Um ano depois da Copa, metade do 'legado' ainda não foi entregue

Em agosto do ano passado, logo após o fim da Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff comentou o atraso em várias das obras de infraestrutura planejadas para o evento, dizendo que muitas delas estavam em andamento e que "todos esses investimentos ficarão prontos para os brasileiros."

Passado quase um ano do torneio, metade do "legado" previsto ainda não foi entregue, como mostra um levantamento feito pela BBC Brasil. Das 44 obras de mobilidade urbana que deveriam ser entregues para o Mundial, 20 não ficaram prontas.

Essas obras estão elencadas na versão consolidada da Matriz de Responsabilidades, divulgada pelo Ministério do Esporte em julho do ano passado. O documento estabelece quem é responsável pela liberação de recursos e pela execução de todas as obras previstas para a Copa.

Desde o primeiro documento - que continha 82 obras (desde estádios, reformas em portos e aeroportos até projetos de mobilidade) – foram feitas atualizações, com alguns projetos saindo da Matriz por não terem um cronograma possível de ser cumprido até a Copa.

Sobraram 44 obras de mobilidade na última versão apresentada, e os casos que chamam mais atenção são Cuiabá, Fortaleza e Recife. As duas primeiras não concluíram, até hoje, nenhum dos projetos de mobilidade prometidos para o Mundial – eram três em Cuiabá e seis em Fortaleza.

Em Cuiabá, as obras da Copa são alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar irregularidades nas construções – especialmente na do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que ainda está no início e já consumiu mais R$ 1 bilhão do seu orçamento que era de R$ 1,4 bilhão.

Das 12 cidades-sede, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo foram as únicas que já entregaram o prometido. Mas, no caso de BH, problemas estruturais chegaram a comprometer algumas das obras – incluindo a do viaduto de Guararapes, que desabou durante o Mundial, e a do viaduto Montese, que ficou nove meses interditado para reparos.

Os dois são alvos de um inquérito na Polícia Civil, que indiciou o secretário de Obras e Infraestrutura da cidade, José Lauro Nogueira, e outras 17 pessoas por homicídio com dolo eventual e tentativa de homicídio – duas pessoas morreram com a queda do viaduto e 23 ficaram feridas. A investigação concluiu que o acidente foi causado por um erro de cálculo e que a prefeitura chegou a ser alertada dos problemas - sem interditar as obras. Procurada pela BBC Brasil, a Prefeitura de Belo Horizonte não enviou posicionamento sobre os casos até o fechamento desta reportagem.

Cuiabá
Do prometido para a Copa em Cuiabá, somente o estádio – Arena Pantanal – foi entregue antes do torneio. Restaram três obras de mobilidade na Matriz: obras viárias de acesso à arena, o corredor Mário Andreazza, e o VLT, que serviria para ligar Cuiabá a Várzea Grande – todas de responsabilidade do governo estadual.

Nenhuma delas ficou totalmente pronta, mas a lentidão do VLT chamou a atenção das autoridades, que decidiram contratar uma auditoria para investigar irregularidades na obra de R$ 1,06 bilhão - a construção mais cara da história do Mato Grosso.

Somente a auditoria custou aos cofres públicos mais R$ 65 milhões e identificou quatro crimes: prevaricação, improbidade administrativa, possibilitar vantagem ao particular durante a execução de contrato e descumprimento dos deveres funcionais dos servidores públicos. Além disso, há uma suspeita de superfaturamento de R$ 100 milhões na compra de vagões do VLT.

A previsão de entrega dada pelo Consórcio responsável pelo VLT agora é para 2018 – mas ela já é contestada pela atual gestão do governo estadual.

Fortaleza
Fortaleza tinha a promessa de ser uma nova cidade após a Copa do Mundo, com projetos municipais e estaduais prevendo a entrega de BRTs, estações de metrô e até um VLT. Mas nenhuma das obras ficou pronta até agora.

O caso mais complexo é o do VLT, que chegou a passar por quatro licitações e atualmente está 50% pronto. O custo dele – que terá 12,7 km e ligará 22 bairros - chega perto de R$ 175 milhões, segundo o governo estadual, responsável pela obra.

A administração alega que, por motivo de atraso, teve de romper o contrato com a empresa que venceu a concorrência e depois realizar mais três licitações – sem sucesso por questões técnicas ou falta de interessados. Agora, o projeto foi dividido em três pacotes que ainda estão em processo de licitação.

Recife
Recife tinha sete projetos de mobilidade urbana, dos quais três foram entregues. Os outros ainda estão em construção, entre estes, os Corredores Norte-Sul e Leste-Oeste de BRTs, o Corredor Via Mangue e o Corredor Caxangá.

Fora essas obras da Matriz, há outro projeto grande que não saiu do papel: a chamada Cidade da Copa, em São Lourenço da Mata, a quase 20 km da capital pernambucana.

Lá foi construída a Arena Pernambuco, mas o projeto de PPP (parceria público-privada) da Odebrecht para o estádio incluía o desenvolvimento urbano do entorno, com a construção de shopping, hotel, hospital, condomínios residenciais e até a transferência do campus da UFPE (Federal de Pernambuco) para lá.

Mas, até agora, só a arena foi construída, e todo o resto está sendo analisado em um estudo de viabilidade encomendado pelo governo estadual à Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo, que começou a ser feito agora, custou R$ 1,3 milhão aos cofres públicos e levará de quatro a seis meses para ser concluído.

Outras cidades
- CURITIBA: Eram sete projetos no total, dos quais apenas a expansão do BRT e a reforma da Rodoferroviária foram entregues – ambas de responsabilidade da prefeitura. Os outros, divididos entre governos municipal e estadual, estão em andamento – alguns estão 70% concluídos -, com prazos para serem entregues entre o fim desse ano e o início do próximo. Segundo o governo estadual, os principais motivos dos atrasos foram "adequações de projetos; trâmites burocráticos pendentes; problemas no pagamento; problemas climáticos".

- SÃO PAULO: cumpriu o que havia prometido, mas só deixou um projeto de mobilidade na Matriz: as obras viárias em Itaquera, de responsabilidade da prefeitura. O monotrilho (governo estadual) que ligaria o aeroporto de Congonhas à estação Morumbi de trem acabou virando um dos projetos de alto perfil a serem retirados do documento por conta de atrasos na obra.

- RIO DE JANEIRO: sede da próxima Olimpíada, deixou suas principais obras de mobilidade para serem feitas até os Jogos. Para a Copa, foram feitas algumas reformas na região do Maracanã, além do BRT Transcarioca, que liga o aeroporto Galeão à Barra da Tijuca. Quando perguntado se havia chance de as obras de infraestrutura prometidas para a Olimpíada ficarem para depois, o prefeito Eduardo Paes foi taxativo: "Chance zero. Tudo será entregue antes do prazo."

Fonte: UOL

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Menopausa: 8 conselhos para viver MUITO melhor nessa fase

Diminuição da libido, ondas de calor, tonturas, palpitações, distúrbios do sono, suores noturnos, irritabilidade e até depressão são alguns dos sintomas da menopausa, que acontece entre os 45 e os 55 anos.

A médica Talita Poli Biason, gerente da unidade MIP Aché, explica que esses desconfortos acontecem de forma mais ou menos intensa em cada mulher, mas que é possível lidar com eles. "A preparação para este momento da vida deve iniciar quando começarem os primeiros sintomas da menopausa. Conhecido como perimenopausa, esse estágio anterior à menopausa acontece por volta dos 40 anos", diz. Veja mais dicas:

Dicas para viver bem na menopausa
  • Comece o quanto antes a praticar atividades físicas, que ajudam a combater o aumento de peso característico da menopausa.
  • Pratique exercícios de fortalecimento da musculatura, com auxílio profissional, para manter os ossos fortes e evitar fraturas.
  • Consuma mais cálcio. A recomendação é de 1.000 a 1.200 mg por dia e até 1.500 mg após os 65 anos. Leite e derivados são boas fontes.
  • Considere o uso de suplementos, que podem ser indicados quando a alimentação sozinha não conseguir suprir a quantidade necessária de nutrientes.
  • Leia e faça exercícios de memória, como palavras cruzadas e jogos de raciocínio, para diminuir o risco de perda de memória na fase pós-menopausa.
  • Tenha bons hábitos de sono, o que ajuda a evitar a confusão mental e a manter a libido.
  • Alimente-se de forma equilibrada, com verduras e gorduras saudáveis, como salmão, abacate e azeite de oliva, que são bons para a saúde, pele e cabelos.
  • Converse com seu médico sobre as vantagens e desvantagens da reposição hormonal, que não é indicada para quem tem risco de trombose, doença cardíaca ou câncer de mama. Mas o profissional saberá avaliar cada caso.
Fonte: iTodas

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Prouni abre inscrições no dia 16 de junho para bolsas do 2º semestre

O MEC (Ministério da Educação) publicou nesta segunda-feira (8) o edital do Prouni (Programa Universidade para Todos) do segundo semestre deste ano. As inscrições serão feitas exclusivamente pelo endereço siteprouni.mec.gov.br a partir de 16 de junho. O prazo termina às 23h59 (horário de Brasília) de 18 de junho.

Para fazer a inscrição no Prouni, o candidato precisa informar o número de inscrição e a senha do Enem 2014, um endereço de email e cadastrar até duas opções de instituição e curso.

A primeira chamada será divulgada no dia 22 de junho e a segunda, no dia 6 de julho. Para participar da lista de espera do Prouni, o estudante deverá manifestar seu interesse pela internet, no endereço eletrônico http://siteprouni.mec.gov.br, no período de 17 a 20 de julho de 2015. A lista de espera será divulgada no dia 23 de julho.

Para se inscrever, o candidato deve ter participado do Enem e obtido, no mínimo, 450 pontos na média das notas. Além disso, não pode ter tirado zero na redação. Outra condição é que ainda não tenha diploma de curso superior.

Entre os requisitos para a bolsa do Prouni, o candidato precisa ter cursado o ensino médio em escola pública ou na rede privada com bolsa integral. É preciso ainda comprovar renda bruta familiar, por pessoa, de até um salário mínimo e meio. Para as bolsas parciais, no valor de 50% da mensalidade, a renda bruta familiar deve ser de até três salários mínimos.

Professores do quadro permanente da rede pública de ensino que concorrerem a cursos de licenciatura também podem participar do Prouni. Nesse caso, não é necessário comprovar a renda.

Fonte: UOL

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Crato e Quixadá comemoram a Semana Mundial do Meio Ambiente

Com apoio do Governo do Estado, através da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará (Sema), os municípios de Crato e Quixadá desenvolvem atividades alusivas ao Dia Mundial do Meio Ambiente que transcorreu na última sexta-feira, 5.

No Crato, a Semana do Meio Ambiente – Semeia 2015 - “Meio Ambiente, direito de ter, dever de cuidar” começou nesta segunda-feira (08/06) e prosseguirá até o dia 12/06. A abertura aconteceu a Trilha Ecológica na Chapada do Araripe e em seguida, foi ministrada uma palestra sobre “Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável”, a cargo do Mestre em Gestão Ambiental, de Curitiba, Sandro Jorge Coneglian.

No mesmo horário, no auditório do Senac, no Crato, o palestrante Saulo de Morais Silva abordou sobre Turismo e Meio Ambiente. A programação será encerrada na sexta-feira, 12/06, com uma palestra sobre a poluição causada por óleo de cozinha. O palestrante será o professor José Weliton Nascimento, da Sociedade Anônima de Água e Esgoto do Crato.

Já em Quixadá, a programação será aberta nesta quarta-feira (10/06) com a palestra 'A indicação do Açude do Cedro como patrimônio mundial pela Unesco, a ser proferida pela professora Julia Miyasaki (IPHAN).

Na quinta-feira (11), a programação consta de atividades de educação ambiental e exposição de trabalhos, bem como distribuição de mudas, aula de zumba, roda de capoeira e atividades lúdicas, na praça José de Barros, com início para as 8 da manhã.

Sexta-feira (12/06) reserva espaço para realização de oficinas de biodança, arte botânica e Adobe, proferidas pelos professores Cândida Câmara (FCRS), Vaneícia Gomes , João Lucas (FCRS) e Osvaldo Andrade. Ainda na sexta-feira, a partir das 10h30, será exibido  o documentário sobre o açude do Cedro. O encerramento da programação será com um passeio ciclístico, no sábado (13/06) com ponto de chegada no Açude do Cedro que completa 109 anos.

Assessoria de Imprensa/Secretaria do Meio Ambiente

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7 bons motivos para consumir óleo de coco

Quatro colheres de sopa por dia. Essa é a quantia média recomendada para o consumo do óleo de coco, uma gordura saturada, mas de origem vegetal, que está fazendo a cabeça não só de quem está de dieta, mas até daqueles que precisam controlar problemas de saúde. "O produto 100% natural apresenta propriedades que favorecem a perda de peso, reduzem o colesterol ruim e até controlam os níveis de açúcar no sangue", aponta a nutricionista Cátia Medeiros, da clínica Espaço Nutrição, em São Paulo.

Vendido em lojas de produtos naturais e algumas farmácias, o óleo de coco apresenta duas versões. Uma delas em cápsulas, que devem ser ingeridas no horário do almoço ou do jantar. Já a versão em óleo pode ser adicionada no preparo dos alimentos, em pastas e patês para acompanhar torradinhas ou mesmo em vitaminas. Para entender como ele age no organismo e conhecer outras boas razões para consumi-lo, o Minha Vida conversou com nutricionistas e elaborou a lista que você confere a seguir.

Controla a compulsão por carboidratos
Além de todos esses benefícios, o óleo de coco certamente deve ser um alimento que não pode faltar na dieta de quem tem diabetes ou de quem não resiste a uma guloseima. "Assim como os alimentos ricos em fibras, ele ajuda a manter níveis estáveis de glicose no sangue e não estimula a liberação de insulina, o que diminui a compulsão por carboidratos", explica a especialista Cátia Medeiros. Ao contrário de outros óleos poli-insaturados, que dificultam a entrada de insulina e outros nutrientes dentro das células, o óleo de coco favorece essa entrada e, por isso, a taxa de açúcar no sangue fica normalizada.

Promove a saciedade
Por ser uma gordura, o óleo de coco tem uma digestão diferenciada. "Ele permanece mais tempo no estômago do que um carboidrato, por exemplo, o que aumenta a sensação de saciedade", explica a nutricionista Cátia Medeiros. Com o apetite reduzido fica mais fácil segurar a vontade de petiscar o dia todo, hábito que pode sabotar a dieta e, consequentemente, o desejo de emagrecer.

Acelera o metabolismo
De acordo com a nutricionista Maria Fernanda Cortez, da clínica Nutri & Consult, em São Paulo, se consumido diariamente, o óleo de coco aumenta o gasto energético do organismo. "Ele estimula o funcionamento da glândula tireoide, que está diretamente ligada ao nosso metabolismo, o que aumenta a queima de calorias", explica. Assim, não adianta apostar em dietas radicais se essa glândula e, consequentemente, seu metabolismo não está funcionando adequadamente. O ponteiro da balança simplesmente não sairá do lugar.

Melhora a prisão de ventre
Por ter rápida absorção e solubilidade, o óleo de coco também é amigo do intestino. "Seus componentes agem normalizando o trânsito intestinal", diz Cátia Medeiros. As ações benéficas para o intestino também valem no caso de o intestino solto, pois ele ajuda a eliminar bactérias perigosas e favorece o crescimento da flora intestinal saudável.

Reduz o colesterol
O bom funcionamento da tireoide, favorecido pelo consumo de óleo de coco, também garante a redução do colesterol LDL (colesterol ruim) e a elevação do colesterol HDL (colesterol bom). "Isso ocorre porque essa glândula consegue metabolizar esse componente na formação de hormônios essenciais", explica a nutricionista Maria Fernanda. Com a normalização da taxa de colesterol sanguíneo há diminuição do risco de doenças cardiovasculares.

Fortalece o sistema imunológico
Outro benefício do óleo de coco é o fortalecimento do sistema imunológico. "Ele age no combate e na prevenção contra o ataque de bactérias e fungos que ameaçam nossa saúde e ainda melhora a absorção de nutrientes, reforçando as defesas do organismo", explica Maria Fernanda. Isso ocorre devido ao ácido láurico, também presente no leite materno e que tem o poder de combater inúmeras infecções.

Combate o envelhecimento precoce
"O óleo de coco promove a diminuição de radicais livres presentes no organismo, responsáveis pelo envelhecimento celular", aponta a Maria Fernanda. Segundo ela, isso acontece graças a ação de componentes da vitamina E, presentes no óleo. Até certo nível, os radicais livres são benéficos para o corpo, mas o acúmulo pode causar não só o envelhecimento precoce, como também o desenvolvimento de um câncer em decorrência da oxidação de células saudáveis.

Fonte: Minha Vida

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Dilma diz ser impossível estar ligada à corrupção

A presidente Dilma Rousseff afirmou ser "impossível" ter seu nome ligado ao escândalo de corrupção na Petrobras.

Em entrevista ao canal de televisão francês France 24, a presidente falou sobre o caso de corrupção na estatal, o escândalo na Fifa, espionagem americana e também sobre o ajuste fiscal.

Questionada se estaria preparada para assumir as consequências caso fosse provado seu envolvimento com a corrupção, a presidente foi enfática: "eu não vou responder a esta pergunta porque não estou ligada a este escândalo", disse, visivelmente irritada.

"Eu sei que não estou ligada, é impossível e eu lutarei até o fim para mostrar que não estou ligada. Eu sei o que eu faço", completou.

Quando questionada sobre o fato de alguns ex-diretores da Petrobras terem afirmado que a campanha presidencial de 2010 recebeu dinheiro desviado da estatal, Dilma respondeu:

"Não há absolutamente nenhuma prova contra minhas campanhas. Não só sobre a de 2010, mas também a de 2014", afirmou. Ela disse ainda que todos os candidatos à presidência receberam dinheiro de empresas legalmente e as contas da campanha dela foram aprovadas pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).

Fifa
A entrevista tratou também do escândalo de corrupção na Fifa, que envolve o ex-presidente da CBF José Maria Marín.

"Eu acho que é muito importante investigar todo esse escândalo que envolve organizações internacionais de futebol, incluindo o Brasil. No Brasil, essa é uma questão muito importante, porque o futebol não é só um esporte, mas uma indústria. E uma indústria precisa ser regulada, transparente", afirmou a presidente.

Espionagem dos EUA
Dilma também comentou sobre a tensão que se estabeleceu entre Brasil e Estados Unidos quando foi revelado que a agência de segurança americana (NSA, na silga em inglês) estava espionando empresas, cidadãos e até mesmo a presidente brasileira.

Dilma falou sobre o acordo que fez com o presidente Barack Obama para que a espionagem parasse.

"Quando falei com ele, pedi que essas interceptações, a partir daquele momento, não acontecessem mais. E o próprio Obama me garantiu que se precisasse de qualquer tipo de informação do Brasil, ele me ligaria. Eu confio que ele não permitirá a espionagem do Brasil porque ele disse isso pra mim", afirmou.

Fonte: Exame.com

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Com fim gradual de sinal analógico, saiba o que fazer para usar TV digital

A transmissão do sinal de TV digital começou em 2007 no Brasil. Agora, está cada vez mais próximo o prazo de desligamento total do sinal analógico. A data limite é no fim de 2018, porém o cronograma da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) estabelece datas de desligamento já em 2016 para cidades grandes, como São Paulo, por exemplo.

Baseado na proximidade do fim do sinal analógico, o UOL Tecnologia consultou especialistas para responder a perguntas sobre o tema, ressaltando o que vai mudar para os telespectadores de TV aberta e qual a importância disso:

Por que vão desligar o sinal de TV analógico?
A razão do fim de transmissão analógica é que esse espectro de frequências será usado por operadoras para aumentar a oferta de redes 4G na faixa de 700 MHz. Atualmente, o 4G está disponível apenas na faixa de 2,5 GHz.

Quando vão desligar o sinal analógico na minha cidade?
O Ministério das Comunicações tem um cronograma detalhando quando o sinal analógico deve ser desligado.

A título de curiosidade, a primeira cidade vai ser Rio Verde (GO), no dia 29 de novembro deste ano. Na sequência, vêm o Distrito Federal e cidades adjacentes (3.abr.2016), São Paulo (15.mai.2016), Belo Horizonte (26.jun.2016), Goiânia (28.ago.2016) e Rio de Janeiro (27.nov.2016).

No restante das cidades, ocorrerá entre 2017 e o final de 2018.

O que eu ganho mudando para o sinal digital?
A vantagem é a qualidade de imagem, que é transmitida em alta definição. Em termos práticos, a imagem terá o dobro de definição e muito mais brilho.

No sinal analógico, as imagens chegavam com definição "standard" (704 x 480 pixels), enquanto o padrão de TV digital brasileiro transmite com definição de 1.920 x 1.080 pixels.

Não tenho a menor ideia se recebo sinal digital. Como faço para saber?
Com a proximidade do desligamento do sinal analógico, as emissoras passarão a mostrar algum sinal informando isso. Algumas mostrarão um "A" (de analógico) ou exibirão uma mensagem mostrando que o sinal é analógico.

Como sei se minha cidade está coberta por sinal digital?
A maioria das grandes cidades já conta com sinal digital, sobretudo as que devem ter o sinal analógico desligado ainda em 2016. É possível consultar se um município está coberto no site http://dtv.org.br/index.php/cobertura.

Como sei se minha emissora preferida já está disponível na minha cidade?
Não há um levantamento sobre isso. Essa informação, segundo Roberto Franco, presidente do Fórum SBTVD, associação de entidades em prol da pesquisa sobre TV digital aberta, ainda está sendo levantada pelo EAD (entidade responsável pela gestão do processo de migração entre o sinal analógico e a implementação da TV Digital).

No entanto, as principais emissoras já oferecem esse tipo de transmissão, pois é de interesse delas. "Se ela não cobrir a mesma área da cobertura analógica, o canal vai perder audiência e publicidade", explica Luis Roberto Antonik, diretor geral da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).

Como faço para receber sinal digital?
É necessário ter uma antena que recepciona esse tipo de sinal e um televisor com conversor embutido. Quem não tem um conversor digital embutido na TV deve comprar um.

Como sei se minha TV aceita sinal digital?
Desde 2010, todos os televisores com tela de 32 polegadas ou mais já vêm com conversor digital integrado. Para os fabricados em 2011, a regra do governo abrange TVs com tela igual ou maior a 26 polegadas.

Além disso, os aparelhos que contam com conversor integrado têm a indicação "DTV" na própria TV, na caixa ou no manual.

Tenho uma TV antiga e que não tem um conversor embutido. O que devo fazer para assistir aos canais abertos com o desligamento do sinal analógico?
Caso não queira comprar um aparelho novo, é necessário ter um conversor e uma antena UHF – ambos os itens são encontrados em varejistas.  O primeiro é encontrado no mercado por cerca de R$ 150 (muitos modelos têm funções adicionais, como gravador digital).

Ao adquirir uma antena, o consumidor tem duas opções: interna ou externa. A primeira é encontrada por até R$ 80 em varejistas e é recomendada para locais com forte sinal de TV digital. Já a segunda é para quem mora em locais com acesso instável e custa até R$ 300.

Há antenas passivas (que não necessitam ligar na tomada) e antenas ativas (que são ligadas a energia elétrica), que costumam ser mais caras e apresentam desempenho superior.

Há antenas de sinal digital internas e externas. Qual devo escolher?
A preferência é comprar uma antena externa, pois é mais robusta para recepção de sinal, segundo Roberto Franco, do Fórum SBTVD.

Segundo ele, os sistemas de transmissão de sinal de TV pelo mundo sempre são baseados na recepção em antena externa. Porém o padrão brasileiro é robusto e uma antena interna pode resolver – no caso de pessoas que vivem em áreas com sinal robusto.

É importante ter uma boa recepção de sinal para não ter problemas. "Na recepção analógica, quando há algum obstáculo, o sinal começa a degradar e ocorre o chuvisco. Já no digital, ou aparece a imagem ou não aparece nada", explica Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.

Tenho uma TV que veio com conversor embutido. Como faço para ver TV digital?
Nesse caso, basta ter uma antena interna ou externa para receber o sinal e sintonizar o aparelho.

Tenho TV, mas não tenho dinheiro para um dispositivo novo ou um conversor. Como faço para assistir à TV digital?
O governo estabelece que beneficiários do programa Bolsa Família terão direito a um kit gratuito com conversor, antena de controle remoto. De acordo com Luis Roberto Antonik, diretor-geral da Abert, a distribuição será comandada pelo EAD.

Ainda não há detalhes de como será a distribuição desses equipamentos. Próximo ao desligamento do sinal analógico, deve haver campanhas específicas para conscientizar os beneficiários do programa.

Tenho TV digital, mas a imagem não ocupa toda a área da tela. Por que ocorre isso?
Isso ocorre porque há conteúdos antigos mostrados na TV aberta que foram captados no padrão antigo. Por essa razão, há programas antigos que ocupam, por exemplo, apenas a parte central da tela.

Fonte: UOL

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Receita libera consulta ao 1º lote de restituições do IR 2015; confira

A Receita Federal liberou nesta segunda-feira (8) a consulta ao primeiro lote de restituições do Imposto de Renda de 2015 (ano-base 2014). Foi liberada, ainda, a consulta a lotes residuais de 2014, 2013, 2012, 2011, 2010, 2009 e 2008.

O lote inclui restituições de 1.495.850 contribuintes, totalizando mais de R$ 2,3 bilhões.

O dinheiro das restituições será depositado no próximo dia 15 (segunda-feira) na agência bancária indicada pelo contribuinte ao fazer a declaração. O valor é corrigido pela Selic (taxa básica de juros), mas, após cair na conta, não recebe nenhuma atualização.

Para saber se teve a restituição liberada, o contribuinte pode acessar o site da Receita Federal (URL encurtada: http://zip.net/bsn4Jn) ou ligar para o Receitafone, no número 146.

Lotes de 2015 serão pagos até dezembro
O pagamento das restituições de 2015 será feito em sete lotes. O último será pago em dezembro.

1º lote: 15/06/2015
2º lote: 15/07/2015
3º lote: 17/08/2015
4º lote: 15/09/2015
5º lote: 15/10/2015
6º lote: 16/11/2015
7º lote: 15/12/2015

A distribuição vai ser feita dando prioridade para pessoas com mais de 60 anos. Em seguida, a restituição será paga seguindo o critério de ordem de entrega.

Para receber as restituições por este calendário, o contribuinte não pode ter caído na malha fina, ou seja, a declaração deve estar regular. Porém, o fato de não receber a restituição agora não significa necessariamente ter ficado retido na malha fina. Mas existe essa possibilidade. A Receita tem um sistema para verificar se a declaração está com algum problema e oferece oportunidade de corrigi-lo.

Fonte: UOL

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Funceme alerta para 5° ano seguido de seca e ressalta economia de água

Com apenas dois meteorologistas e um físico à disposição para traduzir relatórios diários de monitoramento do planeta, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) prevê mais longos dias de seca para 2016.

O cenário pode até virar, admite o presidente do órgão, Eduardo Sávio Martins, mas é o que apontam neste momento as águas do Pacífico, aquecidas pelo fenômeno El Niño. A se confirmar, será o quinto ano consecutivo de estio, metade desta década.

Ele descreve que até a intensidade do fluxo solar, uma informação ainda sendo descoberta pela Funceme, que aponta níveis de radiação do sol, tem indicando que o ano que vem será preocupante. Principalmente para as reservas hídricas cearenses. “Vamos ter que ter a preocupação sobre o uso mais eficiente da água”, alerta Eduardo Sávio.

O POVO – A Funceme já disparou um alerta que 2016 pode ter a continuidade do quadro de seca, por causa da manifestação do El Niño. Há como dizer que, cientificamente, isso já está dentro da previsão das mudanças climáticas para o semiárido cearense?
Eduardo Sávio Martins – Nós sempre conseguimos dar previsão com alguns meses de antecedência. De três a quatro, a previsão sazonal que a gente faz. A gente tem uma boa previsibilidade aqui para o Norte-Nordeste. Por que, além disso, estamos colocando a preocupação? Primeiro, por causa do armazenamento que temos hoje nos reservatórios do Estado. Hoje estamos com menos de 20%. Mas tem reservatórios, como o Banabuiú, que é estratégico, está com 1,23%. Reservatórios que são responsáveis pelo abastecimento de algumas sedes urbanas estão com 3%, 5%. Já estamos vivenciando dificuldade grande para garantir água para algumas sedes, como Irauçuba. O pessoal da Sohidra (Superintendência de Obras Hidráulicas) está fazendo trabalho intenso de perfuração de poços, mas infelizmente os poços não estão dando vazão significativa para a demanda. Então realmente é preocupante, pelo estado que estamos hoje. A gente já fazia no passado, mas com esse armazenamento, a gente resolveu, desde 2012, começar a emitir alertas por volta de maio, diante a situação do Pacífico. A gente resolveu informar não só para dentro do Governo, mas para a sociedade em geral porque entendemos que o setor privado também precisa se mobilizar. Até para repensar estratégias de atuação diferentes, tentar maximizar eficiência no uso da água, tentar mudar em estrutura para usar mais efetivamente a água disponível. Certamente teremos que passar por uma mudança cultural. Estamos no quarto ano de seca, o El Niño hoje é forte em maio. Pode mudar? Pode ter essa mudança, mas o que os modelos do Pacífico estão dizendo é que temos 80% de chance do El Niño persistir até dezembro e janeiro e fevereiro de 2016.

OP – O que daria um quadro de seca em 2016?
Eduardo – Foi El Niño, é seca? Não, mas afeta negativamente a nossa quadra chuvosa.

OP – Você tem que ver a intensidade dele?
Eduardo – A intensidade, quando a gente olha os modelos do Pacífico, a maioria coloca um El Niño intenso. Mas existe uma incerteza muito grande, a gente precisa acompanhar. É muito distante maio de janeiro e fevereiro do próximo ano. Pode haver mudança, mas os modelos não estão colocando essa mudança, estão apresentando a persistência do El Niño até janeiro-fevereiro. E isso afeta negativamente a nossa quadra chuvosa.

OP – Mas os próprios meteorologistas trabalham hoje em dia com essa instabilidade de informações muito maior.
Eduardo – Estamos falando de duas coisas. Uma é a previsão do clima e a outra é a previsão das forçantes do clima. No caso, o Pacífico, que é uma delas. O Atlântico é o outro, é mais difícil prever porque é uma bacia menor. É mais nervoso, digamos assim, ele muda mais rapidamente. O Pacífico, como é uma bacia maior, mais ou menos cinco vezes maior do que o Atlântico, pra mudar a temperatura de uma panela quente grande, leva mais tempo. Temos uma inércia maior nessa mudança. Ele sair pra uma situação favorável leva mais tempo. A gente está comparando muito a situação de hoje sempre olhando pro passado, ver o que aconteceu alguns anos atrás. Essa situação de maio deste ano lembra maio de 1997. Se você olhar 1997 como evoluiu, temos um El Niño forte no final e início do ano seguinte. Quer dizer que isso vai acontecer? Não sei, mas a preocupação que estamos colocando para o Governo do Estado é que realmente precisamos ter o cenário como factível.

OP – Fortaleza vai ter que racionar água se essa previsão se confirmar em 2016?
Eduardo – Nós vamos ter que ter a preocupação sobre o uso mais eficiente da água. Vamos ter que economizar água, aquelas cenas que a gente não gosta de ver, de gente lavando calçada. Temos que começar a combater esse tipo de comportamento, por isso o governo vai lançar uma campanha, o governador já anunciou isso. De maior preocupação com o uso da água já agora.

OP – Há outros anos que tiveram semelhança com o momento atual?
Eduardo – 1982, 1983 foi um ano seco.

OP – E já havia essa previsão de que o ano seguinte poderia ser seco?
Eduardo – Não, nessa época não tinha. Nós tínhamos antes esses modelos disponíveis, mas em 2008, 2009 estávamos com o cenário de reserva lá em cima. Foram dois anos chuvosos. 2010 foi um ano seco, mas iniciamos um ano seco com reservas lá em cima. Foram cheias em 2009. Foram feitas operações, e isso digo que não foi divulgado, de monitoramento de clima e hidrologia e previsão pra tentar terminar a quadra chuvosa com o Castanhão no nível mais cheio possível. Por que isso? Porque tinha a preocupação de 2010 que seria um ano de seca. A gente queria garantir que estaria com o estoque de água o mais alto possível. Isso não foi externado à época pra ninguém, mas foi uma operação de risco.

OP – O que exatamente foi feito?
Eduardo – Aqui era direto. Sábado, domingo... À época o presidente da Cogerh (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos) era o secretário atual (de Recursos Hídricos), Francisco Teixeira. Ele ligava, a gente rodava modelos aqui na Funceme para fazer previsão de aporte aos reservatórios. Usava previsão de tempo, aquela curta de dois, três dias, para ver o que ia acontecer em termos de chuva e de vazão aos reservatórios. Calculava o aporte, abria ou fechava a comporta. Essa história nunca foi contada.

OP – Naquela época não se estimava que a seca se prolongaria por quatro, cinco anos, porque não havia como?
Eduardo – Não tinha como. Hoje também não tem previsibilidade de cinco anos, mas a gente tem indicativos que colocam preocupação sobre esse período. Por exemplo, intensidade do fluxo solar. Quando o fluxo solar está alto, a tendência é que a precipitação média de um período de cinco anos seja baixa. Estamos num momento que o fluxo solar está subindo. E os últimos anos foram secos. E ele ainda não parou de subir.

OP – Isso tem a ver com aquecimento global ou não tem?
Eduardo – Não tem. A energia do sol que chega à Terra tem flutuações. A flutuação é mínima, mas afeta o clima do planeta.

OP – Essa oscilação na intensidade do fluxo solar é derivada dele mesmo ou decorre de algo?
Eduardo – É dele mesmo e tem particular relação com o clima aqui da nossa região. Mas isso é um fator novo. A gente ainda está investigando, fazendo alguns experimentos na Funceme, se isso pode até melhorar nossa previsão. Para o período fevereiro-março-abril, ela é muito boa, e quando você acerta esse trimestre, você tem 65% das chuvas do ano em média. E de fevereiro a maio, a previsão também é muito boa, aí você vai pra 75% da chuva do ano. Então estamos concentrando todos os esforços nesse período. Os outros períodos são importantes, têm boa performance também, mas o período melhor da previsão climática é fevereiro a maio.

OP – A gente está sentindo mais calor em Fortaleza por causa desse fenômeno solar?
Eduardo – Não, não. O calor tem a ver com a radiação incidente, com a energia do sol que chega à Terra. E isso varia ao longo do ano. Na verdade, essa não é a temporada de calor. Estamos sentindo mais calor porque na verdade não está chovendo, está muito seco.

OP – Os setores econômicos produtivos consulta muito mais a Funceme do que antes?
Eduardo – A gente participa de reuniões com o pessoal do agronegócio, às segundas-feiras. Coloquei pra alguns deles a preocupação com o próximo ano. Por que a gente faz esse esforço de atingir o setor do agronegócio? Porque são consumidores de água. Eles têm que se precaver com algumas medidas a serem tomadas no uso da água. Por exemplo, temos seis dos sete perímetros colapsados, não têm água. Tem pra atender só aquela agricultura de salvação mesmo, para não deixar morrer as culturas permanentes. Preocupa se tivermos o último perímetro, Jaguaribe-Apodi, colapsado. É por isso que a gente tenta que a informação chegue para que eles antevejam suas ações.

OP – O consumo da água, grosso modo, é dividido para agronegócio, indústria e consumo humano. A Funceme chega a orientar essa distribuição?
Eduardo – Não, isso já é setor de Recursos Hídricos, que a gente faz parte, mas aí é Cogerh e Secretaria. A informação que nós damos é do clima. Nós temos colaborado com o monitoramento hidrológico, com o desenvolvimento de ferramentas para suporte à decisão do setor de recursos hídricos, modelagem hidrológica, análise de operação de reservatórios. Estamos desenvolvendo uma ferramenta aqui sobre isso e devemos programar um treinamento para a Cogerh no segundo semestre, exatamente para que ele se aproprie dessa ferramenta na identificação de regras de operação dos reservatórios, para que atenda aos usos e observando as restrições do sistema. A gente vem apoiando científica e tecnologicamente na produção de ferramentas, dando treinamento onde é nossa expertise, mas o processo decisório é da Cogerh.

OP – O que 2015 ainda tem de previsão de chuva?
Eduardo – Agora estamos no fim da quadra chuvosa. Fevereiro – março – abril foi indicado como cenário mais provável ter chuvas abaixo da média. Foi isso que foi observado. Vamos começar lá de antes. A Funceme começou a dar previsão da pré-estação uns três anos atrás. Novembro-dezembro-janeiro, abaixo da média. Dezembro-janeiro-fevereiro, também abaixo da média. Cenário mais provável foi de que vai faltar. Janeiro-fevereiro-março, abaixo da média, cenário mais provável a apontar. E agora, fevereiro-março-abril, também cenário mais provável abaixo da média. Maio-junho-julho foi colocada a categoria da média como mais provável, mas, se você olhar as probabilidades, não tem tanta diferença da abaixo da média e da média. Elas são muito próximas, comparadas com as outras previsões que fizemos. Pode ser normal ou abaixo, colocaria isso para o período maio-junho-julho. Se você olhar, maio chove 89 milímetros. Já vai curva de baixo. Em média chove isso. Vai pra 140mm maio-junho-julho. Agora, para reverter esse quadro de estoque de água, só se fosse muito, muito, muito acima. E que fossem chuvas concentradas. Para o setor de recursos hídricos, é melhor que esses 140mm ocorram em um, dois dias, no máximo. Por que vai gerar escoamento e ir pro reservatório

OP – É improvável?
Eduardo – Não é improvável porque em período seco essas coisas acontecem. Você viu temporais recentes que tivemos em Fortaleza, em alguns locais chovendo 140, 150mm. Teve local que choveu mais de 200mm. Essas coisas acontecem.

OP – O cidadão está muito mais interessado pelo tema das previsões meteorológicas?
Eduardo – É, o pessoal gosta de clima. Mas o cearense tem o humor como profissão. A gente pena muito nisso. Porque, na verdade, tem problemas de percepção. Tá chovendo em Fortaleza, o cara assume que tá chovendo no Ceará todo. Por exemplo, a chuva que deu hoje, 35 mm lá em Messejana, o usuário da informação duvida: como pode ser abaixo da média? Mas ele não está vendo os quatro anos que o Sertão Central passou. Tauá, cinco anos de chuva abaixo. Então, não tá vendo o Interior.

OP – E esse humor que você fala?
Eduardo – É na gozação mesmo. A gente tem uma página no Facebook, o pessoal curte. Mas tem o usuário mais informado que vai em defesa. Então é bom a gente ver isso, gera uma dinâmica na discussão da informação. É o papel de educação mesmo. Tem programas de televisão, que não são jornalísticos, eles gostam realmente de ficar no escárnio.

OP – Você falou uma coisa interessante, agora há pouco. A gente está no quarto ano de seca, pode entrar no quinto. Mas existem localidades no Ceará que estão há mais tempo?
Eduardo – Há mais tempo. Acho que a Bacia do Curu como um todo, lá tá há mais de cinco anos já. Como certeza mais de quatro anos está.

OP – Por que a precipitação ali é menor?
Eduardo – Ah, isso a gente ainda não consegue identificar. Porque a natureza da nossa chuva, em geral, ela é convectiva. O sol aquece uma determinada faixa do terreno o tempo todo. Isso provoca uma térmica, uma elevação de ar por conta da temperatura da superfície. Se vem um jato de vento trazendo umidade do litoral, essa umidade é elevada. Quando o ar quente e úmido vai para altitudes maiores, ele se expande, se esfria e forma nuvens e pode precipitar. Essa é a natureza, em geral, da nossa precipitação. É mais difícil prever aqui essa chuva de curto prazo, um, dois, três dias, do que prever com três meses. Aqui é melhor prever clima do que tempo. Prever tempo é mais complicado aqui, exatamente por essa natureza convectiva.

OP – A Funceme mudou de paradigma, saiu da ideia de bombardear nuvens para fazer chover e passou a ser mais científica, trabalhar na previsão. Esse marco acontece exatamente quando?
Eduardo – A Funceme foi criada em 18 de setembro de 1972 até com isso no nome. Era Fundação Cearense de Meteorologia e Nucleação Artificial. A grande mudança, e aí a Funceme cresceu muito, foi na época do doutor Viana, Francisco Lopes Viana. A Funceme começou a ter várias áreas, ampliando muito por conta de instituições que foram extintas e os profissionais foram absorvidos aqui. Como a antiga Sudec, o pessoal de solo, de geografia, isso foi ampliando as áreas de atuação, mas ainda sem um planejamento muito bem definido. A área de meteorologia cresceu por conta de programas do governo federal, de atração de bolsas. Isso muito por conta da ideia de criar “Funceminhas” no Nordeste e depois no Brasil. Esse programa de bolsas, a Funceme se beneficiou muito, conseguiu atrair profissionais do Brasil todo. Teve uma relação muito forte com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a parte de satélites, de meteorologia, cresceu muito. Foi criada a área de recursos hídricos, com atuação nas áreas de água superficial, subterrânea.

A Funceme andou investigando métodos geofísicos para identificação de locais de perfuração de poços, tanto em terrenos sedimentares como cristalinos. E na parte de hidrologia superficial, estudos de hidrologia, modelagem hidrológica, estimativa de vazões, tentando identificar aporte aos reservatórios e por aí vai. O papel da Funceme, onde ela deveria atuar, ainda não estava muito bem definido. Cresceu muito, a gente ganhou experiências nas diferentes mudanças que tivemos ao longo das mudanças de governo. Muda o governo, a primeira pergunta que se faz é pra onde vai a Funceme. A gente passou da Secretaria de Agricultura, inicialmente. Em 1987 foi criada a Secretaria de Recursos Hídricos, migramos para lá. Aí teve um foco em geografia física. Antes disso foi feito um concurso. Conseguimos absorver boa parte dos bolsistas que estavam na Funceme e outras aprovadas. Entrei como bolsista. Vim do IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas), no Rio Grande do Sul. Cearense, fui fazer o mestrado, quando terminei foi a época do concurso. Fiz e passei. Depois a gente migrou da Recursos Hídricos para a Secretaria de Ciência e Tecnologia. Ficamos lá até o governo Cid. E esse mudou para a SRH. Teve uma mudança em 2001 com o Assis (ex-presidente Francisco de Assis Souza), tentar organizar todas essas áreas com foco na aplicação, no uso da informação. E isso a gente continuou tentando ampliar para outros setores.

Por exemplo, de energias. A gente participou da elaboração de atlas de potencial solar, eólico. Estamos desenvolvendo ferramentas pra Cogerh, participando de desenvolvimento de portais, aplicativos. O Funceme Tempo, o portal Hidro, fizemos o aplicativo para o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), pra ANA (Agência Nacional das Águas). A gente consegue, através dessas pequenas ações, parcerias que resultam em projetos maiores e conseguem dar sustentabilidade a ações, que são de caráter temporário, mas não de curto prazo. Por exemplo, deveremos ter um grande projeto com a ANA que deverá ter um horizonte de cinco anos. Esse projeto tem foco de uso da informação de clima para o setor de recursos hídricos, vai analisar a questão das regras de operação do rio São Francisco para as bacias receptoras (Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba) e também a questão de secas. Ter planos de seca para alguns hidrossistemas, para sistemas de abastecimento como Cagece.

OP – Mais uma mudança de pasta como essa, isso é ruim, é bom? Muda o perfil de atuação, da utilização dessas informações?
Eduardo – Eu vejo a mudança como positiva. E eu acredito que boa parte dos técnicos aqui da casa pensa assim. Essa é minha percepção. Porque o melhor período que tivemos aqui foi quando estivemos na SRH. Tivemos grandes projetos. Isso nos engajava com metas. Eram grandes projetos de importância para o Estado. A Funceme estava inserida nesse contexto. Quando a gente foi pra Secitece, tentou ao máximo continuar engajados com o setor de Recursos Hídricos, exatamente por conta disso, tendo a aplicação mais próxima. Da informação gerada pela instituição à sua aplicação no mundo real, na sociedade. Isso pra mim é importante porque uma instituição como a Funceme, você não vende fácil. Ou você tem um gestor acima de você que entenda por que é preciso uma instituição como a Funceme ou...

OP – É uma contradição, porque a economia do Estado passa por aqui. 
Eduardo – É, mas existe uma dificuldade, isso em qualquer lugar do mundo, inclusive em alguns avançados, como Austrália e Estados Unidos, do uso de uma informação que é incerta no processo de tomada de decisão. A gente fala aqui que o clima tá mudando, que temos essa incerteza do clima no próximo ano, como a gente toma uma linha de ação que vai atender às necessidades que teremos em 2016? Existe a dificuldade do gestor público delinear um conjunto de ações diante dessa incerteza da informação que a gente gera. Mas, infelizmente, é a natureza. E a natureza é incerta. A gente nunca vai conseguir dizer: olha, vai chover tantos milímetros nos próximos três dias.

OP – Você pontua e diz “pra mim é bom”, mas e para a academia? O que pensam os pesquisadores que se aproximam daqui, sobre essa troca de pastas a que submetem a Funceme?
Eduardo – Essas passagens que tivemos nas outras secretarias, a gente sempre pegou algo pra dentro da Funceme. A gente ganhou bagagem. No sistema de ciência e tecnologia, a bagagem que a gente pegou foi iniciar um processo de competição em editais de concorrência. Quando a gente foi pra Secitece, eu era gerente de recursos hídricos, o Assis era o presidente, tivemos uma reunião com o doutor Hélio Barros (ex-secretário da Secitece), que disse “não é possível, temos que competir com Pernambuco, temos que ter captação de fomento do setor de ciência e tecnologia”. Eu disse pra ele “me dê gente que a gente compete”. Ficou acertado que a gente teria bolsistas, para trabalhar algumas propostas. Lembro que no primeiro ano a gente elaborou 30 propostas e não tivemos nenhuma aprovada, porque a competição era acirrada. Até que no ano seguinte tivemos a primeira e aí começou, uma atrás da outra. Hoje a gente tem projeto de cooperação internacional com a Alemanha. Com França e África, um projeto tripartite, para estudar seca aqui e lá e fazer comparativo. O pessoal da Alemanha que a gente tem cooperação é da Universidade de Potsdam, também nessa área de recursos hídricos e estudos de seca e cheia. A gente está preocupado hoje com seca, amanhã a gente vai estar preocupado com cheia. Tem que antever.

OP – Que recortes de estudo os estrangeiros estão fazendo aqui?
Eduardo – Vários recortes. Desde do estudo da operação de reservatórios diante de eventos críticos, seca e cheia, como também a elaboração de ferramentas. No caso de cheia, o desenvolvimento de rotinas para o uso da informação do radar, para estimar uma cheia afluente ao Castanhão e você saber o quanto tem que abrir a comporta pra atenuar os efeitos dessa cheia na região jusante. Tem projeto de estudo de qualidade de água, também com a França e as universidades de Brasília e a Federal do Amazonas, usando informação de sensoriamento remoto (satélite). O monitoramento em campo de 140 reservatórios, você consegue fazer uma vez a cada três meses. Mas com satélite, se eu conseguir imagens de boa resolução, consigo fazer todo dia, na frequência que o satélite tiver a imagem.

OP – A Funceme não faz ainda?
Eduardo – Já está fazendo. No escopo desse projeto, já estamos monitorando diariamente Orós, Banabuiú e Castanhão, juntamente com o pessoal da França. E agora com o pessoal da Universidade de Brasília estamos fazendo um estudo, um pouco diferente, eles estão desenvolvendo um vant, que é um drone. A gente faz uma medida pontual, pra ver o balanço de radiação que chega no reservatório, e faz a relação desse balanço com a reflectância da imagem do satélite. Aí estabelece essa relação a partir da análise laboratorial de clorofila A, que dá o índice de eutrofização. Com o vant, a gente vai ter a imagem de todo o reservatório. Nós vamos relacionar a imagem do vant com a do satélite. Com isso vamos ter uma análise do indicador de eutrofização para todo o espelho d´água. A gente vai conseguir ver, por exemplo, pontos de lançamento de esgoto clandestino.

OP – O que esses últimos quatro anos de seca trouxeram de novidade na pesquisa da Funceme, de aprendizado saído daqui?
Eduardo – Acho que se pudesse escolher uma, das coisas que a gente vem trabalhando, e no Brasil não tem nenhum grupo que esteja trabalhando tanto quanto a gente para ter produtos voltados para os setores de agricultura e recursos hídricos, é a questão da previsão climática e impactos. Hoje a Funceme está rodando o modelo global. Por que, se faz previsão para o Ceará?

OP – Modelo global significa que monitora o planeta todo?
Eduardo – Eu faço a previsão do clima para o globo. Só que o clima do Ceará é afetado pelo Atlântico e pelo Pacífico. Por isso que é importante fazer global. Porque eu posso fazer a previsão em janeiro para fevereiro-março-abril, e se eu quiser, porque existe uma incerteza, posso mexer no Atlântico. Deixá-lo numa situação mais desfavorável e rodar novamente no modelo para ter uma sensibilidade, o que pode acontecer como clima futuro com essa tendência que os especialistas estão apontando para o Atlântico ou Pacífico.

OP – Isso não se fazia quatro anos atrás?
Eduardo – Não, não se fazia. Historicamente, a Funceme sempre trabalhou com modelo regional de clima. A gente usava modelos globais, de outros centros, para forçar modelos regionalizados. Hoje a gente roda o global aqui, roda o regional aqui. Somos totalmente independentes dos centros nacionais e internacionais hoje. Não precisa de ninguém.

OP – Até quatro anos atrás eram dependentes?
Eduardo – Nós iniciamos isso em 2012. Por quê? A gente via que alguns centros que a gente estava utilizando informação para forçar os nossos regionais, eles estavam alterando os resultados do modelo estatisticamente. A gente achava que isso não era bom. Às vezes o modelo estava indicando que era seco, mas ele fazia uma correção estatística com base nas forçantes. Esse modelo que eles usavam para fazer a correção era totalmente dominado pelo Pacífico e, às vezes, o sinal invertia. O que era seco ficava mais normal, um pouco chuvoso. A gente achou que era melhor ter uma abordagem mais objetiva em relação à modelagem. Até porque o modelo que a gente usa tem uma performance muito boa com o Norte-Nordeste. Fazer qualquer alteração nesse modelo, talvez para eles, na região que eles têm interesse, funcionasse, mas para nossa região não funcionava. E a outra razão da mudança foi por conta da necessidade de a gente poder rodar cenários. “Os especialistas estão indicando que o Pacífico pode mudar assim”, “que o Atlântico pode mudar assim”. Pra gente não ficar pensando o que pode acontecer, a gente roda o modelo e tem uma ideia do que pode piorar ou melhorar em termos de clima nos próximos meses.

OP – Institutos do Norte-Nordeste mandam previsões para outros Estados?
Eduardo – Isso foi valor agregado ao trabalho que estamos fazendo. Como a gente está fazendo a previsão pro globo, o resultado para o Brasil hoje é utilizado pelos centros nacionais para combinar com os modelos que eles rodam. Eles combinam o modelo da Funceme, o modelo do Inmet e os três modelos do Inpe e geram uma previsão que chama Superconjunto de Modelos Nacional. Que é Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), Inmet e Funceme.

OP – Quais outros Estados têm unidades meteorológicas importantes?
Eduardo – Eu diria que Pernambuco está avançando muito. Lá é junto com a agência de águas, a APAC (Agência Pernambucana de Águas e Clima). Tem o Simepar, Sistema Meteorológico do Paraná, cuja especialidade é mais tempo. E tem o de Santa Catarina, que é o Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural).

OP – O prestígio da Funceme em relação ao país está bom?
Eduardo – Está. Apesar de todas as restrições que nós temos, principalmente em termos de pessoal, a gente tem conseguido com esses projetos, de caráter temporário, continuar ativo nessas áreas. Nosso foco nos últimos anos tem sido muito a previsão climática e impactos. Ou seja, prever o clima, mas não ficar só com a variável de precipitação. A gente saber o que vai acontecer em termos de vazão, de safra. Temos desenvolvido produtos nesse sentido.

OP – Para o cidadão, no dia a dia, melhorou?
Eduardo – O dia a dia é tempo. É difícil a gente responder isso porque cada usuário tem um interesse diferente. Às vezes chover e não chover pra ele é a mesma coisa. O usuário que acho que a gente pode mais medir a temperatura, de importância do trabalho, seria em relação à Defesa Civil. A gente tem que citar o excelente trabalho que a Defesa Civil vem fazendo, desde a gestão anterior, muito motivacionada pela vontade dos seus técnicos.  A Defesa Civil é uma grande usuária da nossa informação. Trabalhos que eles fazem nas escolas com as nossas informações. Eles têm acesso a todos os aplicativos, então conseguem antecipar suas ações com base nas imagens do radar, com base nos modelos de previsão. Sempre quando tem previsão de evento severo para a Região Metropolitana, a gente manda um alerta pra Defesa Civil. Quando a gente trabalha com o usuário, não tem a pretensão de achar que sabe o que o usuário precisa. Então, a gente trouxe a Defesa Civil e perguntou “o que você precisa?”. A partir dessa pergunta, a gente avaliava o que podia fornecer e modificava a partir do perfil do usuário. Essa é uma tentativa também de melhorar nossos laços com os usuários que fazem uso dessa informação.

OP – Há uma constatação de que, mesmo com vários avanços e do que ganhou com a troca de experiências nos últimos anos, a Funceme perdeu muito com a fuga de cérebros. Qual o déficit de pessoal que a Funceme tem hoje?
Eduardo – Para você ter uma ideia, a gente perdeu muita gente pra aposentadoria. Desde 1995 vem perdendo gente. E muita gente realmente pediu demissão por conta da questão salarial.

OP – Qual o quadro de pessoal da Funceme hoje?
Eduardo – Do último concurso, pra você ter uma ideia, nós tínhamos 76 pessoas, hoje temos 20.

OP – São apenas 20 pessoas no quadro da Funceme?
Eduardo – Aí tem o pessoal do administrativo...

OP – Que trabalham com os dados, são 20?
Eduardo – Meteorologistas... nós temos dois meteorologistas.

OP – Dois? Precisaria de quantos?
Eduardo – Eu gostaria de pelo menos 13.

OP – Vocês já trabalharam com quantos?
Eduardo – Ah, já tivemos muita gente aqui.

OP – Já trabalharam com mais de 15, 20?
Eduardo – Já. Uns 15.

OP – De 15 baixou pra dois?
Eduardo – É.

OP – Os que estão presentes hoje são de convênio ou de quê?
Eduardo – Não, nós temos bolsistas. Não podemos terceirizar área fim. A legislação não permite. Tem um físico que trabalha na meteorologia, então temos três pessoas na meteorologia. E no dia a dia da meteorologia nós temos, um físico, um meteorologista e um bolsista que é meteorologista. Três pessoas. É pouco e insuficiente pra se fazer plantão. A gente tem que preparar a instituição pra ter plantão 24 horas. Como se pode dar alerta na madrugada se não se tem um técnico de plantão olhando os sistemas que estão entrando? O tempo aqui muda muito rapidamente.

OP – Como vocês fazem isso hoje?
Eduardo – Hoje a gente faz com a colaboração da Defesa Civil, dando treinamento pra eles. Porque eles têm plantão.

OP – Eles monitoram a informação básica?
Eduardo – Eles monitoram e a gente tenta automatizar todos os nossos processos. Isso nunca é perfeito. Mas, por exemplo, uma estação está registrando uma mudança muito grande de precipitação nas últimas horas, o sistema manda uma mensagem pra Defesa Civil. A gente tem o radar no sistema se intensificando, o algoritmo implementado por um técnico de TI (tecnologia da informação) detecta isso e manda um alerta pra Defesa Civil.

OP – Certamente esse é o menor quadro de pessoal que vocês já tiveram?
Eduardo – Com certeza. Estamos no fundo do poço em termos de pessoal. Não tem mais o que fazer.

OP – E o que se tem previsto de melhora dessa situação?
Eduardo – Foi uma das primeiras conversas que tive com o governador. Ele autorizou a gente fazer um plano de cargos, porque também não adianta fazer concurso com os salários existentes. Vou nem falar em salário aqui pra vocês não se chocarem.

OP – Se os dois meteorologistas e o físico saírem, parou a previsão aqui?
Eduardo – A previsão de tempo, sim. A previsão de clima, não. Porque hoje a gente tem uma abordagem de modelagem. Em clima se usa modelagem porque tem uma boa performance. Claro que a gente consulta especialistas, participa das reuniões de discussão com o Inpe, Inmet, mas nosso sistema cuida.

OP – Você está dizendo então que pra isso as máquinas resolvem?
Eduardo – As máquinas com o bom senso de alguém.

OP – Esse pessoal que cuida do clima, há quantos?
Eduardo – É tudo gente de TI.

OP – É mesmo?
Eduardo – Eu não posso ter terceirizado na área fim. Área fim é concurso público ou bolsista. Uma vez saído o resultado, é claro, a gente discute com o pessoal, os meteorologistas que estão na instituição. Mas, em última análise, o modelo tem cumprido o papel. Se não estiver dizendo nenhum absurdo, fica o que o modelo disser. A gente tem tido bons resultados usando essa abordagem.

OP – Os governos têm sido bons pra Funceme?
Eduardo – O governo que mudou a cara da Funceme foi o governo Ciro Gomes, anos 1990. O concurso foi na época do Ciro.

OP – Mas esse pessoal todo foi embora?       
Eduardo – Foi.

OP – Então a gente pode dizer que internamente, no Ceará, a Funceme perdeu prestígio.
Eduardo – Isso, acho que não. O problema não é esse. Quando a gente fala em resolver problema de pessoal, isso rebate em várias áreas. A postura do governo tem sido de cuidado ao olhar essa coisa de um plano de cargos, concurso. Porque não é só a Funceme que tem carência. Educação, Saúde... Quando você lança um, isso gera impacto, uma onda de demandas que tem que ser contida de algum modo. Isso é natural.

OP – Hoje, o quadro satisfatório pra Funceme seria de 15 meteorologistas?
Eduardo – O concurso que a gente pediu ao governador foi de 45 vagas. E, na verdade, pedindo mais, da seguinte forma: a gente tendo oportunidade de chamar, ao longo do tempo, mais profissionais. Porque a gente não consegue absorver todo mundo porque o espaço aqui é limitado. De uma vez não vai conseguir. A gente queria botar pelo menos 13 pessoas na meteorologia, divididos na área de modelagem, de radar, mas a ideia é ter plantão. Porque é incabível ter uma instituição meteorológica sem plantão. A gente precisa ter gente aqui se comunicando 24 (horas) por 7 (dias), não importando se é Natal, Carnaval. Desastre acontece é nessas horas.

OP – Se for necessário apertar um botão de pânico, a informação não será tão precisa?
Eduardo – É. Nós precisamos ter plantão porque alguns eventos acontecem muito localmente. Se não tiver gente olhando pra tela, lendo o sistema de monitoramento, não vai conseguir avisar aos usuários que precisam ser avisados.

OP – Uma enxurrada como aquela do dia 3 de janeiro deste ano, em Fortaleza (onde choveu 55mm, entre 5h e 14h), teria como ser antecipada?
Eduardo – Teria. Mas sem gente olhando, não.

OP – Mas ali foi disparado alerta?
Eduardo – Foi dado alerta. Pela Defesa Civil. O que a gente tem adotado é um plantão, com muito boa vontade, em que sábado o pessoal vem pra instituição até meio dia. Aí o técnico leva um telefone pra casa e fica monitorando on call (em chamada), como a gente chama. Monitora de casa. Ele tem internet, computador, e qualquer mudança comunica à Defesa Civil.  E o órgão municipal é muito alerta.

OP – Como está o Monitor das Secas? Está rodando?
Eduardo – Está rodando, não está operacional. Estamos esperando o lançamento oficial pelo Ministério da Integração e Agência Nacional de Águas. Estamos rodando o Monitor todos os meses. A gente sai com o mapa da severidade da seca daquele mês e o que mudou em relação ao mês passado. Desde julho do ano passado.

OP – Esse material está sendo aproveitado pelo governo?
Eduardo – Pela Agência Nacional de Águas, pelo governo. No Plano de Seca (lançado há poucos dias no Ceará), estava lá o mapa do Monitor, pra mostrar a situação de evolução da seca desde julho até aquele momento. Foi base para o plano de seca do governador.

OP – A iniciativa privada está utilizando?
Eduardo – Não, porque a gente ainda não lançou oficialmente. E essa é uma demanda que a gente tem junto ao Ministério da Integração e está sendo tratado pela Agência Nacional de Águas.

OP – Precisará pagar ou vai ser uma informação pública?
Eduardo – Não, será uma informação pública. A grande vantagem dessa informação é que ela está sendo feita, diria, a quatro mãos. É o Governo Federal e os governos estaduais trabalhando no mesmo monitoramento. O que isso permite? Temos a rede federal sendo utilizada para compor o mapa, temos as redes estaduais e todo mundo validando aquele produto. Ao final você tem um produto que foi acordado entre os entes estaduais e o ente federal. Não tem aquelas disputas, “ah, meu município não está assim”, “meu estado não tem esse índice de severidade”. Você tem um produto que resolve alguns conflitos. O grande sonho é que esse produto possa ser efetivamente utilizado. Mas é claro que precisará de um tempo de maturação para como usá-lo. Para eventualmente você ter uma decretação de emergência com base no nosso Monitor de Secas. Esse é um sonho, espero que um dia a gente possa chegar a isso.

OP – Você imaginava, quando criança, que iria trabalhar com seca e chuva?
Eduardo – Não. Mas quando entrei na universidade sabia que iria trabalhar com água.

OP – Veio de qual curso?
Eduardo – Engenharia Civil, aqui na UFC. Mestrado e doutorado em Recursos Hídricos.

OP – Você não é meteorologista de formação?
Eduardo – Não. Acho isso interessante porque coloca a aplicação como fim. A gente tem preocupação de gerar a informação, ok, mas o que eu faço com ela? Acho até que temos que chegar mais além, ao usuário global. É tanto que uma das demandas que tenho pro concurso é poder botar gente de comunicação. Pra trabalhar com a sociedade, talvez com tipologias diferentes de produtos de comunicação, pra diferentes usuários, agricultura, mídia em geral. Ter produtos formatados para o público em geral.

OP – A área de meteorologia é deslocada da indicação política, diferentemente de quase toda área de governo?
Eduardo – Vou falar da minha experiência como presidente da Funceme. Nunca sofri pressão política para mudar previsão, por exemplo. Se isso foi feito por alguém, foi por visão de mundo de alguém no momento. Até mesmo momentos críticos a gente tem alertado, sobre preocupações futuras de mais longo prazo, embora não seja previsão. Com o El Niño é uma preocupação, não estou colocando como uma previsão. Porque acho que o cenário pode mudar também, mas não é isso que está sendo indicado. É uma preocupação que precisamos colocar pra todo mundo. Não dá pra gente, diante do quadro que temos de reservas hídricas, se calar diante de uma informação dessas.  

OP – A Funceme tem um setor que trabalha com desertificação. Entrando para o quinto ano de seca, qual é o grau de influência que vamos ter na desertificação?
Eduardo – Uma das forçantes da desertificação é o clima. Essa relação entre o que chove e o que transpira, força a desertificação. Quando o clima é muito árido ou semiárido, isso favorece o processo de desertificação. É claro que existem as forçantes antrópicas. O uso intensivo de uma terra já frágil acelera o processo. Sobre desertificação, estamos fazendo algumas ações, projeto pequeno, de recuperação da área do Brum, no Jaguaribe. A gente está aplicando uma série de técnicas, tentando fazer obras de contenção de sedimentos. A ideia é ver a efetividade dessas técnicas naquela região, bem degradada. O projeto tem um ano e meio e a gente já vê alguns resultados, apesar das chuvas que não foram tão bondosas naquela região.

OP – Tem regiões que já não têm mais recuperação, como Irauçuba, por exemplo.
Eduardo – Ali é a combinação de uma área que foi muito antropizada e ao mesmo tempo o clima, que é muito severo. Precisaria de uma ação mais intensa para poder conter a erosão, que é marcante. Em algumas áreas, simplesmente um repouso já seria uma medida aconselhável. Estamos iniciando um diálogo com a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), para ver como a Funceme e a Secretaria podem colaborar mais nessas áreas. Não só diagnóstico. Esse olhar só monitorando durante algum tempo serviu a um propósito. A gente tem que começar a ter ações mais proativas na recuperação dessas áreas.

Fonte: O Povo

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Crato (CE): Irmãos Aniceto comemora dois séculos de existência

Tudo começou com o índio kariri José Lourenço da Silva, que com suas cabaças resolveu criar um grupo musical. Sua característica diferenciada, que salta aos olhos a cada apresentação, surgiu ainda no século 19. Toda a família se envolveu no trabalho, e a tradição foi passada de pai para filho três vezes. Neste mês, a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto completa longos 200 anos de atividade.

O nome da banda vem do tempo de José Lourenço, o Aniceto. Na época, a zabumba era feita da cabaça da roça. A terra natal dos Irmãos Aniceto é o Crato, mas a cultura da família já é conhecida em todo o Brasil e até na Europa. Em sua quarta geração, o grupo resiste e mantém a tradição.

A renda principal da família vem da agricultura, e quando a época não está boa para a colheita eles intensificam a rotina de apresentações para complementar o orçamento. Os filhos e netos aprendem a tocar e fabricar os instrumentos ainda criança, para quando for necessário substituir algum dos membros já estar preparado.

O grupo já percorreu quase todos os estados brasileiros, além de ir duas vezes à França e Portugal. Ainda este ano, já possui uma apresentação na Turquia agendada. As músicas são autorais, mas há também algumas homenagens durante os shows. O figurino, que chama atenção do público, também é feito pela banda.

Iniciada em 1815 com os índios kariri, o membro mais antigo ainda vivo, o Aniceto, faleceu em janeiro, com seus 104 anos de idade, mas seu legado perdura nas mãos e vozes de seus descendentes. “Pouco antes de morrer, ele disse que quando partisse dessa terra os filhos deveriam dar continuidade à banda, pois ela iria ser uma grande alegria do Brasil”, relembra o neto Adriano Pereira da Silva. Dos seis filhos que Aniceto deixou, o único vivo é Mestre Raimundo José da Silva, o caçula, de 86 anos. Ele e os netos de Aniceto compõem a atual banda.

A formação atual é composta por José Joval dos Santos Silva (pratos), Adriano Pereira da Silva (zabumba e contra-mestre), Mestre Raimundo José da Silva e Antônio José Lourenço da Silva (pifes), Cícero dos Santos Silva  e Cícero Pereira da Silva (caixa). Famosa, a banda já participou de filmes e documentários valorizando a cultura. Em 2004, um dos membros, Mestre Raimundo Aniceto, foi reconhecido pela Secretaria de Cultura do Ceará como Mestre da Cultura Tradicional Popular.

Em junho, devido à tradicional festa de São João, a rotina de shows se intensifica. Aliado a isso, os 200 anos dos Irmãos Ancieto também são motivos para comemoração. “Por onde a gente anda, o nosso trabalho é aceito. É cultura viva, o público fica muito alegre, isso é muito bom. Tocar e ver que as pessoas ficam felizes é uma coisa linda, meu avô deve estar muito feliz”, comemora o contra-mestre Adriano Pereira da Silva.

Fonte: Tribuna do Ceará

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Sisu abre inscrições nesta segunda-feira (8) para 55 mil vagas no ensino superior

As inscrições no Sistema de Seleção Unificada começam amanhã (8). Os interessados podem consultar as vagas disponíveis no site do sistema. Esta edição vai oferecer 55.576 vagas em 72 instituições públicas.

Para participar do Sisu, o candidato precisa ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 e não ter zerado a redação. As inscrições estarão abertas até quarta-feira (10).

Na hora da inscrição, o candidato deve escolher, por ordem de preferência, até duas opções entre as vagas ofertadas pelas instituições participantes do Sisu. Também deve definir se deseja concorrer às vagas de ampla concorrência àquelas reservadas como previsto na Lei de Cotas (Lei 12.711/2012).

As cotas são para estudantes que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas. Nesta edição do Sisu, pelo menos 37,5% das vagas serão para cotistas.

Durante o período de inscrição, uma vez por dia, o Sisu calcula a nota de corte, que é a menor nota para ficar entre os potencialmente selecionados para cada curso, com base no número de vagas disponíveis e no total de inscritos naquele curso, por modalidade de concorrência. A nota é apenas uma referência, não se trata de garantia de que o estudante será selecionado. Até o final do período de inscrição, o candidato pode mudar de opção de curso.

Algumas instituições participantes do Sisu adotam pesos diferenciados para as provas do Enem 2014. A nova nota será calculada automaticamente e informada ao candidato que se inscrever em um dos cursos.

O resultado será divulgado no dia 15 de junho em uma única chamada, e a matrícula deverá ser feita na instituição de ensino nos dias 19, 22 e 23 de junho. Quem não conseguiu uma vaga na chamada regular pode participar da lista de espera se inscrevendo na página do Sisu, na internet, entre os dias 15 e 26 de junho.

Fonte: Agência Brasil

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Prefeitura de Viçosa do Ceará abre seleção para profissionais com remuneração até R$ 14,3 mil

A Prefeitura de Viçosa do Ceará, a 348 quilômetros de Fortaleza, abre inscrições para Seleção Pública Simplificada de profissionais de de saúde para atuação no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) e no Serviço de Atenção Domiciliar (SAD).

As inscrições podem ser realizadas até o dia 9 de junho na Secretaria de Saúde – Centro Administrativo Catinguba – Bairro de Fátima, em Viçosa do Ceará. A seleção será constituída de entrevista e avaliação objetiva dos currículos e suas provas documentais (julgamento dos títulos e experiências profissionais na área específica) e que deverão ser entregues no ato da inscrição devidamente autenticados.

O resultado preliminar já será divulgado no dia 17 de junho de 2015. As remunerações variam de R$ 2.773,75 a R$ 14.371,81 dependendo do cargo. Confira Edital.

Fonte: Tribuna do Ceará

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