Crato (CE): Projeto Sorriso em Ação participa de ação no Bairro Alto da Penha

A Secretaria de Saúde do Crato por meio da Coordenação de Saúde Bucal participou neste domingo (3), de uma ação alusiva ao Dia da Divina Misericórdia. A ação foi realizada na Pastoral do Menor no bairro Alto da Penha.

Segundo a Coordenadora da Saúde Bucal do Crato Saskia Barreto, o Projeto Sorriso em Ação participou com atividades preventivas, como orientações do modo correto de escovar os dentes, distribuição de kits de escovação, realização de escovação supervisionada e aplicação tópica de flúor. Além de atendimento clínico odontológico, como restaurações, exodontias e limpeza dentária.

“Foram atendidos em média 100 pessoas. A nossa idéia é que essa ação itinerante ocorra de forma quinzenal, preferencialmente aos domingos. Com objetivo de estimular a prevenção odontológica e levar atendimento dentário a população cratense”, ressaltou a Coordenadora.

A odontóloga ressalta que essa atuação foi feita em conjunto com a Fundação Terra e que no próximo dia 17 o Sorriso em Ação estará disponibilizando suas atividades no Sítio Serrinha na localidade das Guaribas.

O Projeto Sorriso em Ação tem como objetivo a prevenção e promoção em saúde bucal visando atender crianças e adolescentes do município do Crato, instituindo hábitos e atitudes saudáveis, reduzindo ao longo dos anos o número de desdentados na cidade.

Assessoria de Imprensa/PMC

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"Alguma coisa errada está havendo", diz Mello sobre delações na Lava Jato

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello afirmou na noite desta segunda-feira (4), em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, que vê "algo de errado no grande número de delações premiadas" que vêm sendo fechadas pela Justiça Federal na Operação Lava Jato.

"Nunca vimos um número tão grande de delações. Não é aceitável que se mantenha o cidadão preso temporariamente por tanto tempo para que ele faça uma delação. Alguma coisa errada está havendo", afirmou.

Esse disse ainda temer que eventuais erros que a operação possa ter cometido acabem por desqualificar outros procedimentos da operação.

"Não posso a priori dizer que todas as decisões dele [do juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato] estejam corretas, afinal todos estamos sujeitos a erros. Mas é por isso que temos recursos", disse ao destacar ter confiança no funcionamento do sistema jurídico."Penso que o sistema funcione corretamente, e conclamo todos os cidadãos a confiar nas instituições".

Apesar das ressalvas, Mello elogiou o trabalho da força tarefa de Curitiba. "Merece aplausos a Polícia Federal, Ministério Público e a magistratura, simbolizada na figura do juiz Sergio Moro".

Impeachment de Temer
Respondendo a pergunta sobre um eventual impeachment do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), Mello disse que o processo ainda está num "estágio muito embrionário".

Segundo Marco Aurélio Mello, ainda é preciso haver uma manifestação formal da Câmara dos Deputados sobre a matéria. E relativizou sua suposta inclinação ao impedimento de Temer: "Sou um juiz muito sugestionável, posso evoluir ou involuir".

Um pedido de impeachment de Temer foi protocolado na última sexta-feira (1) pelo ex-governador do Ceará Cid Gomes (PDT) e foi rejeitado nesta segunda pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Atualização: Nesta terça-feira, Marco Aurélio Mello determinou que Cunha aceite pedido de impeachment contra Temer e instale uma comissão especial para analisar o processo.

No "Roda Viva", Marco Aurélio criticou as interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava Jato: "As divulgações são condenáveis a todos os títulos. Temos lei que impõe sigilo. Para divulgação de um magistrado, há pena prevista no campo administrativo. Agora, o conteúdo é algo super desagradável, para dizer o mínimo".

Sobre a convocação de eleições gerais, o ministro do STF classificou a proposta de "utópica": "De início, eleições gerais pressuporiam uma renúncia coletiva. Não só de quem ocupa cargo no Executivo como também no Legislativo. Isso é utópico. Essa emenda de início se mostraria contrária aos ditames constitucionais".

O ministro negou o suposto "acovardamento" do Supremo, sugerido por Lula, e avaliou que o cargo dá estabilidade justamente para não haver pressão, e rebateu: "Você acha que eu sou uma pessoa acovardada? Pelo contrário, existe um desprendimento [no cargo], e nós só nos curvamos à ciência e à consciência".

Golpe?
Em recente entrevista à imprensa, Mello tinha avaliado que, se a defesa da presidente Dilma Rousseff tivesse razão e um crime de responsabilidade não tivesse sido cometido, então o impedimento seria golpe. No "Roda Viva" desta segunda, o ministro voltou ao assunto, dizendo que a repercussão da declaração distorceu o que foi dito. E fez questão de ressaltar: "Eu não parei para analisar [o processo]. Não conheço e não me atreveria a dizer que estamos diante de um golpe. O que eu disse é que, se não houver fato jurídico, será um golpe".

Fonte: UOL

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STF desarquiva processos contra ex-ministros de FHC

Duas ações de reparação de danos por improbidade administrativa contra membros do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) foram desarquivadas em 15 de março último por decisão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), colegiado presidido pelo ministro Luís Roberto Barroso. Os processos atingem os ex-ministros José Serra (Planejamento), que atua como senador pelo PSDB de São Paulo; Pedro Malan (Fazenda); e Pedro Parente (Casa Civil), entre outros integrantes da gestão FHC.

O responsável pelo arquivamento foi o ministro do STF Gilmar Mendes, em decisão formalizada em 2008. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A reportagem informa que as ações agora desarquivadas tramitam na 20ª e na 22ª varas federais do Distrito Federal – o prosseguimento dos procedimentos judiciais só pode ser invalidado por decisão do plenário do STF. Os processos foram provocados pelo Ministério Público Federal, à época da gestão do procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza.

O procurador-geral apontou crimes cometidos por ocasião da ajuda financeira em 1994, por parte do Banco Central, aos bancos Econômico e Bamerindus, além da ilegalidade de atos do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer). Em uma das ações, a 22ª vara federal já proferiu sentença parcialmente desfavorável aos réus.

Os ministros de FHC recorreram da sentença em 2002, por meio da Reclamação 2186, com o argumento de que a Justiça Federal não era foro competente para o julgamento – tarefa que, para os investigados, cabe ao STF, devido à prerrogativa de foro privilegiado conferida às autoridades envolvidas. Além do julgamento de mérito, o recurso pedia liminar suspendendo imediatamente o transcurso dos processos.

Nomeado por FHC, Gilmar Mendes deferiu a liminar em 3 de outubro de 2002, três meses depois de tomar posse na corte. Em 22 de abril de 2008, na véspera de assumir o comando do STF, o magistrado determinou o arquivamento das ações – o juiz acatou a argumentação dos ministros de FHC a respeito do foro adequado para o julgamento, e alegou que os atos de improbidade administrativa em questão constituíam crime de responsabilidade, cabendo apenas ao Supremo tal deliberação.

Por meio de agravo regimental, o então procurador-geral contestou a decisão de Gilmar Mendes em 12 de maio de 2008, cerca de 20 dias depois do arquivamento. Para Antônio Fernando de Souza, o caso em questão, de improbidade administrativa, não pode ser confundido com crime de responsabilidade – logo, no entendimento dele, a questão deve ser julgada pela Justiça Federal. Tal interpretação foi acatada pela 1ª Turma do STF no último dia 15, oito anos depois do recurso de Antônio Fernando – consequentemente, as ações retornaram para as duas varas de origem, votando a se tornar ativas.

Fonte: Congresso em Foco

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Crato (CE): Moradores fazem manifestação pelo desaparecimento de mulher

Com cerca de 500 pessoas, foi realizada manifestação no último sábado em Crato, por conta do desaparecimento, há mais de 25 dias, de Rayane Alves Machado, de 24 anos, que mora na Vila São Bento, no Município. Portando faixas e cartazes, os moradores, familiares e amigos da vítima pedem justiça e defesa da mulher. A procura tem sido desesperadora para os familiares. A vítima sumiu, após sair do trabalho, no dia 19 de março, depois da meia-noite, quando retornava para casa.

Somente na comunidade da Vila São Bento, moradores contam que esse é o terceiro caso de desaparecimento, mas que as outras duas vítimas morreram de forma violenta.
Representantes de entidades e movimentos sociais de defesa da mulher estiveram participando do movimento e, conclamam ao povo cratense, para auxiliar nas buscas. O Conselho Municipal de Defesa da Mulher Cratense (CMDMC), afirma que estará empenhado na luta, até que a vítima seja encontrada. Nesta terça-feira, representantes do órgão estarão na Câmara Municipal do Crato, a partir das 8 horas, para denunciar o caso, e, em seguida, irá formalizar a denúncia na Delegacia da Mulher.

A manifestação saiu do Cruzeiro, na comunidade da Vila São Bento, em direção ao campo Siciety, na entrada da Vila, local onde a vítima foi vista pela última vez.

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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Os perigos ocultos da ingestão de suplementos de proteína

Em janeiro, fui parar no hospital devido a uma forte dor no abdômen, que me impedia de ficar em pé na postura correta.

Depois de um exame e de muita dor, o médico me disse que eu estava com cálculos renais, provavelmente causados pela ingestão desproporcionalmente alta de proteínas.

Meu corpo simplesmente não conseguiu processar tudo, e a proteína se transformou em depósitos calcificados nos rins. O episódio me levou a pensar nos meus anos de exercícios na academia.

Depois de muitos anos treinando, me transformei em uma das pessoas que se convencem de que, com seu rudimentar conhecimento de nutrição, acham que podem fazer com que seu corpo funcione de maneira mais eficiente e seus músculos fiquem maiores.

E, como qualquer um que já tenha feito isso sabe, a base desse processo é ingerir muita proteína.

A questão é: o que acontece quando uma pessoa começa a ingerir tanta proteína?

Consequências
A Agência de Normas Alimentares da Grã-Bretanha, por exemplo, recomenda que um adulto consuma até 55 gramas de proteína por dia.

Mas essa quantidade é apenas aproximada e varia dependendo da massa corporal, do gênero e do esforço físico da pessoa.

Por outro lado, um estudo da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, descobriu que tomar proteína do soro de leite (um elemento básico para a maioria dos fanáticos por fitness) durante um período prolongado está relacionado a um risco maior de problemas renais.

E também pode ter um efeito negativo grave em outros aspectos da saúde, causando desidratação, fadiga e até aumentar o estresse do coração.

Músculos
Para que o corpo possa funcionar em um nível adequado, nutricionistas recomendam que obtenhamos nossas proteínas de forma natural, diretamente dos alimentos.

O principal problema é que os “vendedores de proteína” não têm nenhuma obrigação legal de apresentar a composição nutricional de seus produtos, já que eles são classificados como “suplementos” e não como “alimentos”.

Mas os rins correm perigo quando se trata de um produto responsável por uma grande proporção da ingestão diária recomendada --a maioria dos shakes de proteína têm cerca de 20 gramas de proteína por porção (alguns “construtores de músculos" têm mais de 50 gramas e mais de mil calorias).

A imprensa especializada em boa forma também tem parte da culpa. A especialista em treinamento pessoal Pola Pospieszalka disse à BBC que “as revistas de fitness apelam para vaidade, não se concentram na saúde”.

Pospieszalka está convencida de que podemos tirar todos os nutrientes de que precisamos de uma dieta equilibrada.

A personal trainer Jade Lindsay concorda, agregando que alguns de seus clientes em academias “desenvolveram até problemas nos ossos” após apelar para suplementos alimentares para conseguir o corpo sonhado em pouco tempo.

Responsabilidade
Nem todos os personal trainers são tão responsáveis no momento em que seus clientes buscam resultados rápidos.

Eu mesmo passei muito tempo na academia escutando sobre dietas malucas que recomendavam o consumo de mais de 200 gramas de proteína por dia.

Em meu esforço para conseguir ser musculoso, caí na armadilha. Spencer Nadolsky, ex-lutador e agora médico especializado em emagrecimento, diz que há "muita desinformação" nesse meio e que muitas vezes os personal trainers têm um conflito de interesse: ao mesmo tempo em que precisam orientar seus clientes, muitos são estimulados a vender produtos.

Este é um tema que preocupa Charlayne Hart, modelo e tetracampeã do mundo em fitness.

Ela disse que a maioria dos treinadores que aconselham o uso de suplementos “está tentando ganhar um dinheiro extra”, mas acredita que o problema está na forma como os suplementos são comercializados.

E, além dos personal trainers, "há também os promotores destas empresas (de suplementos) que tentam convencê-lo a ingeri-los para ganhar comissão”, disse Hart.

"Caí na armadilha das dietas de alta proteína sem saber muito sobre os efeitos no longo prazo que elas podem ter no corpo. Tive problemas graves de dor no estômago, cólon muito bloqueado e sofro de colite (inflamação do intestino grosso)."

O que está claro é que um aumento do consumo de proteína não é uma solução rápida para alcançar o corpo desejado. Pelo contrário, pode trazer riscos graves para a saúde.

Fonte: BBC Brasil

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Líder do governo diz que, se Dilma cair, Temer será a próxima vítima

Líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE) avaliou nesta segunda-feira que uma eventual destituição da presidente Dilma Rousseff do cargo não trará a estabilidade política desejada. De um lado, movimentos sociais alinhados ao governo não aceitarão passivamente o impeachment. De outro, acredita, não vai demorar para que os mesmos que hoje querem apear Dilma do poder façam de Temer “a próxima vítima”.

“Certamente, a julgar pela fome de poder daqueles que estão conduzindo o impeachment, certamente a próxima vítima seria o Temer”, apontou.

“As pessoas que estão indo para a rua pedir ‘fora Dilma’ não vão pedir ‘fica Temer’. Será um governo frágil, sem sustentação no Congresso e na sociedade que possa garantir que esse governo demore muito tempo. Será um presidente enfraquecido”, disse. “Esses que agora patrocinam esse movimento de ‘fora Dilma’ vão patrocinar rapidamente a saída do senhor Temer. A instabilidade política e social vai permanecer. Não vejo como um governo resultado de um golpe seja capaz de se sustentar em um sistema democrático”, continuou.

Não haverá trégua, tampouco, de PT e os aliados que restarem. “Nós do PT, dos movimentos sociais e todos aqueles que defendemos a democracia e já estamos mobilizados nas ruas vamos seguir ocupando o Brasil inteiro, de norte a sul, para denunciar a ruptura da ordem democrática e dizer que não aceitamos qualquer tipo de golpe”.

Fonte: Valor 

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Crato (CE): Projeto Neurofor será reativado no município

Durante participação na edição do último sábado, 2, do Programa Falando com o Prefeito, na rádio Educadora AM , o assessor técnico da Secretaria de Saúde do Crato, Lucimilton Macêdo, informou o retorno do programa Neurofor ao nosso município.

Na ocasião, Lucimilton comunicou que ainda este mês, o programa será reativado, e falou também que os profissionais estão sendo contratados e que posteriormente, serão capacitados para fazer um trabalho de reabilitação com as crianças cratenses.

Lucimilton informou que a prefeitura atende com essa ação a uma reivindicação da população conhecedora da importância do projeto.

Ainda em sua participação no programa, Lucimilton destacou que a Secretaria de Saúde está atendendo dentro do possível as demandas dos trabalhadores do setor. Segundo o assessor técnico, o prefeito Ronaldo vem orientando a que todas as pastas tenham um forte diálogo com os servidores municipais no intuito de atender as demandas das categorias.

Assessoria de Imprensa/PMC

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Quem apoia impeachment defende 'violência', diz Dilma

Pelo terceiro dia consecutivo, a presidente Dilma Rousseff transformou o Palácio do Planalto em palco para um ato contra o processo de impeachment. Nesta sexta-feira, 1, durante a assinatura de decretos para a reforma agrária e comunidades quilombolas, Dilma acusou os seus oposicionistas de incentivarem o clima de intolerância no País.

“Nós hoje precisamos nos manter vigilantes e oferecer resistência às tendências antidemocráticas. Oferecer resistência também às provocações. Nós não defendemos a perseguição de qualquer autoridade porque pensa assim ou assado. Nós não defendemos a violência. Eles defendem. Eles exercem a violência, nós não”, disse.

Após falar sobre reforma agrária e discriminação, Dilma afirmou que a construção de um País pacífico no convívio social é o princípio que permeia as ações do seu governo. Em seguida, disse que era importante a frase dita pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, “não vai ter golpe, vai ter reforma agrária” e emendou: “O País deveria estar fazendo ações para crescimento econômico”.

Dilma retomou também a comparação entre o atual momento político com o da ditadura militar. Segundo ela, “aspectos da democracia estão sendo ameaçados” por conta do impeachment. “Não é democracia quando os direitos de alguns são atropelados pelo arbítrio de outros”, completou.

Apesar do tom adotado pela presidente, representantes de movimentos sociais que participaram do evento fizeram discursos inflamados contra os que defendem o impeachment. O secretário de administração e finanças da Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Aristides Santos, por exemplo, convocou invasões de terras de parlamentares ruralistas como forma de evitar o impeachment. “Vamos ocupar as propriedades da bancada da bala. Vamos ocupar os gabinetes deles e as fazendas deles contra o golpe”, disse.

Nesta semana, a presidente já havia transformado o lançamento da terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida, na quarta-feira, em palanque contra o impeachment. Na quinta, Dilma reuniu dezenas de artistas e intelectuais para mais um ato de apoio à continuidade do seu mandato.

Durante a cerimônia desta sexta, foram assinados 21 decretos de desapropriação de fazendas para a reforma agrária e quatro decretos de regularização de terras quilombolas, totalizando 56.512 hectares. O governo também lançou um edital de R$ 4,5 milhões para projetos que promovam a igualdade racial.

Fonte: Estadão 

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Moro é alvo de 12 ações no CNJ que questionam sua atuação na Lava Jato

O juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Paraná, é alvo de 12 representações que pedem que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) investigue se ele cometeu infrações disciplinares no caso.

A maior parte das ações (nove delas) foi motivada pela interceptação e divulgação de gravações do ex-presidente Lula pela Lava Jato que atingiram até mesmo a presidente Dilma Rousseff –outras três tratam de questões gerais da atuação do juiz.

Os pedidos de apuração foram apresentados por sindicatos, advogados de várias partes do país e um vereador ligado ao PT, entre outros.

O mais recente foi protocolado nesta terça-feira (22) por 14 senadores –três deles são investigados no STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta participação na Lava Jato: Humberto Costa (PT-PE), Gleisi Hoffman (PT-PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ).

Segundo os congressistas, o CNJ precisa avaliar a atuação de Moro: "A divulgação da mesma gravação ilegal está feita por determinação escrita do juiz Sergio Moro ao levantar o sigilo das interceptações tendo ciência não só de sua ilicitude, mas de que havia nelas diálogos de pessoa com prerrogativa de foro, sendo essa a presidenta da República".

A ação faz duras críticas ao juiz. "É preciso reconhecer que a partir de determinado momento a Operação Lava Jato passou a ser conduzida de forma midiática e espetacularizada. O juiz que a conduz mostra-se seduzido pela 'fama' e faz um diálogo com o segmento social insatisfeito com o governo federal não no sentido de esclarecê-lo e acalmar os ânimos, mas ao oposto", afirma os senadores.

"Seus atos tendem a incitar a população à subversão da ordem política e social. E o grave é que não encontra mais os limites das leis e da Constituição Federal como parâmetros", completou.

Pelas regras do CNJ, que é o órgão com poder para investigar atos de magistrados, a ministra corregedora Nancy Andrighi faz uma análise inicial de admissibilidade da representação. Caso entenda que são admissíveis, ela apresenta o caso ao plenário e propõe abertura de uma investigação que precisa ser votada. Se aprovada, é nomeado um relator entre os 15 integrantes do Conselho.

Esse processo disciplinar pode ser arquivado ou levar a diversas penalidades ao juiz –em último caso, a sua demissão.

A coluna Painel mostrou nesta terça (22) que a corregedora negou dois pedidos liminares contra Moro. Um queria o afastamento da função de juiz e outro, a proibição das divulgações de delações e escutas.

A ministra pediu que Moro se manifeste sobre os pedidos do Sindicato dos Advogados da Paraíba e de Antônio de Pádua Pereira Leite em 15 dias.

Fonte: Folha.com

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Paulinho da Força discute em aeroporto e joga dinheiro para mulher

O deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), foi protagonista de um bate-boca com uma dona de casa no aeroporto de Brasília nesta terça-feira (30). No desentendimento, Paulinho chegou a jogar notas de dinheiro contra a interlocutora. As imagens foram publicadas em redes sociais.

No vídeo, a responsável pela filmagem acompanha o deputado na área de desembarque do aeroporto, onde ele estava acompanhado de um assessor e do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínios de São Paulo (Sindifícios), Paulo Ferrari.


"Vamos filmar bem os traidores, porque vai ter preço depois", diz a mulher, não identificada pelas imagens, fazendo referência ao apoio dado pelo parlamentar ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"Traidor? Traidora é você, ladrona (sic)", rebate Paulinho. "O senhor está me chamando de ladrona? O senhor está me chamando de ladrona? De onde o senhor tirou isso, que eu sou ladrona?", argumenta a mulher.

"De onde você tirou que ele é traidor? De onde você tirou que ele é traidor?", pergunta um dos dois homens que acompanham Paulinho do desembarque.

"O que eu já te roubei? O que eu já te roubei para você me chamar de ladrona? Qual o esquema? Eu sou uma mãe de família, uma dona de casa, não estou roubando para ninguém. Eu estou lutando para os nossos direitos", rebateu a mulher que filma.

"Você está roubando o Brasil junto com a Dilma", argumenta Paulinho, já dentro de um carro sedã preto. Incomodado, o deputado então joga duas notas de R$ 10 para fora do carro, em direção à mulher.

"Toma um dinheiro. O dinheiro aí, ó", diz Paulinho. "Acabou a boquinha", completa, enquanto o carro vai embora do local.

Em comunicado oficial divulgado pelo Solidariedade nesta quarta-feira, o deputado afirmou ter dito "o que acredita" à mulher no aeroporto. Na nota, ainda faz duras críticas ao PT e à Dilma.

"Quero esclarecer a essa pessoa e ao povo brasileiro que os verdadeiros traidores são a Dilma e o PT, que usaram o dinheiro público e o voto da população para enriquecer", diz a nota.

"Quem acompanha de perto a política sabe que há denúncias de que os governistas estão pagando pessoas para protestar contra o impeachment e constranger deputados da oposição. Este também pode ser o caso do vídeo, pois a mulher que me perseguiu estava no aeroporto já com o objetivo de criar confusão, como fica claro nas imagens", acrescenta Paulinho.

"Dilma e o PT estão roubando o Brasil e quem os defende está ajudando esse governo a continuar a roubalheira. Foi isso o que afirmei à mulher no aeroporto, por ser o que acredito", completa a nota, agradecendo "ao povo brasileiro pelo apoio".

Fonte: UOL

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Enquanto impeachment de Dilma avança rapidamente, cassação de Cunha é protelada

"Se isto fosse uma corrida de Fórmula 1, nós estaríamos em um carro pilotado pelo [Rubens] Barrichello", admitiu o presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PR-BA), em sessão nesta terça-feira. O conselho estava reunido para receber a defesa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), um dos poucos presentes à reunião, fez seu contraponto: "Se aqui somos Barrichello, a comissão do impeachment avança como o [Ayrton] Senna".

A ironia de Alencar reflete a crise política crônica brasileira deste momento. O processo que pode resultar na cassação de Cunha por ter mentido sobre contas no exterior durante a CPI da Petrobras está no mesmo ponto do que aquele que pede o impeachment da presidenta Dilma Rousseff por ter cometido manobras fiscais. Com a diferença que o de Cunha começou a ser debatido em outubro do ano passado, e vem sendo postergado por uma série de manobras de aliados do deputado. Enquanto isso, o processo de Dilma começou para valer desde a última quinta-feira, quando a Câmara acertou a Comissão de Impeachment. Ambos, porém, estão na etapa de estabelecimento de um roteiro de trabalho, que inclui definir o cronograma de sessões e votações. Diante do inusitado, Araújo pregou resignação: "Lá [na Comissão Especial do Impeachment] pode tudo, aqui não pode nada".

O presidente do Conselho tem um argumento simples para explicar o paradoxo. "Os ventos sopram à vontade do poder. Paciência, nós temos que nos resignar", constatou ele, que submeteu na reunião desta terça aos colegas um procedimento cuja decisão cabia apenas a ele, sob o pretexto de "prestar uma homenagem ao plenário". O plenário não parece ter se sentido tão honrado. Apenas oito deputados se posicionaram sobre a possibilidade de deliberar sobre o que não precisaria ser deliberado, e assim não foi possível somar os 11 votos necessários para a tomada da decisão, que voltou ao presidente do Conselho.

A poucos metros dali, no Plenário 1, a Comissão Especial do Impeachment avançava de vento em popa, e não exatamente por que não haja ninguém tentando atrasá-la. A exemplo do que os partidários de Cunha fazem no Conselho de Ética, os governistas pretendem se valer de passos em falso da oposição para alongar os trabalhos da comissão o quanto for possível. Nesta terça, o presidente da comissão, Rogério Rosso (PSD-DF), voltou atrás numa decisão do dia anterior e anunciou que não iria considerar o recebimento de anexos como a delação do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS).

Com base na decisão, e levando em conta que a defesa de Dilma já havia sido notificada sobre a inclusão da delação no processo, deputados governistas pretendem voltar à estaca zero no prazo para defesa — até agora já estariam contando três das dez sessões a que a presidenta tem direito para apresentar seus argumentos. Faltam, portanto, sete sessões (uma por dia) para se explicar, a não ser que, como desejam deputados como Paulo Teixeira (PT) e Jandira Feghali (PCdoB), a comissão decida notificar os defensores de Dilma sobre a alteração de decisão e que isso seja entendido como um reinício do processo.

Ultrapassagem
A julgar pelos ventos do Congresso Nacional, que, como bem lembrou o presidente do Conselho de Ética, "sopram à vontade do poder", os governistas dificilmente conseguirão alongar o processo contra Dilma na Câmara. Talvez por isso o Palácio do Planalto já se prepare para tratar da questão no Supremo Tribunal Federal (STF). Agora advogado-geral da União, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo considera apresentar ao STF um processo de controle de constitucionalidade para questionar o processo. Foi no Supremo, aliás, que o Governo conseguiu congelar por quase três meses o avanço do impeachment na Câmara. Na próxima cartada, os governistas devem argumentar que o processo aberto contra Dilma não tem base legal.

Enquanto isso, o presidente da comissão, Rogério Rosso, prevê disponibilizar o relatório final do impeachment ao plenário da Câmara na primeira quinzena de abril. É nesse momento que a Câmara fará a votação para afastar a presidenta. Se aprovado, o processo segue para o Senado. Chegou-se a aventar a possibilidade de votar o impeachment até num dia de domingo (17 de abril), sugestão dada pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), segundo a Folha de S. Paulo. O relator do caso, Jovair Arantes (PTB-GO), prometeu pressa e pode entregar o relatório inclusive antes de seu prazo limite (cinco sessões após a entrega da defesa de Dilma).

Já o processo contra Cunha deve prosseguir na mesma e lenta toada. O presidente do conselho reforçou na sessão desta terça que não pretende convocar mais de uma reunião sobre o assunto por semana. O advogado do presidente da Câmara entregou hoje sua defesa ao Conselho de Ética, negando a acusação de que o deputado mentiu sobre ter contas no exterior. Agora, o relator do caso, Marcos Rogério (DEM-RO), que está em viagem aos Estados Unidos, tem 40 dias úteis para investigar a questão, ouvindo testemunhas e analisando documentos. Tem ainda outros dez dias para formular seu relatório. Isso poderia empurrar a entrega de seu parecer para junho. Só então o julgamento de Cunha seria conduzido pelo conselho. A essa altura, Ayrton Senna já deve terá cruzado a linha de chegada há semanas.

Fonte: El País

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A partir de agosto, diploma em medicina dependerá de teste final

O diploma de Medicina estará, a partir de agosto, condicionado à participação em um exame de avaliação dos estudantes, informou nesta sexta-feira, 1º, o Ministério da Educação (MEC). As provas serão aplicadas em caráter pedagógico a alunos dos segundo e quarto anos de faculdade; no sexto (e último), porém, quem não atingir a nota de corte não poderá se formar.

Cerca de 20 mil estudantes que ingressaram nos cursos de Medicina em 2015 já devem ser submetidos ao exame, aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no segundo semestre deste ano. A medida responde a uma resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) publicada em 2014 - e que estimava um prazo de dois anos para sua implementação.

A Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina (Anasem) será um componente curricular obrigatório e os alunos e as instituições que não se inscreverem ou não participarem estarão sujeitos a "penalidades" que ainda não foram definidas. O conteúdo da prova será nos moldes do Revalida - exame que certifica diplomas médicos expedidos por instituições estrangeiras para que passem a valer também no Brasil.

No segundo e quarto anos, a prova será apenas escrita e com conteúdo proporcional ao que o estudante já aprendeu. "Isso vai permitir que as escolas de medicina acompanhem a evolução de seus alunos e trabalhem para melhorar seu processo de formação", disse o reitor da Universidade Federal do Ceará (UFCE) Henry Campos, representante da subcomissão do Revalida. Já no ano final, além de uma prova de conhecimentos médicos, haverá uma segunda etapa que avaliará as habilidades clínicas do formando - fundamental para o acesso a programas de residência médica, por exemplo.

Segundo o ministro Aloizio Mercadante, instituições e entidades médicas já apelavam para que existisse uma maneira de avaliar o progresso do estudante durante a faculdade. "O exame possibilita que problemas sejam corrigidos ao longo da formação do aluno, que terá um parâmetro para saber como está se saindo. Vamos ter um salto de qualidade. Queremos mais médicos, mas mais médicos bons", pontuou o ministro.

Campos frisou que o Anasem para graduandos em Medicina será mais frequente que o Revalida, atualmente realizado uma vez por ano. "Assim, quem não alcançou um bom resultado terá a oportunidade de, em um curto espaço de tempo, tentar de novo", disse.

A nota de corte vai variar de acordo com a prova. O escore é definido da seguinte maneira: um painel de educadores médicos, que não participaram da elaboração do exame, se debruça sobre as duas etapas do exame e, com base em seu conteúdo, estabelecem o porcentual de acertos esperados para um aluno considerado "médio". Além da residência médica, outros programas de pós-graduação como mestrados e doutorados, podem optar por avaliar a nota do candidato no Anasem. O MEC também lembrou que, uma vez que a reprovação no exame impede a expedição do diploma, o aluno que conclui a faculdade também não poderá solicitar o registro profissional (CRM).

Fonte: UOL (Com Estadão Conteúdo)

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Jornal Nacional não divulga lista da Odebrecht

O Jornal Nacional (TV Globo) resolveu não divulgar, na edição desta quarta-feira (23), os nomes e valores que constam de uma planilha apreendida pela Polícia Federal na Odebrecht, em 22 de fevereiro, em cumprimento a mandados de busca e apreensão durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé. A lista foi divulgada pelo jornalista Fernando Rodrigues (UOL), em primeira mão, e mais cedo também replicada por este site.


Na reportagem que menciona o assunto, o âncora do Jornal Nacional William Bonner se limita a ler a relação de 24 partidos com um ou mais representantes registrados na lista (DEM, PCdoB, PCB, PDT, PMDB, PMN, PP, PPL, PPS, PR, PRB, PRP, PSB, PSC, PSD, PSDB, PSDC, Psol, PT, PTdoB, PTB, PTC, PTN e PV). O apresentador explica que, como são mais de 200 os nomes dispostos no material, não haveria tempo suficiente para que todos fossem mencionados no telejornal. Além disso, declarou Bonner, as investigações da Lava Jato ainda não esclareceram se os repasses são ilícitos.

“O Jornal Nacional não vai divulgar os nomes dos políticos listados. E o motivo é simples: além de a polícia não saber ainda se [os políticos] cometeram alguma ilegalidade, a lista inclui mais de 200 pessoas de todos esses partidos. Não faria sentido escolher uns e omitir outros, e o tempo não nos permitiria divulgar todos”, declarou o apresentador do JN, emendado pela companheira de bancada Renata Vasconcelos.

“A suspeita dos policiais é que se trate de um registro contábil de pagamentos da Odebrecht para campanhas nas eleições de 2010, 2012 e 2014. Tanto doações oficiais quanto não declaradas, conhecidas como caixa 2”, destaca a âncora.

“O esclarecimento vai depender da investigação da Polícia Federal. Não é possível, de antemão, saber se os pagamentos são doação eleitoral legal ou propina. É que, mesmo que não estejam na prestação de contas registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral, existem formas de pagamento chamadas de doações ocultas – são repasses feitos de forma legal aos partidos que só depois se destinam aos candidatos. Mais um motivo para o JN não divulgar a lista”, completa Bonner.

Com cerca de 45 minutos de conteúdo, o Jornal Nacional flexibiliza, ocasionalmente, o espaço que determinada reportagem ou evento ganhará durante a transmissão, que é feita sempre ao vivo por seus âncoras. Na semana passada, por exemplo, o telejornal – que tem a maior audiência da televisão brasileira – reservou mais da metade de sua programação para cobrir as manifestações antigoverno, e assuntos correlatos, provocadas pelo anúncio da nomeação do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil.

“Viagra”, “Avião”, “Caranguejo” e “Cacique”
Os documentos, dispostos em diversos arquivos, apontam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos políticos, de acordo as investigações da Lava Jato. Na lista, os nomes são associados a apelidos e a valores do que podem ser, segundo investigadores, repasses feitos pela empresa durante campanhas eleitorais.

Em seu blog no UOL, Fernando Rodrigues ressalta que, apesar da riqueza de detalhes, os documentos não podem ser utilizados como prova de que os beneficiários receberam recursos de caixa dois da empreiteira. Entre os mencionados, estão o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG); o vice-presidente do Senado, Romero Jucá (RR); o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE); e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), falecido em 2014.

Na lista, além das quantias registradas, alguns políticos são tratados também por apelidos. O atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é chamado de “Caranguejo”, enquanto o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é apontado como “Atleta”. Jucá, ex-líder do governo nos últimos três governos (Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma), é o “Cacique”, ao passo em que o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), é tratado como “Nervosinho”. O chefe de gabinete da presidente Dilma, Jaques Wagner, é apelidado de “Passivo”, enquanto a ex-deputada federal Manuela d’Ávila (PCdoB-RS) recebeu a alcunha de “Avião”.

Fonte: Congresso em Foco

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Juazeiro do Norte (CE): Caos na Saúde desafia poder público

Há um ano vista como um caos pelo Ministério Público Federal (MPF), após auditoria e ação civil pública, além de intervenção judicial, a Saúde de Juazeiro do Norte pouco melhorou e passará, em breve, por uma nova avaliação. O trabalho será realizado por auditora técnica nomeada pelo MPF, com previsão de início ainda neste mês.

A novidade agora é a etapa de processo de terceirização dos serviços, que vem sendo bastante criticada por vereadores e servidores do município, que ainda se encontram lotados no hospital e com futuro incerto, para onde serão transferidos.

O primeiro equipamento a ter uma empresa terceirizada pela Prefeitura responsável, a Instituto Médico de Gestão Integrada (Imegi), é o Hospital e Maternidade São Lucas, desde o último dia 18 de março. São mais de 100 servidores, que ainda não sabem seus destinos e continuam atuando no local.

O Ministério Público Federal tem buscando mais esclarecimentos sobre o novo procedimento adotado, incluindo, além da forma de contratação, a situação dos servidores. Quanto aos serviços, só o tempo poderá dizer de que forma a lei deve agir para cobrar as condições adequadas ao que for estipulado em contrato.

Esclarecimentos
O vereador Cláudio Luz questiona a forma de contratação, sem que tenha ocorrido nenhuma discussão na Câmara, inclusive pegando os próprios servidores de surpresa, passando por situação de constrangimento.

Uma reunião foi feita no próprio hospital, há mais de dez dias, para que novos esclarecimentos fossem prestados pela empresa contratada. Na última sexta-feira, representantes do legislativo, Prefeitura, servidores e empresa estiveram no MPF para informar os procedimentos que poderão ser adotados a partir de agora.

Segundo o vereador, com a contratação da empresa, a Prefeitura terá que desembolsar todos os meses R$ 2,5 milhões, o que irá gerar um saldo negativo para o Município de mais de R$ 1,5 milhão. A sua preocupação é quanto aos resultados desses serviços e a situação dos servidores, que ainda é incerta. Até a contratação, os gastos com produção no hospital por parte da administração municipal eram de R$ 906 mil, conforme a Secretaria de Saúde. A secretária Marcleide Nascimento diz que o repasse de produção mensal para a empresa será de R$ 2 milhões.

A integrante do Sindicato da Saúde (Sindisaúde), Márcia Vieira Coelho, diz que empresa chegou a informar sobre o remanejamento posterior dos funcionários, e a própria secretária diz que não, pois vai começar a lotação dos servidores. "Esses trabalhadores têm o direito de escolher onde querem ficar. Caso queiram ficar no próprio hospital, eles vão ter autonomia para escolha ou a empresa que vai ditar as regras da gestão? ", questiona Márcia.

O procurador da República, Celso Leal, afirma que, a cada dois meses, vem sendo realizado acompanhamento para verificar o que está sendo implementado em relação às exigências da justiça, dentro de um plano, incluindo a fiscalização dos PSFs, com a última etapa de implementação de ponto eletrônico, em fase de licitação, e controle informatizado das receitas de psicotrópicos, para distribuição, manutenção controle de medicamentos.

Ele disse que, em relação ao Hospital Regional do Cariri (HRC), para onde estava sendo encaminhada a alta demanda de pacientes de Juazeiro do Norte, hoje está alinhando o atendimento de caráter regional, com cirurgias eletivas.

Recursos
O São Lucas seria, dentro desse plano, uma espécie de hospital geral, por ter uma estrutura física melhor, mas a questão envolve recursos para custeio e ampliação, visto junto ao Governo Federal. "Com a vinda da auditoria teremos um diagnóstico melhor, para ver o que realmente foi feito", diz ele.

"Houve muito pouca melhoria na saúde de Juazeiro", diz o procurador. A maior parte dos serviços exige recursos financeiros. Mas o problema maior estava relacionado ao próprio sistema de organização da Saúde, o que acabou gerando intervenção judicial.

Entre as questões evidenciadas por uma comissão de análise, foram levantadas questões como a constatação de graves problemas relacionados à má gestão dos recursos públicos, consubstanciada em fraudes em procedimentos licitatórios, contratação direta de fornecedores, dispensas indevidas de licitação e pagamentos realizados acima dos valores de mercado, o que conduziria à deficiente prestação do serviço público.

Para o procurador, a UPA vinha realizado a maior parte dos atendimentos na cidade e isso ainda ocorre, conforme o vereador Cláudio Luz. Celso afirma que, com essa terceirização, pelo menos se espera voltar ao patamar de atendimento que era antes. "Sem a UPA, Juazeiro não tem uma rede hospitalar que comporte esses atendimentos mais simplificados", afirma. Em relação à terceirização, ele classifica como uma opção política, aceita pelos tribunais de contas, pelo judiciário. Uma forma de administração, e se vai funcionar, o futuro é que vai dizer. Esse processo, segundo ele, é uma realidade em todo o País.

A servidora Jeane Peixoto, afirma que há 17 anos trabalha no hospital como agente administrativo, na parte de faturamento médico. Ela disse que o local estava em processo de terceirização, mas havia sido barrado. No dia 18, os funcionários ficaram sabendo que tinha sido terceirizado, mas não foram avisados antes. Até o momento, não sabem como tudo ficará.

A representante do Sindisaúde classifica a situação atual dos servidores como precária. Afirmou que as pessoas estão oprimidas, ameaçadas de transferência e que poderão ir para a secretaria de Saúde, mas considera que estão habilitadas para trabalhar numa unidade hospitalar. Ela disse que a UPA já foi terceirizada e o próximo será o Maria Amélia, o que a atual secretária de Saúde nega. Marcleide Nascimento disse que, primeiro, o município deverá passar por essa experiência para ver a melhoria dos serviços. Somente depois poderá abrir condições para terceirização de outros equipamentos.

O vereador Normando Sóracles classifica a situação como muito grave, principalmente pela empresa contratada. A que irá gerir o hospital veio da Bahia e ele questiona o porquê de uma repartição vir fazer filantropia em Juazeiro do Norte. Segundo o vereador, não houve uma transição correta da empresa, ao assumir o hospital. Os próprios servidores continuam trabalhando no local, em que uma empresa assumiu e não há ninguém ainda com carteira assinada. A secretária de Saúde disse que essa transição será feita aos poucos, já que existe um corpo técnico e é preciso ter pessoas capacitadas para exercerem o cargo.

Para o vereador Cláudio Luz, o prefeito encaminhou a terceirização sem discutir com os servidores técnico-efetivos, sem passar Projeto de Lei na Câmara, e não há autorização do legislativo para esse modelo. Segundo ele, a câmara foi ignorada. "Fizemos a denúncia desse chamamento público, e esse processo começou em 2015", disse.

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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Aécio diz que é "inaceitável o que está acontecendo" e internautas não perdoam

O senador Aécio Neves deu um tiro no próprio pé no Twitter na tarde desta quarta-feira (23). Ao postar "É inaceitável o que está acontecendo", Aécio imediatamente começou a receber uma chuva de respostas de internautas. "Meu amigo, inaceitável é você falar bosta sobre o atual governo quando seu nome está em todas as listas de propina já publicadas", publicou uma usuária. "O quê? Seu nome em tudo que é podridão? É mesmo! Votei no senhor é estou muito decepcionada. Nunca mais", disse outra internauta. Em uma hora, o tuíte de Aécio já havia sido retuitado cerca de 2 mil vezes.

O senador se referia à ação promovida pela presidente Dilma na última terça-feira (22). Segundo o presidente nacional do PSDB, Dilma convidou embaixadores para irem ao Palácio do Planalto para "ouvir um discurso alarmista e absolutamente distante da realidade como se o Brasil estivesse prestes a sofrer um golpe de estado".

Enquanto alguns usuários da rede social mantiveram o tom sério de cobrança ao senador, outros se engajaram numa brincadeira de escrever coisas que são inaceitáveis de estarem acontecendo seguidos no tuíte de Aécio. "Sense8 apenas em 2017", "Amanhã eu ter aula", "Açaí a 20 reais o litro", "Eu ter pego o ônibus errado de novo", são algumas das reclamações bem-humoradas dos internautas.

Fonte: Último Segundo

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Último reduto da fotografia popular no Cariri vai fechar suas portas

A Casa Gino, com endereço na Rua São Paulo, no Centro de Juazeiro do Norte, vai fechar suas portas ainda neste mês. O estabelecimento ficou notório pela frequência de grandes nomes da fotografia popular do Nordeste, principalmente dos anos de 1960 até o início dos anos 1990, e por um ser um legado de família, mas não resistiu ao avanço tecnológico no setor.

Com milhares de monóculos em seus depósitos, material químico para revelação, ampliadores e pilhas de gravuras, o local ainda resiste em seus últimos dias. Os compradores, em sua maioria, não são mais os velhos fotógrafos, da Praça da Prefeitura, que tinham filas de pessoas para atender com suas caixas lambe-lambe. Agora são colecionadores, interessados em resgatar algo que raramente vão obter em outro lugar.

A casa foi aberta por um comerciante de cereais, Domingos Frutuoso Gino. Ele decidiu empreender num ramo que rendeu bons resultados e recursos para ter um pequeno patrimônio. Era um negócio de família. Um dos filhos, Lindovaldo Frutuoso Gino, passou praticamente toda a sua vida percorrendo os corredores da loja, entre as enormes estantes de madeira.

Com a morte do seu pai, passou praticamente os últimos anos tomando conta do negócio sozinho. Quase um ano após o seu falecimento, a família decidiu fechar as portas.

Relíquias
A velha placa com as inscrições "Kodak - Casa Gino" está encostada nos sacos de monóculos guardados no fim do armazém. Identificação bastante conhecida de fotógrafos como Chico Alagoano, Antônio Ceará, Damião e tantos outros, sendo que alguns deles ainda resistem na Rua do Horto.

A viúva de Lindovaldo Gino, Ozenir Magalhães Gino, tem aberto todos os dias o comércio. Só que o lucro do que se vende é muito pouco. Os preços estão bem reduzidos para dar um rápido encaminhamento ao que ainda resta.

De acordo com Ozenir, as mercadorias mais procuradas são mesmo os monóculos, além dos ampliadores e as bolsas antigas. Ano passado, a diretora de museus do Dragão do Mar, Valéria Laena, chegou a adquirir várias mercadorias, tanto para o museu como para seu acervo pessoal. E assim tem sido com muitos que chegam à casa.

A neta de Gino, Lisnara Magalhães, revela que são pessoas de todo o Ceará e até mesmo do Sul do País, que descobrem a existência da casa em busca de artigos que já não existem no comércio.

Ainda nos moldes antigos de sua montagem, as enormes prateleiras de madeiras, estantes e balcões da frente da loja, já estão praticamente esvaziados. O que ainda há de produto químico, dona Ozenir espera doar, já que o material não pode ser descartado de qualquer forma.

Por um bom período, o local também trabalhou com revelações, hoje de grande dificuldade para quem ainda tem mesmo como hobby a fotografia popular. É por isso que os monóculos estão estocados. O filme para compor o material a ser visualizado é coisa raríssima. "A expectativa, até o fim do mês, é que a gente possa ainda comercializar esses produtos, principalmente os monóculos, que estão em maior volume", afirma Ozenir.

Última no Nordeste
Há duas décadas seu Domingos ainda viajava a São Paulo, para adquirir a mercadoria da loja. Aos poucos, o material foi caindo no desuso, desde os instantâneos da Kodak, até mesmo as revelações, substituídas pela tecnologia digital. Ozenir acredita que esta é a última das lojas com esse tipo de artigo ainda existente no Nordeste.

A fotógrafa e professora Nívia Uchôa, destaca a Casa Gino como um espaço que fortaleceu a fotografia na região. Ela chegou a comprar os últimos estoques de papéis para fotografias em preto e branco, em 2014. "Lá, vi o seu Gino nos tempos áureos, em pleno progresso. Penso que a Casa Gino formou a fotografia em nossa região, porque, além de papéis, encontrávamos desde souvenirs até ampliadores, monóculos, câmeras, lentes. Tudo para o meu laboratório adquiri lá", conta. Pela importância do espaço, uma das propostas que dava ao proprietário, Lindovaldo Gino, quando ele falava em fechar o estabelecimento, era de transformá-lo em museu da fotografia. "Mas, aquele era o meu sonho e não o dele", diz.

Mais informações
Casa Gino
Rua São Paulo, 623 - Centro
Juazeiro do Norte
Telefones: (88) 98806-4918/99999-2143

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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Documentos indicam grampo ilegal e abusos de Moro na origem da Lava Jato

Nas últimas semanas, a operação Lava Jato levantou polêmica ao divulgar conversas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a atual presidente Dilma Rousseff (PT). Os questionamentos sobre a legalidade da investigação, entretanto, surgem desde sua origem, há quase dez anos. Documentos obtidos pelo UOL apontam indícios da existência de uma prova ilegal no embrião da operação, manobras para manter a competência na 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sergio Moro, e até pressão sobre prisioneiros.

Esses fatos são alvo de uma reclamação constitucional, movida pela defesa de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, no STF (Supremo Tribunal Federal). A ação pede que as investigações da Lava Jato que ainda não resultaram em denúncias sejam retiradas de Moro e encaminhadas aos juízos competentes, em São Paulo e no próprio STF. Para ler a íntegra do documento, clique aqui.

A reportagem ouviu nove profissionais do Direito, dentre advogados sem relação com o caso e especialistas de renome em processo penal, e a eles submeteu a reclamação constitucional e os documentos obtidos. Os juristas afirmam que a Operação Lava Jato, já há algum tempo, deveria ter sido retirada da 13ª Vara Federal de Curitiba, além de ter sido palco de abusos de legalidade.

O portal também questionou o juiz Sergio Moro sobre o assunto, mas o magistrado preferiu não se pronunciar (leia mais ao final desta reportagem).

Veja os principais pontos questionados:

Origem em grampo ilegal  
A Lava Jato foi deflagrada em 2014, mas as investigações já aconteciam desde 2006, quando foi instaurado um procedimento criminal para investigar relações entre o ex-deputado José Janene (PP), já falecido, e o doleiro Alberto Youssef, peça central no escândalo da Petrobras. Entretanto, um documento de 2009 da própria PF (Polícia Federal), obtido pelo UOL, afirma que o elo entre Youssef e Janene e a investigação surgiram de um grampo aparentemente ilegal.

A conversa grampeada em 2006, à qual a reportagem também teve acesso, é entre o advogado Adolfo Góis e Roberto Brasilano, então assessor de Janene. Seu conteúdo envolve instruções sobre um depoimento, exercício típico e legal da advocacia. Os desdobramentos dessa ligação chegaram, anos depois, a Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras e o primeiro delator da Lava Jato.

"Se as premissas estiverem corretas, realmente parece que se tratava de conversa protegida pelo sigilo advogado-cliente. Nesse caso, a interceptação telefônica constitui prova ilícita", explica Gustavo Badaró, advogado e professor de Processo Penal na graduação e pós-graduação da Universidade de São Paulo. "Essa prova contaminará todas as provas subsequentes. É a chamada "teoria dos frutos da árvore envenenada". Todavia, a prova posterior poderá ser mantida como válida, desde que haja uma fonte independente", conclui o professor.

Lava Jato já deveria ter saído do Paraná
Os supostos delitos e criminosos que estão sendo investigados na Operação Lava Jato não deveriam estar sendo julgados por Moro, segundo a tese da defesa de Paulo Okamoto, corroborada por juristas ouvidos pela reportagem. O principal ponto é que Moro não é o "juiz natural", princípio previsto na Constituição, para julgar os crimes em questão.

De acordo com Geraldo Prado, professor de processo penal da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da Universidade de Lisboa, "na Lava-Jato, o juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba [onde atua Moro] há muito tempo não é mais competente para julgar casos que remotamente surgiram de investigação no âmbito do chamado caso Banestado. Pelas regras em vigor, praticamente todos os procedimentos seriam ou de competência de Justiças Estaduais ou da Seção Judiciária Federal de São Paulo, porque nestes lugares, em tese, foram praticadas as mais graves e a maior parte das infrações. Há, portanto, violação ao princípio constitucional do juiz natural. Exame minucioso da causa pelo STF não pode levar a outra conclusão."

A legislação brasileira estabelece critérios objetivos para determinar quem julga determinado crime. O ponto principal é que um crime, via de regra, será julgado no local onde ele foi cometido. Já quando existem crimes conexos, ou seja, que têm relação com delitos previamente cometidos pelos mesmos autores, eles podem vir a ser julgados pelo mesmo juízo responsável pela apreciação dos crimes iniciais.

Em casos de conexão, a lei prevê que o que determina quem será o juiz natural para o julgamento são os seguintes critérios, nessa ordem: o lugar onde ocorreu o delito que tem a pena mais grave, o lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade, e a competência pela prevenção, que se dá quando um juiz já julgou crimes relacionados ao mesmo esquema ilegal. Segundo Moro, é esse último critério que faria dele o juiz natural de todos os delitos: os crimes seriam conexos a outro que ele já vinha julgando.

Tanto é assim que, em todas as decisões relacionadas aos crimes investigados na operação, o magistrado inicia seu texto com o seguinte cabeçalho:

"Tramitam por este Juízo diversos inquéritos, ações penais e processos incidentes relacionados à assim denominada Operação Lava Jato. A investigação, com origem nos inquéritos 2009.70000032500 e 2006.70000186628, iniciou-se com a apuração de crime de lavagem consumado em Londrina/PR, sujeito, portanto, à jurisdição desta Vara, tendo o fato originado a ação penal 504722977.2014.404.7000".

Os inquéritos a que Moro se refere, de lavagem de dinheiro, foram cometidos no Banestado, e nada têm a ver com as fraudes e desvios de dinheiro público que ocorreram na Petrobras, que são o principal foco da Lava Jato. A ligação, alegada por Moro, é que que alguns dos investigados no Banestado, como Janene e Yousseff, foram flagrados em escutas telefônicas falando sobre outros supostos crimes, estes sim relacionados à Petrobras.

O STF, no entanto, já proferiu decisão afirmando que escutas telefônicas que revelem crimes diferentes dos que estão sendo investigados devem ser consideradas provas fortuitas, não tendo a capacidade de gerar a chamada conexão por prevenção. É o que afirma o advogado Fernando Fernandes, que defende Paulo Okamotto, na ação que move no STF, classificando a prática de "jurisprudência totalitarista".

O professor  Badaró concorda. "Houve um abuso das regras de conexão na Lava Jato. Além disso, a conexão tem efeito de determinar a reunião de mais de um crime em um único processo. Isso não foi feito na Lava Jato. Ao contrário, os processos tramitam separados". O advogado André Lozano Andrade, especialista em direito processual penal do escritório RLMC Advogados, lembra ainda que um dos investigados, José Janene, tinha foro privilegiado por ser deputado federal, na época. "Assim, os autos deveriam ter sido remetidos para o STF. Além disso, deveriam os autos no que se refere a outros crimes ter sido remetidos para São Paulo, tendo em vista que o centro de operação dos ´criminosos´ era na Capital Paulista. A competência por prevenção só se dá quando ausentes outras formas de determinação de competência."

Longa investigação sem denúncia 
A investigação que culminou na deflagração da Operação Lava Jato, a respeito de crimes de lavagem de dinheiro ocorridos no âmbito do Banestado, no Paraná, tiveram início em 2006. Daquele ano até 2014, se passaram oito anos sem que a Polícia Federal, que comandava a operação, oferecesse uma só denúncia contra os investigados, o que, na definição da defesa de Paulo Okamoto, seria "investigação eterna".

Em 2013, após sete anos de investigações sobre o Banestado, Moro reconheceu as dificuldades para apontar os crimes, mas concedeu um prazo adicional de quatro meses para alguma conclusão. Esse prazo ainda foi renovado por mais três meses após o final. O inquérito foi arquivado, mas serviu como referência para a abertura de outro, que terminou na Lava Jato.

"A questão torna-se mais delicada se a investigação dura meses ou anos e em seu curso são adotadas medidas cautelares que invadem a privacidade alheia [afastamento de sigilos, interceptações etc.], sem que a investigação seja concluída. A última hipótese é típica de estados policiais e não de estados de direito", alerta o professor Geraldo Prado.

"Embora não haja na legislação brasileira um prazo máximo para a conclusão de investigações criminais, se os investigados estiverem soltos, não é possível admitir que a investigação possa se desenvolver sem um limite temporal", diz Gustavo Badaró.

Decisões tomadas sem consulta ao MPF
Durante os oito anos de investigações, o juiz Sérgio Moro autorizou sucessivas quebras de sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático e decretou prisões cautelares, sem consultar previamente o MPF (Ministério Público Federal) ou até contrariando recomendação deste órgão, que, por lei, é o titular da ação penal pública.

A história começou em 14 de julho de 2006, quando a PF fez uma representação para Moro, com o objetivo de investigar a relação de Youssef e Janene, solicitando a interceptação telefônica do primeiro. Quando isso ocorre, o procedimento normal é remeter o pedido ao MPF, para que se manifeste. Apesar disso, em 19 de julho de 2006, Moro deferiu todos os pedidos da PF sem prévia manifestação do MPF. Em seguida, não houve abertura de vista ao MPF, e a próxima manifestação da PF nos autos só ocorreria quase um ano mais tarde, em 3 de maio de 2007. Durante todo esse tempo, os policiais mantiveram uma investigação que incluía quebras de sigilo.

O primeiro despacho abrindo vista para o MPF só ocorreu em 9 de setembro de 2008, mais de dois anos após a abertura da investigação. Os procuradores, então, consideraram que já havia passado muito tempo de investigação sem qualquer resultado frutífero, e recomendaram que Moro extinguisse ali mesmo a investigação, a não ser que a PF se manifestasse dando provas de que estariam para surgir fatos novos que justificassem a continuidade das investigações.

Moro, no entanto, resolveu ir contra a recomendação do MPF, e permitiu que a PF continuasse investigando.

Em 06 de janeiro de 2009, quase 120 dias depois, surgia uma mensagem anônima com informações novas que levavam a crer que Yousseff e Janene mantinham um esquema de lavagem de dinheiro. A PF, então, pediu novas interceptações e quebras de sigilo bancário e fiscal de dezenas de pessoas e empresas. O MPF recomendou que delimitasse o pedido, indicando o período e os documentos a serem obtidos. Mais uma vez, Moro descumpriu a recomendação dos procuradores, e autorizou todos os pedidos da polícia. "Há motivos suficientes para deferir a quebra de sigilo fiscal e bancário relativamente a todas essas pessoas, considerando as suspeitas fundadas da prática de crimes expostas nas decisões anteriores e nesta, bem como por se inserirem no rastreamento bancário em andamento", disse o juiz, em despacho.

Outras nove vezes Moro deferiu quebras de sigilo, sem ouvir o MPF, justificando sempre da mesma forma.  "Não o ouvi (MPF) previamente em virtude da necessidade de não haver solução de continuidade da diligência e por se tratar de prorrogação de medidas investigatórias sobre as quais o MPF já se manifestou favoravelmente anteriormente."

O professor Badaró explica as consequências desta prática. "O deferimento em si de um pedido sem oitiva prévia do MP não é ilegal, mas a sistemática utilização de tal expediente, por mais de um ano, permite que se coloque em dúvida a imparcialidade do julgador".

Presos sem acesso a advogados e banho de sol
A fase mais recente da Lava Jato trouxe denúncias de violações de direitos humanos -- prisões temporárias prolongadas com o objetivo de obter delações premiadas. Durante este processo, presos teriam sido isolados, privados de encontros com seus advogados e até de banho de sol. Um parecer do Ministério Público Federal de junho de 2014 aponta a ilegalidade dessas práticas e pedem que sejam interrompidas -- o preso em questão é Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras.

Outro Lado
No dia 29 de março, a reportagem do UOL informou à assessoria do juiz Sergio Moro que estava preparando uma reportagem sobre as supostas irregularidades constantes na origem da Lava Jato. O portal enviou ao magistrado a íntegra da reclamação constitucional interposta no STF pela defesa de Paulo Okamoto. A reportagem destacou, ainda, que chamavam a atenção "uma prova aparentemente ilícita (um grampo ilegal) que pode estar na origem de tudo, e uma série de manobras que teriam sido feitas pelo magistrado para manter a competência em Curitiba, contrariando o princípio do juiz natural e as regras de processo penal aplicáveis." Diante disso, solicitou, por fim, que Sergio Moro se manifestasse a respeito do assunto.

Menos de uma hora após o envio da mensagem, a assessoria de Moro respondeu ao UOL, afirmando que "o magistrado não se manifesta a não ser nos autos".

Apesar do atual silêncio do juiz paranaense, Moro já proferiu opiniões sobre alguns pontos ora em debate, seja em palestras, decisões judiciais ou textos acadêmicos. Em um artigo que escreveu em 2004, por exemplo, Moro defendeu o uso da prisão preventiva como forma de forçar um investigado a assinar um termo de delação premiada". O juiz considera válido "submeter os suspeitos à pressão de tomar decisão quanto a confessar, espalhando a suspeita de que outros já teriam confessado e levantando a suspeita de permanência na prisão pelo menos pelo período da custódia preventiva no caso de manutenção do silêncio ou, vice-versa, de soltura imediata no caso de confissão".

Sobre o grampo de conversas entre advogado e cliente, em manifestação enviada ao STF no último dia 29, a respeito do grampo dos advogados que defendem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Moro afirmou que o fez por considerar que um dos advogados seria parte do suposto grupo criminoso que estaria sendo investigado, o que tornaria legal a interceptação. Esta poderia ser uma explicação para o grampo supostamente ilegal que deu início à Lava Jato.

Veja documentos: http://bit.ly/231CeH0

Fonte: UOL

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