores da gasolina ou do botijão de gás, itens essenciais para segmentos significativos da população.

Outros apoiam porque a paralisação é um recado à classe política e ao governo Temer, visto como ilegítimo. É preciso lembrar que um dos grandes pontos deficitários da democracia brasileira são os impedimentos à participação popular nos rumos do país. O voto, sozinho, não serve para a população ser ouvida. Assim, muitos toleram os transtornos causados pela paralisação em nome do recado enviado aos políticos.

E o que fez Bolsonaro neste cenário? Preferiu jogar gasolina na fogueira e aderiu ao movimento. Fez diversas manifestações de apoio à paralisação e, na manhã de domingo, disse que revogaria qualquer multa, prisão ou confisco imposto aos caminhoneiros. Bolsonaro apostou no caos para, como escreveu Celso Rocha de Barros na Folha de S.Paulo, produzir desordem agora e vender ordem nas eleições de outubro. Em outras palavras, o candidato “patriótico” colocou sua candidatura à frente de qualquer outro interesse.

É óbvio que a classe política é de péssima qualidade e que o governo Temer é ilegítimo, mas como devastar a economia seria uma boa forma de resolver isso? A postura de Bolsonaro neste episódio revela seu total despreparo para liderar um país. Age como um arrivista, um aventureiro sem visão.

Nesta terça-feira, Bolsonaro fez uma inflexão e passou a dizer que o movimento está indo longe demais. “A paralisação precisa acabar, não interessa a mim, ao Brasil, o caos”, afirmou à Folha.

Curiosamente, mesmo ao adotar uma postura mais racional, o candidato demonstra seu despreparo, o que o torna ainda mais perigoso para a democracia. Bolsonaro mudou de posição em consonância com a fala pública do general da reserva Antônio Hamilton Martins Mourão, notório por defender um golpe de Estado quando ainda estava na ativa.

Mourão, que presidirá o Clube Militar e pretende ser uma espécie de patrono dos mais de 70 candidatos militares a apoiar Bolsonaro em outubro – se não resolver entrar na disputa ele próprio – criticou na noite de segunda-feira o movimento dos caminhoneiros e afirmou ser preciso garantir os serviços essenciais e evitar a instalação de uma situação caótica.

Trata-se, evidente, de um movimento coordenado no grupo bolsonarista. A jornalista Joice Hasselmann, conselheira de Bolsonaro e apontada até como sua vice, também mudou de postura nas últimas horas. Só não se sabe quem manda, se é Bolsonaro ou Mourão.

Despreparado para liderar e mal-assessorado, Bolsonaro tem sua popularidade calcada na ignorância geral de muitos a respeito das complexidades dos problemas do país. Ao mesmo tempo, o principal grupo político que o rodeia é o dos militares linha-dura que desejam retomar o controle do país. A ascensão de Bolsonaro necessariamente implicará em mais autoritarismo. Com ele, o futuro do Brasil é aterrador.

Por: José Antonio Lima

Fonte: Yahoo!

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Após 5 quedas consecutivas, Petrobras volta a aumentar preço da gasolina

A Petrobras anunciou que, com o reajuste que entrará em vigor na quinta-feira (31), o preço médio do litro da gasolina A sem tributo nas refinarias será de R$ 1,9671, com alta de 0,74% em relação à média atual de R$ 1,9526.

Congelado por 60 dias, o preço médio nacional do litro do diesel A permanece em R$ 2,1016.

Esses são os preços cobrados nas refinarias. Isso não significa necessariamente que as mudanças chegarão ao consumidor final na bomba. Os postos são livres para aplicar ou não o reajuste, e na porcentagem que desejarem.

Fonte: UOL

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