5 passos para uma vida longa - prevenindo o diabetes

Essas pequenas mudanças podem ajudar a proporcionar uma vida longa e a evitar o diabetes ou a se proteger dos seus piores efeitos.

O diabetes não para de aumentar – espantosos 350 milhões de pessoas sofrem da doença no mundo inteiro. Isso significa mais infartos, mais AVCs e uma expectativa de vida menor, mesmo que, fora o diabetes, a pessoa seja saudável. Coma direito, faça mais exercícios – o conselho é simples, mas às vezes difícil de seguir. O que os especialistas sugerem para ajudar?

1. Coma a salada junto
Quando comer pratos ricos em carboidratos (macarrão, batata ou arroz), sirva-se de salada também, e tempere-a com vinagre. Consumir 1,5 colher de sopa de vinagre pode baixar a glicemia em 42%, como mostrou um pequeno estudo em 2010.

2. Prepare corretamente o macarrão
Manter a capacidade das células de reagir à insulina é fundamental para evitar o diabetes, porque a insulina é o hormônio que tira açúcar do sangue. Eis um modo eficaz e saboroso de conseguir isso: refogue o macarrão em azeite extravirgem (e junte alguns legumes para completar). Numa pesquisa recente, essa abordagem aumentou substancialmente a sensibilidade à insulina em mulheres com sobrepeso. Os pesquisadores dizem que refogar em azeite os alimentos ricos em carboidratos ajuda a manter a glicemia estável. 

3. Mexa-se
Basta uma sessão de exercícios moderados para melhorar o controle do açúcar no organismo, como mostram novas pesquisas; surtos pequenos de atividade parecem ser tão eficazes quanto exercícios contínuos. (Passar horas sentado aumenta o risco de várias doenças, mesmo que, em outros momentos, você seja ativo.) Mexa-se pelo menos 30 a 45 minutos por dia. É possível aproveitar os minutos durante os anúncios da TV ou em outros momentos do dia, desde que se mexa intensamente. 

4. Imponha o blecaute
Se não consegue dormir 7 a 8 horas na maioria das noites, o risco de ter diabetes ou de piorá-lo aumenta entre 37% e 88%, conforme um estudo recente. Para dormir mais e melhor, fique no escuro, porque até um pouquinho de luz na hora de dormir retarda a produção de melatonina, hormônio que nos deixa com sono. Luzes de leitura e telas acesas bastam para despertar. Se quiser ler na cama, tente usar um par de óculos baratos com lentes cor de âmbar; eles bloqueiam as ondas de luz azul que são prejudiciais à melatonina. Vai usar o computador antes de dormir? Baixe programas gratuitos que filtram a luz azul, como F.lux (stereopsis.com/flux).

5. Troque as batatas por nozes
As batatas elevam a glicemia e, com o passar dos anos, têm grande probabilidade de engordar, como indicou um recente estudo. As nozes são ricas em gordura, mas, segundo os pesquisadores, beliscar algumas em vez de batatas fritas ajuda a emagrecer. E alguns estudos recentes mostraram que pistaches, amêndoas e amendoins têm um poder surpreendente de manter a glicemia estável.

Fonte: Seleções

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Região do Cariri contribui para redução de homicídios no Ceará

Dados estatísticos divulgados pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) indicam que durante o mês de fevereiro houve uma redução de 54,8% nos Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI) no Ceará. Em fevereiro de 2018 foram registrados 361 crimes contra a vida sendo que esse número caiu para 163 no mês passado.

Acompanhando os resultados positivos, a Área Integrada de Segurança 19 (AIS 19), que abrange 25 municípios da Região do Cariri, registrou uma redução de 42% no índice de homicídios. Em fevereiro de 2018 foram registrados 26 crimes dessa natureza, sendo que no mês passado esse número caiu para 15.

De acordo com o comandante do 2º BPM, Major Luciano Rodrigues de Oliveira, as forças de segurança estão unidas em prol da sociedade cearense. Na Região do Cariri, a Polícia Militar tem atuado diuturnamente para reduzir os índices criminais e promover uma cultura de paz. “Nosso objetivo maior é garantir a tranquilidade da população, combater a criminalidade e salvar vidas”, destaca o oficial.

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Levantamento aponta: Em pouco mais de 60 dias de governo, Bolsonaro deu 82 declarações falsas

Jair Bolsonaro tomou posse em cerimônia no Distrito Federal no dia 1º de janeiro de 2019. Desde então, o político do PSL deu 149 declarações“passíveis de checagem”, sendo 82 delas falsas ou com alguma distorção.

Os resultados fazem parte de levantamento feito pela equipe do Aos Fatos (confira o documento completo aqui)- especializada em mapeamento de redes sociais e meios de comunicação. Desde a última segunda-feira (11), a agência se compromete em publicar balanços frequentes sobre a veracidade das falas de Bolsonaro.

O nível de fake news em curto prazo chama a atenção.Jair Bolsonaro está no comando do Executivo brasileiro há pouco mais de 60 dias. A força-tarefa de Aos Fatos demonstra que nas dez primeiras semanas de mandato Bolsonaro disse, em média, uma informação equivocada por dia.  

Jair Bolsonaro deslizou principalmente no campo econômico. Ao menos em 15 vezes o presidente escorregou ou contou inverdades sobre assuntos como construção de rodovias e gasto público em educação.

Durante a corrida eleitoral, Bolsonaro foi questionado sobre conhecimento técnico de uma pasta vital para o funcionamento da máquina. Ele, no entanto, saiu pela tangente e citou o ministro da Economia, Paulo Guedes, como o “posto Ipiranga”. Uma espécie de expert no tema. Desde a posse, foram seis declarações falsas e outras nove sem precisão sobre economia.

Brasil livre de corrupção
O fim da roubalheira se tornou o emblema de campanha do político, que a cabo da Lava Jato, nomeou Sérgio Moro como ministro da Justiça.  Além de revelar que este foi um dos assuntos preferidos do presidente, o Aos Fatos considera a fala contraditória.

Acontece que pelo menos seis ministros do governo são investigados pela Justiça. Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil, admitiu ter recebido dinheiro de caixa 2 da JBS. À Rádio Gaúcha, ele confirmou ter levado R$ 100 mil reais em 2017.  

“Recebi sim. R$ 100 mil. Está nas minhas anotações. (recebi) através do Camardelli. Quero eximi-lo de qualquer responsabilidade. Ele prestou apenas um auxílio para que aquele recurso chegasse”, declarou.

O viés ideológico zanzou pelas redes sociais de Bolsonaro ao lado de ataques aos jornalistas. Recentemente, o presidente acusou a repórter Constança Rezende, de O Estado de São Paulo, de querer arruinar a vida do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e buscar o impeachment do presidente. Constança é filha de Chico Otávio, funcionário d’Globo também difamado pelo presidente. Ele está envolvido nas investigações jornalísticas sobre milícias e a execução de Marielle Franco.

A postagem de Jair Bolsonaro é falsa. O site Terça Livre registrou a informação, mas não informou que a declaração foi colhida sem contexto e em um diálogo entre a repórter e um jornalista francês.

Falando sobre ideologia, Bolsonaro lançou o balão de ensaio do kit gay e chegou a ser impedido por William Bonner, no Jornal Nacional, de mostrar um livro que, segundo ele, incentivava ideologia de gênero nas escolas. Mais uma vez, falso.

O presidente adota estratégia parecida com a de Donald Trump, a que disse admirar. Nos Estados Unidos, o mandatário norte-americano popularizou o termo fake news e adotou a perseguição ao trabalho de repórteres da CNN e do The New York Times.

Fonte: Hypeness

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IFCE Crato oferta curso de cultivo hidropônico

Estarão abertas de 18 a 23 de março as inscrições para um curso de hidroponia ofertado pelo campus de Crato do Instituto Federal do Ceará (IFCE). O curso é gratuito e, para se inscrever, é preciso ter ensino fundamental completo. As inscrições poderão ser feitas de 8h às 11h30, no Departamento de Ensino/Coordenação de Extensão do campus. São 35 vagas no total: 10 para a comunidade interna e 25 para a comunidade externa.

O curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) terá duração de 40 horas/aula e será realizado de 11 de abril a 9 de maio, todas as quintas-feiras, de 8h às 11h e de 13h às 17h, no próprio campus. A capacitação dá direito a certificado. A documentação necessária para a inscrição está disponível no edital, no site www.ifce.edu.br/crato.

Hidroponia
A hidroponia é um sistema de cultivo que utiliza uma solução nutritiva balanceada, com água e nutrientes, para promover o desenvolvimento da planta sem o uso do solo. A técnica pode ser utilizada para cultivar alface, morango e coentro, entre outros. Mas, para que o sistema funcione, é preciso adaptar técnicas e materiais para a temperatura da região do Cariri. Essas orientações serão passadas durante o curso.

O sistema é mais eficiente e econômico no uso de água, de fertilizantes e permite a colheita durante todo o ano, com o uso de estufas: "As vantagens são várias. A primeira é que grande parte das doenças que atingem as plantas estão presentes no solo e são facilmente transportadas entre as regiões. Como a hidroponia geralmente é em ambiente protegido, uma estufa, essas pragas não têm acesso às plantas. Outra vantagem é a redução dos gastos com água", explica o coordenador do projeto, o professor Cley Anderson Freitas.

Serviço:
Curso gratuito de Cultivo Hidropônico
Inscrições de 18 a 23 de março, de 8h às 11h30 no Departamento de Ensino/Coordenação de Extensão do IFCE campus Crato
Endereço: CE 292, km 15, Bairro Gizelia Pinheiro

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Semana Padre Cícero será aberta próximo dia 20, em Juazeiro do Norte

A Prefeitura de Juazeiro do Norte, na próxima quarta-feira, dia 20, depois da tradicional missa do Padre Cícero, na Capela do Socorro, às 6 da manhã, dará início, oficialmente, às comemorações dos 175 anos do fundador da cidade. A abertura da 37ª Semana Padre Cícero acontecerá no Memorial, a partir das 8h30, com musical, teatro e exposição.

À tarde, haverá missa na Capela do Socorro, às 15 e às 17h. À noite, sarau de poemas e show com Luciano Brayner, no Memorial.

Até o aniversário do Padim, no dia 24, a programação será extensa, incluindo serestas, a distribuição do caldo da Nair, meia maratona, a procissão das flores e o corte do bolo gigante, de 175 metros. No dia 23, à meia-noite, no Largo do Socorro, serão cantados os parabéns. Ao mesmo tempo, uma queima de fogos, na Colina do Horto, vai reforçar o canto de Jota Farias: "O Padre está vivo, ele não está morto".

De acordo com o Secretário de Turismo e Romaria, Júnior Feitosa, a Semana Padre Cícero está se consolidando no calendário de visitação dos romeiros. Além de virem cumprir os seus rituais de fé, eles têm buscado homenagear o sacerdote de outras formas, como participando do concurso do bolo mais bonito e criativo. Em 2018, o vencedor veio de Alagoas. Este ano, a competição será julgada pela Associação de Chefes de Cozinha do Cariri, mostrando a expertise na área gastronômica. "Entre os seresteiros, nós teremos Alagoanos. Eles pediram para cantar para o Padim", diz o titular da SETUR.

Ainda durante a Semana, será apresentado o novo Conselho Municipal de Turismo e Romaria de Juazeiro do Norte - COMTUR - com 20 membros, entre titulares e suplentes, formado por representantes do poder público e da sociedade civil, através da SEDEST, SEMASP, SEINFRA, SECULT, SETUR e dos setores de hospedagem, alimentos e bebidas, serviço de aprendizagem comercial, apoio a micro e pequenas empresas e de guias de turismo. "O COMTUR vai nos fazer mais assertivos", finaliza Júnior Feitosa.

Assessoria de Imprensa/PMJN

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Fábrica de mosaicos, em Barbalha, será um dos 16 museus orgânicos do Cariri

Um dos poucos produtores de ladrilhos hidráulicos do Ceará, Jaime Arnaldo Rodrigues, o Seu Jaime, de 76 anos, verá sua fábrica, instalada no quintal de sua casa, em Barbalha, se transformar em um museu. Através do projeto Museus Orgânicos dos Mestres de Cultura Tradicional do Cariri, idealizado pela Fundação Casa Grande e realizado pelo Sesc Ceará, a residência do artesão será um dos 16 espaços contemplados.

A informação foi confirmada pelo idealizador do projeto, Alemberg Quindins, um dos criadores da Fundação Casa Grande, em Nova Olinda. Porém, ainda não há data para sua inauguração. “Retorno ao Cariri em abril e vamos avaliar isso”, antecipa. Este será o primeiro museu orgânico em Barbalha.

A ideia é tornar a casa de Jaime um espaço de visitação, valorizando seu cotidiano. “Já é uma coisa natural vir ao Cariri para conhecer a cultura popular”, afirma Alemberg. Nestes espaços, os visitantes tem contato com o mestre da cultura, sua família e sua memória. Na sua residência, será desenvolvido um acervo vivo, onde é possível interagir e conhecer um pouco do seu trabalho.

Trajetória
O ladrilho hidráulico é um tipo de revestimento artesanal feito à base de cimento que era comum ser colocado nos pisos de praças e casas. Diferentemente da telha e do tijolo que são levados ao forno, a peça, depois de preparada, descansa por oito horas imerso em água. Um trabalho manual cansativo.

Este ofício, Jaime carrega desde os 17 anos quando começou na pequena fábrica de mosaicos que pertenceu ao senhor João Gonçalves, que ficava na Rua do Vidéo, em Barbalha. Após duas décadas como funcionário, o artesão viu o empreendimento falir.

Porém, Jaime seguiu trabalhando por causa de uma crescente procura por ladrilhos hidráulicos que seguiam uma nova tendência: a utilização de cores. Com ela, conseguiu comprar terreno, prensas e montar sua própria fábrica. Suas peças estão presentes no chão de várias cidades do Cariri e em outros estados como Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte. Mantendo o ofício mesmo depois de aposentado, recebeu o título de Mestre da Cultura Cearense em 2017.

Museus orgânicos do Cariri
O projeto surgiu em Nova Olinda, através da Fundação Casa Grande, responsável por duas experiências no Município: o Museu do Ciclo do Couro: Memorial Espedito Seleiro e o Museu Casa Antônio Jeremias. Os dois espaços movimentaram ainda mais a quantidade de visitantes na cidade, integrando um roteiro turístico local.

Com o sucesso, a proposta foi apresentada ao Sesc que topou ampliar, instalado mais 16 novos museus, com investimento de R$ 160 mil. Em setembro do ano passado, foi inaugurado o primeiro deles: o Museu Orgânico Casa do Mestre Antônio Luiz, em Potengi, que homenageia o líder do reisado dos Caretas de Couro, no Sítio Sassaré. Já o segundo, foi aberto no mesmo município, em novembro, na oficina de Francisco Dias, o Mestre Françuli, que fabrica aviões com folhas de flandre e zinco.

O próximo museu a ser inaugurado será o de Francisco Gomes Novaes, o Mestre Nena, líder do grupo Bacamarteiros da Paz, de Juazeiro do Norte. Apesar de não ser titulado pela Secretaria de Cultura de Estado, ele já tem mais de 50 anos dedicados à cultura. Sua casa fica no bairro João Cabral.

ANTONIO RODRIGUES
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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Bolsonaro manda recolher caderneta de saúde do adolescente e tirar fotos de prevenção a DSTs

O presidente Jair Bolsonaro disse ter pedido ao Ministério da Saúde o recolhimento de uma caderneta de saúde do adolescente que contém imagens que mostram como prevenir a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. 

No lugar, afirma, o governo deve fazer uma nova cartilha, “com menos páginas, mais barata e sem essas figuras”, sinalizando que os trechos de prevenção sairiam do material.

Em vídeo divulgado nesta quinta, Bolsonaro diz que foi informado sobre a publicação após ver um vídeo em que uma mãe reclamava do material, que ele chama, por engano, de "caderneta da vacinação". 

Para Bolsonaro, o documento “mostra certas figuras que não cai bem para meninos e meninas de 9 anos terem acesso”.

A publicação, chamada de "Caderneta Saúde do Adolescente", foi lançada em 2008. O objetivo é informar meninos e meninas de 10 a 19 anos sobre cuidados básicos em saúde, a importância da vacinação, transformações do corpo na adolescência e métodos de prevenção à gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.

Com 40 páginas, concentra oito para a questão da sexualidade, abordada de forma sutil e com versões adaptadas para meninas e meninos. Ambos os materiais, porém, frisam a adolescência como um "momento importante da vida" e de transformações. "Esta caderneta de saúde foi feita para apoiar você nesse processo de autodescoberta e autocuidado", diz o texto.

“Tem muitas informações boas aqui, precisas. Mas o final dela fica complicado no meu entendimento”, afirmou Bolsonaro, apontando para páginas com orientações de como utilizar a camisinha e imagem que explica as partes do órgão sexual. “Se você pai ou mãe achar que não [tem problema], é direito teu. Sugestão primeiro é dar uma olhada e se achar complicado, tira essas páginas.”

Logo em seguida, porém, ele afirma que combinou com ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta que o material será recolhido e substituído por uma nova cartilha. 

Em nota, o Ministério diz que vai seguir as orientações do presidente. À Folha, Mandetta confirmou que o documento será revisto. Em entrevista, porém, evitou confirmar o recolhimento por ainda não ter analisado o material.

Para Mandetta, o problema pode não estar na caderneta em si, mas na faixa etária a qual é recomendada. “Vamos rever. É aquela linha fina entre a linguagem e o público-alvo. Quando se fala em adolescente, tem gente que entende essa adolescência mais tardia, após 14, 15 anos. Tem que ver a calibragem de qual o conteúdo e qual a faixa etária que está se falando”, afirmou. ”Se eu uso uma cartilha numa turma de 9 anos, o erro pode não estar na cartilha, mas na abordagem que foi feita.”

Questionado se possíveis mudanças não representariam um veto do governo a ações de educação sexual, consideradas fundamentais por especialistas para prevenir a gravidez na adolescência, Mandetta disse que ainda não poderia comentar quais medidas serão adotadas.

“Temos o problema da gravidez na adolescência e das doenças sexualmente transmissíveis. Talvez essa cartilha esteja sinalizando que o programa está descalibrado. Pode ser que esteja usando a linguagem errada, uma linguagem do público A para o público B.”

Ainda de acordo com o ministro, a discussão começou após o vídeo de uma mãe que reclama pelo documento ter sido entregue a sua filha de 9 anos —a caderneta, no entanto, é indicada para crianças de 10 a 19 anos.

“Talvez essa mãe esteja certa no caso da filha dela. Não podemos pré-julgar”, disse ele, para quem as variações na adolescência tornam difícil a avaliação. “Adolescência é marcada pela fase hormonal. Tem gente com 10 anos que já é mocinha, já tem menarca. E tem gente com 13 que ainda não. É uma faixa etária sensível de transição.”

Questionado, o ministério disse que não houve distribuição das cadernetas neste ano. A pasta não informou dados dos anos anteriores.

'Irresponsabilidade'
O professor de saúde coletiva da Unifesp e ex-ministro da Saúde na gestão de Dilma Rousseff, Arthur Chioro, classificou a possibilidade de recolhimento do material como "irresponsabilidade". "É lamentável quando alguém coloca suas convicções pessoais acima do interesse público", afirma.

Segundo ele, o material tem sido usado nos últimos anos por municípios, em parceria com unidades de saúde e escolas, sem que haja críticas ou problemas. "É um material importante e muito seguro. Não é uma construção amadora. Ele trabalha lastreado em evidências científicas. Não são gestores que desenvolvem esse tipo de material, mas sociedades de especialistas", disse.

Para Chioro, a medida pode representar um retrocesso nas ações de prevenção, sobretudo entre adolescentes, grupo que costuma não procurar as unidades de saúde. Nos últimos anos, o material foi distribuído por meio de iniciativas como o Programa Saúde na Escola, por exemplo.

Essa não é a primeira vez que um material com informações sobre ações de saúde e prevenção a DSTs é recolhido no governo de Jair Bolsonaro. Em janeiro, o Ministério da Saúde retirou do ar uma cartilha voltada à saúde de transexuais. A justificativa da pasta era a ausência de recomendações técnicas em trechos do material que citavam a prática de pump, que visa o alongamento do clitóris. Um mês após ter sido recolhido, o material voltou a ser disponibilizado, mas sem as imagens da prática e do uso de preservativo cortado para sexo oral.  

Fonte: Folha.com

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MPCE apreende mais de 500kg de carnes e queijos irregulares no Cariri

De 12 a 15 de março, o Ministério Público do Ceará (MPCE) fiscalizou estabelecimentos que comercializam produtos de origem animal nas cidades de Barbalha, Caririaçu, Jari e Salitre. As ações aconteceram com fiscais do Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon) e da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri) em virtude da Semana do Consumidor.

Os técnicos verificaram se as empresas seguiam a legislação correspondente à atividade legal e, em especial, aspectos como a procedência, validade, conservação e armazenamento dos produtos e a existência do Selo de Inspeção Municipal (SIM).

Em Barbalha e no Crato ocorreram as maiores apreensões: 468kg de carne e 45kg de queijos por estarem sendo comercializados sem a indicação de origem. Todos os produtos apreendidos serão inutilizados.

Como funciona
Quando é encontrada irregularidade em uma microempresa, empresa de pequeno porte ou eireli, é lavrado um Auto de Constatação (AC) e o empreendimento tem o prazo de dez dias para apresentar a sua regularização. Caso ela não seja apresentada, o Decon fará uma nova fiscalização e, havendo a permanência da irregularidade, é lavrado um Auto de Infração (AI). A partir daí a empresa tem mais dez dias para apresentar defesa, sob pena da incidência das sanções administrativas previstas no art. 56 do CDC. Se a loja for um empreendimento de médio e grande porte, e sejam encontradas irregularidades, ela recebe imediatamente um auto de infração. Quando não é encontrada nenhuma irregularidade é lavrado apenas um Relatório de Visita (RV).

Confira abaixo o resultado das fiscalizações:

Em Jati:

– Mercadinho Évila: ausência de Certificado de Corpo de Bombeiros (CCCB), Livro de Reclamações do Consumidor e produtos foram apreendidos sem origem e certificação sanitária.
– Mercadinho São João: ausência de Certificado de Corpo de Bombeiros (CCCB), Livro de Reclamações e produtos foram apreendidos sem certificação sanitária.
-Mercadinho Dois Irmãos: ausência de Certificado de Corpo de Bombeiros (CCCB), Livro de Reclamações e produtos foram apreendidos sem origem e certificação sanitária.

Em Salitre:

– Mercadinho Nossa Senhora de Fátima: ausência de Certificado de Corpo de Bombeiros (CCCB), de alvará, licença sanitária, Código de Defesa do Consumidor (CDC) e do Livro de Reclamação, e produtos sem origem e certificado sanitário.
– Mercadinho Mini Preço: ausência de Certificado de Corpo de Bombeiros (CCCB) e do livro de reclamação e produtos sem origem e certificado sanitário.

Em Barbalha:

– Supermercado Opção: Foram apreendidos 68kg de carne e 45kg de queijos comercializados sem a indicação de sua origem.
– Mercado Municipal: quatro boxes estavam sem os seguintes documentos: CCCB, Alvará de funcionamento vencido, Licença Sanitária, CDC, Livro de Reclamação, precificação e produtos sem origem e condições sanitárias.

No Crato:

– Center Carnes: ausência de Certificado de Corpo de Bombeiros (CCCB), alvará de funcionamento, licença sanitária, CDC, nem Livro de Reclamação; produtos sem origem e certificado sanitário e apreensão de 400kg de carnes e derivados.

Em Caririaçu:

– Farmácia Madre Paulina: apresentou Alvará de Funcionamento, Registro Sanitário, CCBM/CE, Registro no Conselho Regional de Farmácia e do Farmacêutico, CDC e recebeu orientação sobre o Livro de Reclamação.
– Farmácia Batista: apresentou Alvará de Funcionamento, Registro Sanitário, CCBM/CE, Registro no Conselho Regional de Farmácia e do Farmacêutico, CDC e recebeu orientação sobre o Livro de Reclamação.
– Farmácia Nsa. do Carmo: apresentou Alvará de Funcionamento, Registro Sanitário, CCBM/CE, Registro no Conselho Regional de Farmácia e do Farmacêutico, CDC e recebeu orientação sobre o Livro de Reclamação.

Onde denunciar
Confira aqui as cidades que possuem atendimento do Decon. Caso uma cidade não possua órgão de defesa do consumidor, o cidadão pode denunciar qualquer irregularidade na Promotoria de Justiça da Comarca. Os endereços e telefones de todas as unidades do MP no Ceará estão disponíveis aqui.

Assessoria de Imprensa/MPCE

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Salário mínimo em fevereiro deveria ser de R$ 4.052,65, diz Dieese

Em fevereiro, o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 4.052,65. O valor é 4,06 vezes o salário mínimo em vigor no mês passado, de R$ 998. A estimativa é do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) e foi divulgada hoje.

O departamento divulga mensalmente uma estimativa de quanto deveria ser o salário mínimo para atender as necessidades básicas do trabalhador e de sua família, como estabelecido na Constituição: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social.

Esse valor é calculado com base na cesta básica mais cara entre 18 capitais pesquisadas. Em fevereiro, o maior valor foi registrado em São Paulo (R$ 482,40). Os valores mais baixos foram observados em Salvador (R$ 362,93) e São Luís (R$ 368,82).

A diferença entre o salário mínimo real e o necessário subiu de janeiro para fevereiro. No primeiro mês do ano, o ideal era que ele fosse de R$ 3.928,73 (3,94 vezes o salário mínimo).

Mínimo subiu para R$ 998 em 2019
O salário mínimo em 2019 passou de R$ 954 para R$ 998. De acordo com decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, o valor diário do salário mínimo ficou em R$ 33,27, e o valor por hora, em R$ 4,54.

O aumento do salário mínimo foi de R$ 44 (4,6%) em relação ao anterior. No entanto, o valor ficou abaixo dos R$ 1.006 aprovados pelo Congresso para o Orçamento deste ano.

Fonte: UOL

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Empresa espanhola vence leilão para administrar o Aeroporto de Juazeiro do Norte

A empresa espanhola Aena Desarrollo Internacional será a concessionária do Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, em Juazeiro do Norte, pelos próximos 30 anos. Ela foi a vencedora do leilão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para assumir a administração, ampliação e exploração do bloco Nordeste, formado ainda pelos aeroportos de Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), João Pessoa e Campina Grande (ambos na Paraíba). Os seis equipamentos foram arrematados pelo valor de R$ 1,9 bilhão. O pregão aconteceu na manhã desta sexta-feira (15), na Bovespa, em São Paulo. Só no equipamento cearense, o investimento será na ordem de R$ 193,5 milhões para ampliação e manutenção.

O governador Camilo Santana esteve em São Paulo para acompanhar de perto o leilão. Para ele, a novidade vai trazer um crescimento para a região em termos de voos, investimentos e oportunidades, igual ao que aconteceu em Fortaleza com a concessão do Aeroporto Pinto Martins. “Estamos muito felizes. Isso significa mais desenvolvimento para o Cariri, que já é um grande centro de negócios e de turismo religioso. Foi um dos aeroportos mais disputados no leilão. Isso quer dizer mais desenvolvimento, mais turismo, melhoria na economia da região. O sucesso que hoje ocorre em Fortaleza vamos ter em Juazeiro do Norte. Não tenho dúvida que o aeroporto vai ter um crescimento forte, se transformando em um grande centro de conexão regional do Nordeste”, comemorou Camilo Santana.

Continuar investindo na melhoria da infraestrutura será importante para alavancar esse crescimento e o governador aproveitou a ocasião para falar das próximas ações do Estado na região. “Vamos ampliar o anel viário de Juazeiro do Norte até o aeroporto para que a gente possa ter um acesso mais rápido, ágil e confortável”, disse Camilo, que também informou mais duas obras para atrair turistas, sendo elas a Arena Romeirão e o teleférico do Horto do Padre Cícero. “Esse é o papel do Estado, criar as condições necessárias para atrair investidores. Foi um momento histórico que no futuro trará bons frutos para o Cariri e o Ceará”, enfatizou o governador.

Melhorias na infraestrutura do aeroporto
O planejamento com a concessão é aumentar em 200% o tamanho do terminal de passageiros nos próximos 15 anos, saindo dos atuais 2,5 mil m² para 7,5 mil m² até 2034, ano final da primeira fase da concessão. Uma segunda ampliação para 10 mil m² já está prevista na outra metade da concessão. A pista também deve aumentar 138 metros, passando de 1.800m para 1.938m – com 45m de largura. Áreas de escape devem ser construídas nas duas extremidades.

O aeroporto deverá ter seu pátio de aeronaves ampliado, receber melhorias na segurança operacional nas pistas de pouso e de táxi, bem como nos pátios de aeronaves. Além disso, está programado o aperfeiçoamento na segurança da inspeção de bagagens e cargas embarcadas no aeroporto e adequações nos auxílios à navegação aérea. A nova estrutura deve contar ainda com quatro pontes de embarque, totalizando 12 posições de aeronaves.

Nos primeiros 15 anos, a expectativa é que 1,4 milhão de pessoas utilizem o terminal, crescimento de 138% em relação aos dados de 2016 (590,7 mil). No fim da concessão, em 2048, deverão ter passado pelo aeroporto 2,8 milhões de passageiros por ano. Prevendo esse crescimento, um novo sistema viário de acesso, incluindo o estacionamento, deverá ser construído. O número de vagas passará de 230 para 376. As obras devem ter início em 2020.

Com informações da Assessoria de Comunicação do Governo do Estado do Ceará

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Ministro me chamou para ser laranja e desviar dinheiro, diz candidata do partido de Bolsonaro

Uma integrante do PSL em Minas Gerais afirma que o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, a chamou pessoalmente para ser uma candidata laranja na eleição de 2018, com o compromisso de que ela devolvesse ao partido parte do dinheiro público do fundo eleitoral.

Zuleide Oliveira, 41, inscrita na disputa a deputada estadual, fez uma denúncia ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais em 19 de setembro, mas obteve apenas uma resposta protocolar da Justiça Eleitoral.

A candidata é a primeira a implicar diretamente o hoje ministro no esquema de desvio de dinheiro público por meio de candidaturas de laranjas do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro.

O caso foi revelado pela Folha no início de fevereiro e levou à queda de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência. Polícia Federal e Ministério Público de Minas investigam o esquema.

Zuleide diz em entrevista à Folha ter se encontrado com Álvaro Antônio em seu escritório parlamentar, em Belo Horizonte, em 11 de setembro, na companhia do marido e de um amigo.

Ela afirma não saber se algum dinheiro foi depositado porque o controle das contas bancárias ficou, segundo ela, com os dirigentes do partido.

"Eu não entendia de nada, eles que fizeram tudo [para registrar a candidatura], eu não tirei uma certidão minha, eles tiraram por lá, eu só enviei meu documento e eles fizeram tudo. Acredito, sim, que fui mais uma candidata-laranja, porque assinei toda a documentação que era necessária e não tive conhecimento de nada que eu estava fazendo (...) Fui usada, a minha candidatura foi usada para fazer parte de uma lavagem de dinheiro do partido", afirmou Zuleide.

Ela diz que, neste encontro, foi instada por Álvaro Antônio a assinar requerimento de solicitação da verba, endereçado ao então presidente nacional do PSL, Gustavo Bebianno.

Procurado pela reportagem, o ministro do Turismo diz não se lembrar da reunião.

"Ele [ministro] disse pra mim assim: 'Então a gente vai fazer o seguinte: você assina a documentação, que essa documentação é pra vir o fundo partidário pra você. (...) Para o repasse ser feito, você tem que assinar essa documentação. E eu repasso a você R$ 60 mil, e você tem que repassar pra gente R$ 45 mil. Você vai ficar com R$ 15 mil para sua campanha. E o material é tudo por nossa conta, é R$ 80 mil em materiais'", afirma Zuleide.

A reportagem teve acesso a emails e mensagens de áudio trocados por ela com cinco dirigentes do PSL mineiro, comandado à época por Álvaro Antônio, incluindo um recado escrito por Rodrigo Brito, então assessor parlamentar do ministro, com o endereço do escritório do político em Belo Horizonte.

Há também email do partido com requerimento para solicitação da verba da cota das mulheres a Bebianno.

"Marcelo ofereceu um monte de coisa", diz Zuleide, afirmando que o hoje ministro prometeu que ela ganharia uma vaga na Funai ou na secretaria de Saúde da região. Ela mora em Santa Rita de Caldas, a cerca de 50 km de Poços de Caldas, no sul do estado.

Zuleide acabou tendo o pedido de registro de candidatura indeferido pela Justiça Eleitoral devido a uma condenação em 2016, transitada em julgado, por uma briga com outra mulher. Ela enviou a sentença ao PSL de Minas por email no final de agosto.

"Eles já sabiam que não ia dar em nada [a candidatura, por ser ficha suja]. Hoje eu sei que eles sabiam que não iam aparecer meus votos, que eu não ia conseguir concorrer às eleições porque eu estava com os direitos políticos suspensos. Eles sabiam de tudo isso. Ele quis falar para mim que não ia dar em nada [a condenação não seria problema] pra mim poder preencher a chapa”.

Zuleide afirma que tudo começou no fim de julho com um telefonema de uma assessora de Álvaro Antônio, Cláudia, questionando se ela não gostaria de sair candidata pelo PSL. Após o convite, foi para a convenção estadual do partido, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, em 28 de julho, ocasião em que teve o primeiro contato com Álvaro Antônio.

Após isso, Rodrigo, o assessor do político, passou a enviar mensagens solicitando documentos.

Álvaro Antônio era filiado ao PR e migrou junto com Bolsonaro para o PSL, tendo sido o deputado federal mais votado em Minas. 

No comando estadual do PSL, foi o responsável pela montagem da chapa de candidatos do partido e definiu, com o aval da direção nacional, o repasse das verbas públicas da legenda aos candidatos.

Até hoje, Zuleide não apresentou a prestação de contas à Justiça por se recusar a atender aos pedidos de dirigentes do PSL. A candidata afirma nunca ter ido ao banco ver os extratos.

Ela diz que recebeu 25 mil santinhos —em todos eles, Álvaro Antônio aparece dividindo o espaço— em 25 de setembro, em Belo Horizonte. Nem o PSL de Minas nem o PSL nacional declaram à Justiça gastos com a candidata.

Em uma das mensagens enviadas a Zuleide, Rodrigo Brito enviou a ela o telefone de Mateus Von Rondon, hoje assessor especial do ministro. 

Rondon prestou serviços ao gabinete de Álvaro Antônio até 2018. O Ministério Público o investiga como o principal elo entre o ministro e o esquema de laranjas.

No TSE, no entanto, não aparece que tenha prestado serviço a candidata do sul de Minas.

Os dirigentes do PSL mineiro cujos nomes aparecem nos emails e nas mensagens de WhatsApp dela são, além de Rodrigo Brito, Aguinaldo Mascarenhas, então chefe de gabinete de Álvaro Antônio em Minas e hoje presidente do partido no estado, Michelle Paim, tesoureira, Gustavo Graça, também da direção do PSL em Minas, e Leonardo Andrade, advogado da sigla.

Como a Folha mostrou em reportagens publicadas desde 4 de fevereiro, um grupo de quatro candidatas do partido recebeu R$ 279 mil, tendo tido votação ínfima. Parte desse dinheiro voltou para empresas de pessoas ligadas ao gabinete do hoje ministro.

Uma quinta candidata, Cleuzenir Barbosa, deu depoimento ao Ministério Público em dezembro afirmando ter sido pressionada por dois assessores de Álvaro Antônio a devolver parte dos R$ 60 mil que recebeu da verba do PSL. Ela diz que o ministro sabia de tudo.

Outro lado
Em nota, Álvaro Antônio afirmou não se lembrar de encontros específicos com Zuleide e nega que tenha feito oferta de valores do fundo ou pedido de devolução de dinheiro a ela.

"Em setembro, Marcelo Álvaro Antônio recebeu diversos pré-candidatos e eleitores na sede do PSL. Ele não se lembra ter se reunido especificamente com a sra, Zuleide. O ministro jamais ofereceu ou pediu a devolução de qualquer valor, seja do fundo eleitoral ou de qualquer outra fonte, à sra. Zuleide."

O ministro também afirma que jamais indicou profissionais para qualquer candidatura.

Disse ainda que o PSL forneceu material de campanha aos seus candidatos e que "as despesas do partido foram devidamente declaradas à Justiça Eleitoral na prestação de contas", não especificando se de forma individual ou coletiva. "O partido respeitou a impugnação declarada pela Justiça Eleitoral da candidatura da sra. Zuleide."

O ministrou reiterou na nota não ter havido qualquer candidatura laranja no PSL de Minas. "A campanha político-partidária da Folha de S.Paulo contra o ministro Marcelo Álvaro Antônio, citado em mais de 100 matérias desde 04 de fevereiro, ultrapassou todos os limites do razoável. Ao julgar, condenar e atacar a honra do ministro, o jornal e os jornalistas agiram de forma leviana e, por isso, estão sendo processados."

O ministro tentou censurar a Folha, mas teve seu pedido negado pela Justiça em Brasília.

Procurado, Mateus Von Rondon, assessor do ministro e também citado no escândalo, não respondeu.

Fonte: Folha.com 

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Juazeirense de 59 anos deixou casa no Brasil e vive em viagens sozinha pelo mundo

A cearense Josefa Feitosa, de 59 anos, poderia ter escolhido viver tranquilamente ao lado dos filhos e netos, mas resolveu tomar uma decisão que era sonho há tempos: partir em viagem pelo mundo para conhecer os mais diferentes lugares. Agora em temporada na Malásia, Jô, como é conhecida, se aposentou em 2016 do cargo de assistente social no sistema prisional do Ceará e começou a saga, que atualmente tem como resultado 40 países visitados. 

A história do desejo de embarcar nas mais diversas jornadas veio de cedo, quando ainda era um hábito observar as chegadas e partidas dos mais próximos. "Morava no Juazeiro, numa família muito conservadora, cheia de homens. Tinha três irmãos homens e, assim, meu pai, ainda por cima, tinha umas dificuldades. E eu pensava muito em deixar aquilo tudo e ir embora e viver uma vida com liberdade. E aí sempre achei que o mundo ia me abraçar. Num momento desses, qualquer, eu achava que ia ganhar o mundo mesmo", comenta.

Foi a chegada da aposentadoria o fator responsável por tornar possível essa experiência. Como sempre viajava para outros estados brasileiros, ela conta que resolveu ir para Belém logo após deixar o emprego. "Eu resolvi sair, comprei a passagem só de ida, obviamente, e fui pra Belém de avião e me hospedei. Comprei uma passagem de barco, daqueles barcos que sobem o Rio Amazonas todinho. Aí eu fiquei cinco dias naquele barco, dormindo de rede, e viajando com o pessoal do Norte, ouvindo as pessoas. Foi uma aventura fantástica".

Mochilão
Nada de muito luxo ou muita bagagem para viajar. Segundo Jô, a filosofia é a de viver com o necessário para estar bem. "Agora o que eu abraço é o minimalismo. Não pago excesso de nada, eu também não compro nada, porque eu não tenho mais casa, não tenho mais necessidade de ter tanta roupa. O consumismo pra mim não rola mais".

Essa forma de viver foi levada para ainda mais longe. Logo depois da temporada em Belém, ela seguiu para a Europa, onde palestrou em Portugal e na Espanha sobre o trabalho que realizava, atuou como babá na Irlanda e, além disso, visitou a  Holanda, Escócia, Suíça, Bélgica e a Itália.

Foi então que, em 2018, partiu rumo a uma temporada na África do Sul. Até hoje, passou por países como Quênia, Ruanda, Uganda, Egito, Israel, Índia, Nepal e Laos para finalmente se estabelecer no Vietnã. Os planos são para retornar em abril ao Brasil e renovar o passaporte com o intuito de conhecer novos países.

Família
Nascida em uma casa com oito pessoas, Josefa deixou Juazeiro do Norte para estudar em Fortaleza. Na Capital, casou e teve três filhos, até que viu o relacionamento de oito anos chegar ao fim. "Eu fiquei sozinha com três filhos para criar, e essa criatura sem dar um centavo. Foi muito difícil. Então, comecei a ver outras coisas, fui dar aula e foi bom porque conheci outra profissão", conta. Nada disso foi empecilho para construir uma carreira e ser feliz ao lado dos familiares.

Exatamente por isso, sair sozinha pelo mundo não foi tão fácil como parece. "Uma das coisas que eu mais sofri foi deixar a família, meus filhos, os amigos, e o conforto", diz. No entanto, mesmo distante ela procura manter contado com os que ficaram no Brasil. Questionada sobre as dificuldades, Jô não hesita ao afirmar que se preparar é essencial.

Para a filha, Izabel Accioly, 30, o início foi de preocupação, mas a sensação também é de orgulho. "Há muitos anos ela falava sobre isso e a gente não levava tanto a sério. Só que as coisas começaram a ficar mais claras, por exemplo, quando ela comprou um mapa múndi e colou na parede. Também quando ela começou a viver uma vida muito simples para juntar dinheiro", relata ao também falar de todo o processo de planejamento feito pela mãe durante vários meses.

Para matar a saudade, as redes sociais parecem ser fator fundamental. "Nós nos falamos muito pelo Whatsapp e também acompanhamos os passos dela pela página do Facebook. Esse meio, inclusive, foi a forma que ela encontrou de registrar tudo e mostrar para nós e para os amigos mais próximos", explica Izabel.

Sonhos
O apoio familiar foi importante para que Jô se sentisse confiante. "É a questão mesmo de você largar a família, largar a sua casa. Mas eu acho que, tu sabe que eu nem tive muita dificuldade? Porque, como eu já tava trabalhando desde cedo na minha cabeça, eu comecei cedo a me dar conta de que eu tinha que passar algumas coisas", reitera.

Izabel, que é antropóloga e vive em Fortaleza, acredita na figura inspiradora de uma pessoa tão querida. "Ela ensina para a gente sobre força e coragem".

Por enquanto, os planos seguem no rumo de quem ainda tem centenas de lugares a conhecer, além de uma quantidade infinita de lições a aprender. "Tem que sair pra ler o mundo", finaliza.

E se tem saudades do Brasil? Josefa não esconde o quanto ama os detalhes das terras cearenses. "Sinto falta do cuscuz (risos), das praias. São lindos os nossos lugares, Jericoacoara, Canoa Quebrada…Há alguns lugares que se aproximam daqui, mas é muito diferente. Nossa gente, nossa música, nossa comida, não tem lugar mais lindo que o Brasil, não".

MYLENA GADELHA e DIEGO BARBOSA
REPÓRTERES

Fonte: Diário do Nordeste

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Bebê fica entre a vida e a morte após engasgar com pipoca e mãe faz alerta

Nicole Johnson-Goddard usou seu Facebook para alertar outras mães sobre a situação que seu filho, Nash, de 2 anos, foi vítima. Após comer uma pipoca, a criança foi internada e ficou entre a vida e a morte.

Na publicação feita na rede social, a norte-americana conta que a família estava assistindo televisão, quando o garotinho começou a tossir após ingerir o aperitivo.

"Ele engasgou, mas nós o socorremos e rapidamente ficou bem", relembrou ela ao portal "Love What Matters".

Após os primeiros socorros, Nash parecia bem, então a mãe acreditou que ele poderia ter engolido a pipoca que o fez engasgar e continuaram então a assistir ao filme. Mas a surpresa veio no dia seguinte.

Quando acordou, o bebê estava com uma "tosse estranha", como relembra Nicole, que inicialmente descartou uma possível ligação entre a tosse e o evento com a pipoca na noite anterior.

Mas a "tosse estranha" não passou nos dois dias seguintes e a situação piorou. Agora, Nash estava febril e respirava com dificuldade. Foi quando a mãe resolveu ligar para o pediatra responsável e levá-lo para o hospital imediatamente.

Após ser submetido a exames, os médicos descobriram que os pedaços de pipoca, com os quais ele tinha engasgado, foram parar no seu pulmão, o que causou uma pneumonia.

"O corpo reconheceu como um corpo estranho e então começou a colocar muito pus em volta e a inflamação fez ele desenvolver uma pneumonia", disse Nicole.

Nash passou por duas cirurgias para a retirada da pipoca do pulmão e já está de repouso em casa. Após o susto, Nicole está usando sua experiência para alertar outras mães sobre a ingestão desses alimentos às crianças. A pipoca, por exemplo, deve ser consumida apenas por crianças maiores de 5 anos para evitar problemas como esse.

Fonte: UOL

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Bárbara de Alencar é destaque em matéria da BBC News

Com o título "Bárbara de Alencar, a sertaneja 'inimiga do rei' que se tornou a primeira presa política do Brasil", a heroína cratense é tema de matéria na BBC News. Leia na íntegra:

Foram dias pendurada no lombo seco de um cavalo, com os braços acorrentados, até que Bárbara de Alencar percorresse quase 500 km entre o Crato e o Quartel da 1ª Linha em Fortaleza, onde seria encarcerada por oito meses por ter declarado a independência de uma pequena vila na capitania do Ceará de Portugal.

O ano era 1817 e ela tinha 57 anos. Era a primeira vez que uma mulher era presa por motivos políticos no Brasil.

Bárbara foi um dos expoentes da Revolução Pernambucana, movimento de oposição à monarquia que fundou uma república em parte do Nordeste mais de 70 anos antes de o marechal Deodoro da Fonseca dar fim ao Segundo Reinado e transformar o Brasil independente em República.

Para a diretora executiva da Biblioteca Nacional, Maria Eduarda Marques, o movimento é o "berço da democracia brasileira" e, apesar de ter sido mais reprimido - e com maior crueldade - do que a Inconfidência Mineira de Tiradentes, é "pouquíssimo estudado".

Em 2017, a Biblioteca Nacional fez uma ampla exposição sobre a Revolução Pernambucana. Entre os documentos daquela época, diz a historiadora, aparecem os nomes de apenas três mulheres: duas escravas e dona Bárbara do Crato, como era chamada.

"A Revolução Pernambucana foi um movimento que nasceu entre os padres carmelitas, com lideranças urbanas e participação ativa de intelectuais que estudaram em Coimbra, em Londres. O caso da Bárbara é interessante porque ela não era nada disso", diz. 

Um sertão sem fronteiras
Ela era uma rica proprietária de terras, de escravos e de um sobrenome bastante influente. Três de seus cinco filhos, assim com ela, lutaram para que o Nordeste se tornasse uma república.

O caçula, José Martiniano, é pai do escritor José de Alencar – autor do clássico Iracema e, ironicamente, defensor do regime monárquico durante o período de D. Pedro 2º.

"Não encontrei qualquer menção dele à avó", diz o escritor Gylmar Chaves, que há 15 anos se dedica a pesquisar a vida da sertaneja e que se prepara para lançar uma biografia romanceada sobre sua vida.

Natural de Exu, em Pernambuco, Bárbara foi parar no interior do Ceará quando casou com o comerciante português José Gonçalves dos Santos, vendedor de tecidos, loções e miudezas na feira do Crato.

As viagens entre as duas cidades, separadas por 60 km de sertão, se tornaram comuns quando ela atingiu a adolescência e acompanhava o pai nas incursões pelas feiras que faziam do interior do Nordeste daquele Brasil um espaço muitas vezes sem fronteiras.

Aos 22, ela casou com um homem 30 anos mais velho, às escondidas, sem o consentimento do pai - e ainda convenceu um padre da Igreja Católica a sacramentar o matrimônio.

Não foi a primeira vez que Bárbara transgrediu os costumes da época, nem a última.

Depois de um ano vivendo no Crato, conta Chaves, ela já administrava em seu Sítio do Pau Seco um engenho onde fabricava rapadura e cachaça e produzia tachos e panelas.

Tudo à revelia do companheiro, que julgava que aqueles eram "negócios de homem". Bárbara tornou-se viúva jovem, com pouco mais de 40 anos, mas virou uma matriarca muito antes disso.

"Ela não deu muito espaço para o marido (dominar)", diz Chaves, divertindo-se.

Nos últimos quatro anos, o cearense rodou mais de 15 mil km a partir de Fortaleza para falar sobre Bárbara nas escolas.

O projeto, feito inicialmente de forma voluntária e hoje financiado pelo Edital Mecenas do Ceará, compreende entre 60 e 90 palestras por ano, para alunos de escolas públicas em sua maioria do ensino médio.

De matriarca a 'inimiga do rei'
"Para dar a justa medida do papel das mulheres da época, ela era vista como masculina, o 'macho' da família, uma vez que tomava decisões e gerenciava os bens, sem conselhos dos homens", diz Ariadne Araújo, autora do livro Bárbara de Alencar.

O caminho para que ela se tornasse revolucionária foi pavimentado dentro do Seminário de Olinda, em Pernambuco, por onde passaram dois de seus filhos.

Fundado em 1800 para formar clérigos para a Igreja Católica, o seminário foi criado pelo bispo Dom Azeredo Coutinho, que, apesar de ser inquisidor-geral de Portugal, era "mais progressista" quando se tratava de educação, conta George Félix Cabral de Souza, do departamento de História da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).

"Ele acreditava que os sacerdotes deveriam ajudar as pessoas do sertão. Assim, a formação envolvia amplos conhecimentos e com viés prático - que incluía o estudo da Enciclopédia de Diderot e d'Alembert", diz o historiador, referindo-se à obra referência do Iluminismo. 

"Contaminados" pelos ideais iluministas e pela maçonaria inglesa - que difundia o pensamento republicano -, os padres carmelitas seriam protagonistas da Revolução Pernambucana, ressalta Maria Eduarda Marques, da Biblioteca Nacional.

Amigo de dona Bárbara, o frei paraibano Manuel da Arruda Câmara, que circulava pelo convento em Olinda e foi idealizador do movimento, fundou a primeira loja maçônica do Brasil, esta de inspiração francesa.

Estudou filosofia natural na Universidade de Coimbra, em Portugal, e se mudou para a França revolucionária em 1790 - quando a Bastilha já havia sido tomada em Paris e a burguesia e os camponeses que haviam destronado Luís 16 realizavam a Assembleia Constituinte - para cursar Medicina em Montpellier.

Um de seus discípulos, o padre João Ribeiro, que o acompanhava nas expedições para investigar a flora do sertão e ilustrava seus livros de botânica, também estudou na Europa, onde teve contato com os conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade - que, na prática, questionavam o caráter divino da figura do rei e a hierarquização estratificada da sociedade.

Professor do Seminário de Olinda, ele se suicidaria em 1817, com a derrota das tropas republicanas, enforcando-se em uma capela. Seu corpo sepultado foi violado, a cabeça separada do corpo e exposta espetada em um estandarte nas ruas do Recife.

"O padre João Ribeiro, ao lado do padre Miguelinho, estava entre aqueles que tinham as ideias mais radicais", diz George Félix, da UFPE, citando também o nome do professor de retórica do Seminário.

Bárbara tinha contato com as ideias revolucionárias tanto através dos filhos radicados em Pernambuco - José Martiniano de Alencar e Carlos José dos Santos - quanto através dos religiosos com quem tinha amizade.

"Em sua casa do Sítio Pau Seco recebeu a visita de um dos mais ilustres ideólogos do sistema de governo republicano na colônia, o frei Manuel da Arruda Câmara, o qual fez menção sobre ela em sua carta-testamento, em 1810", destaca Gylmar Chaves.

A partir de sua fazenda no Crato, ela "assumiu para si a missão de cooptar simpatizantes e fundar núcleos republicanos em fazendas e povoados".

Ariadne Araújo pontua que, naquela época, o clã dos Alencar gozava de poder e prestígio não apenas na região do Cariri, hoje o sul do Ceará, onde estava instalado. A influência da família se estendia a outras áreas da capitania como Barbalha, Jardim e Araripe - na divisa com o atual Estado de Pernambuco - e Várzea da Vaca, hoje conhecida como Campos Sales, no limite com o Piauí.

"Bárbara certamente não só apoiava as novas ideias de liberdade como as assumiu publicamente, ao apoiar o movimento. Isso que torna o papel dela importante para a época", comenta a escritora.

Isso porque, no Nordeste do século 19, diz Maria Eduarda, da Biblioteca Nacional, a atividade política e as revoluções eram espaços praticamente exclusivos dos homens. As mulheres, em geral, nem emitiam opiniões sobre esses assuntos.

"As mulheres que viviam nos sertões nordestinos na época em que viveu Bárbara de Alencar não tinham direito a nada. Se ela teve o papel que teve nesse movimento político é porque veio de uma família com muita força, dinheiro, terras e prestígio, orgulhosos de sua independência", acrescenta Ariadne.

"Estas condições transformaram Bárbara em uma mulher que sabia o que queria, forte e corajosa, com um espaço - muito raro por aqueles tempos e naquelas bandas do interior - para existir como sujeito."

A escritora pondera que, ainda que a participação política tenha colocado a matriarca como ponto fora da curva, ela ainda era "fruto de uma cultura local extremamente moralista e católica".

Nesse sentido, destaca-se o fato de que ela, até onde se sabe, não era abolicionista - ao contrário de alguns dos seus contemporâneos rebeldes. Bastante religiosa, exigia que os escravos seguissem preceitos do catolicismo e não permitia, por exemplo, que fossem amasiados.

Os cativos, entretanto, não dormiam em senzalas, não sofriam os maus tratos comuns da época e a chamavam de "madrinha", lembra Chaves. Um deles, Barnabé, chegou a decepar a própria língua entre os dentes quando foi interceptado pelas tropas reais, para não denunciar o paradeiro da "sinhá". Outra, Brasilina, acompanhou pela mata a peregrinação de Bárbara, depois de capturada, até a prisão em Fortaleza.

Por que o Nordeste queria se separar de Portugal e virar república?
A vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808, fugindo das invasões patrocinadas por Napoleão Bonaparte na Europa, mudou o eixo político e econômico da colônia - concentrado nos primeiros séculos na empresa açucareira do Nordeste.

Dom João 6º, então príncipe regente do Brasil, instalou-se com a corte no Rio de Janeiro e, dali em diante, parte considerável dos impostos arrecadados em todo o território passou a fluir para a capitania, que ganhou chafarizes, iluminação pública, praças e grandes avenidas.

"Pernambuco, que era uma capitania com superávits comerciais por causa do algodão, se sentiu sobrecarregada com a taxação imposta pela corte", explica o historiador George Félix.

"A nobreza que expulsou os holandeses (que dominaram Pernambuco até 1654) se sentia como uma espécie de súdito privilegiado e se ressentiu com a mudança da coroa para o Rio", acrescenta Maria Eduarda.

Combinado à difusão do ideário iluminista e das revoluções francesa e americana e à tradição de insurreição de Pernambuco, o aumento de impostos foi combustível para a Revolução Pernambucana.

Sai o vinho, entra a cachaça
Apesar de um início atropelado - os planos dos rebeldes foram descobertos um mês antes do início previsto para a deflagração da revolta e eles tiveram que entrar em ação antecipadamente - a República de Pernambuco durou 75 dias.

O padre João Ribeiro desenhou a nova bandeira, que é até hoje representa o Estado. No dia 7 de março de 1817, é instalada uma junta provisória e tem início a experiência de autogoverno.

Com a nova Constituição, que defende a república, os direitos humanos e a liberdade religiosa e de opinião, é abolida uma série de impostos. 

Antônio Gonçalves da Cruz, o Cabugá, é enviado aos Estados Unidos como embaixador da república pernambucana com o objetivo de comprar armas e angariar apoio para a luta armada.

O vinho, visto como um produto ligado à metrópole, foi substituído por cachaça nas solenidades e as hóstias distribuídas nas missas, feitas de trigo, passaram a ser fabricadas com mandioca.

Em pouco tempo, a revolução se espalhou, com apoio dos senhores de engenho - que pediram como moeda de troca que os revoltosos não advogassem pela abolição da escravatura -, de intelectuais e das massas populares.

"Eles defendiam o pagamento de menos impostos e a redução do preço dos alimentos - duas mensagens muito simpáticas à população em geral", diz o historiador da UFPE.

No Crato, ela chegou no dia 3 de maio de 1817 - para durar apenas 8 dias.

A república foi decretada durante a missa de domingo, com a leitura de uma carta do emissário José Martiniano, filho de dona Bárbara, acompanhado de cerca de 200 homens.

"Os revoltosos tentaram, a princípio, se organizar, convencer líderes políticos da região, testaram a adesão das novas ideias em reuniões secretas, aliciaram alguns e prometeram empregos e favores a outros", conta Ariadne.

Três anos no cárcere
A repressão da monarquia foi rápida e truculenta. Os ataques às regiões separatistas envolveram cerca de 8 mil homens.

O saldo entre os rebeldes, segundo George Félix, foram 300 mortos em combate, 100 exilados, 11 executados em praça pública no Recife e outros 3 em Salvador.

Entre a prisão em Fortaleza, no Recife e em Salvador, Bárbara passou mais de três anos no cárcere e teve todos os bens confiscados.

Nas celas do Quartel da 1ª Linha, como narra Gylmar Chaves, os detentos estavam em meio às próprias fezes e urina, expostos a piolhos e pulgas.

A alimentação se resumia a vísceras de animais mal cozidas na água e sal, acompanhadas de uma pequena porção de farinha e servidas uma vez por dia nos mesmos cochos de madeira usados pelos porcos.

A pena, porém, não demoveu Bárbara de crença de que o Brasil deveria ser uma república. Em 1824, aos 64 anos, ela estava mais uma vez ao lado dos três filhos revolucionários, agora na Confederação do Equador. O Brasil já era independente de Portugal, mas governado pelo filho de Dom João, Pedro 1º.

No conflito separatista - que contaria, ao lado das tropas imperiais, com mercenários ingleses como o oficial Thomas Cochrane - ela perderia dois filhos, Carlos José dos Santos, o padre Carlos, e Tristão Gonçalves, que, depois de morto a tiros, teve a mão direita amputada por seus algozes e o corpo exposto por um mês ao sol.

Jurada de morte pelo coronel Pinto Madeira, dona Bárbara, já debilitada, se retirou na Fazenda Touro, na divisa com o Piauí.

Em 1833, um ano depois de o próprio coronel ter sido rendido e enforcado depois de participar de um movimento contrário à abdicação de Dom Pedro 1º, ela decidira voltar à Vila do Crato para ser madrinha de casamento da sobrinha.

Mas não chegaria ao destino: Bárbara de Alencar morreu aos 72 anos, na casa de um sobrinho de segundo grau, onde estacionara para descansar no caminho. 

Fonte: BBC News

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'Não tenho que provar mais nada para ninguém', afirma única mulher em uma das tropas de elite da PM no Ceará

Dos 19.456 agentes da Polícia Militar do Ceará, apenas 4,17% são mulheres. O número é ainda mais reduzido quando se trata das "tropas de elite" da PM, como o Batalhão de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio), que tem apenas uma policial feminina, a cabo Samara Alves. "O preconceito não me define. Eu posso aceitá-lo ou ser quem sou e fazer o que gosto”.

A paixão de Samara pela Polícia Militar começou quando ela foi trabalhar em uma empresa de segurança patrimonial, em 2008. Após dois anos de serviço, a cabo se interessou pela área, prestou um concurso público e ingressou na Polícia Militar. “Eu sabia que podia entrar naquela farda também”, declarou.

O ambiente predominantemente masculino não é um problema para a cabo. Samara Alves conta que os homens ajudaram na adaptação e a acolheram no batalhão ostensivo nas ruas do estado. A policial diz que o preconceito ainda é presente dentro e fora da PM, mas ela diz que procura não se abater e realizar seu trabalho. “Não tenho que provar mais nada para ninguém”, afirma.

Desigualdade
O primeiro concurso para a Polícia Militar do Ceará ocorreu em junho de 1994. À época, o edital do concurso público reservava apenas 5% das vagas para as mulheres. Dos 19.456 agentes da Polícia Militar do Ceará, apenas 4,17% são mulheres.

Fonte: G1 CE

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Olavo de Carvalho pede que seus alunos deixem governo Bolsonaro

Considerado o “guru” intelectual de Jair Bolsonaro, o filósofo Olavo de Carvalho orientou aos alunos que teve e que ganharam cargos na nova gestão a deixarem o governo.

Em publicação nas redes sociais nesta sexta-feira (8) ele diz que a equipe de Bolsonaro está cheia de inimigos do próprio presidente e do povo.

“Jamais gostei da ideia de meus alunos ocuparem cargos no governo, mas, como eles se entusiasmaram com a ascensão do Bolsonaro e imaginaram que em determinados postos poderiam fazer algo de bom pelo país, achei cruel destruir essa ilusão num primeiro momento”, escreveu.

“Mas agora já não posso me calar mais. Todos os meus alunos que ocupam cargos no governo – umas poucas dezenas, creio eu – deveriam, no meu entender, abandoná-los o mais cedo possível e voltar à sua vida de estudos”, continuou.

“O presente governo está repleto de inimigos do presidente e inimigos do povo, e andar em companhia desses pústulas só é bom para quem seja como eles.”

O professor vem criticando o vice-presidente Hamilton Mourão. “O maior erro de minha vida de eleitor foi apoiar o General Mourão”, escreveu na terça-feira (5).

“Não cessarei de pedir desculpas por essa burrada”. Na quinta-feira, 7, quando questionado sobre as críticas, Mourão respondeu o gesto de um beijo com a mão.

Influência
É atribuída a Olavo de Carvalho a indicação de Ernesto Araújo para ocupar o Ministério das Relações Exteriores e de Ricardo Vélez Rodriguéz, no MEC.

Fonte: Exame.com

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