Projeto aprovado pela AL permite cidadão trocar armas por dinheiro

A Assembleia Legislativa aprovou por unanimidade o projeto de lei do governo Cid Gomes que dá ao cidadão cem reais por cada arma de fogo entregue ao Estado e outras quantias pela entrega de munição e acessórios relacionados. Com isso, o governo espera ver diminuir o número de homicídios no Ceará. As armas deverão ser inutilizadas na presença do entregador.

O deputado Ely Aguiar (PSDC), mesmo votando a favor da medida, previu que “o efeito [na redução da violência] será praticamente zero”, por uma razão evidente: “Quem precisa ser desarmado é o bandido”, e é difícil crer que os meliantes vão entregar ao Estado as armas que usam no exercício da bandidagem.

“Os assassinatos no Ceará aumentaram mais de 100% em dez anos. A impunidade gera a violência. Infelizmente, se faz uma campanha para desarmar o cidadão e deixar o bandido armado”, disse o deputado, citando números do Mapa da Violência 2012, feito pelo Instituto Sangari, com base em informações do governo federal e divulgado na última quarta-feira.


Desarmamento em xeque
Um estudo divulgado em outubro pela ONU pôs em xeque a crença dos defensores do desarmamento como política de segurança pública. De acordo com o estudo, não há como se estabelecer cientificamente uma relação entre a quantidade de armas em circulação e as taxas de homicídio, sendo possível, inclusive, que esta correlação se opere de forma inversamente proporcional.

O relatório é fruto de estudo do Escritório da ONU para Drogas e Crimes. “É a primeira vez que as Nações Unidas reconhecem inexistir comprovação científica de que a redução na quantidade de armas em circulação possa reduzir a criminalidade, fato que, até então, vinha sendo tomado como verdade absoluta”, afirma Bene Barbosa, especialista em segurança pública e presidente da ONG Movimento Viva Brasil.

Para o pesquisador em segurança pública Fabricio Rebelo, coordenador do Movimento Viva Brasil no Nordeste, o estudo da ONU há de ser recebido com naturalidade: “Desde a divulgação do ‘Mapa da Violência 2011’ já havia ficado claro que, no Brasil, a relação entre a quantidade de armas e a de assassinatos é imprópria, pois que a região do país campeã em tais crimes é a mesma onde há menos armas em circulação: o Nordeste”.

Fonte: O Estado

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